Painel internacional

BRIC: O clube do trilhão

Em qualquer grupo global, o presidente norte-americano é geralmente visto, no mínimo, como o primus inter pares (o primeiro entre os iguais): aquele que pode ratificar ou vetar o acordo final e selecionar seus interlocutores favoritos. Assim, em Copenhague em dezembro passado, enquanto as negociações para o novo tratado sobre mudança climática estavam chegando às horas finais, uma reunião convocada às pressas entre Barack Obama e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, parecia ser o momento crítico em que o acordo seria arrebatado. Mas quando o presidente (Obama) apareceu, encontrou não só Wen, mas os chefes de governo do Brasil, África do Sul e Índia. Isso foi inesperado. Os norte-americanos até pensavam que os indianos já haviam deixado o encontro. O que foi concebido como uma conversa bilateral se transformou em uma negociação com um bloco de países emergentes. Esta semana, os mesmos países em desenvolvimento estão reunidos novamente em Brasília. A questão dos BRIC é importante por causa de seu peso econômico. Eles são as quatro maiores economias fora da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o clube dos ricos). Eles são apenas as economias em desenvolvimento com PIB anual de US$ 1 trilhão. Com exceção da Rússia, esse bloco sustentou o melhor crescimento do mundo durante a grande recessão e, sem eles, a atividade mundial teria caído ainda mais do que caiu.
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O próximo incêndio – Paul Krugman
China e Brasil assinam acordos comerciais na reunião do Bric
Troca de títulos da Argentina reduzirá os custos de empréstimos
Lucro do Bank of America é menor, mas perdas com crédito caem

O próximo incêndio

Paul Krugman
Na terça-feira, Mitch McConnell, líder da minoria no Senado, pediu a extinção dos bombeiros municipais. Eles, declarou, “não vão resolver os problemas que levaram aos incêndios recentes. Vão piorá-los”. A existência dos bombeiros, continuou, “não só permite os resgates de prédios em chamas com dinheiro do contribuinte, mas os institucionalizam”. E concluiu: “a maneira de resolver este problema é deixar aqueles que cometeram os erros que levaram aos incêndios a pagar por eles. Nós não vamos resolver esse problema até que o maior dos edifícios possa queimar”. Ok, eu menti um pouco. McConnell disse quase tudo o que atribuí a ele, mas o parlamentar estava falando da reforma financeira, e não sobre a reestruturação dos bombeiros. Em particular, ele não estava contestando a existência de corpos de bombeiros, mas a legislação que daria ao governo o poder de intervir e reestruturar as instituições financeiras. Mas isso equivale a mesma coisa. Agora McConnell certamente não está sendo sincero ao fingir se opor aos resgates bancários, ele está realmente fazendo um leilão de banqueiros. Mas antes de eu chegar a isso, vamos falar sobre por que ele está essencialmente errado. A resposta é que deixar os bancos quebrar – em oposição à intervenção e reestruturação – é uma má ideia, pela mesma razão que é uma má ideia ficar de lado enquanto um prédio ou escritório queimam. Em ambos os casos, o dano tende a se espalhar. Em 1930, as autoridades dos EUA cruzaram os braços enquanto os bancos faliam, e o resultado foi a Grande Depressão. Em 2008 eles fizeram igual, ao mesmo tempo em que o Lehman Brothers implodia; em questão de dias os mercados de crédito congelaram e nos encontrávamos à beira do abismo econômico.
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China e Brasil assinam acordos comerciais na reunião do Bric

A China e o Brasil assinaram vários acordos comerciais à margem da encurtada reunião de cúpula do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) em Brasília. Os negócios visam incrementar o comércio e a cooperação energética entre as duas nações e incluem um pacto para construir uma usina siderúrgica chinesa no Brasil. A reunião foi antecipada por um dia depois que o presidente da China Hu Jintao decidiu voltar para casa mais cedo, para lidar com as conseqüências de um terremoto de grandes proporções.
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Troca de títulos da Argentina reduzirá os custos de empréstimos

A troca da dívida argentina de US$ 20 bilhões reduzirá os custos de empréstimos do país em um terço ou cerca de dois pontos percentuais acima do vizinho Brasil dentro de um ano, abrindo as portas para os investimentos necessários para reforçar o crescimento da economia, afirmou o ministro da Economia, Amado Boudou. “Estamos convencidos de que temos de ter uma taxa de juro mais baixa do que agora e que é o objetivo mais importante que buscamos com este swap (troca)”, disse Boudou na entrevista de 14 de abril, citando potenciais investimentos em energia e agricultura. Boudou divulgou ontem uma oferta para trocar os títulos inadimplentes que ficaram de fora da reestruturação de 2005, por títulos com vencimento em 2033 no valor de 33,7 centavos de dólar e pagar os juros passados devidos com obrigações que vencem em 2017. A proposta, que exclui os pagamentos de garantias ligadas ao crescimento econômico, vai ajudar a Argentina a recuperar a credibilidade entre os investidores nove anos depois de o governo decretou moratória da dívida de US$ 95 bilhões, disse Boudou.
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Lucro do Bank of America é menor, mas perdas com crédito caem

O lucro do primeiro trimestre do Bank of America caiu 25%, menos que o esperado, com as provisões para perdas de crédito recuando e mantendo a tendência de os grandes bancos registrarem resultados melhores que o esperado nos últimos tempos. “A cada dia que passa, a história de 2010 parece ser uma continuação da recuperação de crédito, e os resultados refletem uma melhoria gradual da economia”, disse o presidente e diretor executivo Brian Moynihan. As ações subiram 2,2% para US$ 19,90, antes da abertura do mercado. No fechamento de quinta-feira, o papel subiu 88% em relação ao ano passado. A empresa tinha visto a melhora de resultados por causa de sua aquisição do Merrill Lynch no último ano. Embora o negócio já tenha mais de um ano de idade, alguns analistas acreditam que a receita do Merrill continuará a inflar o faturamento do banco. Grandes bancos têm tido resultados melhores ultimamente, ao passo em que a economia melhora e deixa sua marca nos desempenhos. No início desta semana, o JP Morgan Chase disse que seu lucro do primeiro trimestre subiu 55%,mais do que o esperado, com uma grande queda das provisões para perdas de crédito. O Bank of America reportou um lucro de US$ 3,18 bilhões, ou US$ 0,28 por ação, saindo dos US$ 4,24 bilhões ou US$ 0,44 por ação há um ano. Os resultados incluíram os gastos de US$ 521 milhões e US$ 765 milhões, respectivamente, com os encargos de reestruturação e fusão. A receita caiu 11%, para US$ 31,97 bilhões.
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Luis Nassif

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