Painel internacional

Bancos buscam manter lucros com as novas regras de supervisão

A tinta das novas regras para Wall Street nem secou e os banqueiros já estão um passo à frente de todos. Em maior ou menor escala, a revisão geral do sistema de regulamentação financeira da nação – que foi aprovado pelo Congresso na quinta-feira – vai comer os lucros dos bancos. Assim, depois de gastar muitos milhões de dólares para fazer lobby contra a legislação, os banqueiros agora estão se voltando para o plano B: adaptação às regras e transformá-las em proveito próprio.

Confrontados com novos limites de taxas associadas aos cartões de débito, por exemplo, o Bank of America, o Wells Fargo e outros estão impondo tarifas sobre consulta de contas. Compelidos para o comércio de derivativos à luz do dia por câmaras de compensação regulamentadas, ao invés dos obscuros mercados de balcão, gigantes como o JP Morgan Investment Bank e Goldman Sachs estão construindo operações próprias de corretagem com derivativos. Seu objetivo é compensar qualquer perda de lucros – e, talvez, ganhar ainda mais dinheiro do que antes -, tornando-se agentes de negócios no vasto mercado para esses instrumentos, que os críticos dizem ter sido a principal causa da crise financeira.

Mesmo quando se trata do que talvez seja a maior nova regra – evitar que os bancos façam apostas com o próprio dinheiro -, as instituições descobriram o que eles acham ser a solução: permitir que alguns operadores continuem fazendo as apostas, contanto que eles também trabalhem com os clientes. Os chefes dos bancos de investimento admitem que pretendem repassar muitos dos custos associados ao projeto de lei para os seus clientes. A legislação, que deverá ser sancionada pelo presidente Obama na próxima semana, se destina a tratar as causas da crise econômica de 2008 e conter o comportamento mais arriscado em Wall Street.
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Refaça aquele vodu – Paul Krugman
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Goldman chega a acordo na batalha com o governo dos EUA
Alemanha e China assinam bilhões de dólares em acordos

Ref Refaça aquele vodu

Paul Krugman
Os republicanos estão se sentindo bem com as eleições intercalares – tão bem que começaram a dizer o que realmente pensam. Esta semana a liderança do partido no Senado parou de fingir que se preocupa com o déficit, declarando expressamente que enquanto não podemos nos dar ao luxo de ajudar os desempregados ou impedir demissões em massa de professores, o custo quando se trata de cortes de impostos para os ricos, literalmente, não traz efeito.

E esta é uma razão – há outras – por que você deveria temer as consequências de o GOP (como o Partido Republicano também é chamado nos EUA) realmente se dar bem em novembro, como eles esperam. Por enquanto, os líderes republicanos posam como inimigos severos da caneta vermelha federal. Duas semanas atrás, em resposta oficial do GOP ao discurso semanal de rádio do presidente Obama, o senador Saxby Chambliss dedicou todo o seu tempo aos males da dívida pública, “uma das ameaças mais perigosas confrontando a América hoje.” E continuou: “em algum momento temos que dizer ‘basta’.”

Mas na segunda-feira passada Jon Kyl, do Arizona, o segundo republicano mais importante no Senado, foi inquirido sobre a pergunta óbvia: se os déficits são tão preocupantes, e quanto ao custo orçamentário de estender as reduções fiscais de Bush para os ricos – que a administração Obama quer deixar expirar -, mas os republicanos querem tornar permanentes? O que deve substituir US$ 650 bilhões ou mais em receitas perdidas na próxima década?

Sua resposta foi de tirar o fôlego: “você precisa compensar o custo do aumento dos gastos. E é isso o que os republicanos objetam. Mas você nunca deveria ter que compensar o custo com uma decisão deliberada de reduzir as taxas de imposto dos norte-americanos.” Então US$ 30 bilhões em ajuda aos desempregados é exorbitante, mas 20 vezes mais em cortes de impostos para os ricos não contam.
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Quem venceu a Copa do Mundo na batalha das marcas esportivas?

A Copa do Mundo não foi simplesmente uma competição entre equipes em calçados deslizantes chutando por aí as modernas descendentes de alta tecnologia das (bolas feitas de) bexigas de porco, mas uma batalha de gladiadores entre marcas como Adidas e Nike. A Adidas seguiu o caminho de ser a patrocinadora oficial – algo que tem feito desde 1970. Mas por que a empresa gasta declaradas 75 milhões de libras para ser uma das parceiras de primeira linha da Fifa na competição?

“Com a Copa do Mundo”, explica o porta-voz da Adidas, Steve Marks, “temos salientado nossa fatia mundial em marketing de futebol e vamos atingir recordes de vendas em 2010.” Mais de 6,5 milhões de réplicas de camisetas já foram vendidas, segundo a empresa, que dobra os valores das vendas de 2006. E, de acordo com os pesquisadores de mercado da Sport + Markt, a Adidas teve a maior visibilidade em termos de equipes e jogadores.

Em resposta, o recurso da Nike foi enfatizar seu patrocínio individual existente em equipes e jogadores. “A Nike não foi um dos patrocinadores oficiais da Copa do Mundo, ainda que se presuma ser uma patrocinadora”, diz o diretor de gestão da Interbrand em Londres, Graham Hales. “Seu sucesso em apoiar jogadores é aquele no qual você reconhece o clarão (da marca) nas chuteiras”, diz, “então a Nike parecia fazer parte dos patrocinadores oficiais do evento.”
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Goldman chega a acordo na batalha com o governo dos EUA

Em uma das maiores multas na história de Wall Street, o Goldman Sachs concordou em pagar US$ 550 milhões para solucionar as acusações civis de clientes enganados com a venda de títulos hipotecários secretamente concebidos por uma empresa de fundos de hedge, para tirar vantagem do colapso do mercado de habitação. Mas o acordo com a comissão de valores mobiliários (SEC, na sigla em inglês) encerra um confronto que abalou profundamente a instituição financeira mais poderosa da América, a um custo que os observadores externos consideraram uma pechincha.

O Goldman admitiu que cometeu “um erro” ao não revelar o papel da Paulson & Co. aos investidores pelo negócio chamado Abacus 2007-AC1. A empresa prometeu endurecer a fiscalização de títulos hipotecários e determinados materiais de marketing e funcionários que criam ou lançam tais títulos. Os promotores criminais ainda estão analisando se o Goldman ou seus funcionários praticaram fraude de títulos no ambiente do mercado de hipotecas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. O Goldman não se pronunciou sobre a investigação criminal.

Contudo, o Goldman se saiu com várias vitórias que levantam questões sobre a força da SEC no caso. A empresa não foi obrigada a sacrificar nenhum de seus altos executivos, incluindo o presidente Lloyd C. Blankfein, como alguns dirigentes temiam. As mudanças combinadas não vão enfraquecer os lucros ou a posição de banco mais poderoso de Wall Street. O registro da pena é equivalente a apenas 14 dias de lucros do Goldman no primeiro trimestre. “Isso é um assalto”, disse Michael Driscoll, professor visitante na Adelphi University e diretor sênior de gestão da firma Bear Stearns antes de a empresa entrar em colapso em 2007. Analistas esperavam que o Goldman pagasse pelo menos US$ 1 bilhão como parte do acordo.
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Alemanha e China assinam bilhões de dólares em acordos

Empresas chinesas e alemãs assinaram acordos no valor de bilhões de dólares para fabricar caminhões e equipamentos de energia na sexta-feira, enquanto os primeiros-ministros declararam que as economias de seus países tinham se recuperado da recessão mundial do ano passado. A chanceler alemã Angela Merkel trouxe com ela os presidentes das maiores corporações alemãs na visita de quatro dias à China, sublinhando os robustos laços de negócios entre os dois gigantes exportadores.

Merkel e o premiê chinês Wen Jiabao se encontraram frequentemente nos últimos anos e concordaram em trabalhar juntos para guiar a recuperação da crise econômica mundial. “China e Alemanha passaram por um período de testes de crise e turbulência”, anunciou Wen depois que ele e Merkel passaram a guarda de honra em revista na cerimônia de boas-vindas no Grande Salão do Povo.

Entre os contratos assinados depois das conversas estavam um acordo de US$ 3,5 bilhões entre a Siemens e a Shanghai Electric Power Generation Equipment para desenvolver turbinas a vapor e a gás, e uma nova parceria de 6,35 bilhões de yuans (US$ 936 milhões) entre a Daimler e a Beiqi Foton Motor para fazer caminhões leves e pesados, relatou a agência estatal de notícias Xinhua.

A notícia de bons negócios continua sendo uma reviravolta para Merkel, que há três anos irritou os autoritários dirigentes da China quando recepcionou seu rival, o líder espiritual tibetano Dalai Lama. Líderes empresariais alemães reclamaram por meses que eles estavam encontrando obstáculos na realização de negócios com empresas chinesas. Apesar disso, o comércio entre os dois países gera mais de US$ 100 bilhões por ano. As empresas alemãs têm investido bilhões a mais na China, fazendo com que multinacionais como Siemens e BMW sejam marcas proeminentes. Wen expressou otimismo na sexta-feira de que a União Europeia, o maior parceiro comercial da China, vá ultrapassar as suas dificuldades atuais.
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Luis Nassif

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