Painel internacional

América do Sul acena para as empresas dos EUA

A América do Sul tem sido a carta na manga para os resultados das empresas dos EUA no segundo trimestre. Com a economia dos EUA e Europa se recuperando aos trancos e barrancos e empresas estrategicamente posicionadas na China proporcionando mais potencial do que lucros neste momento, uma demanda robusta no Brasil, Argentina e outros países da América do Sul tem salvado (o resultado das) empresas que de outra forma teriam ficado aquém das expectativas.

As exportações de minérios e commodities agrícolas, juntamente com o crescente consumismo da classe média, estão abastecendo o crescimento do produto interno bruto principalmente no Brasil, que rivaliza com o da China. Por cima disso, a instabilidade política, hiperinflação e a incapacitante dívida pública que costumavam fazer da América do Sul um risco para as empresas dos EUA estão em grande parte contidas nestes dias.

“Não há nenhum outro lugar no mundo que teve uma mudança dramática na classe média como o Brasil, nem mesmo a China”, disse Nicholas Heymann, analista da corretora Sterne Agee & Leach. “Você tem uma quantidade inimaginável de dinheiro por lá.” Poucas empresas dos EUA entendem mais disso do que a fábrica de eletrodomésticos Whirlpool. Suas marcas Brastemp e Consul dominam o mercado de eletrodomésticos da América do Sul (a empresa diz que metade dos domicílios brasileiros têm pelo menos um aparelho Consul).
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Economistas esperam crescimento lento no segundo semestre
EUA usa tom mais duro com a China
Limitando seu entusiasmo – Paul Krugman
Vizinhos fracassam em encerrar rixa Venezuela-Colômbia

Economistas esperam crescimento lento no segundo semestre

Motoko Rich
Dois passos à frente, um passo para trás. Que descreve o atual pensamento de cerca de um ano para a suposta recuperação econômica. Na sexta-feira, o governo divulga o relatório sobre a produção do país no segundo trimestre mostrando o quanto, ao todo, a economia desacelerou com o início do verão (o crescimento foi de 2,4% em relação ao mesmo período de 2009). Muitos economistas – preocupados com o ritmo lento de criação de empregos, reduzida atividade de habitação e desaceleração das vendas no varejo – dizem que a queda de velocidade continuará neste verão, e rebaixaram recentemente suas expectativas para o segundo semestre do ano.

“Praticamente todos os economistas de Wall Street cortaram a (projeção de) expansão do PIB no segundo e terceiro trimestres”, escreveu na semana passada David A. Rosenberg, economista-chefe da Gluskin Sheff, em uma nota aos clientes, referindo-se às previsões do distrito financeiro de Nova York para o produto interno bruto. Para o resultado do segundo trimestre a ser divulgado na sexta-feira, os economistas projetam um ganho anualizado modesto de 2,6%, abaixo dos 3,7% no primeiro trimestre e 5,6% no último trimestre do ano passado.

Embora algumas pessoas tenham começado o ano esperado pelos resultados mais fortes, economistas dizem que o ritmo lento de crescimento deve ser esperado. “Até agora, a retomada está bastante normal para uma recuperação de crise pós financeira”, disse Kenneth S. Rogoff, professor em Harvard e co-autor, com Carmen M. Reinhart, do livro “Desta vez é diferente”, uma história econômica da crises financeiras.
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EUA usa tom mais duro com a China

A administração Obama adotou um tom mais duro com a China nas últimas semanas, como parte de um ato de equilíbrio diplomático no qual os Estados Unidos parabenizam a ascensão da China em algumas áreas, mas também a confrontam quando Pequim se choca contra os interesses norte-americanos. Confrontados por um governo chinês cada vez mais decidido a testar a força e capacidade norte-americanas, os Estados Unidos revelaram uma nova política que rejeita as reivindicações chinesas de soberania sobre todo o Mar da China Meridional. Os EUA recusaram a exigência chinesa de que os militares encerrem a política de longa data de realização de exercícios marciais no Mar Amarelo. E o país está pressionando Pequim novamente para que não aumente os seus investimentos em energia no Irã, num momento em que as empresas ocidentais deixam o país.

As manobras dos EUA suscitaram reação entre os oficiais chineses e a imprensa estatal, que acusou o país de tentar conter a China. Yang Jiechi, ministro das Relações Exteriores, apresentou um comunicado incomum na segunda-feira, acusando os Estados Unidos de estarem se unindo a outros países contra a China. Um acadêmico de destaque, Shen Dingli da Universidade de Fudan, comparou os exercícios planejados dos EUA nas águas internacionais do mar Amarelo à implantação de mísseis com armas nucleares da Rússia em Cuba, em 1962.

As autoridades dos EUA explicaram que as ações são parte de uma estratégia mais ampla para reconhecer a emergência da China como potência mundial, mas também para estabelecer limites quando o comportamento da China violar os interesses dos EUA. Assim, ao mesmo tempo em que o governo recebe a China no grupo das 20 principais economias, realiza o maior encontro jamais visto entre EUA e autoridades chinesas e apóia o esforço do país asiático em aumentar a sua influência no Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, também procura limitar o que acha serem impulsos expansionistas da China. Para este efeito, a administração Obama também intensificou sua diplomacia e incluiu outras nações asiáticas e oceânicas, pondo fim a uma proibição de 12 anos de laços com forças militares especiais da Indonésia e reforçando suas alianças de Tóquio e Seul a Canberra, Austrália.
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Limitando seu entusiasmo

Paul Krugman
Porque é que a administração Obama continua procurando amor em todos os lugares errados? Por que sair do caminho e afastar os amigos, enquanto atrai pessoas que nunca vacilarão em seu ódio? Estas questões foram inspiradas pelo suspense atual sobre se o presidente Obama fará a coisa certa óbvia e nomear Elizabeth Warren para liderar a nova agência de proteção financeira do consumidor. Mas o caso Warren é apenas o mais recente capítulo de uma saga em curso.

Obama foi eleito diante de uma vasta onda de entusiasmo progressivo. Esse entusiasmo foi seguido pela decepção, e não apenas porque o presidente estava sempre mais centrista e convencional do que os seus fervorosos adeptos imaginaram. Tendo em conta os fatos da política e, sobretudo, a dificuldade de conseguir qualquer coisa em face da fechada oposição republicana, ele não foi a figura de transformação que alguns imaginaram.

E Obama cumpriu aspectos importantes. Acima de tudo, conseguiu (com muita ajuda de Nancy Pelosi) aprovar uma reforma da saúde que, imperfeita como é, vai melhorar muito a vida dos norte-americanos – a menos que um Congresso republicano consiga sabotar a sua execução. Mas a desilusão progressiva não é só uma questão de altas expectativas se encontrando com uma realidade prosaica. Terroristas ameaçados não forçaram Obama a tagarelar sobre tortura, intensificar (a presença militar) no Afeganistão e escolher, com estranha falta de sincronia, afrouxar as regras de perfuração martíma no início deste ano.
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Vizinhos fracassam em encerrar rixa Venezuela-Colômbia

Os ministros de Relações Exteriores da América do Sul não conseguiram reparar os laços rompidos entre Venezuela e Colômbia durante reunião na quinta-feira, mas os países concordaram que grupos armados irregulares estavam prejudicando a paz na região. O encontro dos 12 membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) foi o primeiro entre os dois governos desde que o presidente socialista da Venezuela, Hugo Chávez, cortou relações na semana passada com Bogotá, por acusações de que seu país abrigaria guerrilheiros colombianos em confortáveis acampamentos.

Chávez advertiu, em seguida, que a estreita aliança dos EUA com a aliada Colômbia estaria planejando um ataque militar, e ameaçou interromper o fornecimento de petróleo do país membro da OPEP aos Estados Unidos se isso acontecer. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, disse ao seu homólogo colombiano que “deu sua palavra” que tal ataque não aconteceria na última semana de governo do presidente colombiano Alvaro Uribe. Ladeado pelos altos diplomatas das nações em rixa na coletiva de imprensa após a reunião de quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patino, disse que os líderes dos países devem se encontrar nas próximas semanas para tentar resolver a crise.

“Não foi possível elaborar um documento oficial com a concordância de todos”, disse Patiño, mas acrescentou que as autoridades presentes concordaram que grupos ilegais armados são um problema. A volátil região andina é atormentado por rebeldes, paramilitares e narcotraficantes. “Para preservar a paz na região e harmonia entre nós, os Estados-membro consideram importante que tenhamos um compromisso claro de evitar a presença de grupos irregulares que tomam parte em atividades ilegais”, afirmou Patino.
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Luis Nassif

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