Painel internacional

China marcha para ser a segunda maior economia

A China está prestes a ultrapassar o Japão como segunda maior economia do mundo depois dos Estados Unidos, mostraram os números divulgados nesta segunda-feira. O produto interno bruto do Japão, ou PIB, totalizou US$ 1,29 trilhão para os três meses encerrados em junho, anunciou o Escritório do Governo neste país. Dados oficiais da China no mesmo período foram de US $ 1,34 trilhão. Frederic Neumann, economista do banco HSBC em Hong Kong, disse que a China deve superar o Japão no final do ano – tornando-se a segunda maior economia do mundo. No entanto, os dados oficiais anuais não virão até 2011.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a produção da China alcance US$ 5,4 trilhões de dólares até o final de 2010. Em comparação, o PIB do Japão é estimado em US$ 5,3 trilhões de dólares. Outro analista diz que toda essa discussão é acadêmica. “Basicamente, a taxa subjacente de crescimento da China vai ser de cerca de 8% durante a próxima década. A do Japão será de cerca de 1%”, disse Jesper Koll, economista do banco JP Morgan em Tóquio. “No período de 10 anos, a economia chinesa será o dobro do tamanho da economia japonesa.”

China x Japão: a economia da China tem crescido a um ritmo vertiginoso. Ela atingiu uma taxa de crescimento de 10,3% no segundo trimestre, segundo dados oficiais. O crescimento do Japão, por outro lado, tem sido lento. Nos três meses terminados em junho, o avanço desacelerou para apenas 0,4%. A economia da China tem sido impulsionada por suas exportações – seu superávit comercial atingiu US$ 28,7 bilhões em julho, recorde em 18 meses – e sustentado pela sua enorme população (mercado interno).
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IgnoraIgnorando resistências, Brasil se prepara para construir represa

Alexei Barrionuevo
Para Raimunda Gomes da Silva, a construção iminente de um grande barragem hidrelétrica aqui na Amazônia é um doloroso déjà vu. Cerca de 25 anos atrás, a construção de outra represa mais de 200 quilômetros a leste inundou de sua propriedade, levando a uma praga de cobras venenosas, insetos e onças em sua terra, disse, antes de submergir completamente. Agora, depois de começar uma nova vida em Altamira (PA), o governo está dizendo a ela que precisa sair de novo, desta vez para abrir caminho para a barragem de Belo Monte, que vai inundar uma grande área da cidade, deslocando milhares de pessoas.

“Esta represa é uma ameaça para mim, porque eu já não tenho mais a força que tive”, disse a senhora Silva, 53 anos, cuja família de 11 pessoas divide uma casa de três quartos com bananeiras no quintal. “Não podemos mais investir e construir outra casa como esta. Para mim, é como jogar fora um monte de esperança.” Mas ela terá pouca escolha. A construção inicial da barragem de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo, está prevista para começar no próximo ano.

A persistente oposição de grupos ambientais e indígenas, mesmo com a ajuda de personalidades de alto perfil, como o diretor de cinema canadense-americano James Cameron, falhou em parar o projeto de US$ 11 bilhões, que produzem eletricidade para grandes cidades como São Paulo, enquanto inunda cerca de 200 quilômetros quadrados da bacia do rio Xingu. As comunidades indígenas dizem que a barragem vai devastar suas terras e expulsar cerca de 12 mil de suas suas casas. Eles dizem que vão reduzir o nível do rio, destruindo sua tradicional indústria de pesca.
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A diminuição da aposentadoria da geração pós-guerra

Os baby boomers da América – aqueles nascidos entre 1946 e 1964 – enfrentam um problema que poderia pesar sobre a economia nos próximos anos: quanto mais demorada for a recuperação da economia, menos dinheiro terão para gastar na aposentadoria. Os formuladores de políticas há muito se preocupam que os norte-americanos não estão poupando o suficiente para a velhice. E, ultimamente, atuais e futuros aposentados tem sido atingidos em várias frentes ao mesmo tempo: eles têm menos dinheiro, ganham abaixo do que têm, suas casas não estão aumentando de valor e a perspectiva de trabalhar mais para compensar o déficit tem esmaecido significativamente em um mercado de trabalho ruim.

“Teremos que aprender a lidar com muito menos coisas materiais”, diz Gary Snodgrass, um consultor de cuidados com a saúde de 63 anos em Placerville, Califórnia. A crise financeira, disse, reduziu em 40% suas economias com aposentadoria, e cerca de metade o valor de sua casa. Bancos, compradores de casas e emissores de dívida estão se beneficiando com as taxas de juro de curto prazo perto de zero que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) mantém para apoiar a recuperação. Mas para muitos dos 36 milhões de norte-americanos que vão fazer 65 anos na próxima década – e mesmo para os 45 milhões que têm outra década para avançar – a baixa rentabilidade dos juros dos títulos, combinado com um mercado volátil de ações, estão tornando um quadro ruim de aposentadoria ficar ainda pior.

Os prêmios baixos apresentam aos aposentados uma escolha difícil: ou aceitam a renda menor oferecida pelos títulos mais seguros, ou correm o risco de permanecer no mercado de ações. De qualquer forma, sua situação poderia colocar um amortecedor de longo prazo sobre os gastos dos consumidores que normalmente impulsionam o crescimento dos EUA. “Se essas taxas ficarem tão baixas como já estão, então muito mais pessoas vão sofrer”, diz Jack Van Derhei, diretor de pesquisa do Instituto de Benefícios ao Empregado.
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Espanha estuda aumento de impostos

A época em que se dizia que reduzir impostos era coisa de esquerdistas acabou há muito. Os aumentos são gerais na Europa – a crise assim obriga – e a Espanha, com uma carga fiscal menor e buraco considerável nas contas públicas, já começou a trilhar esse caminho. O governo acaba de aumentar o IVA (equivalente ao ICMS brasileiro) e recentemente retirou a dedução de 400 euros e aumentou o imposto sobre poupança, fumo e álcool; algumas comunidades já começaram a aumentar sua parcela de imposto de renda sobre a pessoa física (IRPF) dos mais ricos, e a isenção para a compra de habitação acaba este ano.

O governo está prestes a colocar ainda mais lenha na fogueira: o ministério da Fazenda prepara uma alta moderada do IRPF pago pela alta renda no próximo Orçamento. Pois se alguém tinha a menor dúvida sobre esta mudança na política fiscal (após anos de cortes de impostos com as legendas PP, oposição, e PSOE, governista), o número dois dos Socialistas e Ministro do Desenvolvimento, José Blanco, disse ontem à Europa Press que os impostos espanhóis são “muito baixos” e assinalou que teria que buscar formas para “aproximá-los” aos da média europeia. Em prata, haverá aumentos. E em breve.
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Recessão de duplo mergulho no Reino Unido é possibilidade

O britânico Alan Budd, que deixou o cargo de presidente do Instituto de Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês) na semana passada, disse que há um risco de a Grã-Bretanha deslizar de volta para a recessão. “Nossos gráficos mostram que é uma possibilidade”, disse Budd em uma entrevista ao programa “Today” da BBC Radio 4. “Para mim, não é o resultado mais provável – está mais para que a economia continue a crescer – mas não se pode descartar nada.”

Os cortes orçamentários propostos para conter o déficit recorde lançam dúvidas sobre as perspectivas para a economia do Reino Unido, que emergiu de sua pior recessão após a Segunda Guerra Mundial no quarto trimestre. Embora o crescimento tenha acelerado drasticamente entre abril e junho, as pesquisas sugerem que o ritmo de expansão esfriou em julho, em meio às preocupações com a dimensão do aperto fiscal que está sendo preparado.

Budd pediu cautela após os dados na semana passada mostrarem que a economia do Reino Unido adicionou mais trabalhadores no segundo trimestre do que em qualquer período comparável desde 1989. O aumento de 184 mil empregos levou o mercado para 29 milhões, um nível que a OBR não esperava alcançar até o final de 2012. “Assim, mais de dois anos antes da meta já estamos atingindo níveis muito elevados de emprego”, disse. “Até agora tudo bem, mas estes são os primeiros dias.” O OBR, que foi criado para proporcionar previsões independentes ao Tesouro, reduziu sua previsão de crescimento de 2011 de 2,6% para 2,3% em junho, depois que o chanceler do Tesouro (ministro das finanças) George Osborne delinear planos para acelerar o ritmo de redução do déficit. Ele espera que a economia cresça 1,2% este ano.
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Luis Nassif

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