Premiê grego diz que respeitará decisão de referendo

Enviado por Paulo F.

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Como 3% impactam o resto?. Ou a insistencia da UE em que o rabo abane o cachorro.

Obtida com a conivência de uma penca de consultores (especialmente alguns bancos de investimentos que naufragaram em 2008), a adesão ao Euro pela Grécia sempre foi uma realização mais política que econômica. Agora cinco anos após os sinais iniciais que algo não ia bem na economia grega (e na europeia também), sugou-se o que era possível da pequena nação ( 11 milhões de almas, menos do que se concentra na Grande São Paulo). Bancos franceses, alemães e congêneres temem mais por sua imagens e pelos gordos pagamentos dados aos seus executivos. Não gosta a banca ser vista como um viciado em jogo nas roletas de Monte Carlo. Afinal os aposentados alemães e franceses necessitam de um porto seguro para seu rico dinheirinho.

Enquanto isso o PM grego avisa: não vai ser o Armagedon, mesmo que não se chegue a um acordo bom para ambas as partes, afinal de contas a Grécia representa 3% do total da economia da Zona do Euro, mas Bruxelas com o beneplácito da Troika insiste que o o rabo deve abanar o cachorro.

Da Deutsche Welle

Tsipras: “Gregos sobreviverão sem programa de resgate”

Ante iminente calote, premiê grego garante que respeitará vontade da população em referendo, diz que não vai renunciar e trata saída da zona do euro como improvável. Em Atenas, milhares manifestam apoio ao governo.

Em entrevista à televisão estatal, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda-feira (29/06) que, caso os credores internacionais ofereçam um acordo, Atenas pagará suas dívidas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que vencem nesta terça-feira.

Tsipras disse ainda estar disposto a conversar com líderes europeus para salvar as negociações. “Meu telefone está ligado o dia todo. Quem quer que seja, eu sempre atendo as ligações”, afirmou o premiê grego, um dia antes do iminente calote de Atenas.

Além disso, respondendo às especulações de que ele renunciará caso os gregos votem a favor do avanço de um programa de austeridade no referendo de 5 de julho, Tsipras garantiu que o governo respeitará a decisão da população. Ele reiterou que, votando contra o programa de austeridade, o povo estará fortalecendo a posição de Atenas perante os credores.

“Vamos sobreviver e vamos escolher nosso futuro. Os gregos sobreviverão sem programa [de resgate]”, afirmou.

O premiê grego disse que o resultado do referendo sobre as propostas dos credores internacionais será implementado, qualquer que seja o desfecho da votação. Mas ele acrescentou: “Se o povo grego quer prosseguir com os planos de austeridade em perpetuidade, que vão nos deixar incapazes de levantar nossas cabeças, vamos respeitá-lo, mas não vamos ser nós que vão realizá-los.”

Protestos em Atenas

Tsipras, no entanto, rejeitou a possibilidade de um retorno do dracma. “Não acho que o plano deles [instituições europeias e credores] seja empurrar a Grécia para fora da zona do euro, cujos custos seriam enormes, mas sim acabar com as esperanças de que possa haver políticas diferentes na Europa”, disse o premiê.

Se por um lado o primeiro-ministro grego declarou que um pagamento da dívida de 1,6 bilhão de euros ao FMI ainda é possível antes do fim do prazo, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou que a Grécia dará o calote nesta terça-feira.

“A Grécia anunciou que não pagará ao FMI. Desta forma, qualquer pagamento futuro do FMI está descartado”, disse Schäuble num programa de entrevista do canal público alemão ARD, também nesta segunda-feira.

Também nesta segunda-feira, manifestantes voltaram a se reunir perto do Parlamento da Grécia e protestaram contra a União Europeia (UE) e o FMI. Aproximadamente 15 mil apoiadores do governo esquerdista de Tsipras participaram, na companhia de ministros do governo.

Os manifestantes pedem que Tsipras não aceite um acordo com os credores internacionais. “Tsipras é um de nós, uma pessoa comum. E existem pessoas que não gostam disso”, disse a aposentada Satroula Noutsou.

Segundo pesquisa deste fim de semana encomendada pela revista To Vima, 47% dos gregos são a favor das medidas de austeridade propostas pelos credores. Apenas 33% se opõem.

PV/afp/rtr/ap

Redação

3 Comentários

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  1. Não foi o Mario Draghi….

    Mas, não teria sido o Goldman Sachs, em operações de maquiagem das contas gregas la pelo ano de 2000, então, sob coordenação do seu executivo para operações internacionais, Mario Draghi, quem armou a bomba, consistente num emprestimo impagável no formato de SWAP, contratado com as devidas “briberizações”, bomba essa que veio a explodir espetacularmente em 2010?

    Não foi o mesmo Mario Draghi que agora veio a dirigir o BCE, apoiando a pressão da Troyka, cobrando o saneamento das contas que eles mesmos ajudaram a quebrar? Por que deveria o povo grego pagar pelas patranhas realizadas por bancos americanos e europeus por meio de corrupção das autoridades gregas há quinze anos atrás? O Tsypras está absolutamente correto. “Devo, não nego, pago, o quanto e QUANDO PUDER!!”

     

    CARTA MAIOR

    09/03/2012

    “Como o Goldman Sachs ajudou a quebrar a Grécia”

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Como-o-Goldman-Sachs-ajudou-a-quebrar-a-Grecia/6/24732

     

     

     

     

     

     

     

  2.  
    Exclusivo
      
    Tsipras

     

    Exclusivo

      

    Tsipras blefou, Merkel pagou para ver

    Alexis Tsipras deve cancelar o referendo deste domingo. Ele blefou e Angela Merkel pagou para ver.

    Fazer um acordo com Tsipras é ruim para a Europa, mas é bom para os gregos

  3. Há empresas que roubam para o

    Há empresas que roubam para o império para o qual trabalham. A Goldman Sachs é uma delas. O banco de negócios norteamericano encheu seus cofres com um botim de 600 milhões de euros (800 milhões de dólares) quando ajudou a Grécia a maquiar suas contas a fim de que este país preenchesse os requisitos para ingressar na zona do euro, a moeda única europeia. 

     A operação financeira foi astuta. O Tratado de Maastricht, da União Europeia, fixava requisitos rígidos para integrar o euro : nenhum membro da zona euro podia ter uma dívida superior a 60% do PIB e os déficitis públicos não podiam superar os 3%. Em junho de 2000, para ocultar o peso gigantesco da dívida grega, que era de 103% de seu PIB e obter assim a qualificação da Grécia para entrar no euro, Goldman Sachs bolou um plano : transportou a dívida grega de uma moeda a outra.  A transação consistiu em mudar a dívida que estava cotizada em dólares e em yens para euros, mas com base em uma taxa de câmbio fictícia. Assim se reduziu o endividamento grego e, com isso, a Grécia respeitou os critérios fixados pelo Tratado de Maastricht para ingressar no euro. Um detalhe complicou a maquiagem: o Goldman Sachs estabeleceu um contrato com a Grécia mediante o qual dissimulou o acerto sob a forma do que se conhece como um SWAP, um contrato de câmbio para os fluxos financeiros que equivale a uma espécie de crédito. O Goldman Sachs obteve apetitosos lucros nesta operação truculenta. No entanto, o banco de negócios norteamericano afirma em sua defesa que não fez nada de ilegal, que tudo o que foi realizado respeitava ao pé da letra as diretrizes do Eurostat, o organismo europeu de estatísticas.  No meio a esta grande mentira, há um personagem que hoje é central : trata-se de Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu e grande partidário de terminar de uma vez por todas com o modelo social europeu. Draghi é um homem do Goldman Sachs. Entre 2002 e 2005 foi vice-presidente do Goldman Sachs para a Europa e, por conseguinte, estava a par da falsificação de dados sobre as finanças públicas da Grécia. Foi o seu próprio banco que estruturou a falsificação. 

    Estes são trechos selecionados de um artigo da Carta Maior:

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Como-o-Goldman-Sachs-ajudou-a-quebrar-a-Grecia/6/24732

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