Ruína espanhola é a crise que o Brasil assiste de longe

Crise espanhola deixa metade dos jovens sem empregos, aumenta impostos,  elimina direitos trabalhistas e mesmo assim fuga de capitais já alcançou 200 bilhões de euros.  Receituário neoliberal asfixia espanhóis
 



Ninguém aguenta mais: a Espanha vai às ruas

Mais de 100 mil pessoas ocuparam a praça do Sol, em Madrid, na noite desta 5ª feira. Protestos tomaram outras 80 cidades da Espanha. As centrais sindicais exigem um plebiscito para definir o futuro da sociedade e da economia. As manifestações explodiram no mesmo dia em que o Congresso -dominado pela direita do PP – aprovou o novo pacote de arrocho ditado pela cúpula do euro à Madrid. O governo conservador de Mariano Rajoy já não comanda; o Palpacio de la Moncloa está sob intervenção direta dos homens de negro de Bruxelas que impõem medidas, fiscalizam políticas e fuçam as contas do Estado. 
 
Em troca de empréstimos para salvar os bancos, cuja primeira parcela de 30 bi foi liberada esta semana, o Eurogrupo determinou cortes adicionais da ordem de 65 bi no fragilizado tecido social espanhol. O pacote sancionado nesta 5ª feira impõe perdas salariais aos funcionários públicos, eleva impostos e retalha adicionalmente orçamentos essenciais e restringe o auxílio desemprego em meio a um quadro de reduçao epidêmica de vagas. Bombeiros aplaudiam manifestantes nas ruas de algumas cidades nesta 5ª feira –os homens do fogo também foram atingidos pelo incêndio neoliberal em que se transformou a Espanha. 
 
O sacrifício é visto como inútil até pelos economistas conservadores: a Espanha já quebrou. Ao alimentar a recessão com mais arrocho o governo sabota sua própria capacidade de obter receita e pagar contas…
 
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