Sobre a exploração do pré-sal e o Greenpeace

Do Vermelhos Não

De novo o Greenpeace: continuem pobres! 

“O governo brasileiro lambe os beiços desde a descoberta em 2007”.
Greenpeace, Point of no return, pag. 52 

A ong holandesa Greenpeace publicou o relatório Point of no return listando os vilões futuros do clima. Entre os quatorze projetos sujos incluiu a exploração de petróleo no Pré-sal brasileiro.

 

África, Brasil, China, Indonésia, Iraque, Venezuela e ex-repúblicas soviéticas da região do Mar Cáspio são os responsáveis por mais da metade dos futuros vilões do “clima”. 

Não vou perder tempo com a realidade brasileira, que todos conhecemos; com a necessidade da China em resgatar da miséria outro meio bilhão de seres humanos; com a pobreza das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central ou da Indonésia, e sobre a África é melhor não dizer nada.

A palavra pobreza (poverty) foi escrita apenas uma única vez nas 60 páginas do relatório, aquecimento global (global warming) 7 citações e mudança climática (climate change) aparece 74 vezes, isto é, em média, mais de uma vez por página. De acordo com a prioridade real dos ambientalistas. O quê dizer então das  dos seus consultores?

O início do fim do mundo provocado pelas energias sujas, segundo o Greenpeace, baseia-se nas previsões da consultoria Ecofys. A produtora dos dados do gráfico abaixo:

 

“A pesquisa do impacto dos projetos foi realizada por Ecofys, empresa de consultoria reconhecida por sua expertise em análise de políticas climáticas e soluções sustentáveis de energia.” 

Ecofys é uma subsidiária do grupo Eneco, uma empresa de energia basicamente renovável, que detém 100% das suas ações. Presta consultoria para o UNFCCC e empresas que desejam lucrar com a “economia verde”, tem entre os seus contratados 11 dos colaboradores do IPCC, quando este ganhou o prêmio Nobel em conjunto com o Al Gore. Ou seja, está tudo em casa. Nada aqui é independente.

Fico imaginando qual seria a reação da chamada mídia, e também da “comunidade científica”, se uma ONG cética sobre o aquecimento global antropogênico divulgasse um relatório tendo como base informações cedidas por subsidiária de  petroleira? Mesmo que esta fosse estatal como a Eneco.

Por Alexandre Araújo Costa

Mais uma vez, a teoria da conspiração que tem de tudo, menos fundamento na realidade. Para se ter uma idéia do quão absurdo é imaginar a rede tão bem articulada que o autor imagina e perceber que reais interesses econômicos estão em jogo, sugiro que leiam http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com.br/2013/01/confissao.html, de onde colocarei apenas um trecho aqui:

Segundo a Revista Science, o investimento global em pesquisa em 2011 chegou a 1,1 trilhão de dólares. Parece muito, mas isso é para todas as áreas do conhecimento humano (qual será, nesse contexto, a fatia que cabe à Ciência do Clima, que conta com uma comunidade pequena e bem menos recursos do que os vários ramos da Medicina, a Química Fina, a Engenharia de Materiais, etc.?). Por outro lado, a soma do faturamento conjunto da Shell, Exxon e BP ultrapassa 1,3 trilhão de dólares, equivalente ao PIB da Espanha. Se adicionarmos Chevron, Sinopec, China Petroleum, Conoco-Phillips e Total (todas do ramo do petróleo), passamos de 2,7 trilhões de dólares (acima do 5° PIB mundial, da França). Agregando as gigantes das termelétricas a carvão e gás (na China e Rússia respectivamente) State Grid e Gazprom mais a Toyota, a Volkswagen e a GM (apenas as três maiores gigantes do setor automobilístico) agrega-se mais 1 trilhão e, nas mãos de somente 13 empresas do ramo de combustíveis fósseis e automobilístico, ultrapassa-se o PIB alemão (o 4° maior do mundo). Quem é o Dr. Evil nessa história afinal, “baby”? 

O autor do texto poderia explicar também porque o Greenpeace e outras ONGs começaram a batalha contra esses 14 projetos precisamente nos países mais ricos e no Ártico? Só “manobra diversionista”? Vejamhttp://www.tarsandsaction.org/http://www.savethearctic.org/, http://act.350.org/letter/WA_CoalExport/. Fica cada vez mais evidente que esse tipo de texto, que nega a ciência, que introduz um sensacionalismo barato e uma desconfiança descabida em cientistas e no movimento ambientalista serve precisamente àqueles que têm interesse em que nada seja feito: a indústria de combustíveis fósseis, que constituem hoje o núcleo principal do capitalismo internacional.

Sim, pois esquece de dizer que os royalties brasileiros são ridiculamente baixos (15%), que a Petrobrás perdeu o monopólio (valeu por mais essa, FFHH) e que, como se vê no texto a seguir, é dos bancos, parasitas maiores de nossa economia, que temos chance de tirar o recurso necessário para erradicar de vez a pobreza em nosso País: http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com.br/2012/12/a-armadilha-dos-royalties-educacao-nao.html.

Continuem ricos, Shell, Exxon, BP, Chevron… Continuem ricos, Itaú, Bradesco…

Luis Nassif

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