Suzano investe US$ 1,3 bilhão na produção de biomassa

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30/07/10 – 00:00 > ENERGIA ELÉTRICA – SÃO PAULO –

O plano europeu que prevê o aumento dos investimentos em energia renovável até 2020 já tem reflexos no Brasil.

O impacto mais recente do novo cronograma de energia europeu foi anunciado ontem pela Suzano, tradicional fabricante de papel e celulose, que criou uma empresa  que produzirá pellets de madeira de eucalipto moída e prensada, para geradoras de energia elétrica na Europa.

O investimento previsto para criar a Suzano Energia Renovável é de US$ 1,3 bilhão para a construção de cinco unidades de produção. Esse investimento será dividido em duas fases e, a plena carga, terá capacidade de produzir 5 milhões de toneladas do combustível de biomassa, fato que levará a empresa a ser a maior do mundo no fornecimento desse material.

Segundo o planejamento da nova empresa, a primeira fase de implantação da companhia consumirá cerca de US$ 800 milhões, sendo que neste valor estão incluídas a aquisição de terras, a construção e operação de três unidades de produção, cada uma com capacidade de produzir um milhão de toneladas.

A previsão é que as fábricas iniciem a operação em 2013. Já a segunda fase, que levará o valor restante, deverá ficar para 2018 ou 2019.

A previsão da Suzano é de que a nova subsidiária gere uma receita líquida de US$ 500 milhões ao ano na primeira fase, no ano de 2014. Com essa receita, a empresa prevê investir na segunda fase o que reduz a alavancagem da companhia. Inicialmente, a Suzano afirma que estuda as mais diversas possibilidades de financiar esses investimentos e entre as alternativas estão a busca de recursos com bancos e até mesmo a abertura de capital, essa definição deverá ocorrer ainda este ano.

De acordo com André Dorf, que deixará o cargo de diretor executivo da Suzano Papel e Celulose para assumir a Suzano Energia Renovável, como seu principal executivo, a Região Nordeste é que ficará com as três primeiras fábricas da nova companhia. “As áreas já foram prospectadas e o processo de compra deverá ocorrer ainda este ano. Essa região tem nossa preferência em função da proximidade com importantes portos o que facilita o escoamento da produção, já que nossa meta é fornecer esse material para o continente europeu”, afirmou o executivo em coletiva à imprensa em São Paulo.

As negociações para a venda do produto ainda estão em curso, mas já há memorandos de entendimento com clientes que somam uma demanda futura de 2,7 milhões de toneladas, o que assegura a viabilidade do negócio. Segundo Dorf, se a Suzano não comercializar as 300 mil toneladas restantes com a Europa, o produto poderá ser facilmente vendido nos Estados Unidos ou mesmo no Brasil, onde, acredita o executivo, o custo pode ser competitivo ante as mais tradicionais fontes, como o bagaço de cana e o capim elefante.

Floresta de energia

O planejamento para entrar nessa área de negócios foi iniciado em 2008 com o experimento do que chamaram “floresta energética”. Essa floresta é composta de eucaliptos, é mais densa e o tempo de colheita fica entre dois e três anos, menos da metade do que se pratica para produzir celulose.

O presidente da unidade Papel e Celulose da empresa, Antônio Maciel Neto, que passará a acumular temporariamente o cargo ocupado por Dorf, explica que esse tempo reduzido para a colheita se dá em função da característica genética da árvore, que possui mais lignina do que fibras. “A lignina que é uma espécie de cola da árvore e é o que interessa para a produção de pellets, por isso, as árvores podem ser plantadas com um menor espaço entre elas, e a colheita ser feita em menor tempo”, explicou.

Os dois executivos ressaltaram que a Suzano não utilizará as plantas da unidade de Papel e Celulose para a produção. Essa atividade será feita por meio de florestas próprias e novas que serão plantadas após as aquisições de novas terras. Segundo Dorf, a estimativa de área necessária para a produção de um milhão de toneladas por ano é de 30 mil hectares. “Essa é a relação que a maior empresa do setor, a finlandesa Vapo, possui”, disse.

Apesar de a nova empresa ainda estar em processo inicial de implantação, Dorf já admite a possibilidade da Suzano Energia Renovável passar de fornecedora de combustível para geração de energia para ela própria tornar-se uma geradora de energia. “No futuro, há possibilidade disso acontecer”.

Sobre a venda de ativos da Fibria, Maciel disse que a Suzano não tem interesse na aquisição da unidade de papéis térmicos e que até o momento não recebeu nenhuma proposta da Fibria para comprar a Conpacel.

O plano europeu que prevê o aumento dos investimentos em energia renovável até 2020 já tem reflexos no Brasil. O impacto mais recente do novo cronograma de energia europeu foi anunciado ontem pela Suzano, tradicional fabricante de papel e celulose que criou uma empresa que produzirá pellets de madeira de eucalipto moída e prensada para geradoras de energia elétrica na Europa.

Redação

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