Temporada de balanços puxará semana da bolsa brasileira

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Diante de uma agenda com poucos eventos, o mercado financeiro brasileiro terá a terça-feira para acompanhar a divulgação de uma série de indicadores no mercado internacional e a continuidade dos resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre.

Entre os índices que devem chamar a atenção do mercado, estão os dados de crédito ao consumidor nos Estados Unidos e os indicadores da indústria na zona do euro, com destaque para Alemanha e França. “Acho que o mercado tende a olhar com lupa, principalmente depois da indicação de que a economia alemã está sentindo os efeitos da crise”, dizem os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores. “O mercado deve olhar esses dados como não olhava há alguns meses”.

Na agenda doméstica, serão divulgados os números de venda de veículos pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Contudo, a temporada de balanços financeiros referentes ao primeiro trimestre continua – cerca de 40 resultados devem ser divulgados durante os próximos dias. O destaque desta terça fica com os dados da Gerdau, o que pode animar o mercado conforme seu desempenho.

De acordo com Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, a semana em si não conta com grandes detalhes de agenda econômica. “Para nós, serão os resultados que vão mexer pontualmente nos papéis. Vamos depender do setor externo”.

A visão é compartilhada pelos analistas da Coinvalores. “No mais, a questão tende a ficar voltada para os resultados corporativos, que devem ser divulgados ao longo da semana”. Segundo Piagentini e Barbosa, não tem um grande destaque a ser acompanhado, uma vez que “o mercado tem visto o que tem sido entregue em termos de planos estratégico para enfrentar os períodos mais complicados”. Pelos resultados apresentados até o momento, o mercado tem recebido bem o planejamento da maioria das companhias, com foco em controle de custos e readequação operacional para se adequar a uma nova realidade.

Entre as companhias que vão divulgar resultado na semana, o mercado deve acompanhar com mais atenção a OGX. “Embora seja uma companhia que tenha um grande volume de negociações, não é por isso que ela vai ser determinante”, dizem os representantes da Coin. “Vai ser mais pelo fator surpresa de mercado do que por qualquer outra coisa. A Gerdau também tem peso, mas ela está mais precificada”.

Desta forma, pode-se esperar alguma volatilidade para o Ibovespa caso o resultado da empresa de petróleo de Eike Batista não fique dentro do que o mercado espera. Além de Gerdau e OGX, outros resultados que vão chamar a atenção no período são da Gol Linhas Aéreas, Suzano Papel e Celulose, BTG Pactual, BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), Braskem e Lojas Renner, entre outras.

Na agenda econômica, destaque para os dados de inflação brasileira – IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) –, além dos índices de produção industrial regional e os dados de emprego e salário industrial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os prognósticos para a produção agrícola também devem ser alvo de acompanhamento. No setor externo, o mercado deve acompanhar o discurso do presidente do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), Ben Bernanke, além dos dados referentes a inflação na China.

Nesta segunda-feira, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em queda de 0,10%, aos 55.429 pontos e um volume negociado de R$ 7,688 bilhões. O mercado repercutiu os dados abaixo das expectativas para os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) na zona do euro, além da falta de indicadores que pudessem sobrepujar esse quadro.

“Há duas semanas o mercado operava em alta, com expectativa de que o (Mario) Draghi (presidente do Banco Central Europeu) pudesse anunciar mais incentivos junto com o corte de juros, o que não aconteceu. Como a bolsa subiu forte, hoje os negócios foram mais fracos, mas nada excepcional”, diz Pedro Galdi.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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