Volume de vendas no varejo perde força em maio

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Índice do IBGE subiu 0,1% em maio – abaixo dos 0,8% apurados em abril; setor acumula crescimento de 1,8% no ano e queda de 0,4% em 12 meses

Foto: Eduardo Soares on Unsplash

As vendas no comércio varejista brasileira ficaram praticamente estáveis em maio, ao apresentar crescimento de 0,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, as vendas estão 6% acima do menor patamar dos últimos meses, que foi em dezembro de 2021. No ano, o varejo acumula crescimento de 1,8% e nos últimos 12 meses, queda de 0,4%.

“Este resultado mostra um cenário de estabilidade na passagem de abril para maio. Mas, apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes”, aponta o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

As vendas do setor em janeiro avançaram 2,3%. Desde então, o índice tem ficado positivo, mas em queda: 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril.

“Observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses”, diz Santos.

Resultados melhoraram em seis atividades

Seis das oito atividades pesquisas apresentaram taxas positivas, com destaque para Livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%).

Em termos de influência positiva, os destaques ficaram com Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e Tecidos, vestiário e calçados (3,5%). Pelo lado negativo, destaque para Móveis e eletrodomésticos (-3,0%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%).

Outros destaques são os setores que sofreram o impacto da inflação. Segundo o IBGE, houve um aumento de 0,4% na receita versus uma variação de 0,1% no volume, uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral.

Inflação impulsiona receita

O impacto inflacionário foi verificado com maior intensidade em setores como combustíveis e lubrificantes, onde a receita do setor subiu 3,5% entre abril e maio, enquanto o volume cresceu 2,1%.

Porém, o maior exemplo do impacto inflacionário foi visto no setor de supermercados, onde o crescimento do volume foi de 1% entre abril e maio, mas a receita aumentou 4,1% – ou seja, quatro vezes mais.

As duas atividades que integram o comércio varejista ampliado (veículos e materiais de construção) também foram afetadas pela inflação. Veículos e motos, partes e peças, apresentou variação de -0,2%, enquanto Material de Construção teve queda de 1,1% na passagem de abril para maio de 2022.

Segundo Santos, a perspectiva para todos os indicadores de varejo é de perda de ritmo.

“O indicador da margem sai de 2,4% em janeiro para 0,1% na passagem de abril para maio. O acumulado do comércio varejista cresce de 1,6% em março para 2,3% em abril e depois cai para 1,8% em maio, reduzindo a velocidade de crescimento no ano”, diz o gerente da pesquisa.

Entretanto, Santos destaca que o total de -0,4% acumulado em 12 meses é o primeiro resultado negativo desde setembro de 2017. “Nesse indicador, passamos por toda a pandemia com resultados positivos ou nulos como em maio, junho e julho de 2020. Mas não havia ocorrido taxa negativa”, conclui Santos.

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