Zona do Euro com previsão de recessão de 0,6% no fim do ano

Da Agência Financeira

S&P: recessão já este ano, Zona Euro cresce menos em 2013

Desalavancagem simultânea no setor público, privado e na banca colocam entraves ao crescimento

A Standard & Poor`s reviu esta segunda-feira em baixa as suas projeções para a Zona Euro. Esta agência de notação financeira norte-americana antecipa agora que os países do euro terminem 2012 com uma recessão de 0,6%. E 2013 será um ano de crescimento, mas menor do que o previsto – de apenas 0,4%.

«Os últimos indicadores económicos sugerem que a maioria das economias europeias está cada vez mais próxima da recessão e que os principais países da União Económica e Monetária europeia estão a ser cada vez mais afetados», lê-se num relatório publicado esta segunda-feira pela S&P, que é citado pela Lusa.Segundo a agência de rating, algumas das pressões ao desempenho económico da Zona Euro são provenientes de uma recuperação mais lenta que a esperada das economias emergentes, mas os problemas são essencialmente domésticos.

Os analistas da S&P fazem notar que a desalavancagem simultânea no setor público, privado e na banca estão a colocar entraves ao crescimento económico.

Este processo atingiu níveis diferentes nos diferentes países mas a agência espera que a desalavancagem «demore ainda vários anos ficar completa» e que este processo «aumenta a probabilidade de 2013 vir a ser mais um ano de crescimento muito fraco, na melhor das hipóteses».

A Standard & Poor`s diz ainda que os bancos estão a usar o financiamento do Banco Central Europeu para os seus próprios processos de desalavancagem ao invés de reconduzir essa liquidez para o setor privado, limitando assim a eficácia das medidas tomadas pelo BCE.

Para esta agência, os bancos começaram a ter cada vez maior relutância em emprestarem dinheiro entre si ao mesmo tempo que a regulação desencorajou os bancos com excedentes a tomar mais riscos. 

Esta situação prejudicou os bancos da periferia que se viram obrigados a pagar os seus empréstimos aos bancos do norte e ainda a continuar a financiar os défices externos dos seus países (Itália, Espanha, Grécia, Portugal). Tudo somado, o BCE teve de intervir e acabou por via indireta a financiar os défices externos dos países da periferia através dos seus empréstimos aos bancos.

Luis Nassif

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