De Santiago, Chile
Jornal GGN – Sem toque de queda e sem a nomenclatura do Estado de Emergência, o décimo dia de protestos no Chile não trouxe diferenças nos violentos enfrentamentos das forças de Segurança do país, com bombas de gás lacrimogêneo, disparos de balas de borracha e de armas e tanques com jatos de água tóxica contra milhares de chilenos que voltaram às ruas, nesta segunda-feira (28).
A convocatória divulgada nas redes sociais desta segunda chamava para protestar em frente ao Palácio da Moneda, aonde a população mostraria a sua reação sobre as saídas sugeridas pelo presidente Sebastián Piñera para a que se configura a maior crise social e política desde a ditadura no Chile. Pese a uma suposta “mudança” de gabinete, com 8 ministros sendo trocados, boa parte deles que já integravam o próprio governo e somente foram realocados, a população voltou massivamente às ruas, pelo 10º dia consecutivo.
Como todos os dias de manifestações desde o dia 19 de outubro, a população reivindicava mudanças significativas no sistema econômico do país e uma Assembleia Constituinte para a criação de uma nova Constituição. E também como todos os mesmos dias, os números de mortos, feridos, denúncias de torturas e prisões vêm aumentando.
A última atualização do Instituto Nacional de Direitos Humanos, que contabilizou até às 21h30 desta segunda (28), já são 1.132 pessoas feridas registradas em hospitais, 238 delas por armas de fogo, 38 por disparos de bala, 295 por balas de borracha e 127 que tiveram suas visões afetadas pelo gás lacrimogêneo. Um total de 3.535 pessoas já foram levadas presas pela polícia chilena, e as denúncias de violência sexual aumentaram para 18 no país.
Cenas da atuação da força policial no Chile foram captadas pelo repórter Victor Saavedra, da Carta Maior, em colaboração ao GGN:
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