Bolívia- Emergência: pelo menos quatro mortos em grave repressão contra manifestantes

Em Cochabamba a repressão aos manifestantes se transformou em verdadeiro banho de sangue, com quatro mortos, pelo menos, até o momento.

Jornal GGN – A situação na Bolívia piorou muito. Em Cochabamba a repressão aos manifestantes se transformou em verdadeiro banho de sangue, com quatro mortos, pelo menos, até o momento.

A população está usando as redes sociais para denunciar o massacre praticado por forças leais ao movimento golpista enquanto as autoridades locais fazem um cerco para evitar que se transmita ao mundo a forte repressão contra a população.

O jornalista Luis Leiria, do Esquerda Net, postou em sua rede social um relato sobre o cerco aos jornalistas correspondentes em Bolívia:

MORREU O QUE RESTAVA DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA BOLÍVIA | Preso ao noticiário da Bolívia desde domingo, fiquei algumas horas fascinado pelas reportagens do argentino Mariano Garcia, do canal Telefe, um extraordinário jornalista que dignifica a nossa profissão. Não o vi, mas sei que ele esteve em Santa Cruz de la Sierra,o bastião do fascista Camacho e depois veio para La Paz. Vi-o acompanhando as manifestações de El Alto, vi-o no meio dos combates de rua, tentando respirar sob o gás lacrimogénio, um trabalho feito com uma coragem pessoal que nunca vira antes. Vi-o a perguntar “na lata” ao Camacho: que responde aos que lhe chamam golpista?
Vi-o eu e viram-no os golpistas que decidiram acabar com a história. Uma pseudoministra da Comunicação do pseudogoverno autoproclamado ameaçou oficialmente acusar os jornalistas estrangeiros, em particular os argentinos, de sedição, nos termos do Código Penal. E ainda disse que tinha uma lista com os nomes de todos.
Quando voltou ao hotel, Mariano e seus camaradas da equipa foram informados de que alguém tinha quebrado as câmaras de vigilância na rua, que focavam a entrada do hotel, porque “vão vir para vos caçar”. Mariano, sua equipa e jornalistas de outros canais tiveram de se “barricar” até serem resgatados por uma operação de segurança organizada pela embaixada argentina, que os pôs em casas seguras.
E a cobertura terminou abruptamente. No Twiter, já corria solta a campanha contra o perigoso “gaúcho comunista”, uma campanha que visava tornar impossível ao jornalista fazer as coberturas de rua, aquilo, justamente, que faz melhor. A campanha teve sucesso, porque conseguiu pôr um fim às reportagens de Mariano e de outros companheiros jornalistas, por manifesta ausência de um mínimo de segurança. Mas mais uma vez se demonstrou que nada sobrou de liberdade de expressão na Bolívia, já que o autoproclamado governo se encarregou de lhe pôr fim.

Vídeos e relatos tomam conta das redes sociais:

 

 

 

Redação

9 Comentários

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  1. Bandidagem da direita “cristã e das familias (ou famiglias?) dos homens de bem”.
    Assassinos covardes, isto sim! Mas que não sobreviverão a verdadeira história.

  2. Da próxima vez talvez coloquemos a razão antes das emoções e rejeitemos deixar-nos enternecer por frank-sinatras, homem-na-Lua e outras contas de vidro colorido, perfumarias, que-tais. Já aprendemos: é esse o canal – o das emoções – por onde entram os bárbaros, assassinos e piratas…

  3. Fica a lição da Bolívia:
    1. Se a direita não ganha no voto, derruba o governo na marra;
    2. Se conquista o poder na marra, não vai exitar em usar a força para se manter…
    3. Essa direita não está disposta a negociar, não está disposta a ceder e vai enfiar o neoliberalismo goela a baixo à força, se necessário…
    4. Dos movimentos que eu vi, passando pela Grécia e França, nenhum governo cedeu em nada. só negociou botando água-fria na fervura…
    5. Essa direita se preparou muito bem usando redes sociais, pastores, judiciário, milícias, FFAA e a sempre onipresente nazista classe média;
    6. O que a esquerda ficou fazendo esses anos todos, enquanto os nazistas de organizavam?
    7. Será que a esquerda vai aprender dessa vez que COM A DIREITA NÃO SE NEGOCIA? A não ser para TRAÍ-LA…
    8. Esquerda latino-americana é infantil. Leu o “Pequeno Príncipe” ao invés do “Príncipe”. Acredita em “Paz e Amor”, quando o certo é usar o ódio para alimentar uma guerra de classes…
    Agora o resultado taí… Que o digam equatorianos, chilenos, bolivianos, brasileiros…

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