Capital do Acre prevê para esta segunda-feira maior cheia da história

Imagens das enchentes em Rio Branco, Brasiléia e Xapuri, no Acre

O rio Acre deve ultrapassar nesta segunda-feira cheia histórica de 17,66 metros, registrada em 1997. Na tarde de domingo o nível já alcançava 17,54 metros.

Apesar de a chuva ter dado trégua em Rio Branco nos últimos dias, ela é ainda forte na bacia do rio Acre.

O prefeito Marcus Viana decretou na manhã deste domingo estado de calamidade pública nas áreas afetadas da cidade pela enchente.

O rio já supera mais de 3 metros de transbordamento. Cerca de 1.500 famílias estão em abrigos. A prefeitura calcula que 14.300 residências foram atingidas pela enchente em Rio Branco, afetando mais de 50 mil pessoas – a população da capital acriana é de aproximadamente 350 mil habitantes.

Várias outras cidades do Estado também foram atingidas pela cheia histórica do rio Acre, como Brasiléia e Xapuri – nestes lugares as enchentes alcançaram quase 100% das cidades, mas agora as águas começaram a baixar; no entanto, o cenário é de destruição e há problemas de abastecimento.

A BR-364, único acesso rodoviário ao Acre, existem alagamentos, mas ela ainda não foi interditada. O problema nesse caso é por conta da cheia na bacia do rio Madeira, próximo à divisa com Rondônia – a Defesa Civil mantém equipe monitorando 24 horas o trecho. Ano passado a via chegou a ser fechada, na pior enchente na região, isolando o Acre.

Tarauacá, a 400 km da capital e banhada pelo rio de mesmo nome, teve várias enchentes este ano e espera nova cheia em março – no final do ano passado, o local sofreu uma das maiores enchentes registradas, alcançando mais de 70% da cidade.

Em Cruzeiro do Sul, segunda cidade do Acre, o rio Juruá já passou da cota de transbordamento. Outros municípios da bacia do Juruá no Estado sofreram corte de energia.

Sena Madureira, cidade importante do Acre localizada a 130 km de Rio Branco, o rio Iaco transbordou e no sábado o prefeito decretou situação de emergência.

Feijó, às margens do rio Envira, é outra cidade acriana com problemas de enchente este ano e o carnaval chegou a ser cancelado na localidade.

Os rios Acre, Taraucá, Iaco, Envira, além do Purus, são os cinco principais rios do Acre, cruzam o Estado e integram a grande bacia do Amazonas.

www.augustodiniz.com.br

Redação

3 Comentários

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  1. VCs que me desculpem…

    A população do Norte do país está acostumado as enchentes e chuvas excessivas.

    Aqui no sudeste é que o pessoal não está acostumado a seca. 

  2. Isto sim, que é produto do desmatamento! E como combater!

    Agora estamos frente a um problema que é característico de regiões que sofrem o desmatamento, a intensificação das cheias assim como das secas.

    Com a história dos Rios Aéreos que ainda não tem uma série histórica que comprove a influência do desmatamento e que talvez nunca seja provado exatamente pela diminuição de perda da floresta, poderemos começar a verificar uma verdadeira anomalia no clima da Amazônia.

    Com o corte da floresta não há uma interceptação das águas principalmente nas cabeceiras dos rios, onde há maior declividade e nesses locais por deficiência de infiltração pode-se prever dentro de uma ciência estabelecida há mais de um século a intensificação das cheias e secas nestas regiões.

    Porém, devido a características da bacia Amazônica de baixíssima declividade na sua maior parte, não é de se esperar que fenômenos de feedback positivo leve a diminuição da quantidade de água infiltrada na maior parte da bacia.

    Com declividades baixíssimas, toda esta água gerada e não acumulada nas regiões de alta e média declividade da bacia Amazônica quando chegarem nas regiões de baixa declividade a existência ou não de floresta não influência na infiltração, pois geograficamente os rios possuem uma declividade insignificante.

    A declividade do Rio Amazonas é difícil de determinar exatamente pela baixa declividade do mesmo, a diferença de declividade do Amazonas entre Manaus e Belém é modificada significativamente com as cheias, pois durante o período de estiagem a sua ordem de grandeza é ínfima. Também outros grandes rios da Bacia Amazônica possuem baixa declividade, logo durante a época de cheias em que imensas zonas da bacia ficam alagadas a infiltração independe da cobertura vegetal, podendo ser influenciada pela compactação do solo se nesta região for utilizada para pecuária intensiva (que não é adaptada para este fim).

    Há uma forma de evitar as grandes cheias e secas do Amazonas com duas ações, a recomposição da floresta, principalmente junto as margens dos rios nas cabeceiras do mesmo e outra que sofrerá muita resistência de determinados setores conservacionalistas, a construção de grandes reservatórios nas regiões degradadas e desmatadas que teriam vários fins. Estes reservatórios poderiam além de regularizar a vazão dos rios (diminuir as cheias e as secas) aumentar o comprimento dos trechos navegáveis tanto do Amazonas como dos seus tributários.

    A recomposição da floresta é uma ação de longo prazo, que mostrará os seus resultados em 20 ou 30 anos quando as árvores atingirem um porte razoável, note-se que este período é longo, porque as espécies a serem utilizadas devem ser nativas.

    A construção de barragens em áreas já degradadas aumentando o comprimento dos trechos navegáveis, permitiria ligar as regiões mais altas que já possuem uma produção de produtos vegetais e animais, um transporte destas cargas com baixíssimo consumo de combustível, cabe ressaltar que a eficiência energética do transporte hidroviário é em média 29 vezes maior do que o rodoviário. Enquanto em média o rodoviário tem um eficiência energética de 0,17 t/Hp o hidroviário tem 5,0 t/Hp (estes dados são valores médios, provavelmente na Amazônia por permitir comboios maiores a eficiência ainda suba mais)

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