Casa da Moeda é ocupada por funcionários contra privatização

Veja o que aconteceu na Alemanha, que privatizou a fabricação do dinheiro em 2000 e, em 2009, voltou atrás por insegurança monetária.

GABE DALAVIGNE/TWITTER

Jornal GGN – Os funcionários da Casa da Moeda ocupam, desde a tarde desta sexta, dia 10, a sede no Rio de Janeiro. O protesto é contra a retirada de direitos e o plano do governo Bolsonaro de privatizar a empresa. Cerca de 800 pessoas estavam na ocupação.

A Casa da Moeda tem cerca de 2 mil funcionários e, nos dois últimos planos de demissão voluntária lançados em 2019, 137 já aderiram. A estatal foi incluída na lista de Bolsonaro e Guedes no Plano Nacional de Desestatização, o que obriga os gestores a fazerem cortes e ajustes para deixar a venda mais palatável.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Casa da Moeda do Brasil, Aluizio Junior, em entrevista, discorreu sobre a narrativa do governo de que a privatização é necessária em função do prejuízo da empresa.

“Em 2017, o governo descontinuou o serviço de Sicobe, que controlava a produção dos envasadores de bebidas frias como a Coca-Cola, Ambev, Itaipava e Petrópolis, que representavam, naquele ano, 60% do faturamento bruto da Casa da Moeda. Então, o governo retira R$ 1,4 bilhão do faturamento da Casa da Moeda, fazendo com que no primeiro ano depois de 320 anos de existência da empresa, que a Casa da Moeda desse um prejuízo fabricado pelo próprio governo”, conta.

De acordo com o jornalista Marcelo Auler, a ocupação teve como estopim a entrevista do diretor de gestão da Casa da Moeda, Fabio Rito Barbosa, ao jornal GloboNews.

Manter a produção do próprio dinheiro é uma preocupação das maiores economias do planeta, discorre Rosely Rocha, da CUT, em reportagem. A preocupação fica sempre com a falsificação de moeda ou mesmo uma ‘enxurrada’ de dinheiro em circulação ou, é claro, a não entrega do dinheiro fabricado, opina Edson Francisco da Silva, do Sindicato Nacional dos Moedeiros.

Se colocarem mais do que o necessário, destrói a economia de um país, diz ele. Veja o que aconteceu na Alemanha, que privatizou a fabricação do dinheiro em 2000 e, em 2009, voltou atrás por insegurança monetária.

Com informações da RBA.

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Privatizar a produção do dinheiro e o controle do Banco Central por bancos privados.
    Se muitas pessoas tivessem noção do que isto significa…

  2. O presidente da Casa da Moeda disse que quer privatizar para tornar a empresa mais competitiva. Isso prova que os neoliberais são uns zumbis sem cérebro que só ficam repetindo os mantras que ouviram bos anos 90, A CASA DA MOEDA VAO COMPETIR COM QUEM, COMO O BITCOIN?!?

  3. Uma desculpa que deram para privatizar a casa da moeda era para deixar a empresa mais competitiva no mercado.
    Existi concorrência para fabricar moeda no Brasil?

  4. E triste ver a situação destes trabalhadores, mas não adianta protestar , mobilizar a sociedade, os políticos, a empresa será privatizada, já passei por isso , e podem esperar o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Corrreios, BNDES , serão privatizados. Mas algumas questões não podem ser esquecidas: em quem estes funcionários votaram? Quantos saíram em protesto de camiseta amarela? Quantos ainda gritam Mito, Mito? Quantos ainda adulam o tal de Moro? Sera que não sabiam que isto aconteceria? Será que não sabiam que a estabilidade de suas famílias estava em jogo? E agora adianta chorar? Boa sorte a todos, pois no mundo das empresas privadas funcionário público não vale nada.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador