CNBB diz que fala do papa sobre contraceptivo ainda não é norma

Jornal GGN – De acordo com o bispo Dom Leonardo Steiner, secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a fala do papa Francisco sobre a possibilidade de uso de contraceptivos durante o surto do zika vírus ainda não é uma norma católica.

Steiner disse que o papa “não nos deu norma, não dá indicações, mas observa a questão e mostra que contracepção não é crime, e sim um mal menor. O aborto, sim, o papa deixa claro que é crime. A CNBB está muito atenta ao que o papa diz”.

Na quinta-feira (18), Francisco disse que “evitar a gravidez não é um mal absoluto”. E deixou claro que há uma diferença moral entre abortar e prevenir uma gravidez.

Da Folha de S. Paulo

Fala de papa sobre contraceptivo ainda não é norma, diz CNBB

Por Rodrigo Russo

Ainda é preciso aguardar que a declaração do papa Francisco sobre a possibilidade de uso de contraceptivos diante do surto do vírus da zika no país se torne de fato norma católica. Essa é a avaliação de dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Apesar de a Igreja rejeitar historicamente métodos contraceptivos, Francisco afirmou nesta quinta-feira (18) que “evitar a gravidez não é um mal absoluto”. Ele deixou claro que há uma diferença moral entre abortar e prevenir uma gravidez. O vírus da zika em gestantes tem sido associado por estudos ao aumento dos casos de microcefalia (má-formação no cérebro de bebês).

Em entrevista à Folha nesta sexta (19), dom Leonardo afirmou que o papa “não nos deu norma, não dá indicações, mas observa a questão e mostra que contracepção não é crime, e sim um mal menor. O aborto, sim, o papa deixa claro que é crime. A CNBB está muito atenta ao que o papa diz”.

Para o secretário-geral da CNBB, a parte mais relevante das declarações de Francisco é o momento em que exorta a comunidade científica a fazer tudo para buscar vacinas contra os mosquitos que transmitem a doença.

“Essa é uma preocupação muito grande, e reforçar a pesquisa nos parece vital. Veja o caso do vírus ebola, em que houve união da comunidade internacional e logo foi desenvolvida uma vacina”, disse dom Leonardo. No Brasil, há 508 casos de microcefalia já confirmados desde outubro e 3.935 investigados, segundo o governo.

Dom Leonardo afirmou também que “temos insistido nas comunidades em que atuamos sobre a necessidade de ações de prevenção contra o mosquitoAedes aegypti. Temos que arregaçar as mangas”. O secretário-geral da CNBB destacou ainda a Campanha da Fraternidade deste ano: o acesso ao saneamento básico no país.

Redação

3 Comentários

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  1. doutrinárias

    “contracepção não é crime, e sim um mal menor.”

    Prazer sexual é coisa suja e do Capeta.

    É tão-somente admissível para fins reprodutivos e entre casais cuja união foi abençoada pela Igreja Católica Apostólica Romana.

    Está é a doutrina.

    É simples assim. Tudo mais é blábláblá.

    Falemos com todas as letras: o sacerdócio católico é uma enorme perversão.

    Querem perversão maior do que alguém abster-se de relações sexuais?

    Na verdade, padre saudável é aquele que vez em quando dá lá suas escapadinhas…

  2. Já é um progresso

    Mas vou além, contracepção, não é mal algum, e sim um bem.

    Num planeta com 7 bilhões de habitantes, onde nascem 3 crianças a cada segundo, onde a cada década aumentam 1 bilhão de habitantes, se a contracepção não for adotada, os recursos naturais mais cedo mais tarde serão esgotados.

    O que estava na bíblia foi mal interpretado pelas igreja.

    “Crescei e multiplicai-vos, enchei a Terra… notem bem, esta escrito encher a Terra, e não os ares, pois com arranhacéis cheios de gente estão enchendo os ares, a Terra já está cheia a muito tempo. Naturalmente, que até mesmo para um dogma, há limites. Não se pode encher infinitamente um lugar finito. Este é um pensamento lógico bem simples, e contra fatos, não há argumentos.

     

    O que está escrito na Bíblia com relação a crescimento populacional, servia para a época, mas hoje não seve mais numa Terra já super povoada. Hoje este dogma serve aos interesses de poder. As igrejas incentivam o crescimento populacionaL para terem mais adeptos, mais poder. Os políticos idem, mais eleitores. Os capitalistas, para terem mão de obra barata, pela lei da oferta e procura. Os militares, para terem mais soldados a disposição. Só interesses egoísticos, mas não deveriam envolver o nome Sagrado de Deus no meio disto tudo.

     

     

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