Entregadores por aplicativos param e pedem que clientes não façam pedidos  

Greve de 24 horas é contra bloqueios de entregadores que se recusam a fazer corridas mal pagas e contra o desrespeito à categoria, essencial especialmente nesta pandemia do novo coronavírus

ROBERTO PARIZZOTI

Entregadores de alimentação por aplicativo como IFood, Rappi e Uber realizam uma greve de 24 horas nesta quarta-feira (1º) por melhores condições de trabalho e renda. O protesto é contra os bloqueios feitos pelas empresas, quando algum deles se nega a fazer corridas que não compensam financeiramente, e também contra o desrespeito à categoria, que corre grande risco de contaminação pelo novo coronavírus (Covid 19), pois circula dia e noite em todos os locais, enquanto a maioria da população se isola para se proteger do vírus.

Os trabalhadores reivindicam aumento da taxa mínima por entrega, do valor pago por quilometragem e mais transparência sobre os repasses feitos diante as gorjetas pagas por clientes via aplicativo. De acordo com os entregadores,  as empresas diminuíram o valor repassado no período da pandemia, como confirmou pesquisa feita pela Unicamp.

O levantamento online mostrou que 68,9% dos entregadores tiveram queda de ganhos durante a pandemia. Os que ganhavam em torno de um salário mínimo (R$ 1.045,00) antes da pandemia eram 17%. Agora essa proporção dobrou (34%). Ou seja, 1/3 desses trabalhadores ganham até um salário mínimo por mês.

De acordo com organizadores da paralisação, cerca de 98% da categoria deve aderir ao protesto em todo o Brasil e muitos clientes prometeram apoiar não fazendo pedidos. Em vídeo, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, convocou todas as entidades filiadas a apoiar a organização da greve, mais do que justa contra a precarização.

Os entregadores também conquistaram importantes apoios internacionais, de entidades como a CSA e de trabalhadores de outros países, que também prometeram paralisar as atividades nesta quarta.

De acordo com Mineiro, um dos organizadores da greve, haverá paralisação em mais cinco países: Argentina, Austrália, China, México e Inglaterra.

“Conseguimos contatos com nossos parentes que moram no exterior e a corrente chegou até lá fora. Chegamos a nos reunir virtualmente com entregadores de outros países que prometeram também organizar paralisações na mesma data”, diz Mineiro.

Mineiro diz que não haverá manifestação nas ruas do Brasil e, sim, diálogo com quem quer trabalhar neste dia, “especialmente nos locais de maior movimentação de entregadores da Uber, Ifood, Rappi, Lalamove e Loggi, para que entendam que a luta é de todos”.

Além da baixa remuneração, os entregadores protestam contra a inexistência de direitos trabalhistas, a insegurança em caso de acidentes, doenças e mortes, assim como o dever de terem de arcar com toda a estrutura para o trabalho, como a manutenção de motos, dos aparelhos celulares e das bicicletas até a compra das bags (bolsas) que levam nas costas.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Todo apoio a luta dos companheiros e companheiras, força na luta!
    Feita esta saudação, vamos a algumas indagações;

    Faz décadas que uma categoria profissional não encontra tanto espaço na grande mídia para divulgar a sua causa. Afirmo isso de cátedra, pois fui dirigente sindical dos Correios, funcionário do Sind. dos bancários de São Paulo, da CUT Nacional e por fim do SINDSAUDESP.

    Desde a década de 90 que toda a grande mídia se fecha em copas contra as campanhas salariais de todas as categorias, mas principalmente as mais fragilizadas e quando se manifestam é para se colocar contra a greve, chamando seus dirigente de radicais, intolerantes e por aí vai.

    Já com esta categoria de trabalhadores expropriados tem havido uma ampla cobertura de toda a campanha com divulgação inclusive da data da greve. É quase um chamamento promovido por todos os portais e outros meios de comunicação da grade mídia.

    Qual o motivo, o que a move nesse apoio irrestrito? Não é falta de anúncio em seus veículos por parte das empresas, alias, só para comparar, e algum observatório deveria fazer isso, os metroviários também iam entrar em greve hoje; adiaram para dia 8. Quem ficou sabendo, por uma grande plataforma, dessa greve?

    Qual é o mistério?

    1. è que eu troquei de navegador, do google para o edge da microsoft e enviei a mensagem sem me cadastrar, depois que eu ví a falha e me cadastrei.
      Aliás, alguém mais aqui usando o edge, no meu note tá muito mais rápido que o google, principalmente para acessar o site do nassif.

  2. Todo apoio a luta dos companheiros e companheiras, força na luta!
    Feita esta saudação, vamos a algumas indagações;

    Faz décadas que uma categoria profissional não encontra tanto espaço na grande mídia para divulgar a sua causa. Afirmo isso de cátedra, pois fui dirigente sindical dos Correios, funcionário do Sind. dos bancários de São Paulo, da CUT Nacional e por fim do SINDSAUDESP.

    Desde a década de 90 que toda a grande mídia se fecha em copas contra as campanhas salariais de todas as categorias, mas principalmente as mais fragilizadas e quando se manifestam é para se colocar contra a greve, chamando seus dirigente de radicais, intolerantes e por aí vai.

    Já com esta categoria de trabalhadores expropriados tem havido uma ampla cobertura de toda a campanha com divulgação inclusive da data da greve. É quase um chamamento promovido por todos os portais e outros meios de comunicação da grade mídia.

    Qual o motivo, o que a move nesse apoio irrestrito? Não é falta de anúncio em seus veículos por parte das empresas, alias, só para comparar, e algum observatório deveria fazer isso, os metroviários também iam entrar em greve hoje; adiaram para dia 8. Quem ficou sabendo, por uma grande plataforma, dessa greve?

    Qual é o mistério?

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