Governo aumentará Forças Armadas em Roraima para controlar imigração

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: PR
 
Jornal GGN – Ainda que a crise migratória no estado de Roraima já vem sendo noticiada há anos, somente após o ataque a acampamentos de imigrantes venezuelanos, com violência e destruição do local, na cidade de Pacaraima no último sábado (18), é que o governo federal resolveu agir.
 
Após um assalto a um comerciante supostamente cometido por um venezuelano, moradores da cidade praticaram atos de violência e tentaram expulsar venezuelanos que viviam nas ruas, obrigando parte deles a atravessar a fronteira para voltar a seu país. Roupas e pertences dos imigrantes também foram queimados pelos brasileiros.
 
De acordo com um dos organizadores do tumulto, o vigilante Wandenberg Ribeiro Costa, cerca de mil moradores da cidade participaram dos atos, porque a cidade vivia uma insegurança causada pela imigração forçada na fronteira. O assalto ao comerciante teria sido o estopim para a revolta da população.
 
De acordo com dados divulgados pelos meios de comunicação, cerca de 500 venezuelanos atravessam a fronteira e entram pela cidade de Pacaraima todos os dias. Entre os atos de revolta e violência dos moradores, eles fizeram uma barricada de pneus ateando fogo, para impedir a passagem na BR-174, entrada da cidade, bloqueando o acesso pelos dois sentidos.
 
Os acampamentos também foram alvos dos ataques violentos, com a destruição dos locais onde ficavam os venezuelanos, de acordo com a FOrça-tarefa Logística Humanitária do Exército.
 
“Expulsamos todos os venezuelanos e vamos manter a entrada da cidade fechada até que tenhamos uma solução para o problema. Queremos que se tenha um controle rígido de entrada na fronteira e que seja estipulado um horário para circulação de pessoas que fazem compras em Pacaraima”, disse Costa, no sábado.
 

Moradores queimaram pertences de venezuelanos – Foto: Wendel Pereira do Vale/Arquivo pessoal
 
Somente após os ataques é que o presidente Michel Temer decidiu se reunir com ministros, neste último domingo (09), para avaliar a situação em Roraima. 
 
Participaram do encontro os ministros Joaquim Silva e Luna (Defesa), Raul Jungmann (Segurança Pública), Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional), Rossieli Soares (Educação), Moreira Franco (Minas e Energia), e o secretário-geral das Relações Exteriores, Marcos Galvão.
 
Após a reunião, o governo Temer decidiu enviar mais 120 militares da Força Nacional, 60 deles já embarcando hoje (20) para o Estado. Outros 36 voluntários da saúde para atendimento aos migrantes, em parceria com hospitais universitários, também serão enviados.
 
Ainda, em nota, o governo disse que, se precisar, irá empregar as Forças Armadas para controlar a imigração. “O Governo Federal continua em condições de empregar as Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem em Roraima. Por força de Lei, tal iniciativa depende da solicitação expressa da Senhora Governadora do Estado”, disse.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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