Governo do DF derruba espaço de candomblé filial da tradicional Casa do Caboclo; OAB aponta intolerância religiosa

"Nosso sagrado estava ali. Não podemos tirar nada, arrebentaram a cerca e, sumariamente, derrubaram tudo", diz presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB-DF

Jornal GGN – Por volta das 7h da manhã do dia 20 de maio, uma segunda-feira, o DF Legal (antiga Agência de Fiscalização-Agefis) derrubou a construção de uma filial do terreiro de candomblé Caboclo Boiadeiro, o centro mais antigo do Distrito Federal, fundado em 1975. As informações são do G1.

Segundo o jornal, o governo do DF alega que a área era pública e sofria de parcelamento irregular. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal apontou a ação como “um ato de intolerância religiosa” e está recorrendo para restituir o espaço ao grupo religioso.

“Nosso sagrado estava ali. Não podemos tirar nada, arrebentaram a cerca e, sumariamente, derrubaram tudo”, afirmou ao jornal a presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB-DF, Patricia Zapponi. Segundo ela, “louças, imagens e itens sagrados foram destruídos”.

“Foi um ato de intolerância religiosa. Têm várias construções à nossa volta, nenhuma foi derrubada, só a nossa”, completou.

Os responsáveis pelo local disseram que não receberam nenhuma notificação do governo do DF. O espaço, localizado no Lago Norte da capital, atendia em média 100 pessoas por sessão.

“Arrebentaram a cerca e começaram a derrubar a casa do lado de fora, sem procurar saber o que era”, contou o líder Américo Neves Filho, conhecido como Pai Lilico. Segundo ele, mesmo com documentos em mãos de pedidos que foram feitos para regularização do local, os fiscais “não pediram para ver” e iniciaram o processo de derrubada da construção.

Em nota, o DF Legal disse que o prédio onde funcionava o centro de candomblé era “recente e irregular” e ainda estava “sem identificação e tratava-se de parcelamento irregular de área pública”.

“O imóvel não possuía características de templo religioso e, sim, de moradia” disse em comunicado enviado ao G1. O órgão destacou ainda que “não necessitam de prévia notificação” para remoção de locais públicos.

Ainda segundo o órgão do DF, o governo recebeu uma denúncia de desmatamento em área de preservação ambiental onde estava a filial do terreiro Caboclo Boiadeiro. Na ocasião, a Agência de Desenvolvimento (Terracap) identificou a construção e pediu uma atitude do DF legal.

Entretanto, no ano passado, os responsáveis pelo terreiro já haviam entrado com pedido de regularização da área junto à Secretaria de Meio Ambiente e à Agricultura do DF, porque o lote fica próximo ao Córrego do Urubu. Para ler a reportagem do G1 na íntegra, clique aqui.

Redação

2 Comentários

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  1. já ouvi dizer por aí que é bom fazer ponto riscado para compensar alterações de energia local…
    senão, se usaram de maldade para destruir o local quem usou pode ser desviado do seu destino

    apesar de “encantados”, rudes alegres e cantantes, pisou na bola com a disciplina e respeito é tombo
    certo em qualquer destino, mesmo quando já marcado ou não

  2. recomendei porque gosto muito dos pontos riscados…
    quando perdido criança em Bangu das noites escuras brincava com muitos do céu e das toalhas de doces e adorava quando variavam…………………………………………o tempo que se mede entre aberto e fechado como céu e terra que nos prende
    foi por isso que ouvi dizer que são entradas que devemos cuidar compensar ou vigiar para que recentes não ocupem lugar dos antigos da humildade e da caridade

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