Jornal GGN – A jornalista Hildegard Angel joga luz sobre o desmonte das políticas de Memória e Justiça, com o aval de Jair Bolsonaro (sem partido), em entrevista ao Cai na Roda deste sábado, 26 de setembro, o programa de mulheres da redação do GGN no Youtube.
Para ela, a diferença entre os mecanismos de luta da direita e esquerda se opõe em uma queda de braço com cartas marcadas. “Esse empoderamento das pessoas erradas transformou o nosso país, para pior, em uma velocidade impensável e estou cansada. Cansada de me opor ao governo e de não haver instrumentos de confronto que sejam do mesmo nível, porque nós lutamos com a lógica, argumentos, diálogos, com fatos verdadeiros. Já eles têm como ferramentas a mentira, o desejo de poder, a mistificação e a violência. Então são forças desiguais… porque nós estamos no reino da inverdade”, dispara a jornalista sobre o governo atual.
Hildegard começou a vida como atriz mas, ainda aos 18 anos, se deparou com o colunismo social. Ao perder a mãe e estilista, Zuzu Angel, e o irmão militante, Sturt Angel Jones, para os anos de chumbo, se tornou marca da luta pelos direitos humanos e pela Memória e Justiça do país.
Em entrevista ao GGN, Hilde destaca que a maior falha do Brasil enquanto nação está no apagamento da história, no ato de omitir as novas gerações o passado obscuro protagonizado pelo regime militar.
“Não é fácil manter viva no Brasil uma memória, seja a memória de um herói, de um escritor, de um artista plástico, tem que haver suor, porque o estado não se interessa em construir a sua história, a sua memória… Não há preocupação em brindar o povo brasileiro com referências importantes e fundamentais para a construção da memória, história e caráter do povo. Qual é o grande exemplo que esse governo preza? o do [Carlos Alberto] Brilhante Ustra, [que ilustra] o único livro que Bolsonaro leu”, pontua.
Hildegard também aponta como a covardia dos poderes executivo e legislativo, além da politização do judiciário e a omissão da grande mídia, nas últimas décadas, refletem na conjuntura social atual.
“Não podemos responsabilizar o outro por ter medo, mas hoje vemos que esse medo que ficou latente ao longo das décadas. Esse medo tinha razão, tinha motivo de ser, porque hoje nós estamos [novamente] no governo militar. Mas se os governos ditos, se o governo de Fernando Henrique Cardoso, o governo Itamar, os governos do PT, tivessem tido a coragem de confrontar esses fatos reais, de confrontar a mentira com a realidade, a coragem de agir com transparência, de incluir isso na história da brasil. [No entanto], tudo isso foi suado”, desabafa.
Ao longo de uma hora, a jornalista conta a luta para o reconhecimento do assassinato de sua mãe, como a moda de Zuzu foi usada como instrumento de denúncia política nos anos 70, a inspiração da militância do irmão e mais. Assista.
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Participaram desta edição as jornalistas Lourdes Nassif, Tatiane Correia, Patrícia Faermann e Cintia Alves.
CAI NA RODA – Com novos episódios todos os sábados, agora a partir das 20h, o “Cai Na Roda” é um programa semanal de entrevistas realizado pelas jornalistas do GGN, com o intuito de dar voz e vez a mulheres de diversas áreas de conhecimento.
Já recebemos Manuela d’Ávilla, Ana Estela Haddad, Gleisi Hoffmann, Esther Solano, Letícia Sallorenzo, Laerte Coutinho, Tata Amaral, Cilene Victor, Eliara Santana e a ativista Paula Nunes.
Confira as últimas edições reunidas nesta playlist aqui.
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