Insegurança alimentar atingiu até quem tem renda, diz pesquisa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Redução da renda familiar levou a cortes inclusive em itens essenciais – o que levou muitas famílias ao quadro de insegurança alimentar leve

Jornal GGN – A pandemia de covid-19 reduziu a renda de diversas famílias, levando a cortes inclusive nas despesas essenciais. Esse foi justamente o grupo que apresentou maior proporção de insegurança alimentar leve – em torno de 40%.

“A crise econômica agravada pela pandemia está fazendo com que a insegurança alimentar se alastre inclusive entre os que não se encontram em condição de pobreza”, diz o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).

Mesmo com o impacto da pandemia entre famílias que tinham renda estável, a insegurança alimentar moderada e grave desaparece por completo em domicílios com renda familiar mensal acima de um salário-mínimo per capita: 0,0%.

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Por outro lado, as famílias que solicitaram e receberam parcelas do auxílio conviviam com alta proporção de insegurança alimentar moderada ou grave (28%), o que enfatiza a grande vulnerabilidade desse grupo.

“No que se refere à situação de trabalho da pessoa de referência dos domicílios, a ocorrência da fome foi quatro vezes superior entre aquelas com trabalho informal e seis vezes superior quando a pessoa estava desempregada”, diz o levantamento, ressaltando a necessidade de políticas de geração de emprego e renda como forma de erradicar a fome.

Os desafios para retirar famílias da fome são ainda maiores nos tempos de pandemia. Como aponta o levantamento, “o sucesso da garantia do direito humano à alimentação adequada, alcançado até 2013, foi progressivamente revertido a partir de 2014, e ganhou impulso negativo maior com o início da pandemia da Covid-19”.

“A escalada da fome durante a pandemia não é de responsabilidade de um vírus, mas de escolhas políticas de negação e da ausência de medidas efetivas de proteção social”, ressalta o relatório. A pesquisa que deu origem ao estudo, cuja íntegra pode ser vista abaixo, foi efetuada em 2.180 domicílios nas cinco regiões do país, em áreas urbanas e rurais, entre os dias 5 e 24 de dezembro de 2020.

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