Mais uma notícia falsa é desmentida pelo MST

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – No domingo, 5, e segunda, 6, uma enxurrada de notícias falsas alcançou as redes sociais, especulando que o MST havia se envolvido em uma invasão que acabou por destruir as instalações da fazenda Igarashi e Curitiba, no interior da Bahia. Além disso, alguns veículos de imprensa e sites amplificaram a mentira.

Segundo o MST da Bahia, que luta por desfazer mais esta notícia falsa, a desinformação foi insuflada pelo preconceito existe contra os trabalhadores Sem Terra e por aqueles que lutam por direitos, e denuncia a má apuração dos fatos ocorridos.

Leia a Nota na íntegra.

NOTA

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denuncia publicamente a má apuração dos fatos ocorrida por diversos veículos de comunicação a respeito da ocupação e manifestação de comunidades agrícolas nas fazendas Igarashi e Curitiba, nesta última quinta-feira (2), no distrito de Rosário, em Correntina, oeste do estado.

Várias manchetes apontam o MST como participante da ação, porém, enquanto organização popular, não há envolvimento nessa mobilização.  Mesmo assim, reiteramos que apoiamos as ações de denúncia ao agronegócio, principalmente quando existe um processo de privatização de recursos naturais e investimentos antipopulares, que neste caso, afeta diretamente as comunidades camponesas localizadas nas proximidades das fazendas.

Segundo relatos, o projeto de irrigação da Igarashi e Curitiba estão secando os rios Carinhanha, Corrente e Grande, além de provocar queda de energia na região. Essa situação não é diferente de diversas outras localidades no estado que sofrem com as ações de empresas nos territórios, que para garantir uma maior margem de lucro, não levam em consideração o impacto que tais iniciativas possuem ao meio ambiente e nas populações.

Paralelo a isso, não podemos esquecer que tais projetos cumprem o papel de esvaziar o campo, ao expulsar as comunidades de seu território a partir do processo de monopolização dos recursos hídricos. Isso se apresenta muito forte nas regiões do semiárido baiano, onde toda água dos afluentes são moedas troca compactuada com o Estado.

A luta pela terra e pela soberania dos povos é parte fundamental do projeto de sociedade que defendemos e nesse sentido, reafirmamos que os recursos naturais é um patrimônio de todas e todos e não devem ser usados para atender os interesses de uma sociedade segregadora, cujo objetivo é ampliar as desigualdades e a exploração do trabalho.

Seguiremos em Luta, até que todos sejamos livres!

06 de novembro de 2017.

Direção Estadual do MST na Bahia

Salvador – Bahia

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Não entendi…
    Não foi o MST

    Não entendi…

    Não foi o MST o responsável pela invasão a essas fazendas, mas o Movimento apoia o que ocorreu lá?

    Destruição de pivôs, tratores, casas, veículos das  fazendas, onde se produz  batata, cenoura, feijão, tomate, alho e cebola.

    Tudo em protesto contra  o seu novo sistema de irrigação,

    Hum… então, tá!

      1. De acordo com as licenças e

        De acordo com as licenças e outorgas concedidas, a coisa não é bem assim, não. Mas, ok, se acham esse proceder corrreto, vamos em frente. Lula vai adorar esse tipo de apoio…

    1. Cara de armação…

      Tudo é possível, tendo em vista o sucesso do governo da Bahia com o comando de Rui Costa. Ontem mesmo no Jornal da Band, muito sutilmente, já quiseram demonstrar que o governo estadual demorou a investigar!

  2. Não basta

    Apesar de importante, emitir esse tipo de nota não é suficiente, afinal só é lida pelos convertidos.

    O MST deveria entrar com notificação extrajudicial e, em seguida, com ação judicial contra os órgãos de notícias que associaram o nome do movimento ao evento de Correntina para que esses órgãos publicassem a nota no mesmo espaço e com o mesmo destaque com que foram publicadas as falsas notícias.

    Essa providência permitiria que a nota do MST fosse lida não só pelos seus simpatizantes, mas pelos seus adversários e outras pessoas que tiveram acesso às notícias com esse erro factual.

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