Marco temporal: STF transfere julgamento sobre terras indígenas

Análise foi adiada pela quarta vez em dois meses; mais de 6 mil indígenas de 176 povos seguem mobilizados em Brasília

Foto: Daniela Huberty/Comin – via APIB

Jornal GGN – O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou pela quarta vez em dois meses o início do julgamento sobre as demarcações das terras indígenas. Inicialmente programado para a sessão de hoje, o início do julgamento foi remanejado para amanhã.

A sessão de hoje do STF iniciou às 14h com a análise da ADI 6696, sobre a autonomia do Banco Central, primeiro item da pauta. Referindo-se a esta ação e ao Recurso Extraordinário do povo Xokleng, o presidente da Corte, Luiz Fux, afirmou que ambos os casos eram “muito importantes” e seriam votados, mesmo que não fosse possível concluí-los hoje.

“O STF hoje tem, nos itens um e dois, dois processos muito importantes para o nosso país, razão pela qual nós vamos julgá-los”, garantiu o presidente da Corte no início da sessão. “Esses processos são prioritários para hoje, para amanhã e para os dias subsequentes”, reforçou o ministro. A expectativa é que o julgamento sobre a demarcação de terras indígenas seja iniciado amanhã, após a finalização da análise da ação sobre o Banco Central.

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“Nosso processo em repercussão geral que tramita no STF e vai julgar a respeito da tese do Marco Temporal ainda continua pautado. É o segundo processo da pauta. Hoje, como vocês acompanharam, na frente do processo em repercussão geral, havia um outro processo no qual iniciou-se o julgamento, os ministros começaram a votar”, explica Samara Pataxó, coordenadora jurídica da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), em nota. “Assim que findar o julgamento desse primeiro processo, seja com pedido de vista ou julgamento final, é que se inicia o julgamento do nosso processo, no qual estarão todas e todos mobilizados para dizer não ao Marco Temporal”, destaca Samara Pataxó.

Enquanto isso, cerca de 6 mil indígenas de 176 povos originários seguem mobilizados no acampamento Luta pela Vida desde o dia 22 de agosto, na expectativa de que o processo seja finalmente votado, o STF reafirme os direitos constitucionais indígenas e afaste qualquer possibilidade de restrição ou reversão do que foi garantido pela Constituição Federal de 1988.

Redação

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