Minas Gerais lidera ranking de trabalho escravo no Brasil

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Dados divulgados nesta quarta (20) durante o lançamento da Campanha de Enfrentamento ao Trabalho Escravo ou Degradante, em Minas Gerais, aponta que o Estado lidera o ranking no país, com 91 pessoas em situação análoga à escravidão resgatadas em 2013.

No Brasil, o número total de trabalhadores tirados dessa condição degradante cresceu mais de 20% só no ano passado. No primeiro semestre de 2014, o volume de ocorrências se manteve e 421 pessoas foram libertadas em todo o território nacional.

Praticamente 50% das ocorrências foram verificadas na construção civil e em áreas urbanas, segundo reportagem do jornal Estado de Minas. “Os dados (…) apontam para novas modalidades do crime, já que a escravidão está se moldando às exigências do mercado”, informa o portal.

Mais de 50% dos trabalhadores resgatados no país trabalhavam nas cidades. Nelas, bolivianos, peruanos e haitianos também dividem com brasileiros o volume de ocorrências. Para o desembargador Emerson José Lage, “o trabalho escravo ou degradante não está restrito ao campo, mas avança em ritmo acelerado para as áreas urbanas”.

“O trabalho escravo atinge segmentos de pequeno a grande porte e, no geral, capta trabalhadores vulneráveis, extremamente pobres, sem acesso a escola e a serviços básicos, inclusive a programas do governo. Eles começaram a trabalhar com pouco mais de 11 anos”, reforça Antônio Carlos de Mello, representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na unidade de combate ao trabalho escravo. 

A reportagem completa está disponível aqui.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Por falar nisso …  por onde

    Por falar nisso …  por onde andam os feitores , ou melhor , os responsáveis pelas mortes dos fiscais do Ministério do Trabalho , em Unaí , MG ? … 

    1. Soltinhos, soltinhos.

      O Prefeito eleito pelo PSDB em 2004 – Anterio Mânica – e o irmão dele estão livres sem serem julgados em definitivo passados mais de 10 anos da Chacina de Unaí.

      Mas o importante é que o “mentirão” foi julgado e acabou a impunidade no Brasil.

      A ficha eleitoral – não é a “capivara” – do Antério Mânica em 2014  aponta que o Vice dela na chapa para a Prefeitura era o Branquinho.

      Dá uma olhada: http://noticias.uol.com.br/politica/politicos-brasil/2008/prefeito/15031955-anterio-manica.jhtm

      Sei que mineiro gosta muito de “branquinha” – aliás o Rei da Branquinha de Salinas está preso acusado de pedofilia. Mas de branquinho… Deixa pra lá. Parece piada pronta.

  2. Trabalho escravo?

    Pergunta aos professores Mineiros de contratos anuais se eles se acham escravos? muitos vão dizer que são colaboradores dos senhores, e passam isso para seus alunos.

  3. Liberdade ainda que tardia.

    Oh, Minas Gerais! O que andaram fazendo contigo, Minas Gerais!

    Terra da Liberdade, ainda que tardia. Minas Gerais, andam aprisionando teus filhos e os filhos do mundo.

    Liberte-os do jugo opressor de teus poderosos: a Corte de Minas Gerais que abusa do povo, Minas Gerais!

    Minas é muito mais que isso.

  4. “Nelas, bolivianos, peruanos

    “Nelas, bolivianos, peruanos e haitianos” faltou Cubanos do mais médicos.

    O governo federal importa mão de obra barata de uma empresa multinacional terceirizando e precarizando o trabalho na saúde e ainda retêm o salário do empregado.

    É ou não é trabalho análogo a escravidão.

  5. Não é possível!
    Logo no

    Não é possível!

    Logo no estado do famoso choque de gestão, do famoso governador candidato a presidência.

    Os petralhas devem estar contando entre os trabalhadores escravos os médicos cubanos, ou estarão na contagem os professores de Minas?

  6. Voltemos à Claudio

    Publicado no site entrefatos.com.br

     

    Fazenda de tio de Aécio já foi flagrada com trabalho análogo à escravidão

    Oitenta trabalhadores em destilaria da família Tolentino foram resgatados, em 2009, em área ao lado do aeroporto construído por Aécio

    23 de julho – 16:37

    Redação Entrefatos

     

    Múcio Guimarães Tolentino, 88 anos, é tio-avô de Aécio Neves. Ex-prefeito da cidade de Cláudio, no interior de Minas Gerais, é dono da fazenda Santa Isabel, que o governo mineiro, em 2010 – então sob a gestão do sobrinho -, escolheu desapropriar uma parcela para construir um aeroporto a um custo de R$ 14 milhões. Segundo a Folha de S.Paulo publicou, o acesso à pista, embora seja pública, é controlado pela família Tolentino.

     

    O caso revelado até agora pela “Folha” já demonstra que Cláudio pode ser um grande problema para a campanha de Aécio Neves, mas a “ficha corrida” da fazenda Santa Isabel e as relações entre os Tolentino e o ex-governador do Estado trazem outros elementos, que rescendem a uma mistura entre o público e o privado e remontam a tristes lembranças da herança escravocrata que ajudou a consolidar relações de poder no estado mineiro.

     

     

    Tranquilo: Aécio, ontem (22), quando disse que construção do aeroporto foi legal e usou pareceres de ex-ministros do STF (Foto: OBritoNews)

    Tranquilo: Aécio, ontem (22), quando disse que construção do aeroporto foi legal e usou pareceres de ex-ministros do STF (Foto: OBritoNews)

    Apoio à família

    Em 2005, a Destilaria Alpha, que tinha como representante legal Marcelo de Campos Tolentino, contou com apoio direto do governador para reativar sua atividade industrial de produção de álcool combustível. Consta do Diário Oficial do Estado de Minas, em 28 de setembro de 2005, protocolo de intenções entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais com assinatura do próprio governador Aécio Neves, que previa “viabilizar a reativação da Alpha, de sua unidade industrial localizada no município de Cláudio (MG), destinada à produção de álcool combustível hidratado”.

    O documento previa a possibilidade de empréstimos à Destilaria Alpha. O representante legal da empresa foi Marcelo de Campos Tolentino, que embora com telefone e residência na capital Belo Horizonte, tem raízes na cidade de Cláudio. O empresário já contribuiu com campanha eleitoral de Aécio, tendo doado R$ 1 mil na sua primeira eleição para governador, em 2002. Já Marina Tolentino ocupou o cargo de diretora financeira na Alpha Destilaria.

     

    Ministério flagra trabalho análogo à escravidão

    Quatro anos depois, a mesma empresa que fora reativada com a ajuda do governador, foi flagrada com trabalhadores em situação análoga à escravidão. Fiscalização do MTE resgatou 80 deles nas fazendas Santa Isabel e Santo Antônio. A notícia, à época, não ganhou as manchetes dos jornais.

     

    Texto que foi publicado no Diário Oficial de MG em 2005 (Reprodução)

    Texto que foi publicado no Diário Oficial de MG em 2005 (Reprodução)

    Em junho de 2013, a Alpha passou a figurar no cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à de escravo, a chamada “lista suja” do Ministério do Trabalho. Fazer parte dessa lista impede, por exemplo, que empresas contratem empréstimos junto a bancos públicos federais ou que possam fornecer produtos para mais de 400 empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, com a Petrobras.

     

     

     

     

     

     

    Clique aqui e veja compilação do Repórter Brasil com a “Lista Suja do trabalho escravo”.

     

     

    Imagem de satélite mostra onde MP fez fiscalização de trabalho escravo (na seta) e o aeroporto construído com dinheiro público, em cinza (Reprodução/Google)

    Imagem de satélite mostra onde MP fez fiscalização de trabalho escravo (na seta) e o aeroporto construído com dinheiro público, em cinza (Reprodução/Google)

    Cachaça envelhecida na fazenda da Mata, o “palácio de Versalhes” de Aécio

    Nem só de álcool vive o emaranhado político-econômico dos Tolentino. Além de outras atividades que demonstram como Cláudio tem no clã uma de suas famílias mais poderosas (com ex-prefeitos, vereadores, deputados e até um governador no seu histórico de relações com o poder), os Tolentino produzem a cachaça Mingote, que tem como sócio Tancredo Tolentino, filho de Múcio.

    Tancredo Tolentino, o “Kedo”, primo de Aécio, foi acusado de integrar uma quadrilha de venda de decisões judiciais, desbaratada pela Polícia Federal em 2011. Foi acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa. Apesar de tal retrospecto – ou por conta disso, já que ocupando cargo público poderia ter mais facilidade de enfrentar ações judiciais – Kedo  também já tentou ser candidato a prefeito da cidade, e teve seu registro impugnado.

    Outro Tolentino que parece ligado ao negócio de álcool e cana-de-açúcar é Claudio Tolentino, vereador na cidade.  Um telefone em nome da Destilaria Alpha remete a seu escritório.

    (Reprodução/www.mingote.com.br)

    (Reprodução/www.mingote.com.br)

     

    A cachaça Mingote, cujo nome legal é “Tolentino & Tolentino LTDA.”, já assinou Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho por empregar menores de idade, em 2011.

    Segundo divulgado em fóruns e sites do mercado de cachaça artesanal (clique aqui e aqui e veja dois exemplos), a Mingote – ou apenas uma parte de sua produção – é envelhecida na fazenda da Mata, na qual Aécio passa finais de semana e onde mantém o cavalo Ofegante e um fusca azul 1964.

    A história da produção em Cláudio começou, segundo os Tolentino informam no site da cachaça Mingote, com um engenho na própria fazenda da Mata, no século XIX quando os irmãos “Quinca Barão” (Joaquim da Silva Guimarães) e Domingos da Silva Guimarães, o “Mingote” deram início à ocupação e desenvolvimento de Cláudio.

     

     

    Aécio na fazenda da Mata (Foto: Reprodução/Instagram)

    Aécio na fazenda da Mata (Foto: Reprodução/Instagram)

    Leia mais:

    * Fazenda da Mata, que Aécio tentou dizer que não é sua, já foi chamada pelo tucano de “meu Palácio de Versalhes”

    * Empresa que construiu aeroporto em Cláudio (MG) já doou para campanhas eleitorais de Aécio

    * Empreiteiras de programa de aeroportos do governo mineiro já deram mais de R$ 1 mi a campanhas do senador tucano

    * Tijolaço: Aécio conquistou fortuna a partir de terras públicas

    * PT processa Aécio Neves por peculato e prevaricação

    * Na Revista Época: Aécio e a cachaça Mingote

    * Aécio Neves mostra pareceres de ex-ministros do STF dizendo que aeroporto em terreno que pertenceu a parente não tem ilegalidade

    A pinga da família de Aécio Neves é tradicional, e o senador, ao que tudo indica, um entusiasta.  Ele é um garoto-propaganda da cachaça Mingote, produzida por Tancredo, Múcio e outros Tolentinos. No site da empresa, mostra-se o desvelo com a versão “Governador’, “cachaça não-comercializada, reserva pessoal, estocada em tonel de amendoim e registrada em homenagem ao ex-governador Aécio Neves”. Segundo informam os donos da cachaça Mingote, a versão Governador é usada para “presentear amigos e visitantes de outras regiões e do exterior”, sendo engarrafada “em louça de primeira qualidade”.

     Aécio e "Kedo" Tolentino, filho de Múcio, dono da fazenda onde  foi construído aeroporto (Foto: Reprodução/www.mingote.com.br)

    Aécio e “Kêdo” Tolentino, filho de Múcio, dono da fazenda onde foi construído aeroporto (Foto: Reprodução/www.mingote.com.br)

    Múcio, o “Paca”, tem também a versão em sua homenagem, embora com menos refinamento. “Cachaça com dois anos de descanso em Jequitiba, suave com pouca coloração”, afirma a família Tolentino na descrição do produto.

    Há também a versão do Cruzeiro, clube que tinha como presidente Zezé Perrella, aliado de Aécio Neves. Zezé é aquele cuja família teve um helicóptero apreendido com 400 quilos de cocaína em novembro do ano passado.

     

    (Reprodução/www.mingote.com.br)

    A cachaça Azulzinha, em homenagem ao E.C. Cruzeiro (Reprodução/www.mingote.com.br)

     

     

    Escrito por: Redação

     

  7. E, para não ser injusto,

    E, para não ser injusto, quero lembrar que a fazenda do titio deu sua contribuiçãozinha para tão elevada posição. Seria interessante também saber a posição de Minas no ranking tecnológico de tráfico de drogas, pois pelas últimas notícias trazidas pelo PIG, aqui o tráfico de coca já está sendo feito através de teletransporte, como em Startrek, sem necessidade de aeronave, piloto, pousos e decolagens para abastecimento e intermediários. Mais detalhes você pode obter no site da PF ou do tribunal de justiça do RJ.

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