Foto: MST
Jornal GGN – Em continuidade às mobilizações realizadas ontem, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupam áreas ligadas a Eike Batista, ao ex-ministro Henrique Eduardo Alves, e também a sede da Justiça Federal no Maranhão.
Na madrugada de hoje (26), 200 famílias ocuparam um complexo de fazendas em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), que fazem parte da empresa MMX, de Eike Batista.
O movimento afirma que as terras estão abandonadas e que sofreram degradação ambiental em razão da exploração mineral desordenada, o que pode afetar o abastecimento de água na região de BH. O MST pede que os órgãos responsáveis fiscalizem a área, e afirma que os crimes ambientais fazem parte de uma “lista extensa” de delitos do empresário.
Desde março, outras 600 famílias ocupam a fazenda Santa Terezinha, também de propriedade de Eike Batista, na cidade de Itatiaiuçu, também em Minas Gerais.
No Maranhão, em torno de 900 trabalhadores ocupam a sede da Justiça Federal, em São Luís. Além do MST, participam da mobilização a Frente Povo Sem Medo, a Frente Brasil Popular e a Fetaema.
Henrique Eduardo Alves
No noite de ontem, os militantes do MST ocuparam o Projeto Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi, articulado pelo ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB), preso em junho pela Polícia Federal em um desdobramento da Operação Lava Jato.
Chamado de “Projeto da Morte”, o Perímetro Irrigado fica na Chapada do Apodi, no Rio Grande do Norte e foi resultado de uma articulação do ex-ministro junto à bancada ruralista do Congresso.
O MST quer que as terras desapropriadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DENOCS) sejam destinada para a reforma agrária e para construção de um modelo de agricultura familiar.
“A construção dessa obra tem impactado diretamente a região, reconcentrando de forma autoritária e ilegal as comunidades rurais e as áreas de assentamentos, sem indenização justa, expulsando as famílias do campo para viverem nas periferias das cidades, em detrimento da instalação das empresas do agronegócio”, afirma o MST.
O movimento também diz que estudos de impacto ambiental apontam a falta de viabilidade técnica do Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi, já que a água existente só faria o projeto viável durante cinco anos.
Nesta semana, o MST também ocupou propriedades ligadas ao presidente Michel Temer, ao ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e de Blairo Maggi, ministro da Agricultura.
As mobilizações fazem parte da Jornal Nacional de Lutas “Corruptos Devolvam Nossas Terras”, que pede que áreas relacionadas a pessoas envolvidas com corrupção sejam destinadas para a reforma agrária. Além disso, o MST também pede pela saída de Temer e pela realização de eleições diretas.
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Resistência
Pelo menos uma parcela dos brasileiros – uma percela organizada – está reagindo à barbárie.
Nada mais justo. Não há
Nada mais justo. Não há nenhuma ilicitude na ação do MST.
Há completa ilicitude, fazer
Há completa ilicitude, fazer justiça ou aquilo que alguem acha justiça, com as proprias mãos é o sinal da barbarie.
Fora do Estado de Direito não há salvação para um grande e complexo Pais.