‘Nossa disposição é marchar para a Paulista’, diz Boulos

Vice-presidente do PT afirma que com uma possível condenação no TRF-4 o “ânimo de mobilização será intensificado”.
 

 

Jornal GGN – A Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo devem manter nesta quarta-feira (24) a realização de uma marcha partindo da Praça da República, no centro de São Paulo, em direção a Av. Paulista. A concentração está marcada para as 17 horas e terminará com caminhada democrática ao longo da Av. Paulista com o objetivo de mostrar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à sua candidatura nos processos eleitorais deste ano. 

 

Na última sexta-feira (19) o juiz Antonio Augusto Galvão de França, da 3ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo negou o pedido da Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras do ato, de realizar a marcha. A Secretaria de Segurança de São Paulo também vetou o ato. 

 

Mesmo assim, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, defendeu o direito a marcha. “Não tem o menor sentido de impedir uma manifestação popular na avenida Paulista. Qual o motivo? Qual base legal? Não tem. Por isso, nossa disposição é marchar para a Paulista após a concentração na Praça da República”, disse hoje à Folha de S.Paulo.

 

Boulos participou de atos realizados desde segunda-feria (22) em Porto Alegre onde acontece hoje o julgamento de apelação do ex-presidente no Tribunal Regional Federal 4ª Região. Horas antes de partir para São Paulo declarou que a realização da marcha prevista para está quarta-feira irá ser discutida com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que organizam o ato, mas “a posição do MTST é sim ir para a Paulista e esperamos que o governo tenha o bom senso de não desrespeitar nosso direito de manifestação”, comentou.

 

Sobre o risco de confronto, Boulos rebateu que estarão “no direito de livre manifestação, respaldados pela Constituição”. Também à Folha, o deputado e vice-presidente do PT, Paulo Teixeira (SP), disse que com uma possível condenação no TRF-4 o “ânimo de mobilização será intensificado”.

 

“Isso é ataque à democracia e à Constituição. Vamos aprofundar a mobilização na sociedade”, completou. E sobre o risco de enfrentamento nas ruas, lembrou que o mesmo estava sendo aguardado hoje em Porto Alegre, entretanto nas manifestações correm pacíficas. 

 

Na semana passada as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo tomaram a iniciativa de procurar o Estado do Rio Grande do Sul avisando que estabeleceram um esquema próprio de segurança dos espaços públicos durante os atos de protesto, diante da preocupação de confronto ou destruição do patrimônio público.  

 

Em entrevista ao R7, Vitalina Gonçalves, da comissão operativa da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul declarou: “Os próprios movimentos tomaram essa iniciativa. Nós nunca depredamos patrimônio público ou privado e queremos garantir nosso direito de manifestar nossas opiniões. Avisamos as autoridades que estaremos trabalhando com segurança militante somada às garantias dadas pelo Estado”.