O alto preço pago pelas crianças vítimas de conflitos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A representante do Secretário Geral para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui, pediu hoje ao Conselho de Segurança da ONU que coloque as crianças no centro de todas as decisões relacionadas com a paz e a segurança.

Durante um debate aberto sobre este assunto, Zerrougui assinalou que, na maioria dos conflitos, as crianças são um alvo e são utilizadas com este propósito, e são vítimas em suas casas, nas escolas, nos hospitais e até mesmo quando elas tentam fugir.

“Por tudo isso, nós e também o mundo, espera tanto do Conselho de Segurança. É por isso que este órgão pode e deve colocar as crianças no centro de todas e de cada uma das ações que tome relativas à paz e à segurança, desde acordos de paz, até o envio de missões e responsabilidades por crimes”, declarou Zerrougui.

Durante sua intervenção, destacou que mais de quinhentas crianças palestinas perderam a vida na última ofensiva israelense em Gaza e mais de 3 mil ficaram feridas ou mutiladas, a maioria menores de 12 anos.

Também lembrou das atrocidades do grupo radical Estado Islâmico, no Iraque e Síria, que utiliza menores como combatentes e, inclusive, como terroristas suicidas, ou de Boko Haram, cujos ataques a escolas causaram em 2013 a morte uma centena de crianças e de 70 professores, e a isto se somam os sequestros de mais de 200 meninas no noroeste do país.

Zerrougui afirmou que esses conflitos e os que têm lugar na Síria, na República Centro-Africana, Líbia ou Sudão do Sul, entre outros, são lugares, são exemplos de graves violações dos direitos das crianças e instou a acabar com a impunidade desses crimes.

A representante da ONU pediu que se inclua a questão das crianças vítimas de conflitos nos processos e acordos de paz, pois eles são o futuro da sociedade.

“Uma paz duradoura nunca será alcançada sem dar aos menores os meios, a capacidade e a educação para que a sociedade e as instituições afetadas por um conflito se recuperem”, afirmou.

Durante a sessão, também fizeram intervenções o responsável pelas Operações de Manutenção da Paz, da ONU, Hervé Ladsous; a diretora executiva adjunta da UNICEF, Yoka Brandt; e o ator Forest Whitaker, enviado especial da UNESCO para Paz e Reconciliação, entre outros.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. Parece que nós brasileiros

    Parece que nós brasileiros gostamos de olhar o que acontece distante de nós e esquecer o que nos rodeia. A situação de milhoes de crianças em nosso país é similar ou pior do que as crianças palestinas. As nossas aparecem nas imagens de tv esfarrapadas, desnutridas – agora menos depois do Bolsa Familia – e com cara de sofrimento. Enquanto as crianças palestinas aparecem sempre bem vestidas e vemos que não sofrem de desnutrição. Isto sem mencionar as milhões de crianças que ficam órfãos no Brasil porque seus pais foram vitimas de assalto, seguido de morte (e seus autores continuam impunes o que leva a mais pessoas entrarem no mundo do crime) ou vitimas de nosso transito maluco que causa tanta morte e seus autores continuam impunes.

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