O Ataque dos Clones, por Jean Pierre Chauvin

O Ataque dos Clones, por Jean Pierre Chauvin

O dia de ontem não pode ser desprezado, quando se escreverem histórias sobre a neocolônia Brasil daqui a sei lá quantos anos.

25 de outubro amanheceu com um susto: Lourdes Nassif postou mensagem de alerta nas redes sociais sobre um ataque ao portal do GGN. Àquela altura, eram umas 7h da manhã, antes de entrar em aula, pensei: “ah, eles vão dar jeito; assim como fizeram, pode ser desfeito”.

A jornada prosseguiu. Aula, reunião, emissão de pareceres, lançamento de livro, volta para casa. Só hoje cedo, 26, ocorreu-me averiguar se o ataque dos robozinhos fascistoides teria deixado sequelas. Pelo visto, sim. Das dezenas de crônicas que postei no GGN, desde o início do ano, só restaram duas.

Corri (modo de falar) para falar com a Lourdes. Disse-me que a equipe do portal deve recuperar os textos. Reparem que não se trata de vaidade, algo como: “ah, MEUS textos são incríveis”; nem de sentimentos, porventura expressos assim: “ah, perdi (quase) tudo!”.

A preocupação não é só minha e é antiga: a instabilidade do mundo virtual não é debatida, há quase três décadas, por acaso.

O que o lamentável episódio nos ensina?

1. Que eles, os fascistinhas, são torpes, covardes e desonestos. A “valentia” com que espancam mulheres, negros, homossexuais, transsexuais, gente que veste vermelho ou pedala em bicicletas vermelhas etc está nas ruas; nos telões; no capim com bilhete ameaçador, deixado na mesa de um professor da UNILA (também ontem); nos ataques orquestrados por robôs etc.

2. Que, pensando bem, eu não deveria estranhar que textos de nossa autoria nada valham para essa gente. Gente? Ou “cibertropos”, como os definiu Henri Lefebvre (Posição: Contra os Tecnocratas) em 1967? Uma dúvida, apenas: será que robô também foge de debate?

3. Que, sempre antes de postar textos na internet, salvarei a versão na máquina. Supondo que eu não seja interpelado, sem mandado, pelos “agentes da repressão” (cf. Louis Althusser, Aparelhos Ideológicos do Estado,1970), talvez eu consiga mantê-los a salvo dos “delicados” homens da “lei” (que nunca foi para todos) e da “ordem” (em versão priorada daquele Führer austríaco). A mesma “ordem” que o caricato pretende implementar.

Recado do GGN – Os posts estão todos na plataforma, os ataques apenas inabilitaram para leitura. Caso o suporte técnico não dê jeito em ação geral, caberá à equipe ir de blog em blog liberando os textos. 
Redação

4 Comentários

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  1. Então é isso!
     

    Consultando os posts da semana constatei uma anormalidade notável.

    Cadê todo mundo?  me perguntei.

    Do dia 25 de outubro ao dia 15, as postagens começaram a desaparecer.

    Como eu  nunca vi isso, estranhei.

    Durante o dia o acesso me foi negado de várias formas

    Acesso identificado então, nem pensar.

    Ataques, concluí.

    O que não nos desestabilizada, afinal, sabemos o que pensamos.

       

  2. Jean Pierre Chauvin me representa

    Pensei exatamente a mesma coisa que o Jean Pierre Chauvin sobre os meus posts, cuja maioria desapareceu.

    Desejar o retorno dos textos aos links originais não é uma questão de mera vaidade autoral.

    É um imposição principiológica. A liberdade de expressão foi submetida ao jugo arbitrário dos fascistas.

    Não cabe a eles produzir uma censura autoritária, e por enquanto ainda ilegal, sobre as opiniões que devem ou não converter-se em públicas.

    O retorno dos posts aos seus devidos links de compartilhamento será uma demonstração de que eles podem muito, mas não podem tudo.

    Meus textos encontram-se armazenados em duplo backup. Já aguardava, inclusive, o término desse período turbulento para disponibilizá-los, se necessário, ao portal.

    Fico aliviado, porém, de saber que o GGN possui salvos os textos de todos.

     

  3. O fascismo é de graça e não

    O fascismo é de graça e não precisa pensar. A escola que não ensina a pensar e a globo produziram zumbis em massa, um exército à disposição da extrema direita. .

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