O casamento gay e o que a gente tem a ver com isso, por Matê da Luz

Um dos mais relevantes países do mundo aprova o casamento gay em território nacional. 

Imagine só: uma mulher e um homem constroem uma vida juntos: compram casa, carro, apartamento na praia. Fazem uma conta-poupança para viagens e emergências quando, de surpresa, um deles adoece. O outro continua lá, firme e forte, amparando e tomando conta – mas o pior acontece: o doente morre. O cônjuge vivo, é claro, tem direitos legais sobre aquele patrimônio construído junto, salvo se registrado em acordos pré-nupciais. Parece natural, não? Só que não é o que acontece quando o casal é formado por um homem e um homem ou uma mulher e uma mulher. E, salvo o discurso opiniático e moralista de tantos, por que deveria ser diferente? Onde é que o gênero e a opção sexual de uma pessoa interfere em seus direitos legais? 

Pois bem, fora “o amor vence tudo”, a legislação aprovada nos Estados Unidos aponta o óbvio: o que é que eu tenho a ver com o casamento dos outros?

Pensa bem. E , fica a dica, a resposta pode ser libertadora – o mundo, meu bem, anda gay <3 

 

Mariana A. Nassif

16 Comentários

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  1. essa é a pergunta

    legislação aprovada nos Estados Unidos aponta o óbvio: o que é que eu tenho a ver com o casamento dos outros?

     

    Essa é a pergunta que já fiz muitas vezes aqui no blog nos últimos anos para os homofóbicos de plantão e nenhum soube dar uma resposta decente.

     

    Tenho impressão que eles tem medo que se “liberar geral”, eles se sintam tentados a “se liberar” também.

  2. Todos têm a ver

    A sociedade no seu conjunto é constantemente requerida, através dos seus representantes no legislativo, para legislar privilégios em favor de um grupo, que agora diz que o restante não tem nada a ver e ainda questiona a opinião em contrário.

    A sociedade que não é LGBT encontra sérias dificuldades para educar e ensinar aos seus filhos qual a ordem natural das coisas. A TV; as noticias; e o mercado de consumo em geral quer alterar a ordem da natureza.

    O consumismo global dita regras e costumes, onde alguns são alienados. A sociedade deve questionar o direcionamento que o poder econômica dita, principalmente em países com menor identidade nacional cívica e cultural. A Rússia ainda luta contra isso, pois reconhece por trás do movimento a penetração do poder econômico global.

      1. Ordem natural

        Quem quiser ser gay e homossexual tem liberdade para ser uma coisa e outra. Pode usar os órgãos de seu corpo como bem entender, mesmo que não seja para sua função natural e apropriada… É escolha pessoal que deve ser respeitada. Mas querer impor à sociedade – como algo que não pode ser contestado – que a relação do homem e da mulher unidos para formar uma família é tão natural e normal como o par formado por dois homens ou duas mulheres numa relação homossexual é ir contra a ordem natural das coisas e ignorar noções elementares da Biologia.

        Mas, é a moda…. a imposição do mercado…

    1. “A sociedade que não é LGBT

      “A sociedade que não é LGBT encontra sérias dificuldades para educar e ensinar aos seus filhos qual a ordem natural das coisas.”

      Sabe por quê é tão difícil? Por que… (tchan-tchan-tchan tchaaaannn)… não há uma ordem “natural das coisas”.

      Aceita, que fica mais fácil.

    2. “O consumismo global dita

      “O consumismo global dita regras e costumes, onde alguns são alienados.”

      Não sei o que é mais ridículo, o Zibell procurando pretextos gays para apoiar um partido de direita, ou você procurando pretextos de aparência progressista para justificar sua homofobia.

      1. Mais ridículo

        É você, que nem opinião própria tem e fica criticando os outros.

        O progressismo está na cabeça não no seu aparelho sexual. Ridículo!

    3. quanta besteira

      igualdade agora é privilégio? parece que a linguagem da extrema direita ganhou corações e mentes. Ah, e os casais heteros estereis como ficam? não podem casar? Realmente a capacidade de se escrever besteiras na internet é infinita…

  3. Matê, nem precisa chegar no casamento…

    O que eu tenho a ver com o que os outros fazem entre quatro paredes?

    O que eu tenho a ver – com o perdão do baixo calão – com o cu e o pinto dos outros?

    Não dou a ninguém o direito de palpitar sobre o que faço entre 4 paredes ou o que faço com minhas partes, simplesmente porque esse direito não existe. Se não existe pra mim, por que vai existir pros gays? Então eu tenho um regime jurídico-constitucional e os gays tem outro diferente?

    A decisão da Suprema Corte dos EUA tem como questão constitucional de fundo o simpes fato de que não existe cidadão de meia importância, não existe meio-cidadão. A mesma linha do STF quando aprovou a união civil aqui – que o CNJ chamou, alvíssaras!, com todas as letras, de casamento civil mesmo, com o aval do STF.

    Infelizmente, como a questão é legal-constitucional, precisou chegar no STF e na Suprema Corte pra ser resolvida. Pois eu acho um absurdo que precise a mais alta corte de um país precisar colocar no papel o que é natural na ordem constitucional: todo mundo é cidadão do mesmo jeito!

  4. Cortando os pulsos.

    Imagine a cara do Eduardo Cunha agora. E do Malafaia, hein?

    Pois é. Imagino que não tenho nada a ver com a vida deles, desde que não interfiram na vida dos outros.

    A turma do Vai pra Cuba perdeu o embalo depoiss que o Obama resolveu reaproximar os EEUU de Cuba. Agora aderiram ao Vai pra Venezuela, já que o EEUU estão falando grosso por conta do Governo Maduro.

    A turma que patrulhava o direito dos outros de firmarem a forma a melhor de união conjugal- do interesse de cada qual -, agora estánovamente se frustrando com a pátria mãe. Agora só falta liberarem a maconha, dirão os fundamentalistas cristãos.

    Tenho a dizer pra eles, em matéria de estado penso que estão mais pra Arábia Saudita que pra EEUU. Em ma´teria de leitura e de entendimento de livro, só muda o livro, pois o entendimento é o mesmo. Do tempo da História tida como Antiga pra Medieval.

  5. O título diz tudo.

    Eu não mantenho relações homoafetivas, mas daí?  

    O que tem a haver isto com os demais?

    Nunca pedi para um pastor falar por mim! Nem ninguém, cada um que escolha o que lhe faz sentir melhor!

    Os heterossexuais devem também se manifestar dizendo claramente que opção é um direito de cada um, e que não estão nem aí pela escolha dos outros.

    Ponto final.

  6. “o mundo, meu bem, anda

    “o mundo, meu bem, anda gay”

    Meu bem !  quando alguém ousar pensar diferente está lascado.

    Ou entra na onda gay ou está fora, desconectado, off, careta, maluco, neurótico, homofóbico, não é show, boco moco ( ptz! ainda existe esse termo)…

    Só por precaução vou abrir o guarda chuva de ferro.

    Só lembrando, contra – rede

    1. Não é preciso ser homofóbico

      Não é preciso ser homofóbico para ser contra a Rede – que aliás é uma organização bem conservadora e homofóbica.

  7. Um avanço…

    A decisão do supremo americano é um avanço civilizatório. É uma pena que seja necessária, o certo seria que nem precisassemos debater isso, de tão óbvio que é.

     

  8. Admirável Mundo Novo

    O cônjuge vivo, é claro, tem direitos legais sobre aquele patrimônio construído junto, salvo se registrado em acordos pré-nupciais. Parece natural, não? 

    A questão não é tão simples assim…

    Em primeiro lugar devemos aceitar como pacifico que toda luta entre grupos é por manter ou obter vantagens e privilégios.

    Dito isto é preciso entender que os mecanismos sociais não existem para fazer prevalecer o indivíduo. Mas o grupo. Assim, todo privilégio que é dado a um individuo é na verdade um investimento do grupo para obter um retorno.

    O caso é que se fosse deixar por conta dos instintos masculinos, só existiriam mães solteiras…

    Isso só não acontece porque existem vantagens de sobrevivência para o grupo onde os machos possuem um comportamento de formar grupos familiares estáveis (o que não deve ser confundido como monogamia). Isto é, o comportamento do macho ficar ao lado da fêmea aumenta a chance de sobrevivência dos filhotes e essa sobrevivência perpetua os grupos que tem esse comportamento e elimina os que não tem.

    Só que com a formação de grupos maiores, alguns machos poderiam se dar ao luxo de não exibirem esse comportamento sem abalar a sobrevivência do grupo (a mesma lógica explica porque existem sociopatas na civilização e é praticamente impossível haver numa aldeia).

    A solução para neutralizar esse comportamento “sociopata” que levaria cedo ou tarde a entropia do grupo, foi criar instrumentos tanto coercitivos quanto de incentivos. É nisso que se origina o aparecimento desse instrumento social chamado “casamento”.

    Ou seja, a queixa dos casais heterossexuais na verdade é a mesma queixa que veríamos de uma classe trabalhadora que vê uma vantagem salarial especifica do seu trabalho ser dado a uma outra classe que em princípio não faz esse trabalho. O que inclui a lenha de ficar grávida e parir.

    Assim, para tornar justo terem as mesmas vantagens sociais, os casais homossexuais teriam que relativamente produzir o mesmo número de filhotes, incluindo o trabalho de parir (tarefa para as lésbicas obviamente).

    Mas não digo isso por querer defender a “família tradicional cristã” e tudo mais. Só estou explicando de onde vem a razão do comportamento hostil.

    Mesmo porque acho que o futuro dos humanos é tornarem-se formigas operárias num admirável mundo novo com o agravante que diferentemente da peça do Aldous Huxley não haverá sexo como forma de lazer.

    http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/desinteresse-por-sexo-gera-crise-nacional-no-japao-por-falta-de-bebes.html

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