Pesquisa revela a percepção dos brasileiros em relação ao estupro

Realizada pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, a pesquisa indica que brasileiros reconhecem o impacto do estupro nas vítimas e a importância da garantir o direito ao aborto nestes casos, já previsto por lei

Foto: Adobe Stock | Licenciada | Laurin Rinder

do Observatório do 3º Setor

Pesquisa revela a percepção dos brasileiros em relação ao estupro

Por: Mariana Lima

Uma pesquisa promovida pelo Instituto Patrícia Galvão, em parceria com o Instituto Locomotiva, revelou que, para a população brasileira, o estupro, ao lado da violência doméstica e do assédio sexual, está entre os principais problemas que as mulheres enfrentam no país.

A pesquisa ‘Percepções sobre estupro e aborto previsto por lei’ ouviu 2 mil pessoas, com 16 anos ou mais, entre 1 e 14 de setembro.

De acordo com os dados, 84% concordam que o estupro é sempre culpa do estuprador, não importa o comportamento da mulher ou sua roupa.

No total, 52% dos entrevistados conhecem uma mulher ou menina que já foi vítima de estupro. Entre as mulheres que participaram, 16% responderam que já foram vítima de estupro.

Além disso, 91% das entrevistadas acreditam que contariam para alguém caso fossem vítimas de estupro; destas, 68% têm certeza.

Entre os fatores que inibem as mulheres que não contariam a ninguém se fossem vítimas de estupro estão: vergonha, constrangimento e medo.

De acordo com os entrevistados ouvidos, 99% responderam que as mulheres têm medo de serem vítimas de estupro. Entre as mulheres que responderam, 95% temem serem vítimas de estupro, sendo que 78% têm muito medo.

Para 93% dos participantes, toda vítima de estupro que buscar a delegacia ou um serviço de saúde deve ser informada sobre a prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e à gravidez indesejada.

Quando questionados sobre o direito ao aborto em caso de estupro, 82% concordam que o aborto deve ser permitido.

Entre os participantes, 88% são a favor de que vítimas de estupro que engravidem possam escolher se querem ou não interromper a gravidez de forma legal e segura em um hospital público.

Ao utilizar como exemplo o caso da menina de 10 anos que foi estuprada e engravidou, 94% dos respondentes defendem que as gestações nestes casos possam ser interrompidas.

Entre os que conhecem uma vítima, 17% relataram que ela engravidou, sendo que em 42% desses casos a gestação foi interrompida e em 44% levada adiante.

Para 88% das mulheres e homens entrevistados, toda cidade deveria ter um serviço de saúde em que as meninas e mulheres vítimas de estupro pudessem interromper a gravidez de forma segura, de acordo com a legislação.

Entre as percepções abordadas na pesquisa, 93% acreditam que as principais vítimas de estupro no país são menores de idade.

Para 56% da população geral, as mulheres negras são as principais vítimas de estupro no Brasil. Entre a população negra, a porcentagem sobe para 61%.

Em relação ao perfil do agressor, 93% acreditam que é um parente ou uma pessoa próxima da família. Em relação às mulheres adultas, 60% acreditam que o agressor é um conhecido.

Para 90% dos entrevistados, a maioria dos casos de estupro de meninas ocorre dentro de casa. Entre as mulheres adultas, para 65% a violência ocorre fora de casa.

Para conferir a pesquisa completa, clique aqui.

Fonte: Instituto Patrícia Galvão

Redação

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