Petrobras coage dirigentes da FUP em greve com notificação judicial

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Sendo a maior paralisação da categoria desde 1995, a greve dos Petroleiros sofreu mais uma tentativa de intimidação por parte da diretoria da estatal

Foto: Divulgação

Jornal GGN – Atingindo a marca da maior paralisação da categoria desde 1995, a greve dos Petroleiros sofreu mais uma tentativa de intimidação por parte da diretoria da estatal. Após o êxito da Marcha realizada nesta terça (18), a diretoria da estatal entrou com uma notificação extra-judicial contra o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

Bacelar recebeu a notificação na manhã de hoje (19), obrigando que a Comissão Permanente de Negociação, formada por dirigentes da FUP e sindicatos da Petrobras, a prestar esclarecimentos sobre as divulgações nas redes sociais feitas pelos trabalhadores em greve.

O principal autor da notificação é o diretor da Petrobras Roberto Castello Branco, que por meio de seu advogado enviou o documento, acusando os trabalhadores em greve de ter “ofendido a honra” da diretoria da estatal.

O documento enviado em mãos ao diretor da FUP, Bacelar, argumenta que um dos vídeos produzido pela Comissão, durante estes 19 dias de greve, critica a gestão Castello Branco e trata das “grandes demissões em massas”, além de falar dos “preços abusivos dos derivados de petróleo” e da estatal “vender refinarias para beneficiar importadoras e outras empresas internacionais”.

Leia o documento abaixo:

Novo Documento 2020-02-18 15.38.30

As críticas da categoria foram entendidas pelo diretor da Petrobras como “ofensas à honra”, que por meio desta notificação coagiu os trabalhadores que chegam ao 19º com a mobilização de 21 mil petroleiros de 121 unidades da Petrobras, em 13 estados do Brasil.

Em vídeo enviado ao GGN, o diretor da FUP fala que os diretores da estatal apelaram à notificação porque “se incomodaram com as denúncias” da categoria. “São denúncias a respeito daquilo que nós discordamos da atual gestão da Petrobras”, completa o dirigente.

Assista, abaixo, a manifestação da Comissão Permanente de Negociação:

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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