PM invade sede da Mídia Ninja no Amapá

 
 
Jornal GGN – Em Macapá (AP), a Casa Fora do Eixo, centro cultural e sede da Mídia Ninja, foi invadida na noite de ontem (8) por policiais durante a realização de um evento cultural, que não tinham prerrogativa jurídica para ação. 
 
De acordo com a denúncia, os policiais apontaram armas, agrediram e ofenderam verbalmente as pessoas que estavam no local. Dois participantes do evento foram detidos. A Polícia Militar alegou que foi acionada para conter uma perturbação do sossego público. 

 

 
Leia mais abaixo: 
 
Da Mídia Ninja
 
Casa Fora do Eixo Amapá e sede da Mídia NINJA AP brutalmente atacadas pela PM
 
Militares apontaram armas, gritaram e agrediram com socos e chutes ativistas e público do evento, sem mandado ou qualquer prerrogativa jurídica para a ação.
 
A Casa Fora do Eixo Amapá, centro de ativismo e cultura em Macapá e sede da Mídia NINJA no estado, foi brutalmente atacada durante a noite de ontem (08/01) na realização do projeto Domingo na Casa, conhecido evento cultural da cidade.
 
O público do evento e os moradores da Casa passaram por momentos de terror, com a invasão do espaço por diversos policiais fora do horário de serviço e também soldados fardados que apontaram armas, gritaram, agrediram com socos e chutes, ofenderam verbalmente, num verdadeiro linchamento moral contra as pessoas e o espaço, sem qualquer medida legal, sem mandado de busca ou qualquer prerrogativa jurídica para a ação.
 
O motivo alegado para a truculência da PM foi de ter sido acionada para conter uma suposta “perturbação do sossego público”. A casa e todos seus cômodos foram revistadas minuciosamente, dos quartos ao porão, e nada foi encontrado.
 
Um participante do evento foi detido, assim como o músico, articulador do Fora do Eixo no Amapá e produtor cultural Otto Ramos. Ambos foram conduzidos ao CIOSP (Centro Integrado de Operações e Segurança Pública) e permaneceram detidos em celas, seminus, por mais de uma hora, até a chegada do delegado para colher os depoimentos e a denúncias que serão formalizadas contra os envolvidos dentro dos marcos da lei e da garantia dos direitos constitucionais.
 
Passadas as horas de terror, seguiremos firmes com nossas atividades culturais no Amapá: realizaremos o projeto Zanketeiros do Trem, com o Fineias Nelutty, continuaremos produzindo material audiovisual sobre a Cultura Indígena do Amapá – Palikur e Galibi Marworno, vamos manter o Domingo na Casa, vamos realizar o Grito Rock 2017 e vamos fazer mais uma grande edição do Festival Quebramar.
 
A onda conservadora que assola o Brasil e o mundo autoriza a violência e normaliza casos como esses, em que a Polícia se sente no direito de invadir um espaço de resistência e atacar pessoas sem se preocupar com as consequências.
 
Continuaremos na luta contra o autoritarismo, o abuso de poder e a força das armas. O Fora do Eixo e a Mídia NINJA reforçam seus valores pacíficos, a importância das ações culturais e engrossa o coro pela desmilitarização da polícia brasileira, uma das que mais mata e morre no mundo. Não vão nos intimidar.
 
Dezenas de motos de participantes do evento cultural foram derrubadas na frente do local. Foto: Mídia NINJA

 

Redação

7 Comentários

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  1. princípio da civilidade democrática…

    de acordo com este princípio, a PM que atua dessa forma não existe

    está mais para autoridade paralela do Estado do que para qualquer outra coisa

  2. Falam grosso com ativistas

    Falam grosso com ativistas dos direitos da pessoa humana mas afinam com os traficantes nos bailes funk’s pelas periferias das grandes cidades.

    Jagunços de farda.

    Seres acéfalos a serviço dos pretensos “senhores de engenho” da era moderna.

  3. O bom jornalismo diz que

    O bom jornalismo diz que deve-se mostrar o outro para que leitor possa formar opinião. Eu gostari de vez a versão da polícia;

    1. Atentado ao sossego.

      A versão está expressa na alegação de que atenderam a um pedido pela preservação do sossego público. Se o jornalista do Midia Ninja for a PM perguntar a versão oficial, pode ser que não saia de lá vivo. Essa estória de versões e “outro lado” são lembranças do tempo da democracia incipiente em que vivíamos iludidos.

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