Polêmica de óbitos demanda inovação da prefeitura de SP

Prefeito chama coletiva para anunciar novas políticas à população em situação de rua

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*Colaborou Pedro Garbellini

Jornal GGN – Desde o início da semana o prefeito Fernando Haddad está sendo confrontado com uma série de críticas iniciadas a partir de notícias espalhadas nas redes sociais e em matérias de jornais de que a Guarda Civil Metropolitana retira os pertences de moradores de rua como cobertores, colchões e papelões, itens indispensáveis para sobreviverem às madrugadas de frio. Nos últimos dias as baixas temperaturas bateram recorde na região, e poderiam estar por trás da causa de morte de pelo menos cinco pessoas em situação de rua, desde o fim de semana.

A enxurrada de críticas levaram Haddad e os secretários de segurança, Benedito Domingos Mariano, e dos direitos humanos, Felipe de Paula, a realizarem uma coletiva de imprensa nessa quinta-feira. O prefeito esclareceu que as investigações apontam que os óbitos ocorridos de moradores de rua não têm vínculo com as ações da Guarda Civil Metropolitana por dois motivos: primeiro porque não havia registro de atuação recente da GCM nos locais onde as pessoas foram encontradas mortas e, segundo, porque a guarda é proibida de atuar à noite, como algumas das notícias espalhadas afirmaram.

“Nós aguardamos os laudos iniciais que estão sendo concluídos pelo Instituto Médico Legal sobre a causa da morte, pra verificar as reais condições que elas ocorreram. É evidente que as condições climáticas agravam a situação de uma população vulnerável, mas nos óbitos ocorridos, que foram publicitados pela imprensa, em todos os casos, havia enfermidade prévia ao óbito, em um deles foi possivelmente um homicídio na Cidade de Tiradentes”, completou Haddad.

O prefeito aproveitou também para elogiar a atuação da GCM. “A guarda vem trabalhando no sentido de garantir a integridade dessas pessoas e eu sou testemunha do trabalho que o [secretário] Mariano tem feito”, destacando em seguida que uma das causas mais frequentes de morte de moradores de rua é o atropelamento. Por isso a prefeitura tem trabalhado junto com a GCM na retirada de pessoas que vivem em áreas de alto risco como Av. do Estado, Av. dos Bandeirantes, marginais e Corredor Norte-Sul.   

A coletiva concedida pela prefeitura não ficou só em explicações, Haddad anunciou duas importantes medidas para assegurar a integridade da população em situação de rua. Até semana que vem serão instaladas quatro tendas temporárias nas regiões centrais da cidade com vaga para mil pessoas e que permitirão a entrada de animais, guarda de carroças e outros tipos de pertences pessoais. A prefeitura também anunciou que está preparando um decreto para especificar o que os funcionários públicos que lidam diretamente com moradores de rua devem ou não fazer, incluindo profissionais da área da saúde, assistência social e segurança.

O secretário de Direitos Humanos, Felipe de Paula ressaltou que o decreto será construído com participação direta dos agentes envolvidos, incluindo moradores de rua, e no âmbito do Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua, conhecido como Comitê Poprua.  “[A partir da nova lei a gente começa deixando muito claro quais os princípios que são envolvidos na proteção dos bens das pessoas em situação de rua e o uso do diálogo como um instrumento relevante e fundamental da transparência das ações públicas”, destacou Paula.

O secretário afirmou que dentre as diretrizes que já existem, mas serão reforçadas no decreto, estão que os funcionários públicos – incluindo aí agentes da GCM – não poderão atuar na calada da noite na retirada de pertences das pessoas em situação de rua e os itens que não poderão ser retirados dos moradores são instrumentos de trabalho, documentos, muletas, mochilas, livros, receitas médicas, remédios e outros tipos de materiais portáteis como colchonetes, cobertores, mantas e travesseiros.

Felipe de Paula explicou também que todos “os procedimentos relativos à zeladoria urbana”, nome técnico dado para a atuação junto à população de rua, são de competência das subprefeituras. São elas que recorrem à atuação da Guarda Civil Metropolitana. Logo, para evitar o desencontro de informações, a cidade ira se comprometer a tornar pública e com antecedência as ações da zeladoria.

Por último o secretário anunciou a criação de um grupo de monitoramento das realizações de todos os funcionários que trabalham com os moradores de rua e que será coordenado pelo Comitê Poprua. “Temos clareza que se a gente trabalhar juntos nesse processo o número de ruídos vai diminuir significativamente e, deixando claro como o prefeito colocou, se tiver denúncia, se tiver abuso, isso vai ser devidamente apurado respeitando todos os direitos dos servidores”, finalizou. 

Redação

14 Comentários

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  1. Putaqueospariu, tá difícil de

    Putaqueospariu, tá difícil de entender né . . . . . Não quero saber se tu tem ou não culpa nos ocorridos, quero saber e com firmeza o que foi feito para que isto não ocontecer, e o que vai ser feito a partir de agora, é uma coisa muito grave pra ficar se discutindo se colchão é constitucional, etc etc etc . . . . Há uma clara preocupção com isto? As posturas e “formas” de declarações não está passando isto . . . . Cara, esse povo não pode morrer de frio, a gente faz campanha de agasalho etc e não quer que uma prefeitura nos venha a apresentar respostas apenas formais. Não interessa quem está falando, quem esta criticando, o que eu quero e ver, sentir e entender um governo preocupado com que isto não ocorra . . . . difícil né . . . . afffff . . .

  2. estranho…

    lá fora o sistema de acolhimento temporário, abrigamento para pernoite, de São Paulo é muito elogiado, criticando-se apenas o fato de ser centralizado, quando deveria ser espalhado e não só na região central

    por isso estranhei a necessidade de se construir tendas, mesmo que em emergência

    há superlotação? se há, talvez seja justamente pela centralização

    1. Critica de quem não conhece

          1. ” Areas de ganho ” e “bocas de rango ” : A maioria das vagas em albergues estão na região central e centro expandido, por que nestas regiões os “trecheiros” ( como eles se autointitulam ), tem a maior probabilidade de “ganhos”, não apenas pelo grande afluxo de pessoas para esmolar, é fato : a maioria deles trabalha, ou tenta trabalhar, como por exemplo ao redor do Mercadão ; ou na catação de reciclaveis, fazendo pequenos serviços para pessoas que já os conhecem daquela “area”, e tb. por já conhecerem a região sentem-se mais seguros.

          2. “Bocas de rango ” : Durante o dia varios restaurantes, casas de kilo, padarias, igrejas, situadas na região central, fornecem alimentação para estas pessoas – faz tempo – e no “boca – a – boca “, o pessoal que está no “trecho”, acaba concentrando-se nas proximidades destes locais, já durante a noite as varias entidades que distribuem comida ( os famosos “sopões de rua ” ) tambem operam nestas areas, já vi alguns anos atrás, no Pateo do Colégio ( Sé ), uma entidade de Santo André ( Grande ABCD ) distribuindo sopa.

         3. Os albergues, a maioria deles, principalmente os fora da região central, NÃO são equipamentos diretos da Prefeitura, são administrados por Organizações Sociais, em grande parte religiosas, como um que tem ou tinha em Pinheiros que era da IURD, e estas entidades “recebem por cama “, portanto quanto mais gente for para lá …………( nem vou comentar sobre a doutrinação religiosa ).

         4. Animais e “estacionamento” : O “trecheiro” tem um vinculo extremo com seus pertences, não importa a situação destes pertences, um cobertor, uma caixa grande de papelão, seu boné – qualquer coisa DELE , até mesmo, vamos na realidade, sua garrafa, seu cachimbo de crack , são DELE, MAS para quem tem seu carrinho, este é seu bem mais precioso, pois lhe dá a dignidade de poder trabalhar , e ele não irá deixar seu carrinho para ir para um albergue, portanto estes equipamentos tem que possuir um estacionamento.

          5. Animais : Pessoas em situação de rua, muitas vezes, mesmo que aditos a drogas/alcool, possuem dificuldade de estabelecer vinculos, a não ser com outros nas mesmas situações, tanto de “rua” quanto patológicas, mas vinculam-se bastante a seus animais, já conheci “trecheiro” de carrinho que não falava com “gente”, mas tinha 5 cachorros, que ele adorava e estes o protegiam, tanto em segurança como em “calor”, tanto o real do frio, como o psicológico, portanto albergues especificos, alem de estacionamento tambem devem possuir canil.

          6. Tem outras, como : Alojamentos para casais, mesmo que não casados ou homosexuais, alojamento familiares, pois não dá para levar uma mãe para o Glicério, e seus filhos para Santana, ela jamais irá aceitar.

        

  3. de repente estão complicando…

    há casos, acredito, para socorro imediato, banho, comida e cama, abrigados das 20 às 8 hs, sendo que qualquer outra assistência a mais, no tocante à saúde, documentação e guarda de pertences seriam atendidas em outras instalações e com encaminhamento direto ao saírem do abrigo

  4. ” 61 “

        Humildemente solicito a V. Excelencia, que ORDENE a sua GCM , que ela não utilize nunca mais, o “código rádio” de “61”, para identificar uma pessoa em situação de rua, pois o Sr. como advogado de formação, sabe que ” 61 ” é artigo do Código Penal, que significa “vadiagem”, e quem encontra-se nesta situação não é um “vadio”, um “vagabundo”, é uma pessoa, e esta designação cronifica, rotula, até mesmo os profissionais.

  5. Não me importo, comigo não.

       Quem pensa assim, está ERRADO, pois pode ocorrer com vc.

        Ah ! impossivel, sou formado, pós – graduado, nunca bebi, não uso drogas, tenho um ótimo emprego, tenho familia e filhos, carros, casa própria……..sou um sucesso.

        Minha mulher trabalhou anos na PMSP com população de rua, e conheci varias pessoas que trabalhavam com ela, tanto os “diretos” como os de “entidades conveniadas”, já jantei em albergue varias vezes, acompanhei ela em varias ocasiões nas madrugadas, até contratei pessoas albergadas, conversei com varios, encontrei empresários, engenheiros, um médico dermatologista, até um com o qual conversei varias vezes, pois era economista ( Faculdade São Luiz ) e tinha sido por mais de 15 anos executivo de um Banco, todos em situação de “trecho”/ de rua.

         Chegaram nesta situação por variados motivos, não importa quais, não vem ao caso – por exemplo, um dos que contratei para uma reforma, e trouxe outros dois, tinha sido empresário textil, perdeu a familia ( mulher e dois filhos ), um apartamento no Ibirapuera, entrou forte no alcool, perdeu tudo, foi para a rua – todos tem uma história, e espero, apesar de não ser religioso, até rezo, porque :

          Toda e qualquer pessoa, mesmo a de “sucesso”, podem chegar nesta condição, ninguem está “garantido”, aquele que vc. esta vendo puxando um carrinho, catando latinha, com cachorros em volta, as vezes até atrapalhando o caminho de sua BMW – não o julgue, não o chame de vagabundo, de pária, de resto – poderá ser vc. 

  6. Será que só eu me dei conta

    Será que só eu me dei conta que todo esse burburinho não é senão mais uma tentativa de esqualificar a pesoa de Haddad para impedi-lo de ser candidato ou a reeleição ou a Presidencia, , dependendo do andar da carrruagem do golpe? É claro que há cr´ticas positivas, mas a grandeza do homem está em atitudes como a dele, de imediatamente adotas novas medidas em relação aos moradores de rua. e tem razão quem pergunta por que nnnguém se incomoda com o abandono da população de rua no rio, que não tem um d´cimo dos serviços criados pelo Hadda para esse segumento da população. Nem a mídia, nem muitos dos que o criticam estão realmente preocupados com eles, cujo número aumentará com as medidas antipovo adotadas pelos golpistas.

  7. Abrigo no metrô

    Em Paris – como deve acontecer em outras cidades – quando aumenta o frio, as estações de metrô são abertas para acolher os moradores de rua. Por que isso não pode ser feito em São Paulo?

  8. Violências Milenares

    Não é novidade que pessoas morram de frio.

    A pior coisa que tem é um humano morrer de frio!

    O quarto poder resolveu aproveitar o tema para firmar sua opinião e oposição às políticas da prefeitura. Fazem campanha todos os dias nas telinhas e folhas…. Antecipam os debates no cotidiano, marcam lado, opinião, posição. Esse tem sido o papel da mídia: fazer camapanha. As empresas que pagam as propagandas exigem isso!

    Por que não criticam o retrocesso do Plano Municipal de Educação também? Por que estão de acordo com o plano de piora da educação pública que na tucanolândia vai conseguindo piorar a educação enquanto introduz a teoria de que só ensino técnico é importante.

    A Violência é milenar, a cosnciência é mais recente.

    Na sua maior parte do programa da prefeitura é muito bom: ocupação das ruas, prioridade para transporte coletivo, as vias para bicicletas são muito mais coerentes que os containers do Kassab e os aluguéis acertados com os bancos (R$2/hora!).

    A cidade de São Paulo é e será muito melhor pós-Hadadd.

    Se a Erundina voltar, melhor ainda! Quem sabe diminuia a nebulosidade que ainda ronda as licitações do transporte público. Quem sabe o número de alunos por sala de aula caia para um número que o professor possa dar educação de qualidade. Que sabe ela tenha coragem de chamar a CETESB, a SABESP, as demais prefeituras e fazer os rios ficarem limpos e navegáveios (Hidrovias).?

    Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto…!

  9. Bando de hipócritas.

    Bando de hipócritas. Corroboram tudo o que o governador incompetente faz. Ele e sua PM assassina matam dezenas toda semana e a mídia cala a boca. 

     

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