Quando o medo venceu a esperança

Eu sou muito questionado por colegas petistas por manifestar receio com as contínuas concessões do Ministério e bancada governista ao fundamentalismo religioso no Brasil. Ficam falando que ajo de má fé e coisas assim. Argumentos ad hominem, apenas.

Só que minhas preocupações não são à toa e não têm nenhuma relação com a oposição feita, por exemplo, pela imprensa ou PSDB. Eu até agradeceria (e muito) se a mídia abordasse mais a questão da homofobia no Brasil, mas praticamente apenas as Organizações Globo tratam disso, e não com toda a veemência que a gravidade da situação requer. E nem o PSDB tem usado em campanha a circunstância do Estado de São Paulo ter a melhor legislação e possivelmente os melhores programas para combate à homofobia (mas quem acompanha o assunto certamente levará isso em conta ano que vem.)

Não é necessário ter muito conhecimento de história ou de ciência política para perceber quando existe discurso manipulativo de medo (por exemplo, do ‘fim da família’) ou mesmo a manutenção das pessoas (no caso adolescentes em escolas públicas) privadas de informação. São mecanismos eleitoreiros e classistas antiquados, mas que ainda surtem efeito. Principalmente quando os mais suscetíveis a discursos de medo e de conservadorismo moral são os mais pobres, maioria absoluta no Brasil e que decide eleições.

Se alguém for mais velho, poderá lembrar como demonizações eram feitas nos anos 1970 ou 1980. Os chamados ‘votos de cabresto’, em que os alvos eram aqueles que defendiam o direito à greve ou a liberdade de expressão.

Mas a parcela da população com acesso a informação e conhecimento não precisa ficar defendendo ideias absurdas. Mesmo que venham de seus partidos de preferência. Na verdade, pega até mal o modo virulento como pessoas teoricamente informadas e politizadas defendem processos do tipo ‘ovo da serpente’.

<--break->Nos últimos anos vimos a manipulação política das questões LGBT em vários processos eleitorais pelo mundo. Com sucesso para os reacionários na Rússia. Com insucesso (felizmente!) nos Estados Unidos e França. Para que lado queremos que o Brasil vá nas questões LGBT?

Recentemente, até países que sequer têm união civil homoafetiva, como Chile e Itália, aprovaram em seus parlamentos legislação antihomofobia. Mas até isso o governo brasileiro reluta em levar a votação. Note-se: não me refiro a conseguir aprovação. Nem sequer se empenhar pela aprovação. As coisas no Brasil chegaram a um ponto em que projetos que possam ser favoráveis à igualdade de direitos civis para LGBTs sequer são levados a votação!

O necessário e urgente PLC 122/06, por exemplo, tem 77% de aprovação popular (pesquisa do DataSenado em out/2012.) E mesmo assim a bancada do PT no Senado, que preside a respectiva CDH, prefere atender as solicitações de Malta, Feliciano e João Campos para não prosseguir no projeto. Que é de autoria do PT, diga-se. Que foi usado para ganhar votos junto à Comunidade LGBT, diga-se.

É óbvio que isso ocorre para que projetos sensatos não sejam aprovados. É uma espécie de teatro. Para que não se leve os senadores e deputados à constrangedora situação de se verem obrigados a escolher entre alianças e opinião pública.

Como 77% da população brasileira eu sou favorável à inclusão de ‘orientação sexual’ e ‘identidade de gênero’ na Lei 7716/89 (vulgo PLC 122/06.) Pela dignidade de estimados 7/8 milhões de eleitores LGBT e seus 20 milhões de parentes próximos (pais, mães, irmãos, etc.) E segurança também, afinal o racismo, xenofobia e intolerância religiosa são criminalizados, por que só homofobia que não?

Como cidadão no Estado de São Paulo, apoio integralmente a Lei Estadual 10948/01 regulamentada em 2010.

Apesar de eu pessoalmente não ter sofrido com bullying homofóbico, conheço relatos demais a respeito e considero extremamente importante que o governo federal, através de seus ministérios, federalize os programas que já existem em alguns estados e grandes municípios. Pela segurança física de estimados meio milhão de adolescentes LGBT no Ensino Médio. E tranquilidade para seus pais, irmãos e avós.

Não fui eu quem mudou. O governo do PT não apenas não conseguiu nada relevante para LGBTs nos últimos 4 anos como se dispôs, com uma inesperada desenvoltura, a patrocinar muitos recuos, listados a seguir, junto a alguns retrocessos em outras áreas.

Nov/2009: 1º engavetamento do PLC 122/06 no Senado

Mai/2011: cancelamento do programa Escola sem Homofobia (inspirado em programa da SEE-SP de 2009, que continua em vigor)

Nov/2011: edição da MP 577 (cadastramento de gestantes)

Fev/2012: cancelamento de campanha anti-AIDS para o Carnaval (que seria veiculada em redes sociais)

Mar/2013: recolhimento das cartilhas de educação sexual do Min. da Saúde (distribuídas em 2010)

Mar/2013: abandono da CDHM na Câmara dos Deputados

Mai/2013: revogação da regulamentação da lei antihomofobia do DF (permanece assim a lei de SP como a única regulamentada – em 2010 – em vigor)

Jun/2013: suspensão do programa – com demissão da equipe – de combate a DSTs junto a profissionais do sexo
Momentos diversos em 2013: patrocínio aos projetos PEC do Plebiscito, Estatuto do Nascituro e recriminalização do uso de maconha

Set/2013: fechamento do ‘Autorama’ (SP-capital)

Nov/2013: 2º engavetamento do PLC 122/06 (desta vez em versão “suavizada”) no Senado

Nov/2013: arquivamento na CDHM de PL para pensão de viúvxs LGBT de funcionários públicos

E houve até uma sugestão (que felizmente não foi levada adiante) do Min. da Saúde tornar obrigatório o cadastramento de soropositivos.

Quem quiser que apoie esses trens, eu tô foríssimo.

Nem as coisas boas que aconteceram graças ao Judiciário, como as decisões do STF pela União Civil Homoafetiva em maio/2011 e do CNJ pelo Casamento Igualitário, o governo coloca políticos de sua base para defender. Ao contrário, hoje passou na CDHM projeto de deputado governista propondo plebiscito para revogá-las.

Casamentos homoafetivos comunitários, sob patrocínio do estado, já ocorreram em estados como SP (o próximo será em 29/11), RJ (o próximo será em 08/12), PA, MS, MG. Alguém sabe de RS, BA ou DF?

Os apoiadores do PT e seu governo têm todo o direito de fazer a propaganda política que quiserem.

Só que eu não me vejo representado por tudo isso e tenho o direito, também, de fazer oposição. Ainda que conformado com suas poucas chances. Se as bancadas de meus partidos de preferência crescerem em 2014 já me darei por feliz.

Afinal, ainda estamos em uma democracia, não?

E eu até quero conhecer o Uruguai, mas não como exilado!

 

Redação

77 Comentários

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    1. Bem-vindo ao mundo real

      Eu particularmente sou a favor do direito ao aborto, principalmente por uma perspectiva de saúde pública. Mas acontece que eu sou ateu e não tenho medo de punição divina. Os mais coroas devem lembrar da época em que foi aprovada a Lei do Divórcio, que só foi aprovada na década de 70 depois de um tempão! Divórcio era tabu na época, existia o desquite e a mulher desquitada ficava estigmatizada na sociedade. A gente vive em uma sociedade com valores conservadores e a coisa mais difícil do mundo é mudar uma cultura, o Gunter deveria saber disso. Fico INDIGNADO com o preconceito e a violência contra homossexuais, a sociedade tem muito o que avançar ainda. Mas eu NÃO TENHO MEDO da pauta moralista evangélica, esse pessoal está na contramão do processo civilizatório. Não vejo problema em criticar o PT, e dentro da convivência democrática governo é pra ser tensionado mesmo. Só que política se faz no mundo real, o PT não tem maioria e precisa viabilizar a governabilidade. Pergunto ao Gunter se ele acha que está sendo fácil aos petistas verem seus companheiros históricos presos e o Genoíno correndo risco de vida – o governo do PT tem responsabilidade para com a sociedade e não vai cair em provocações feitas para jogar o país numa crise institucional. Pragmatismo político numa hora dessas – definitivamente não é para medrosos.

      1. Flávio, eu sei de várias

        Flávio, eu sei de várias dessas coisas, é o que foco bastante. E acompanho a evolução de pesquisas no Brasil e outros países ao longo do tempo sobre vários assuntos.

        Eu acho que a ‘governabilidade’ é uma falácia bem construída e que convence a muitos. A mim não convence.

        Mas, enfim, como você diz, governos são para serem tensionados.

        Qual caminho lhe parece que irá crescer nos próximos anos? O discurso que eu faço ou o discurso ‘realpolitik’, que a tudo busca justificar em nome da suposta governabilidade?

        Governabilidade essa que sequer protegeu Genoíno e Delúbio (que eu pessoalmente considero inocentes úteis nessa estória toda.)

        De qualquer modo, opções políticas foram tomadas. O PT escolheu, por alguns anos, fazer o discurso do conservadorismo moral. Se continuará nisso, ou como os seus militantes tentarão defender isso, são apenas uma parte da equação política.

        Temos que saber como a oposição (velha e nova) falará em 2014. 

         

        1. Conservadorismo moral por

          Conservadorismo moral por parte do PT?!

          Ora Gunter, todas as vezes que o governo tentou avançar em questões que afrontassem o conservadorismo moral ele foi torpedeado pelos religiosos. Alguns deles (vá lá) dentro do PT, mas antes de tudo com o apoio extensivo do PSDB, que você parece idolatrar neste post simplesmente porque no tempo e espaço que o partido manda em SP ele não “desprivilegiou” o gueto. Que continua mais gueto do que nunca.

          De resto, se a comunidade LGBT está insatisfeita com sua representação no parlamento, que ela se organize (como os religiosos fazem) e eleja mais deputados. Inclusive, essa frente pode defender seus direitos defendendo os direitos de todos, do ponto de vista de uma sociedade moderna, multicultural e multigêneros. Defendendo o estado laico. Repudiando o rebaixamento da idade da maioridade criminal. Repudiando a violência policial como única arma de combate ao crime. Exigindo a melhoria da educação pública para todos. Promovendo para todos, enfim, os direitos que já estão escritos em um zilhão de leis, e exigindo sua efetiva aplicação. Porque, a princípio, ninguém é “mais igual” ou “menos igual” que ninguém.

          O que não dá é dizer que um candidato seja bom ou ruim simplesmente porque joga agrados para a comunidade da qual você faz parte, ou pior ainda, porque “não trata mal os LGBTs” (quanto a isso, talvez seja bom perguntar aos travestis de SP como a polícia os trata). Como já disse em outro post – e espero que você não considere isso um argumentum ad hominem – a conveniência política de distribuir certos agradinhos pode simplesmente deixar de existir de um momento para o outro.

          1. Zarastro, vou deixar-lhe com

            Zarastro, vou deixar-lhe com seu autoengano.

            Tudo o que você fala já rebati em inúmeros posts e comentários.

          2. Autoengano?

            Quanto ao primeiro parágrafo, concordamos em discordar.

            Quanto ao resto, quantos deputados LGBTs existem no congresso? LGBTs mesmo, pois você mesmo já disse em outro comentário que eleger “simpatizantes” não adianta nada. Que eu me lembre, só mesmo o Jean Wyllys. E se outros houverem, então aparentemente não estão fazendo o seu trabalho direito e devem ser cobrados pela comunidade LGBT por isso.

            Cadê os Jeans Wyllys daqui para eu votar neles, onde os LGBTs são supostamente tão bem tratados pelo governo estadual?

            Você contou que faz parte de uma comunidade do FB com 20.000 membros. Esses 20.000 membros não conseguem se organizar para fazer 100.000 ou 200.000 votos? Por que as mesmas pessoas que organizam a parada gay todo ano nas grandes cidades do Brasil não conseguem se mobilizar para eleger dois, três, dez, vinte Jeans Wyllys? Aqui em São Paulo, capital, que candidato à AL ou à câmara federal pertencia à comunidade LGBT? E se eles existiam, por que não fui apresentado a eles?

            E vou ainda mais longe: se em sua opinião nenhum partido representa completamente os anseios e aspirações da comunidade LGBT (sempre lembrando que a ação não é só federal ou estadual e as pessoas, antes de tudo, vivem nas cidades), por que não fazer um partido da causa LGBT que defenda esses direitos e tudo isso o que citei na mensagem aí de cima?

            Para finalizar, repito: o histórico das ações do PSDB não inspira nenhuma confiança no quesito “direitos humanos”. (“Quem não reagiu não morreu”, dentre outras tantas pérolas.) Eles não são uma alternativa confiável neste sentido e o seu conjunto da obra demonstra isso claramente. O fato de, aqui em São Paulo, eles respeitarem uma parte desse público (repito, que tal saber com os travestis como a PM os trata?) não os qualifica para defenderem os direitos de ninguém.

    2. E o direito ao aborto, hein, Gunter?

      Você tem razão. Várias questões relativas ao secularismo estão pior que os direitos LGBT. Para estes pelo menos há aliados junto à opinião pública e também publicada.

      Pense em direitos de Povos Indígenas, Aborto, descriminalização da maconha, demonização dos menores de idade em segurança pública.

      Tudo isso está pior que os direitos LGBT. A pesquisa do DataSenado de out/2012 não foi apenas sobre PLC 122/06. Foi sobre muitas questões.

      E apenas na questão desse PL é que a maioria da população se manifestou por um lado que eu ache satisfatório.

      Em tudo o mais é um horror.

       

  1. Na Democracia…

    estamos na “Democracia” TEOCRÁTICA do FAMIGERADO Magno Malta e seus congeneres.

    Cada vez que escuto ou vejo tal criatura endemoninhada vociferando tenho ansias de vomito. E ele sempre fala em nome de “Deus” e da “Familia”.

     

    Deprimente!

    1. Não te parece que a bancada

      Gunter, não te parece que a bancada homofóbica, no congresso, extrapola e muito a bancada evangélica? Os Bolsonaros e os evangélicos são os mais estridentes, mas e os que não se manifestam publicamente? Os que votam contra qq. política de criminalização da homofobia sem abrirem o voto publicamente?  Homofóbicos existem em qq. partido, seja de esquerda ou de direita . Acho que membros do movimento LGS deveriam, não escolher um partido , mas pessoas claramente vinculadas ao movimento.

      Quanto as leis contra a homofobia existentes no País , basta dar uma pesquisada e verás que a maioria foi proposta por representantes do PT,(  Lei Nº 10.948, de 5 de novembro de 2001- (Projeto de lei nº 667/2000, do deputado Renato Simões – PT)05/11/2001).

       

      1. Sem dúvida, o problema não é

        Sem dúvida, o problema não é a bancada explicitamente homofóbica, mas a bancada ‘homofóbica por omissão’.

        É claro que 70 ou 100 deputados não aprovarão nenhum projeto idiota. Propostas como a ‘Cura Gay’ nem são levadas a votação para não passarem por vexame público.

        São as correções de injustiças que não avançam.

        O governo, se quisesse, poderia levar vários projetos a votação e a ‘opinião pública’ cuidaria de levar deputados e senadores a aprovarem. A criminalização da homofobia aconteceu assim no Chile e na Itália.

        É verdade que vários projetos pró-LGBT foram apresentados por parlamentares petistas. A maioria deles e os 3 ou 4 mais importantes.

        Por um tempo isso serviu para o PT fazer propaganda junto ao público LGBT, mas como nunca se esforçou em obter a aprovação de nenhum desses projetos (isto é, o próprio partido boicota os projetos de seus parlamentares) tudo isso agora parece ‘para inglês ver’.

        É ‘bonitinho’ ver parlamentar do PT fazer discurso aqui e ali pró-LGBTs. Mas a gente sabe que é só propaganda, que não vai dar em nada. Se algo for levado a votação será aprovado e aí tiraria o discurso dos parlamentares fundamentalistas que retirariam seu apoio ao governo. Não haveria como fazer o teatrinho.

        Não acho que se deve votar em simpatizantes LGBT. Isso não leva a nada, como já vimos.

        Acho necessário NÃO votar em partidos que façam concessões ao antissecularismo. Afinal, não são apenas questões LGBT em pauta. Estas até são as mais garantidas para solução futura, pela popularidade junto a opinião pública. Outras questões estão ainda pior.

  2. O Gunter Zibell é o tal do

    O Gunter Zibell é o tal do samba de uma nota só. Que tal te pronunciar sobre a notícia abaixo, do TEU PSDB?

    Cúpula do governo Alckmin cai no propinoduto

    Ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer denuncia formalmente ao Conselho Admnistrativo de Defesa Econômica um forte esquema de corrupção nos governos do PSDB em São Paulo; segundo ele, Edson Aparecido, braço direito do governador Geraldo Alckmin e hoje secretário da Casa Civil recebeu propinas das multinacionais entre 1998 e 2008; propinoduto na área de transportes, segundo Rheinheimer, visava abastecer o caixa dois do PSDB e do DEM; ele apontou ainda corrupção nos governos de José Serra e Mario Covas; outros nomes citados são dos secretários José Aníbal, de Energia, Jurandir Fernandes, de Tansportes, Rodrigo Garcia, de Desenvolvimento Econômico, e até do senador Aloysio Nunes e do deputado Arnaldo Jardim; strike completo?

    http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/121453/Cúpula-do-governo-Alckmin-cai-no-propinoduto.htm

     

    Ou sobre o MP estadual e federal do estado de SP?

    Ou sobre as prisões de Zé Dirceu, Genoíno e Delúbio?

    O samba do Gunter já encheu minha paciência.

    1. GUNTER DO PSDB?

      Selma, vc nos fez uma revelação fantástica! Acompanho o blog desde priscas eras, quando surge um post do Gunter sempre o leio com muita atenção. Mas essa de que ele é tucano é novidade. Vai ver que minha ficha demora demais prá cair (ou não sou tããããããão sectário!). 

      Velho Gunter, como Vc pode me (nos) enganar durante tanto tempo? Hehehe…

      1. Porra que raiva cara, eu caí direitinho

        e eu dando uma de fabrício aqui, vc me pegou, vou me vingar viu mwaahahahahahaha

        “Os apoiadores do PT e seu governo têm todo o direito de fazer a propaganda política que quiserem.

        Só que eu não me vejo representado por tudo isso e tenho o direito, também, de fazer oposição”

        Gunter tucano ? maaaagina! 

         

        http://www.hariovaldo.com.br

      2. Se as bancadas de meus

        Se as bancadas de meus partidos de preferência crescerem em 2014 já me darei por feliz.

        Repare que o Gunter falou em partidoS. Ou seja, não é só o PSOL…pode ter o PSTU, PCB e PCO também.

        Mas chamar o Gunter de tucano já é exagero, ele é no máximo simpatizante…hehe

        1. PSB está ‘em observação’. Se

          PSB está ‘em observação’. Se enquadrarem o Pastor Eurico e suas bobagens posso votar.

          PSoL é meu limite à esquerda. Eu sou interessado em secularismo e programas sociais, e direitos difusos como para ecologia, indígenas e sem terra, mas em economia e relações internacionais sou uma pessoa de centro. Então PSTU, PPL, PCB e PCO fica para quem acredita em outras coisas.

          Também gosto do PPS e PV.

          Eu não era simpatizante do PSDB, não concordo com o conservadorismo em segurança pública (mas PT também não é alternativa para redução de Estado Penal.)

          Mas tenho sido empurrado a pensar em Alckmin no nível estadual pelas próprias atitudes do PT. Tipo ‘nivelou por baixo, agora que se salvem os dedos.”

          O histórico de Padilha é de muito compromisso com religiosos. Feliciano se gaba de ser ouvido e atendido por ele. Inclusive é ele quem frequenta a missa de Padre Marcelo, não Alckmin.

           

          1. Gunter,Até aqui concordei

            Gunter,

            Até aqui concordei com boa parte dos seus argumentos. Mas não custa lembrar que PT, PSB e PSol abandonaram a CDH em conjunto.

            A questão não é exclusivamente partidária é, conforme você mesmo colocou em relação a Serra, uma questão de “oportunidade”. Há de fato muito poucos que fazem a defesa de direitos de minorias por convicção. Eles estão espalhados em vários partidos e serão sempre postos de lado quando pintar uma aliança “necessária”. 

            Da Agência Brasil

            PT e PSOL abandonam Comissão de Direitos Humanos em protesto à indicação de pastor evangélico

            07/03/2013 – 12p1

            Ivan Richard
            Repórter da Agência Brasil

             

            Brasília – O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo em protesto à indicação do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), acusado de homofobia e racismo, para a presidência do colegiado. Todos os deputados do PT e do PSOL também se retiraram da comissão. Dutra se retirou da reunião, antes da eleição do novo presidente do colegiado. A eleição será conduzida pelo membro mais idoso da comissão, o deputado evangélico Costa Ferreira (PSC-MA).

            A reunião teve início a portas fechadas. O acesso a manifestantes não foi permitido. Em meio a debates acalorados entre deputados evangélicos e os defensores dos direitos dos homossexuais e negros, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) se emocionou. Ele se opôs à decisão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de convocar a sessão a portas fechadas para eleição da presidência do colegiado. 

            “Nem a ditadura ousou bloquear o acesso do povo esta Casa. Essa comissão não é de evangélicos ou de católicos, mas do povo”, disse Dutra que renunciou à presidência da comissão.

            O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) criticou a postura de Dutra. “Isso é uma comissão de direitos humanos ou de direitos de uns e de outros? Não existe crime antes de ser julgado”, pontuou. “Estão praticando o preconceito aos evangélicos. Poderíamos convocar os evangélicos para fazer baderna nessa Casa. Mas nós, evangélicos, não somos de fazer baderna.”

            O deputado Takayama (PSC-PR) disse que os evangélicos não são contra os homossexuais. “Amamos os homossexuais. Amamos o pecador, mas não as práticas do pecado”, disse Takayama.

            A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) criticou a decisão de impedir o acesso de manifestantes à reunião. “Os espectadores não devem estar entendendo esse episódio que nos remonta a um período triste da nossa história. A questão aqui é política. Não é legal, nem regimental.”

             

          2. Eu lembro disso, claro.
            Mas

            Eu lembro disso, claro.

            Mas esse abandono do qual fala é qualitativamente diferente. Depois que houve a manobra (dando o devido nome ao boi, que comentário não é post rsrs) para que o PSC presidisse a CDHM, sbendo-se a composição da mesma, se Dutra, Erundina e Wyllys permanecessem na comissão só serviriam de escada para os demais.

            Dutra ainda era do PT e eu não lembro de nenhuma crítica a ele por isso. Eu não critiquei. Só lamento que ele tenha ido para o PROS, que é um partido religioso também, preferia que tivesse ido para o PCdB, PSoL ou mesmo PSB.

            Eu vou concordar que há boas pessoas em todo lugar. Mas aí precisamos fazer escolhas.

            Onde percentualmente me parece haver mais chances de se esperar bons discursos é no PSoL e no PSB mesmo.

            O PT também tem muita gente boa. Erika Kokay, Marta Suplicy, Paulo Teixeira, Fátima Cleide, Dr. Rosinha, Eduardo Suplicy (vou votar nele para senador), Olívio Dutra.

            Quando o PT voltar a um caminho, digamos, mais convencional, avisem-me que posso voltar a votar.

            Os que mais me assustam são os candidatos a governadores: Padilha, Gleisi, Lindberg, Agnelo. Todos eles já fizeram declarações ou tomaram medidas anti-LGBTs. Não defendo nenhum deles e por mim que todos percam que ficarei bem feliz. Será sinal de que a sociedade acompanha os problemas. 

            Eu não tenho coragem de trocar Alckmin, que não me assusta em nada, por Padilha, que é uma incógnita em algumas coisas e uma certeza de colaboracionismo com fundamentalistas em outras. Eu faria isso para que mesmo? Só pra agradar parentes petistas? Estes, se quiserem, que pressionem o Padilha para melhorar o discurso ora bolas.

            Só que eu gosto também daqueles que a turma aqui chama de ‘traíras’. Marina (acho que é demonizada demais, é mais religiosa sim, mas na prática é mais simpatizante do que, p.ex., Dilma), Eduardo Campos, Cristovam Buarque, Erundina, todos do PSoL.

            Tem como não gostar do Wyllys? (Até petistas devem gostar, ele defende os condenados na AP 470 e critica o PSDB mais do que vários petistas.)

            No PSB temos Lídice da Mata, sempre ótima referência. E agora Temproão e Célio Turino e Rands. No PCdB tem algumas pessoas (embora eu nunca mais queira pensar que Vanessa existiu.)

            Então, concordo que não é uma questão partidária só.

            Mas representantes de partidos tem que seguir regras. Os do PT não têm muita liberdade para votar nem defender coisas nas casas do Congresso. Sempre votam ‘fechado’. E ainda há aquela determinação do início de 2011 para que não falem nada que pareça antirreligioso.

            Sendo assim, por ora, é mais provável que minha preferência recaia no PSB e PSoL mesmo. São os mais independentes no momento. PPS e PV também são opção. aliás, minha candidata a vereador pelo PSoL em 2012 foi para o PV este ano e meu voto para deputado estadual irá junto.

            Minha cédula eleitoral agora (pode mudar várias vezes até out/2014) é PSB-PSDB-PT-PSoL-PV.

            E eu pensar assim não é problema para o PT, sou apenas um eleitor perdido na Grande São Paulo. Não se justificam as agressões em redes sociais, não é verdade?

            Problema seria, talvez, se muita gente passasse a pensar como eu. Mas não acho que é o caso, ainda.

          3. dependerá da campanha

            Bom, algumas dúvidas nos levantamos, o que ė bom. Você me lembrou que o Padilha ė o filho, e não o pai. 

            Eu fiz voce lembrar que no PT permanecem algumas das primeiras vozes simpatizantes, de quando ainda nem se chamava  assim.

            Só te digo mais uma coisa, não conta com a Marina como simpatizante. Ela já deu mostras que não é. Não é que eu a veja como traíra, ela é limitada mesmo em alguns sentidos.

            A minha decisão tomada atė agora ė: não voto no Alckmin nem se o Maluf estiver na frente rs…. Outra coisa, o caso do Chalita com a Canção Nova anda conturbado. Há uma ala extremamente conservadora ali. Eu não apostaria neles como simpatizantes.

          4. Nem sei quem é Padilha

            Nem sei quem é Padilha pai…

            Mas o Padilha filho pode melhorar o discurso. Se quiser.

            Mas não vai querer. Perceba no cronograma de ações que coloquei no post. Ele é responsável direto por várias. E as coisas só estão piorando. E em um crescendo.

            Desse mato, definitivamente, não sai coelho. Ainda havia esperança com o Paim e ana Rita no Senado. Essa esperança se foi ontem (isto é, não foi coincidência ter feito esse post ontem à noite, foi aproveitando posts indignados que fiz no facebook ao longo do dia, acho que você deve ter recebido na linha de tempo.)

            Permanecem sim, algumas vozes simpatizantes. Eu faço questão de lembrar sempre delas. Sigo no facebook vários dos citados.

            Nos anos 1990 eu gostava de falar que Marta Suplicy iria fazer isso ou aquilo. 

            Só que essas pessoas não fazem mais verão, são meio que boicotadas internamente e, enfim, nem com a presença delas o PT tem conseguido manter imagem de simpatizante. Isso não é opinião minha, é só percorrer blogs ou grupos de discussão LGBT pra constatar.

            É passado. E o PT conservador-realpolitik, estilo Rui Falcão, é cada vez mais majoritário.

            Não conto com Marina como simpatizante, longe disso. A comparação foi apenas de declarações. E, obviamente, conto menos ainda com Dilma como simpatizante.

            Melhor esquecer desse povo todo. Cuidar da vida que um dia aparecerá alguém para motivar uma virada de pensamento. Alguém como Felipe Gonzalez, Obama ou Mujica.

            Sei que tem uma ala na Canção Nova que falou muito mal de Chalita por este ter se declarado favorável ao combate à homofobia em escolas (mas sem o kit) e também ao PLC 122. O que eu acho ponto para Chalita.

            Afinal não estamos falando da Canção Nova como um todo, mas do que pessoas famosas vindas da Canção Nova falam.

            Eu nem pretendo votar no 2º turno. Quero mais é que as eleições, tanto em SP como para presidência vão para 2º turno porque nessas três semanas de intervalo aparecem coisas. 

            Mas não ligo pelota nenhuma para Dilma, Aécio e Padilha. E ainda espero mais de Campos/Marina e Alckmin.

            De qualquer modo, uma eventual coligação PSB/PSDB ano que vem em SP não me incomoda agora. O que incomodaria no passado recente.

             

          5. Padilha pai

            Anivaldo Padilha foi preso politico, exilado e só conheceu seu filho quando ele tiinha oito anos. Trabalha há anos pelas questões dos direitos em uma entidade ecumênica (http://www.koinonia.org.br). Ecumenismo benvindo em tempos tão sectários…

      3. PSDB como alternativa??

        Mas foi o Serra que fortaleceu essa agenda conservadora, Alckmin não é da Opus Dei???

        O PT está amarrado por essa coalizão de conchavos. Curioso é que foi o Lula (apesar de ser um presidente admirado pelos LGBTs) que inventou essa governabilidade sem critérios. Como a Dilma é ruim de política, o PT acaba se omitindo.

        Tem haver um pouco com o que o Gunter falou, somente o crescimento dos parlamentares da esquerda pode melhorar um pouco a situação.

        Confesso que sou um pouco indiferente nessa discursão, abomino sociedade obscurantista, mas reconheço que o grande individualismo dos dias atuais também fortalece o discurso religioso.

        1. Infelizmente isso de que foi

          Infelizmente isso de que foi o Lula quem patrocinou (não diria inventou) toda essa suposta governabilidade é fato.

          Lula foi muito admirado por LGBTs até os velhos tempos, findos em 2008, em que ele aparecia em Conferências LGBT, em que estimulou a que a SDH criasse um plano nacional de combate a homofobia e tal.

          Tirando o ‘Disque 100’, implantado no final de 2010, nada mais do que se pretendia ou que se prometia foi para a frente.

          O PT não conseguiu aprovar no Congresso um único projeto sequer de interesse LGBT. (E se tivesse, parece que morreria de vergonha por isso. Já trouxe várias notícias aqui sobre iniciativas da SDH, de Haddad e Tarso Genro a favor de LGBTs e são posts sempre micados, os comentaristas governistas não elogiam atuações do PT a favor de LGBTs.)

          Até eu já usei avatar com Lula segurando bandeirinha de arcoíris…

          Hoje isso ficou pra trás, né?

          Como Lula autorizou (ou pelo menos se omitiu total) a suspensão da votação do PLC 122 em 2009, como não deu certo a ideia de pôr Marta para reativar esse projeto no Senado, e como nunca fez nenhuma crítica ao modo como o reacionarismo tomou conta, pra mim também ‘já era’.

          Hoje eu estou ‘nem aí’ pra Lula também. Se ele quiser recuperar a imagem que recupere. Se não quiser, pra mim também já não tem mais importância.

          O desapontamento é total.

          O PT virou um novo PMDB, é assim que eu vejo.

           

           

        2. Serra é uma coisa, PSDB é

          Serra é uma coisa, PSDB é outra. Não existe essa coincidência automática e parece que boa parte do PSDB é contra Serra. Já vi amigos tucanos declararem voto a Marina Silva ou a Chalita só pra não terem que votar em Serra.

          Os alinhamentos não se dão apenas a partidos, mas às imagens das pessoas. Em SP de 10 a 15% votaram em Alckmin e Dilma ao mesmo tempo. Essas pessoas são reacionárias ou progressistas?

          Eu voto sempre anti-serra, tanto que votei em Dilma e Haddad. E já votei em Mercadante versus Alckmin. Mas este segundo voto pode ser diferente agora, depois que passados 4 anos as pessoas mudam seus discursos.

          A imagem de Alckmin junto a LGBTs de SP é muito boa. A de Serra também era, mas ele cometeu erros graves em 2010 e 2012 e destruiu sua reputação na área (no que foi seguido por Agnelo, ou não?)

          Alckmin já negou várias vezes ser da Opus Dei. Isso parece hoax que o PT solta. Mas cabe a ele se defender dessas inferências, caso ele queira, claro. Do mesmo modo que cabe ao PT se defender dos hoax que são disseminados contra Lula, Dilma, etc.

          O que me interessa é que leis e projetos cada político patrocina na prática.

          E, por mais que possa ser um incômodo para os estrategistas petistas, não há nenhum projeto-lei ou medida de secretaria dos governos Alckmin que possa ser tachada de ‘antissecularista’.

          Ele toma esse cuidado e merece o crédito por isso. Como também comete enganos (como ao nomear Ricardo Salles) e merece as críticas. O PT que faça melhor nos estados que governa e pronto.

          1. Mas Canção Nova não é Opus

            Mas Canção Nova não é Opus Dei. Chalita também é da Canção Nova.

            Padre Fábio Melo também é, não é? E é bem popular entre LGBTs.

            Eu gosto de Fabio Melo e de Chalita, não vejo nenhum problema.

            E pra mim tanto faz a religiosidade ou mesmo ideias pessoalmente conservadoras das pessoas. Eu mesmo sou um pouco religioso. 

            O que conta mesmo são as leis que defendem, as medidas administrativas em secretarias e ministérios.

            O que Alckmin fez de concessões ao antissecularismo nesses últimos 12 anos?

            Até onde eu sei, nada.

            O que Alckmin fez contra LGBTs? (Enquanto LGBTs, não me refiro enquanto cidadãos pobres, moradores no Pinheirinho ou estudantes da USP, mas em sua dignidade como LGBTs.)

            Até onde eu sei, nada.

            O que fez a favor? Várias coisas e não vou fazer mais campanha dele aqui, se ele quiser e se orgulhar mesmo do que faz, usará em campanha ano que vem.

            Então, essa estória de Opus Dei, se for mesmo verdade, entra por um ouvido e sai por outro. É só um discurso do PT que não tem repercussão factual.

             

          2. Perpetuar o gueto é a solução?

            Isso é o que eu acho inaceitável em sua tomada de posição, Gunter. O que você tá falando é: “o Alckmin pode esmagar os pobres, pode mandar estuprar os moradores do Pinheirinho, pode reprimir os estudantes da USP. Mas como ele não faz nada contra os LGBTs, ele é um cara legal”. O que você fala significa: “ah, no atacado Alckmin é um conservador miserável, mas como no varejo o que ele faz pros LGBTs é bom eu voto nele”. E depois você vem dar sermão, dizendo que o PT abriu as pernas integralmente pra realpolitik? K7, não tem nada mais realpolitik do que esse seu posicionamento!

            Pra mim, esse seu pensamento é o pensamento do cara do gueto que se acha privilegiado porque os donos do poder dominante não o maltratam. Penso no filme “O Pianista”, em que no gueto de Varsóvia havia judeus que se achavam “mais iguais” do que outros judeus. E com as exceções que confirmaram a regra, a maioria esmagadora deles terminou em campos de concentração – os mais e os menos iguais. Esse seu posicionamento é parecido. Ao invés de lutar para que se rompa o gueto e os LGBTs sejam aceitos integralmente pela sociedade, vota-se simplesmente naqueles que, mesmo com um péssimo histórico de respeito aos direitos humanos, acabam respeitando os direitos humanos de “alguns humanos”. E a vida vai seguindo nesse mundinho de fantasia até o momento em que quem detém o poder resolve que não compensa mais politicamente apoiar esse grupo, e então vai descer o relho nos LGBTs como desce nas outras categorias que citamos aqui.

            Quanto ao pessoal da canção velha, a experiência pessoal que tenho com eles é a pior possível. Uma das malucas participantes da seita me encheu o saco aqui no condomínio por ANOS simplesmente porque eu insistia em andar só de cuecas nos meses quentes. DENTRO DE MEU APARTAMENTO. Ela achava isso inadmissível e encheu o saco do síndico durante anos, até que um dia a mãe da maluca deu o maior barraco, bradou em altíssimo e bom som que eu era bicha e pedófilo e que ela havia filmado (!) as barbaridades que eu supostamente cometia. Ainda bem que não chamou a Globo. No final das contas, o síndico – que é um banana – simplesmente disse que era melhor eu colocar as cortinas onde ela queria, que nem ia me custar tanto, etc., etc… Você vai falar que “uma andorinha não faz verão”, mas o fato é que a pessoa em questão é uma das pessoas mais influentes dentro da seita. E a mãe dela é filiada ao PSB, foi até candidata a vereadora.

            Para finalizar, eu também não ligo para as ideias conservadoras dos outros – DESDE QUE NÃO ME VENHAM ENCHER O SACO PRA MUDAR A MINHA VIDA POR CAUSA DELAS. Não aceito perder os meus direitos – o de me vestir dentro de minha casa como eu bem entender é um deles – porque uma doida acha isso “errado”. Acho que cada um tem o direito de ser o que bem entender e fazer o que quiser da própria vida, desde que não obrigue os outros a viver desse ou daquele jeito.

          3. Você foi diversionista e

            Você foi diversionista e apelativo, Zarastro.

            Eu não falei nada do que você disse. Nem vou perder meu tempo desmontando as falácias que colocou nos dois primeiros parágrafos.

            Se o Alckmin tem um bom discurso pró-LGBT, mérito dele.

            Se eu quiser votar em Alckmin por isso, direito meu.

            Considere isso um estímulo para o PT evoluir e tentar recuperar eleitores.

            Os candidatos do PT não são proibidos de fazer discurso igual ou melhor que o de Alckmin.

            Que façam.

    2. O cara tenta fazer do Alkmin um cara legal

       o Alckmin, aquele que mentiu pra todo mundo pra atacar o pinheirinho em seguida, deixando 6000 no olho da rua sem casa, aquele das 400 mortes inexplicadas da polícia, que à 6 meses mandou baixar o cacete em todo mundo, até na imprensa amiga e APs da classse media que o elege, um cidadão que conseguiu botar gente do Brasil inteiro na rua indignado com sua truculência, um cara com ligações com a opus day, e tem gente que vai na onda, é incrível.

    3. Menos,  Selma. Ou você dá uma

      Menos,  Selma. Ou você dá uma resposta ao que julga falho nos argumentos do Gunter ou é melhor ficar quieta. Chamá-lo de “tucano” só porque ele não trata de assuntos que  você julga importante é um exagero desmedido.

      1. Na minha opinião, o Gunter

        Na minha opinião, o Gunter está se colocando na condição de vítima. Querer nos convencer que a sociedade brasileira “culpa” os homossexuais pela deterioração da família “propaganda de margarina” é duvidar de nossa inteligência. A hipocrisia da família perfeita se desfez pela luta das mulheres por igualdade de direitos e entrada no mercado de trabalho. Isso já tem décadas. As mulheres ainda sofrem violência, inclusive física, porque  vivemos em uma sociedade patriarcal em pleno sécilo XXI. E os reflexos nos filhos? E estão aí na luta, sem se colocar na condição de vítima.

        Bullying na escola não são apenas os homossexuais que sofrem. E os obesos, os muito magros, as crianças que usam óculos, os tímidos, os CDF’s…

      2. Exato, Walter.
        Ataques ‘ad

        Exato, Walter.

        Ataques ‘ad hominem’ como os da Selma são comuns em redes sociais. Já não ligo mais nem leio aqui. Quando eu reconheço um nome pulo e pronto. No facebook desfaço amizade, como já fiz 4 vezes este ano e pronto.

        Esses ataques não tem credibilidade nenhuma em redes sociais, são apenas tentativas mal-sucedidas de calar oposição.

        O meu argumento básico é que o PT faz concessões irracionais ao fundamentalismo religioso. Isso ainda não vi rebatido. E reconheço que eleitoralmente tem sido bom para o PT, só não me representa e não é um programa que eu possa defender.

        Pode até ser que eu venha finalmente a votar no PSDB, em SP, mas isso porque na área do secularismo o Alckmin me parece mais confiável que Padilha (autor de várias, 4 pelo menos, das medidas conservadoras que listei.)

        E é bom que se saiba desse sentimento, não? Os partidos fariam melhor se pesquisassem intenções de voto de minorias do mesmo modo que segmentam religiosos e níveis de instrução. Mas cabe aos institutos de pesquisa avançarem nisso. Nos EUA é comum e o Pew Research segmenta LGBTs.

        Ou pode ser que eu vote em branco.

        Até outubro/2014 ainda há tempo dos políticos melhorarem seus discursos.

        Mas, de modo geral, meu voto será PSoL, é o único partido hoje que aborda LGBTs, aborto, maconha e redução do Estado Penal.

        1. Não são irracionais, não!

          “O meu argumento básico é que o PT faz concessões irracionais ao fundamentalismo religioso”.

          São bastante racionais, até com certo rigor matemático, são concessões friamente calculadas. Você mesmo opina:

          “Ninguém mais acha que foi descuido, Arthur”.

           

          Eu disse um certo rigor matemático, por que o PT comete um equívoco em seu modelo de análise; considera as variáveis políticas como aritméticas, onde um mais um é igual a dois, e pronto. Se considerasse variáveis algébricas, perceberia somas que resultarão zero; se percebesse o comportamento dinâmico das forças política, sofisticaria seu modelo com variáveis fasoriais, vetoriais e etc, veria somas que resultam na direção contrária à força dominante ou, no risco presente, de resultarem em vórtices que corroem bases de apoio partidário, ralos que corresponderão à fuga de votos, no afastamento e contrariedade de militantes e de movimentos sociais que sempre somaram na sua base histórica, ao perceberem que o PT  privilegia seus inimigos sociais.

          1. Faz sentido, Almeida, me

            Faz sentido, Almeida, me pegou.

            São irracionais no sentido de esquisitas, de voltadas para o retrocesso. Algo que não se espera. Coisas difíceis de justificar e que por isso mesmo buscam esconder ou escamotear.

            Mas foram concessões decididas com um propósito e segundo uma lógica eleitoral. 

            E parece que o longo prazo não está entrando na equação.

            Somente se olha para o sucesso agora.

            Se haverá lealdade da base conservadora, ou se haverá corrosão junto às classes médias, isso não está sendo levado em conta.

            Em termos práticos:

            Acho que a reeleição de Dilma não corre risco nenhum. Eduardo Campos não parece disposto a fazer um discurso modernizante capaz de agregar descontentes.

            Campos e Marina, por ora, parecem apenas a média de outras duas coisas parecidas, Aécio e Dilma.

            Acho que haverá uma leve redução na votação para deputados para o PT, um leve aumento para PSoL, nada significativo.

            Quanto a eleições para governador é que é mais problemático. O público conservador já tem dono em PR, SP, RJ, DF. Ficar disputando isso me parece um erro. Para o PT.

            Não consigo ver, por exemplo, por onde Padilha poderia vencer de Alckmin em SP. 

            Agnelo, Gleisi, Padilha, Lindberg, são todos impopulares entre LGBTs. Só que Richa, Crivela e Garotinho também…

            Não se trata de um público grande, talvez 5% dos eleitores? Nem é um público mais consciente que o demais não, é uma minoria da minoria que pensa como eu.

            Mas eu torço para que tentem influenciar seus parentes mais próximos (pais, mães, irmãos) para que, pelo menos, votem numa opção menos fundamentalista.

             

  3. concordo contigo

    o pt abandonou todo o discurso do passado e atualmente está coligado aquelas sanguessugas que antigamente eram execradas. até a barbie foi capaz de dizer que a funai não tem condições de demarcar terra indigena, contrariando o que está na lei. tudo para agradar o setor de agronegociatas.  criaram uma montanha de cabides de emprego para todos os associados do pt, e ainda assim não conseguem aprovar um projeto.

    é a manutenção no poder a qualquer custo.

    1. Acho que Paraná é um caso

      Acho que Paraná é um caso mais complicado que a média.

      Os discursos de Richa e Gleisi parecem ser, pelo menos para quem vê de SP, respectivamente mais conservadores – e vinculados ao fisiologismo – que os de Alckmin e Padilha.

      Eu não gosto nem de Richa (ele diz que gays não devem adotar, que policial bom é policial sem instrução) nem de Gleisi (que é contra o PLC 122 e a favor da internação compulsória)

      Nem sei o que dizem de direitos indígenas, mas duvido que seja grande coisa.

  4. Globo+Feliciano+Zibel+um monte

    Todos contra o PT QUERENDO QUE ESTE NÃO TENHA UMA BANCADA PRÓPRIA forte, que não eleja parlamentares  próprios pra defender seus projetos, como aquele contra a homofobia, escondendo que o deputado tucano foi o autor de um projeto de cura gay. Vamos fortalecer o PT não vamos deixar eles vencerem, se PT+PCdoB conquistarem perto de metade da câmara nas próximas eleições, o que é possível, podemos tirar os felicianos de lá, não deixem globo+feliciano+zibel+outros ativistas anti-PT vencerem, fortaleçam o PT, não esmoreçam, façam campanha, não usem máscaras mostre com orgulho que é petista, mostre o que o PT tem feito no país.

         Não acreditem em propaganda fajuta, nos EUA só 13 dos 50 estados tem casamento gay, na europa 12 dos cerca de 30 países, ainda expulsam os ciganos, principalmente na frança dos azuis/vermelhos/brancos, tentam fazer uma verdadeira faxina étnica expulsando imigrantes naquele continente.  A influênca americana é nefasta no Brasil, os pastores homofóbicos são imitação dos congêneres americanos com seus shows midiáticos de cura, os programas policiais também são imitações de tosquices americanas , trazidos por essa mídia nefasta, no cabo pode se ver alguns desses programas originais , preconceito contra árabes e hispânicos nos chegam via EUA com sua poderosa mídia, essas tvs nacionais promovem a toda hora uma campanha de diminuição do nordestino , escondem o negro, fabricam esteriótipos dos gays, proliferam jôs, gentiles, rafinhas, rogers, datenas, casoys e outros tipos, vários tem processos nas costas por discriminação e ofensas em geral, a campanha passada tucana terminou com oposicionistas querendo matar nordestinos, colocaram o aborto como tema central da campanha, Dilma abortista passou a ser um bordão, Dilma sapatão outro, esses são os direitos humanos deles, por isso eles odeiam esses “nichos de internet” aqui onde somos o oposto disso, vamos denunciar a farsa.

      CAMPANHA ELEJA PARLAMENTARES DO PT, VOTE 13

    1. GUNTER INIMIGO?

      Porra, Gão! Queria que todos os inimigos dos progressistas tivessem as posições do Gunter. Ou Vc prefere Bornhausen, Caiado, Chapeleiro, Demóstenes, Abril…??? Menas, camarada, menas…Abrs.

      1. Cara eu fico comovido com a ingênuidade de vocês, é sério

           É mais um post irônico ?

        O cara quer salvar a globo e o alckmin, bem embaixo do nariz de vocês, antes tinha feito o maior merchan pra dupla campos e marina, aqueles que resussitaram o Bornhausen que você citou, odeia quando agente fala desse PIG aí. isso é pegadinha de vocês né ?

          Obvio que o PT tem uma minoria no parlamento, óbvio que o remédio é aumentar a bancada do PT já que esses projetos são petistas, óbvio que ele tá fazendo uma campanha anti PT, esse rapaz deve ter poderes hipnóticos tipo Fábio Puentes, se der uma cebola pra vocês e disser que é maçã vocês engolem com gosto.

      2. Você tem toda a razão,

        Você tem toda a razão, Nonato. E não digo isso só porque você está me defendendo.

        Eu preferiria que a história toda tivesse sido diferente. Só que infelizmente não foi.

        Até maio/2011 eu ainda defendia o PT e governo federal. Mas, do modo como as coisas correram desde então, seria necessário muito pouco amor próprio, ou fingir-me de desinformado, para eu continuar defendendo o governo.

        Ainda há esperança que o governo reveja suas posições anti-LGBT, tomadas em nome de uma realpolitik de resultados muito duvidosos.

        Só que boa parte dessa esperança foi pro ralo ontem de manhã, ao vermos como Humberto Costa, Paim e Ana Rita cederam muito rapidamente às demandas de Feliciano, João Campos e Magno Malta.

        Minhas críticas ao governo federal e PT não são de cunho ‘moralista-udenista’, ao contrário. São em relação às opções moralistas-conservadoras-eleitoreiras que talvez tenham trazido à tona a verdade sobre um PT muito mais ‘democrata-cristão’ do que se mostrava antes.

        Em nenhum momento digo que o PT saiu prejudicado com isso, ao contrário, em termos eleitorais saiu-se bem.

        Há colegas militantes do PT, como Gão, que usam dessa agressividade e desinformação em redes sociais. Já estou acostumado com isso.

        Na minha opinião isso não fará, agora, nenhuma pessoa voltar a votar no PT. Na base do grito as coisas não funcionam e o público conservador moral já foi distribuído. Se será fiel ao PT é outra estória.

        Também será melhor, acho, para o próprio PT pesquisar como as concessões feitas ao conservadorismo moral afetam sua imagem junto às classes médias urbanas.

        Mas isso é problema do PT, claro. Meu problema é pesquisar e comentar como as questões de direitos difusos e de minorias são tratadas no Brasil.

        Abraços!

         

  5. O “meu” partido particular

    Talvez, e existência de tantos partidos políticos no Brasil deva-se ao fato que cada um quer o seu próprio e particular interesse representado de forma monotemática. Isso não é apenas uma expressão de egoísmo, mas também de radicalismo, ao desqualificar a todos os que não pensarem exatamente como ele, naquele exato tema. O PT é um partido pluralista e democrático, cujos dirigentes são escolhidos pelo voto dos seus afiliados. Diversas correntes são agrupadas numa expressão maior, onde são respeitadas divergências relativas a temas específicos. Quando um modelo de desenvolvimento social da nação brasileira é confrontado com o “entreguismo” global manifestado pelos neoliberais, é ridículo, egoísta e infantil querer que o mundo inteiro gire apenas ao redor dos desejos de um punhado de gays.

    1. Nós temos vários partidos

      Nós temos vários partidos devido a existência de vários interesses particulares e/ou privados, não necessariamente ligados com alguma temática ou ideologia.

      Ser “cacique” é melhor que ser só mais um “pele-vermelha” qualquer, mesmo entre os “pele-vermelha”.

  6. É muito triste ver membros

    É muito triste ver membros do PT abandonando pautas progressistas e desrespeitando os Direitos Humanos. Depois do desligamento de Domingos Dutra, o partido ficou menor. Espero que tenha sobrado outros combatentes. A nós, por mais que sejamos partidários, cabe cobrar.

    Seria muito produtivo se a esquerda do PT se juntasse aos partidos da preferência do Gunter e vice-versa. Mas há um probelma aí: psolistas ex-petistas, por exemplo, são piores que ex-fumantes ao negarem gostos e preferências passadas.

  7. “E eu até quero conhecer o Uruguai, mas não como exilado!”

    EM TEMPO: Gunter, irei pro Uruguai no final do ano, se precisar de algo…hehehe… Um abraço petista!

    1. Jeje, boa viagem, Nonato. Faz

      Jeje, boa viagem, Nonato. Faz tempo quero fazer essa viagem, infelizmente com mãe doente não é possível.

      Quero sim algo do Uruguai. Traga livros ou matérias que falem de como os políticos uruguaios lidam com coisas como prostituição, jogo, maconha, aborto, direitos LGBT.

      Quem sabe podemos tirar cópias e distribuir para a bancada petista, né?

      Um abraço (no momento) apartidário no nível executivo e psolista no nível legislativo!

       

  8. ” … mas praticamente apenas

    ” … mas praticamente apenas as Organizações Globo tratam disso, e não com toda a veemência que a gravidade da situação requer. …”

    A Globo tratando o tema:

    http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/03/prefeitura-de-sp-estuda-adotar-kit-gay-estadual.html

    A Globo pode até ter questionada a bancada evangélica no Ministério, muito mais para ferir a imagem do PT do que defender direitos.

    Vale lembrar que foi a imprensa que ficou batendo na tecla “Kit-gay do PT” nas ultimas eleilções fortalecendo o discurso moralista e preconceituoso da oposição, tendo a Rede Globo como principal líder.

    1. Bem lembrado Alexandre.

      Bem lembrado Alexandre. Contra o kit gay, Malafaia deu apoio ao tucano Serra, pupilo da mídia, e pregou o voto contra Haddad, o criador do kit. Além de ter citado a questão do aborto para atacar Dilma.

      1. Tamára, para o bem da verdade

        Tamára, para o bem da verdade a história não é bem assim.

        Kits antihomofobia são usados por Secretarias Estaduais de Ensino desde 2008 em MG e 2009 em SP.

        No final de 2010, quando o PT ainda buscava eleitorado LGBT (e também racionalidade na educação pública) o MEC conseguiu emenda para pagar o kit “Escola sem Homofobia”.

        Em março/2011 o MEC ainda divulgava press releases favoráveis ao projeto. Um foi publicado pela “Carta Escola”.

        Uma semana antes do cancelamento do kit Haddad ainda dava entrevistas mencionando os elogios que o programa recebia da Unesco.

        O cancelamento em maio/2011 foi argumentado de modo espatafúrdio, falando-se mal dos videos. Só que o MEC nem Haddad nunca comentaram em público que a ong que produziu o kit federal era a mesma que produziu o estadual de SP. E que o video mais polêmico (na visão do discurso federal oficial) era usado em SP sem questionamento algum.

        Uma parte dessa história está aqui:

        https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/3-momentos-do-kit-antihomofobia

        É claro que, em out/2012, pegou mal para Serra quando a imprensa (em especial a FSP) esclareceu que o conceito de ‘kit gay’ foi criado por Serra.

        Tanto uns como outros foram maliciosos na ocasião. 

        Haddad e MEC renegaram a paternidade do kit federal. Como se tivessem vergonha de ter feito algo bom. Está claro que isso foi por oportunismo eleitoral e isso deve ser explicitado. Também deve ser explicitado que o problema de combate a homofobia em escolas públicas ficou sem nenhum apoio federal e que Mercadante conseguiu ser ainda pior: declarou que não adianta combater homofobia em escolas, ao contrário do que qualquer pedagogo ou psicólogo ou sociólogo recomendaria. (Mercadante acabou pra mim nessa.)

        Haddad, como ministro, obviamente sabia que tais programas eram usados em estados. E também sabia que o material era uma versão ampliada do programa paulista. Guardou isso como carta na manga para o caso de Serra tentar usar isso contra ele.

        Não é apenas Serra que tem contatos na mídia paulista, diga-se.

        A mídia em geral poderia ter usado o episódio do kit como prova de obscurantismo de Haddad. Não o fez não por simpatia ao governo, mas porque sabia que Serra tentaria usar isso em campanha. Não deu certo porque a verdade acaba vindo à tona (como na questão aborto também.)

        Durante um ano e meio a mídia silenciou sobre a gafe do kit. Mas isso beneficiou mais o ministro que a Serra. Se voltarmos aos vários posts de outubro/2012 sobre o assunto veremos como Serra ter sido pego na mentira foi um ‘turning point’ naquela eleição. 

        A notícia, repito, saiu primeiro na coluna de Monica Bergamo. Depois o portal terra entrevistou Alckmin que se recusou (e não cabe surpresa aqui) a defender Serra. As matérias mostrando uma queda de Serra até junto aos evangélicos por conta do vexame todo foram divulgadas pela grande mídia.

        A “Blogosfera” sempre se omitiu sobre o vexame do cancelamento do Kit, muito em parte pelas ligações com o Grupo Record.

        Cabe lembrar que o único veículo que publicou matéria cobrando a adoção do kit, após o episódio, foi a revista de pedagogia da Abril (não lembro o nome)

        Cabe lembrar que os partidos PSC/PR/PRB, mesmo fazendo parte do governo estadual de SP nunca questionaram Serra ou Alckmin pelo programa estadual. O que demonstra que as críticas ao programa federal foram apenas barganha oportunista na qual o GF se envolveu.

        Finalmente, o cancelamento do kit é algo de cunho classista, posto que escolas particulares usam de materiais antibullying. Quem fica desprotegido são os adolescentes pobres.

        Por que a ‘bronca’ de pastores contra esse material (no caso apenas o federal, pois eles não bronqueiam no nível estadual)? Por que não querem que adolescentes recebam instrução nas escolas que conflite com os preconceitos que disseminam em igrejas. Desse modo, o governo federal está sendo conivente e corresponsável pela manutenção da ignorância. Porque interessa. 

        A respeito de Malafaia. Não cabe questionar o apoio que ele dá a Serra sem questionar o apoio que dá a Lindberg. Devemos usar o mesmo peso e medida não é?

        Ainda sobre Serra e conservadorismo. Até abril/2010 ele era simpatizante, tanto que divulgou muito a regulamentação da lei 10948 e os procedimentos para atender transgêneros no Hospital das Clínicas. Como ele mesmo normatizou o aborto no SUS quando ministro.

        Em maio/2010 ficou claro que Dilma tinha fechado acordo com PSC/PR/PRB e a partir daí, no que foi um desespero medíocre, é que ele embarcou na tentativa de agradar o reacionarismo moral.

        Que, no entanto, já era governista.

        Os lances piores foram de Serra, tanto em 2010 como em 2012. Mas as iniciativas mais antigas foram do governismo federal.

        Vamos rezar para que essa mediocridade toda não se repita em 2014!

         

         

  9. Ao contrário, hoje passou na

    Ao contrário, hoje passou na CDHM projeto de deputado governista propondo plebiscito para revogá-las.

    Afinal, ainda estamos em uma democracia, não?

    http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=505224

    Creio que seria esse daqui que você está falando, Gunter. Não fala em revogar, e sim levar a questão para a decisão popular, já que os próprios “representantes” do povo se omitem sobre o tema pelos motivos que você já explanou. E em princípio, tal manifestação da população, teria mais legitimidade que uma decisão judicial, na minha humilde opinião.

    E considerando que o STF é em maior parte indicação do PT, algum crédito você poderia dar pelos momentos que ele “legislou positivamente”. Não escolheram, por exemplo, um ministro negro ou mulheres por “obra do acaso”, por mais que as escolhas para o STF mereçam alguns questionamentos.

    Embora eu ache temeroso levar certas decisões para a decisão popular, só fazendo isso conseguiremos sair de uma limitada democracia representativa para uma mais direta, onde a população realmente participe das decisões governamentais. Sem falar na possibilidade de debater nacionalmente a questão LGBT, algo que só um plebiscito ou referendo possibilita.

    Se você falou em revogação, acredito que não seja por má fé e sim por imaginar qual seria o resultado de tal consulta, que confesso que não me agradaria mesmo não sendo parte interessada diretamente na questão.

    O porém, é como limitar a democracia (supondo que possa e deva ser limitada)? Qual deve ser o seu limite, sendo que mesmo as leis de um país podem ser alteradas?

    1. Um plebiscito que revogue

      Um plebiscito que revogue direitos de outras pessoas não é constitucional, não pode sequer ser convocado. Se o for, será derrubado no STF. Isso é apenas um jogo de cena para chantagear os demais parlamentares a nunca votarem projetos a favor de LGBT, bem como tentar enquadrar o governo. Também turbina a candidatura desses pastores junto a sua Igreja, permitindo-os vender a imagem de defensores da moral e da família cristã.

      —————

      “3. A união estável e o casamento homoafetivos são cláusulas pétreas

      O direito ao casamento homoafetivo (ou, ao menos, à conversão da união estável homoafetiva em casamento) é um direito individual com sede constitucional. Portanto, o casamento homossexual é uma cláusula pétrea (CR, art. 60), já que os direitos individuais não podem ser abolidos por Emenda Constitucional:

      “§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

        I –  a forma federativa de Estado;

        II –  o voto direto, secreto, universal e periódico;

        III –  a separação dos Poderes;

        IV –  os direitos e garantias individuais.”

      Nem se argumente que o direito individual ao casamento homoafetivo perderia força normativa por não estar expresso no texto constitucional. Os direitos estatuídos na Constituição não excluem outros, que venham a ser reconhecidos (CR, art. 5º, § 2º). Uma vez reconhecido um direito fundamental pelo STF, em decisão vinculante, ele passa a integrar o chamado bloco de constitucionalidade, composto por todas as normas constitucionais: as que defluem diretamente do Texto Maior, os tratados incorporados com status de emenda constitucional (CR, art. 5º, § 3º) e as extraídas pelo STF em ações de efeitos vinculantes erga omnes (Ações Diretas de Inconstitucionalidade, Ação Direta de Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental).

      Uma vez incorporados ao ordenamento jurídico, os direitos individuais não podem mais ser abolidos ou restringidos. Em termos de direitos fundamentais, a mensagem do constituinte é clara: deve-se andar sempre para frente, nunca para trás. Não pode haver regresso.

      Note-se, inclusive, que o texto do art. 60, da CR, dispõe que proposta de emenda tendente a abolir direitos e garantias individuais “não será objeto de deliberação”. Assim, a proposta de supressão de direito individual sequer pode ser votada ou oficialmente discutida. Não se pode deliberar a respeito. Se houver alguma proposta neste sentido, qualquer parlamentar tem direito de impetrar mandado de segurança no STF para impedir o trâmite do projeto, pois o direito a um processo legislativo consonante com a Constituição é um direito líquido e certo de cada deputado e senador.

      Pela mesma razão, o plebiscito não pode suprimir ou restringir direitos individuais. Se eles são intangíveis até mesmo por emenda constitucional, isso significa que nenhuma outra espécie normativa pode vulnerá-los. O plebiscito, qualquer que seja seu status normativo na hierarquia das leis, nunca terá hierarquia superior à de uma emenda constitucional. Na verdade, o plebiscito terá o status da norma cuja elaboração ele pretende subsidiar: se a população for chamada a deliberar sobre uma questão a ser normatizada por lei ordinária, o resultado do plebiscito terá status de lei ordinária; se a consulta visar a elaboração de emenda constitucional, o resultado será uma emenda constitucional. Como nenhuma emenda constitucional pode violar as cláusulas pétreas, o resultado do plebiscito também não poderá.

      Leia mais: http://jus.com.br/artigos/23814/a-inconstitucionalidade-de-plebiscito-para-casamento-homossexual#ixzz2lHZ8RlGN

      1. Hélio,
        Imagino que os

        Hélio,

        Imagino que os legisladores quando estabeleceram que os direitos e garantias individuais não poderiam sofrer emendas, para abolição dos mesmos, estavam se referindo somente aos que constam no artigo 5º, que define os direitos e deveres individuais e coletivos.

        O casamento só aparece lá no artigo 226…fora dos Direitos Fundamentais, na parte em que a Constituição trata da Ordem Social. Da minha parte, acho que não só poderia, como deveria ser incluído nos direitos, pois relacionar casamento com “ordem social” parece coisa de quem acha que sem a família tradicional de margarina (royalties para o Gunter) a sociedade entraria em ruína. O STF só teria chegado naquela decisão trabalhando na interpretação do que consta no artigo 226. Mas creio que não exista garantia que tal artigo não possa ser alterado para pior.

        Na teoria, até os sociais (a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados), do artigo 6º podem sofrer “poda” e deixarem de ser direitos se os legisladores assim entenderem. Ou seja, nossa constituição, provavelmente, é mais frágil do que parece.

        1. Penso que o artigo 5 da

          Penso que o artigo 5 da constituição já contém uma ressalva quanto a isso:

          § 2º – Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

          A decisão do STF garante que gays tem o direito ao reconhecimento legal de seu relacionamento homoafetivo nos mesmos termos usados para os casais heterossexuais. Mudar isso implica em retirar direitos e tratar de forma desigual sem motivo justo, o que vai contra o caput do próprio artigo 5.

    2. Oi Ed,
      Tentar defender o

      Oi Ed,

      Tentar defender o purismo legislativo no episódio do Casamento Gay é apenas casuísmo.

      Apenas EUA, Irlanda e Suíça usam o recurso do plebiscito para questões de direitos. A obrigação de legislar a favor do Casamento Gay é do Legislativo, como aconteceu em 14 dos 15 países que hoje o tem.

      Houve essa jabuticaba no Brasil de ter sido movida uma ADI pelos governos de RJ (PMDB) e RS (PSDB) ? Houve. Por que tais ADIs não foram movidas por estados governados pelo PT?

      E daí que aconteceu isso, é razão para se voltar atrás? Fazer um plebiscito quando em todas as culturas mais próximas à brasileira o Casamento Gay é fato consumado? A mídia não vai lembrar que nos EUA, França, Reino Unido, Espanha, Portugal, Uruguai e Argentina (não por acaso os países mais visitados por brasileiros) todos têm CG?

      Hove uma ADI movida pelo DEM para se falar de cotas em UNIs. Por que, neste caso, ninguém porpõe plebiscito?

      Sinceramente, a proposta do plebiscito beira o ridículo.

      E por que deputados pastores não propõem o plebiscito para a criminalização da homofobia? Só porque em pesquisas esse projeto tem 77% de aprovação popular. Quase 50% entre evangélicos.

      E sério que você acha razoável que o direito de 7 ou 8 milhões de pessoas, em um estado laico, seja determinado por plebiscito onde haverá propaganda religiosa?

      Que tal, então, definir em plebiscito o ensino do cristianismo obrigatório em escolas? Afinal os representantes do povo também não legislaram sobre isso.

      Vamos fazer o seguinte: parar de usar argumentos ruins e nos quais nós mesmos não cremos para defender o governismo.

      Não há defesa racional possível para as atitudes dos partidos governistas em relação a LGBTs e pronto. Discuta-se isso em campanha, mas que não se forcem os raciocínios.

      Eu poderia dar crédito ao PT pela escolha do judiciário. E dou sempre, estou sempre elogiando o judiciário, não é? Nisso, na questão dos anencéfalos, marchas da maconha, cotas, etc. Alguém já me viu criticando o judiciário? Não, não é mesmo? Então, parabéns ao PT pela escolha dos juízes.

      Só que o próprio PT não quer o crédito nesse caso. Ora porque está de ‘birra’ com o STF, e coloca seu deputado Fonteles para discursar em plenário contra o casamento gay, ora porque políticos do PT não querem ser vistos em público se declarando a favor do Casamento Gay.

      Marina Silva, Alckmin, Aécio e Eduardo Campos já deram entrevistas falando que são favoráveis ao Casamento Civil Igualitário. Encontre link com entrevista de Haddad, Gleisi, Agnelo, Dilma, Wagner e Lindberg falando o mesmo e aí voltamos a esse assunto.

      “confesso que não me agradaria mesmo não sendo parte interessada diretamente na questão.”

      Há um grande esforço no comentário em defender mais o governismo que a racionalidade da legislação. Precisamos superar esse paradigma do partidarismo, não é?

      De qualquer modo, as pessoas que sinceramente acreditam ser importante o plebiscito são minoria. Mesmo que é contra o casamento gay sabe que não faz sentido se legislar sobre a vida dos outros. Que benefício alguém que tem vizinhos gays obterá em suas vidas se eles forem proibidos de se casar?

      A questão é que não há intelectuais, juristas ou jornalistas de renome, personalidades do meio artístico, órgãos de classe (sindicatos, etc), ninguém relevante como formador de opinião contrário ao Casamento Gay.

      Então pega mal esse esforço de 3 ou 4 deputados governistas falarem nisso. Fica óbvio que é manobra (inconstitucional) para tentar agradar a bancada fundamentalista.

      Avancemos, pois!

       

       

      O porém, é como limitar a democracia (supondo que possa e deva ser limitada)? Qual deve ser o seu limite, sendo que mesmo as leis de um país podem ser alteradas?

      1. Gunter,Sendo direto ao

        Gunter,

        Sendo direto ao ponto, não houve da minha parte NENHUM interesse em defender o governo nas minhas colocações. Assim como você, acho que o governo peca nessa questão (onde outros países estão mais avançados) e que os deputados envolvidos nessa nova ideia estão jogando para a torcida, quando haveria assuntos mais “dignos” de um plebiscito ou referendo.

        Mas o meu ponto é o seguinte, quem garante que o “ativismo” judiciário, indo “aonde nenhum legislador jamais esteve”, será sempre positivo?

        Por sinal, quem definiria o que é positivo em cada caso, se a própria lei não estabeleceria (de forma clara)?

        Se não é a sociedade (via representantes ou de forma direta), quem?

        Devemos avançar, certamente. Mas quem define o caminho e a direção?

         

        P.S.: Que tal, então, definir em plebiscito o ensino do cristianismo obrigatório em escolas? Afinal os representantes do povo também não legislaram sobre isso.

        Não vejo problema na consulta, apesar de ter posição definida nessa questão.  

        E no pior dos casos, o Uruguai é bem perto…e ainda tem a vantagem dos alfajores…hehe

        1. Ok, Ed.
          Esqueçamos, então,

          Ok, Ed.

          Esqueçamos, então, essa ideia tola do plebiscito para Casamento Gay.

          Alguém me falou ontem que está na própria constituição que o Senado pode discutir decisões do STF ou mesmo processar seus membros.

          Eu não entendo nada de Direito Constitucional, mas aí está uma vertente boa para pesquisa.

          Fiquemos com a parte ‘opinião pública’ (não ‘publicada’)

          Eu não tenho queixas em relação às decisões do STF sobre todos os temas levados à essa corte nos últimos 4 anos. 

          Acho que cabem críticas ao modo como foi conduzido a AP 470, mas nem eu nem 80% da população brasileira está preocupada com isso.

          A PEC do Plebiscito é uma tentativa de passar atribuições do STF para o Congresso, não?

          Não estou focado nisso, mas deixemos que a Câmara vote.

          No que se refere a direitos difusos, minoritários e de vulneráveis, o STF me parece bom. Na questão mais importante que pode surgir nos próximos anos, a da redução da maioridade penal, provavelmente o STF fechará com o PT, isto é, ‘contra’.

          Só que a base do governo (PR, PSC, PP, PMDB) coloca a redução da maioridade penal como ponto programático. E aí o PT irá ceder também. Como sempre.

          Não cabe a mim questionar o STF nem o sistema atual. Não tenho críticas a fazer.

          Mas se alguém tem críticas ao funcionamento da divisão de poderes, deve fazê-las sim.

  10. Que tal plebiscito para a

    Que tal plebiscito para a população brasileira decidir se quer ou não a volta da escravidão? E plebiscito para proibir novamente mulheres de votar? Plebiscito que retira direitos é inconstitucional, e esta decisão da CDHM da Câmara é uma excrescência. 

    Quero muito acreditar que a subida de Feliciano à Presidência da Comissão foi um “descuido” da base governista, mas tá difícil. Concordo com o Gunter, fazer populismo com direito alheio só é legal quando não é você o atingido.

    Se hoje a reação conservadora vem do fundamentalismo de certos pastores, a impedir direitos Lgbt, no passado ele vinha de fazendeiros escravistas, de machões que não aceitavam mulher trabalhando ou estudando, de deputados simpáticos a teses fascistas e eugenistas.

    Na nossa incipiente democracia, com instituições frágeis e parco respeito aos direitos humanos, é importantíssimo sim políticos compromissados com o tema. Promover distribuição de renda (o que, nos últimos tempos, tá difícil também), mas ao mesmo tempo permitindo o avanço de um discurso obscurantista, demagógico, acaba zerando o avanço civilizatório que o governo e partido se julga fiador. 

    Se duvidas, só ver o tal do Tea Party. Não adiantou nada serem estudados, bem nutridos, bem formados e mimadinhos.

    1. Ninguém mais acha que foi

      Ninguém mais acha que foi descuido, Arthur.

      Tentaram disseminar essa tese por redes sociais por uns dois meses. Mas sempre pareceu discurso de autoengano ou recomendado para a militância. Recebi pelo facebook, na época, as mesmas explicações de militantes do RJ, SC e SP. Aí ficou meio óbvio que se tratava de um discurso-remendo, defendendo ‘realpolitik’, que não colou.

      “fazer populismo com direito alheio” é bem o caso. Meu companheiro é ainda mais indignado que eu com essa estória toda. Quando alguém fala para ele pensar em voto útil (tipo ‘evitar Aécio’) ele diz que não há “Holocausto útil”.

      Mas o PT teve óbvias vantagens com tudo isso. Ganhou minutos de TV e uma bancada de 70 deputados dispostos a colaborar na não-abertura de CPIs. Fora os elogios que candidatos a executivo recebem/receberão em púlpito.

      Isso faz parte do jogo. 

      Só que deveriam reconhecer isso e também que se perdeu uma bandeira. Não dá para dizer mais que o PT é ‘moderno’ em questões LGBT (nem em aborto nem em drogas.) Não é e pronto, não se vê um único elogio ao governo em blogs LGBT, por que fingir que não há um problema?

      É nítido que houve uma escolha pela ‘ditadura da maioria’: evangélicos são 22% da população, LGBTs são 5%.

      E eu também acho que no longo prazo, como no exemplo do Tea Party, isso tudo mais macula que melhora a imagem.

      2/3 das pessoas com superior completo/incompleto não costumam declarar voto em Dilma. Isso é sempre atribuído pelos militantes do PT a um pretenso ‘reacionarismo de classe’. Até pode ser em alguns pontos, mas também é fato que as classes médias no Brasil são muito menos conservadoras em questões morais (exceto segurança pública) e que nelas a penetração do fundamentalismo religioso é muito baixa. No segmento acima de 10 S.M. há mais espíritas que evangélicos, por exemplo. 

      Como se vai desatar esse nó? Estimulando a mídia, a oposição e a Igreja Católica a tomarem posição ao lado de LGBTs. Em isso ocorrendo ficará difícil para o PT manter essa negociação com o conservadorismo religioso.

      Ou isso ou o cenário se torna a Rússia, onde o populismo antilibertário se tornou a norma.

      1. Provavelmente dentro do jogo

        Provavelmente dentro do jogo (ir)racional (alguém ali comentou sobre frieza política) do poder, o PT não achou que o Feliciano iria causar tanto problema. Mas pra quem já tinha ouvido falar na figura (ele já tinha um histórico de “gafes” acho, ou então estou confundindo com outro deputado evangélico), era quase como por o Bolsonaro no posto.

        E no fundo é o mesmo jogo (lamentável) que rege a distribuição de cargos e ministérios na administração pública em todas as esferas…e feito por todos os partidos. Eu te dou a vaga e tu bota quem quiser, pouco importando qualificação ou afinidade. 

        A única diferença é a quantidade de estrago que cada pessoa errada pode causar em cada posição.

        —————-

        2/3 das pessoas com superior completo/incompleto não costumam declarar voto em Dilma. Isso é sempre atribuído pelos militantes do PT a um pretenso ‘reacionarismo de classe’.

        Eu acho que é mais por uma visão “utilitarista” que necessariamente um problema com pobre/classe/etc como aponta a militância do PT. O governo não pensou e nem pensa na (velha) classe média. Logo, porque tal grupo apostaria na manutenção de tudo que está aí? Por mais que seja louvável um programa como o Mais Médicos, não é o tipo de coisa que vai fazer alguém largar o plano de saúde. E as cotas funcionam como um “tapa na cara” de quem teve que correr atrás para pagar um estudo de qualidade para os filhos no ensino fundamental e médio, já que o governo (estadual) não faz a sua parte.

        O foco do governo é o andar de cima, onde, por exemplo, o BNDES atua com mais destaque … e o andar de baixo, atendido por programas como o bolsa-família e outras iniciativas. E com a Chauí ainda falando aquelas coisas contra a (velha) classe média, completa o quadro. Fora que a (nova) classe média pode se ofender no futuro com o discurso que já foi eternizado.

        Temos também aqueles que no passado compraram o discurso vestal do PT (que se perdeu com os problemas que a mídia amplificou) e não necessariamente o de mudança (social). E o mais curioso é que esses acabam sendo atraídos, em parte, pelo PSOL, que também tem um discurso de mudança, pelo menos é o que observo aqui no sul.

        1. Também desconfio que não

          Também desconfio que não achavam que ia dar tanto problema. Ô minuto de TV caro!

          E concordo que tem a ver com utilitarismo e sentir-se deixado de lado. “Classe média”, ao menos a mais tradicional, é apenas mais um grupo “pequeno”. 

          E tem também a decepção com o discurso ético…

          Mas então, a que conclusão é pra chegar? Eu acho que o PT se transformou num partido ‘grande’, tal como o PMDB. E perdeu um monte de bandeiras no meio do caminho. O discurso parece um queijo suíço, não é?

          Mas tem ainda muita história pra aproveitar. As coisas que discutimos aqui demoram anos para se transformar em conversa corrente.

          O PT ficará como grande partido comprometido com social-democracia em economia e programas sociais.

          Só não terá mais cara de ‘moderno’. Mas a democracia-cristã alemã, os trabalhistas ingleses e tantos outros também perderam essa imagem.

          E um dia se livra dessa necessidade de apoio fundamentalista.

          Que o PSoL é típico de classe média também não tenho dúvida. Aqui em SP chega a 5% na faixa acima de 5 S.M. mas mal chega a 1% na faixa até 2 S.M. Disputa a mesma faixa de eleitores que o PV, por exemplo, que apesar de ligado à ecologia só elege deputados praticamente em SP e RJ.

           

  11. Combinamos assim: A Globo e

    Combinamos assim: A Globo e Alckmin são a vanguarda da causa dos direitos dos homosexuais.

    Como disse a colega acima, é o samba de uma nota só, com alguns acordes de o PT é o culpado.

    1. O que você fala como ironia

      O que você fala como ironia é, no caso, o mais próximo da verdade.

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      Alckmin já era favorável ao Casamento Gay (março/2012) meses antes de Obama e Hollande falarem a respeito (maio/2012).

      E também propôs a federalização da lei estadual.

      Eu participo de um grupo de discussão no facebook com 20 mil membros, e em dois anos nunca vi crítica ao governo estadual de SP, pelo menos no que se refere a direitos LGBT.

      Seria muito bom se outros governadores, do partido dele ou de outros, dessem mais entrevistas como esta:

      http://mixbrasil.uol.com.br/pride/politica/eu-sou-a-favor-do-casamento-gay-afirma-geraldo-alckmin-ao-mix.html

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      A TV Globo coloca personagens LGBTs em toda sua grade de programação. Em todas as 4 séries e nos 5 horários de novela, inclusive em Malhação, dirigida a adolescentes. Quase todos os programas de auditório abordam direitos civis LGBT, os que mais o fazem são o Faustão, Na Moral (Bial), Esquenta (Regina Casé) e Encontros (Fátima Bernardes)

      Não há nada nem de longe parecido nas outras emissoras

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      Há poucas notícias de governos locais, do partido que for, tomarem medidas de retrocesso a direitos civis LGBT. 

      Em SP não conheço nenhuma concessão a conservadorismo religioso na legislação a não ser a isenção de ICMS em serviços públicos (o que, de resto, é comum pelo Brasil)

      É nesse cenário que a gestão Agnelo consegue se destacar muito negativamente.

      No RS não houve retrocessos, mas os avanços como ‘nome social’ são em coisas corriqueiras em outros estados e capitais. E a lei antihomofobia local ainda não foi regulamentada (em SP foi em 2010.)

      Não é importante, mas o governador da BA é conhecido por se recusar a prestigiar a Parada Gay. E, isto mais importante, é o que mais comemorou a participação do PSC na coligação de governo.

      No âmbito estadual, portanto, não há nada relevante que diferencie positivamente os governos do PT. Em geral mais parece que têm medo ou vergonha de verem a palavra ‘gay’ junto.

       

       

       

       

  12. Eu não vou,

    Eu não vou, deliberadamente…

    …responder a comentários feitos por trolls ou pessoas reconhecidamente comprometidas com conservadorismo moral e/ou realpolitik. Seria besteira e perda de energia.

    Nada do que eu falo sobre governo x LGBTs é mistério. De junho/2011 a set/2012 houve alguns posts a respeito.

    Não mudou nada para melhor, só piorou.

    A questão ganhou um pouco mais de visibilidade agora por alguns motivos:

    A) as questões LGBT, de um modo geral e com exceção da Rússia, avançaram muito pelo mundo nos últimos dois anos. Ocorre que o PT optou por ficar omisso ou do lado do recuo nessa estória, o que é uma questão que esse partido deve avaliar por pesquisas de opinião se lhe favorece ou não.

    Sinceramente, é no mínimo ridículo que não tenhamos nenhum político do PT candidato a executivo declarando que Casamento Gay é questão superada (como Campos, Aécio e Marina Silva declaram) nem declarando que homofobia é algo a ser ativamente combatido (como Alckmin e Freixo declaram.)

    Também sempre pegou mal a ‘blogosfera progressista’ fazer-se de desentendida na área, só porque se trata de críticas que também podem ser feitas pelo centro ou mesmo oposição à direita (críticas ‘pela esquerda’ a Blogo faz.)

    B) até 2012 apenas LGBTs eram o alvo de movimentações conservadoras, mas em 2013 o processo vazou para todo lado: índios, usuários de drogas, prostitutas, menores de idade, feministas, seguidores de cultos afro-brasileiros, pessoas com deficiência, todos de um modo ou de outro começaram a ver seus direitos abordados de um modo no mínimo negativo. 

    C) o ‘golpe’ de entregar a CDHM ao PSC (e a CDH do Senado se subordinar também à bancada evangélica) foi percebido. Quer-se fazer ver que a população é mais conservadora do que na realidade é, resultando em apenas mais uma desconexão entre Congresso e Opinião Pública.

    Para o PT tudo isso parece bom. A reeleição de Dilma parece garantida. Agora, se tudo isso, a propagação prática da teoria da ‘realpolitik’, é boa para o país, é toda uma outra estória.

    Eu acho que não é bom para o país e voto abertamente contra isso.

    Quem quiser vota a favor. Simples assim.

  13. Caro Gunter

    Entendo como se sente. Eu também esperava mais do PT nas questões mais espinhosas, que são aquelas que fazem avançar socialmente e culturalmente um Pais. Aborto e direitos homossexuais entre elas. Mas…. estou a espera de uma reforma. Eh, a tal da reforma politica que tanto pedimos, para que um dia, o PT e os outros partidos, se livrem dessas coalizões que so servem para desviar um partido de seus principios e ficarem nas mãos de siglas de aluguel.

    Mas esse é um combate mesmo dificil. As pessoas têm muitos problemas com a sexualidade, tudo é pecado e passa pela religião, familia, criacionismo, enfim, é dificil liberar o que sempre foi tido como vergonhoso, feio, sujo etc.

    Somos desde criancinhas formatados na grande forma social para que ajamos de acordo com as norma pré-establecidas. Ninguém quer ter filho gay. Vejo em alguns amigos, o pavor de que o menininho de 4 anos demonstre qualquer gesto que possa ser tido como efeminado. Meu filho ao me ver maquiar pede para eu passe nele. Passo um pouquinho de nada,ou fingo que passo (o que faria se fosse uma menina também) e ele sai todo contente, sem nem ligar se mudou alguma coisa ou não. Sei que para ele, se é coisa de menino ou menina, não faz o menor sentido. Mas ao dizer isso a pais e mães que têm filhos da mesma idade, com menos de 5 anos, praticamente todos me recriminam.  

    Enfim, esse é um caso que so mudara nas mentes e corações, quando tivermos evoluindo muito, mas muito aquém do que temos como média intelectual na sociedade de hoje em dia. O ser humano é ainda muito mediano. A religião, através dos séculos, impediu toda e qualquer liberdade de pensamento. 

    Acho que os politicos têm que ter compromisso com isso sim: de serem os primeiros, junto aos outros atores sociais, a fazer com que os costumes evoluam. 

    Agora, entre PT e os outros, fico com o PT.

     

    1. Maria Luisa, acho bastante

      Maria Luisa, acho bastante compreensível que as pessoas ainda prefiram o PT. Até porque o Brasil não é pródigo em opções políticas boas.

      Mas eu não tenho a intenção de que as pessoas mudem sua preferência eleitoral.

      Eu apenas quero que votem sabendo do que acontece, já que muita coisa é omitida por interesse.

      E sobretudo que aceitem a prática de oposição construtiva. 

       

  14. Considero o PLC 122/06 uma

    Considero o PLC 122/06 uma ditadura heterofóbica. Até o papa pode ser criticado, por que não um comportamento? O projeto deveria se ater apenas ao combate à violência, à discriminação, e não tentar afetar fundamentos da livre expressão e de liberdade de culto.

  15. Concordo que dentro da

    Concordo que dentro da constituição temos leis para punir e enquadrar situações em que as minorias são desrespeitadas , mas também imagino que a dinãmica das mudanças de comportamento tem que ser acompanhadas com atualização das leis , portanto a nossa constituição deve ser atualizada . 

    O outro aspécto importante é que as minorias também não podem ser previlegiadas e impor sobre a maioria seus caprichos , da mesma forma devem cumprir suas obrigações perante a sociedade e respeitar para serem respeitados.1

  16. A esperança vai continuar vencendo, não nos metem medo

    Na comissão de Feliciano, deputado pastor faz piada sobre saúde de Genoíno

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=lBddoAFjt4Q width:560]

     

    Feliciano diz que queda de popularidade de Dilma é obra divina

     

    “A presidente do nosso País, que é do partido que mais me perseguiu, que é o PT, que há cinco meses estava com 75% de aprovação, caiu pra 30%, e ninguém consegue entender”, afirmou.”

    http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/feliciano-diz-que-queda-de-

     

    Vamos continuar vencendo todos esses opositores

  17. Ah essa oposição progressista

    http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lefotos.php?id=7423

    Serra homenageia personalidades com Ordem do Ipiranga

    O governador José Serra entrega nesta terça-feira, 29, a Ordem do Ipiranga, uma distinção estadual iniciada pelo governador Abreu Sodré em junho de 1969, a diversas personalidades brasileiras. Serão agraciados o ex-presidente Itamar Franco; o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira; os senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos; Maurício José Corrêa, Almino Monteiro Álvares Affonso, Fernando Lyra, Jose Carlos Dias, Jose Gregori, Marcio Thomaz Bastos, Miguel Reale Junior, Roberto Freire e Plinio de Arruda Sampaio.

    Plínio de Arruda Sampaio recebe medalha da Ordem do Ipiranga das mãos de José Serra no Palácio dos Bandeirantes

  18. Sob a proteção de Deus

    Esquece. Está lá, já no preâmbulo, que nossa constituição foi criada e promulgada sob a proteção de Deus.

    Só isso já dá a noção que, sob essa constituição, secularismo é utopia.

    E que Deus te de forças para continuar sua luta !

     

  19. Sob a proteção de Deus

    Esquece. Está lá, já no preâmbulo, declarado que nossa constituição foi concebida e promulgada sob a proteção de Deus.

    A partir disso, qualquer secularismo soa utópico.

    E que Deus te de forças para continuar sua luta.

  20. Sempre há esperança.

    Caro Gunter, não perca a esperança, pois se isto ocorrer, fica mais difícil acreditar na realização do sonho de liberdade sexual e legal, para os LGBTs, e seus admiradores.

    Nós do PT, sempre acreditamos na esperança ter o poder de vencer o medo, e é isso, que alimenta os sonhos de realização desta utopia, de que somente a sociedade civil organizada, em todas as suas formas, poderia sair deste marasmo, no qual os conservadores os colocaram.

  21. Serra, Aécio, Marina, Campos

    Serra, Aécio, Marina, Campos e Dilma.
    Escolha um desses nomes e atribua uma nota de zero a dez no quesito “empenho pelos direitos GLBT”.

  22. São Paulo não tem programa de combate a homofobia coisa alguma

    Desculpe mas creio que faltam alguns esclarecimentos que se contrapõem à análise acima.

    São Paulo não tem programa de combate à homofobia que satisfaça qualquer minima expectativa de defesa e promoção de cidadania LGBT. O PSDB e seus governos (que sabem bem o que é superfaturar trens do Metrô) montaram uma salão de maquilagem. Os índices de assassinatos com motivação homofóbica continuam os mesmos, ou seja: aumentaram. Há somente uma única delegacia especialiada em crimes de intolerância (DECRADI) para todo o Estado de São Paulo, que atende de segunda a sexta feira na capital, em horário comercial. Se delegacia especializada não é importante, então por que esta daí existe? Se é importante, por que não se abrem outras mais?

    Há sempre uma agressão na região da Paulista/Augusta, sem falar na periferia.

    A Lei 10.948/2001 é de autoria de Renato Simões, do PT SP (assim como é do PT o PLC 122/06) e nunca se fez propaganda deste fato, inclusive esta informação foi omitida em sua análise. Eu estava na ALESP no dia da votação e aprovação por líderes de partidos e vi a artculação de Renato Simões. Eu fiz parte de um grupo misto (administração e sociedade) que preparou a minuta da regulamentação da Lei, mas que Alckmin e todos os outros governos do PSDB (que superfaturaram trens do Metrô) simplesmente engavetaram por 10 (dez) anos.

    Quer mais coisas? Vá ao Rio de Janeiro e veja como andam por lá os trabalhos do Governo do Estado e de Claudio Nascimento sobre prestação de serviço e combate à homofobia.

    Aqui em São Paulo só tem perfumaria. Menas, please. 

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