Projeto em SP treina refugiadas para empreendedorismo e uso de mídias sociais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: ONUBR

Da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR)

Cerca de 50 mulheres em situação de refúgio reuniram-se no último dia 9, na Estação Hack, centro de inovação do Facebook, em São Paulo, para o último workshop da edição 2018 do Empoderando Refugiadas, projeto de Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Rede Brasil do Pacto Global e ONU Mulheres. A iniciativa promove a inserção de refugiadas no mercado de trabalho brasileiro. O tema do encontro foi empreendedorismo e as ferramentas oferecidas pelas mídias sociais.

Como abordado em encontros anteriores, o empreendedorismo é uma opção viável para mulheres que buscam inserção no mercado de trabalho e, neste contexto, as redes sociais são ferramentas importantes.

Por meio de uma página no Facebook, Hazan, refugiada síria que participou de edições anteriores do projeto, conseguiu estabelecer-se profissionalmente no país. A empreendedora hoje tem um serviço de buffet especializado em comida árabe, cuja divulgação é feita em sua página no Facebook, Hazan Comida Árabe, que já soma mais de 9 mil seguidores.

“Quando conheci as redes sociais no Brasil, senti que iriam mudar minha vida. No começo, foi muito difícil por conta da língua, mas graças às redes sociais, meu negócio ficou muito conhecido”, declarou Hazan.

A grande vantagem do empreendedorismo, segundo especialistas, é a possibilidade de se firmar profissionalmente a partir de um hobby ou paixão, sem a necessidade de experiência profissional prévia.

“O primeiro passo para empreender é reconhecer seu diferencial, suas habilidades. É perguntar a si mesmo o que você faz melhor. Além disso, ficar atenta às necessidades do mercado. No seu próprio bairro, na comunidade, é possível reconhecer as oportunidades”, ressaltou Cláudia Mamede, representante da Rede Mulher Empreendedora, plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil.

Heloisa Harumi, também representante da Rede Mulher Empreendedora, reforçou que “empreender não tem uma receita própria, é preciso se adaptar à sua realidade, à realidade do seu lugar”. “Hoje, ferramentas como as redes sociais facilitam muito este processo de divulgação, de gestão de seu negócio”.

As mulheres do projeto puderam não só ouvir sobre o tema, mas também utilizar na prática as ferramentas digitais durante o workshop. Representantes do Facebook deram dicas e instruções sobre como divulgar seu negócio por Facebook e Instagram, duas redes sociais muito utilizadas no mundo do empreendedorismo.

Além das habilidades individuais, a cultura e origem de cada mulher também são indispensáveis na hora de começar um projeto, principalmente nas redes sociais. “As pessoas gostam de ouvir histórias e nas redes sociais é a mesma coisa. Por meio delas, você pode contar um pouco da sua origem, da sua cultura e, claro, do seu negócio”, afirmou Diogo Andrade, especialista da Algar Tech, que representou o Facebook no workshop.

Vanessa, venezuelana participante da atual edição do Empoderando Refugiadas, contou que já tem uma página no Facebook, onde faz a divulgação de seu empreendimento de sucos orgânicos. Segundo ela, “este projeto começou no Brasil”. “Comecei a vender por meio das redes sociais e pretendo expandir ainda mais o negócio”.

Empoderando Refugiadas

Nesta terceira edição, o Empoderando Refugiadas atende a cerca de 50 mulheres em situação de refúgio. Junto a organizações do setor privado, o projeto capacita e promove encontros de relacionamento com o objetivo de inserir as participantes no mercado de trabalho. O Empoderando Refugiadas tem como parceiro o Facebook e conta com o apoio das empresas ABN AMRO, Carrefour, Lojas Renner, Pfizer e Sodexo.

Além disso, existem as parcerias estratégicas com Consulado da Mulher, Fox Time, Grupo Mulheres do Brasil, Migraflix e Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR).

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Riqueza pública

    TVO – The Agenda with Steve Paikin – Makers and Takers in the Global Economy

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=yZsTOvCTrrs%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=yZsTOvCTrrs

    Idéia para as universidades públicas, que representam mais de 90% da pesquisa no país: que os lucros dos primeiros 10 anos de algum produto baseado em seu trabalho sejam destinados no mínimo em 30% ( ou em escala percentual decrescente a partir de 60%, proporcionalmente ao papel da pesquisa no produto finalizado) ao governo ao qual é vinculada (municipal, estadual, federal), ao ministério da educação, dos quais porcentagens diferentes seriam para o orçamento do ensino superior, da própria universidade e do departamento responsável pela  pesquisa. 

     

    Sampa/SP, 15/11/2018 – 23:56 

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