Prudência para que ataques em Paris não resultem em xenofobia, pede Sottili

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Por Rogério Sottili
*
Secretário Especial dos Direitos Humanos no Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos

Do Facebook

Cautela para não se tirar conclusões precipitadas sobre as cenas de horror que Paris viveu hoje com mais de 6 ataques simultâneos na cidade e 60 mortos confirmados. Também não é razoável relacionar essa tragédia a um intenso fluxo migratório de refugiados vindo da Síria. 

Prudência para que esses ataques não justifiquem ou resultem em ondas ainda maiores de xenofobia pela Europa e em outros continentes.

Manifesto meu profundo pesar pelas vítimas, esperando que as autoridades francesas consigam dar todo o suporte necessário a essas famílias e que todos os reféns sejam liberados. O fortalecimento de uma cultura de paz é, evidentemente, mais do que urgente. No Brasil, e no mundo todo.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

60 Comentários

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  1. Uma vez, quando em Paris,

    Uma vez, quando em Paris, entrei num “gueto” muçulmano, num bar para beber alguma coisa.  O lugar estava cheio dessa gente, que me fuzilou com os olhos, porque eu não era um deles, apesar de estar num lugar deles. Lá vem a esquerda decadente e senil falar asneiras. O pior xenofobismo é o exercícido na terra dos outros, contra os nativos. E fica aqui uma pergunta: alguém já viu uma autoridade da religião muçulmana criticar esse tipo de ataque…. 

    1. Ah…sim, você latino

      Ah…sim, você latino americano caucasiano achou ruim dos olhares desconfiados….

      E, engraçado, só pelo fato de ser ”latino caucasiano” você já se classifica como ”da terra dos outros” (dos franceses)

      Talvez também ache que a culpa do racismo é dos próprios negros,…

    2. Já que esteve em Paris,

      Já que esteve em Paris, deve saber ler em francês…

      Plusieurs attaques terroristes ont frappé la France avec un bilan effroyable dépassant la centaine de morts. Les victimes sont des civils circulant dans les rues ou s’attardant dans des lieux de rassemblement.

       

      Cette barbarie la plus abjecte, revendiquée par Daech, est le fruit d’un terrorisme international qui tue indistinctement.

       

      Les fédérations musulmanes condamnent avec la plus grande fermeté ces attaques et s’associent à l’immense douleur des parents, des familles et des proches des victimes et souhaitent un prompt rétablissement aux nombreux blessés.

      Les fédérations musulmanes appellent à la plus grande vigilance comme l’a rappelé le Président de la République. L’unité et la fraternité sont notre seule chance de résister à ce terrorisme aveugle et qui devient maintenant une menace grave et réelle pour tous.

       

      Ces terroristes en s’attaquant à la France, s’attaquent à nos valeurs. Ils rejettent la liberté et la démocratie partout où elles existent en perpétrant tous les jours des attentats sanglants dans différents pays.

      Nous invitons nos concitoyens à répondre favorablement à l’appel lancé par les hôpitaux de Paris au don du sang en se rendant dans les établissements organisant la collecte de sang.

      Les fédérations musulmanes appellent toutes les mosquées de France et l’ensemble des fidèles à élever des prières pour la paix dans notre pays et la sécurité de nos concitoyens.

      Que Dieu protège notre pays la France de tout malheur.

                                                                      Paris, le 14 novembre 2015

      Signataires par ordre alphabétique:

      – Conseil Français du Culte Musulman (CFCM)

      – Comité de Coordination des Musulmans Turcs de France – (CCMTF)

      – Fédération Française des Associations Islamiques d’Afrique, des Comores et des Antilles-
      (FFAIACA)

      – Fédération Nationale de la Grande Mosquée de Paris- (FNGMP)

      – Foi et Pratique (FP)

      – Rassemblement des Musulmans de France (RMF)

      – Union des Organisations Islamiques de France (UOIF)

      http://www.uoif-online.com/

       

       

    3. Diferentemente do que ocorreu no atentado contra o jornal ….

      Diferentemente do que ocorreu no atentado contra o jornal não se encontra uma vóz mussulmana na França apoiando os atentados, e estou falando vozes na Internet, TODOS OS FRANCESES estão fechados contra o atentado, não importando a religião.

  2. Para qualquer ser humano não

    Para qualquer ser humano não se justificam a morte de pessoas diante desse fato.Mas o mundo “civilizado” já está condenando o Estado Islâmico pelo atentados sem ainda ter isso devidamente confirmado.Devagar que o Santo é de barro.

    1. Gostei da expressão “terroristas moderados”.

      Realmente isto que temos que colocar ênfase, existem em alguns tempos revolucionários, que encaram exercitos ou polícias para a libertação de povos e países, porém terroristas não tem adjetivação.

  3. Com o agravamento desta

    Com o agravamento desta situação, o governo brasileiro tem que ficar atento para a devida proteção aos nossos conterrâneos que emigraram para os países considerados primeiro mundo (primeiro mundo ?), em caso de violação de direitos, que as nossas autoridades intervenham ajudando-os a retornarem ao nosso País .

     

    1. Sua ironia é despropositada

      É mesmo um ultraje “abater” quem quer que seja a sangue-frio, se nao for em açao de legítima defesa ou de libertaçao de reféns.

      1. Ana Lú, é pura provocação.

        Não houve nenhuma ação de justiciamento, somente um foi morto em luta com as forças da polícia, os outros simplesmente se explodiram. E o mais insano de tudo que dois deles se explodiram no meio de nada sem ter dado um tiro porque não conseguiram entrar dentro do estádio de futebol.

        Não tem lógica formal ou até mesmo a “i”lógica religiosa que explique isto.

        1. Que era provocaçao de troll eu percebi

          Nao tinha essas informaçoes que vc está dando agora, obrigada, mas dava para ver q era provocaçao. Esse cara é “troll novo”, e parece que especializado nesse assunto, rs.

    2. Armas Phaser!

      Pena que não existem ainda essas maravilhas do jornada nas estrelas que simplesmente vaporizavam, isso sim que é ‘human rights’ pra esse tipo de monstro!

      Esse tipo de imundicie, arremedo de ser humano, não merece nem ser abatido a tiros, já que sujam o chão de sangue e depois ficam apodrecendo empesteando o ar!

  4. Cadê os pensadores modernos???
    Em algumas coisas na vida que não se deve mexer. E uma destas é o sistema de vida que os muçulmanos foram criados…..
    As potências de plantão deveriam, ao invés de incentivar as “crazy springs”, pressionar os ditadores a agirem dentro do humanismo…Assim como fazem com o Irão!
    Agora, por causa de 1/2 dúzia de fdp na mesma Francia vão colocar até crianças inocentes em campos de concentração (Calé) !
    Eita estratégias erradas da porra!
    Cadê o rebanho de corno de filósofos e pensadores que haviam aos milhares por aqui na época do iluminismo a lampião????
    Terceirizar nosso futuro pra esses Hawks’171 é entregar a mosca pra aranha cuidar!

  5. Os ataques em Paris são a parte, não o todo…

    LN

     

    postei no facebook a respeito desses ataques terroristas em Paris ontem. A exmeplo do 11/09/2001, a maior armadilha para a compreensão dos fatos é a omissão da história. 

    A França foi fundamental nos ataques da Otan ao governo Ghadaff na Líbia, em 2011. Obama autorizou os atques a partir do Palácio do Planalto: ou seja, liberou a derrubada do governo de um país produtor de petróleo no momento em que discutia a exploração do pré-sal.  Por aqui este fato pareceu banal e não repercutiu muito. 

    Penso que no Oriente Médio as ações abusivas das grandes potências sejam interpretadas de outro modo. Não quero aqui justificar os ataques em Paris, mas ignorar as ações do Estado francês para entender o que hoje se passa por lá só tem duas possibilidades: ignorância ou má-fé. 

     

    Grande abraço.

    Para registro:

    Em Março de 2011 Barack Obama estava no Palácio do Planalto com Dilma conversando a respeito da exploração do pré sal.

    Um assessor cochichou na orelha do Obama e ele disse “yes”. Naquele momento ele autorizou ataques da Otan contra o governo líbio, comandado por Muamar ghadaff.

    Os avioes da Otan que forçaram a queda de ghadaff eram mirages franceses. Ghadaff foi derrubado com ataques franceses e a Líbia mergulhou numa guerra Civil que tem de tudo: desde a a al Qaeda até militantes do autodenominado Estado Islâmico.

    Os ataques de hoje em Paris seguem o padrão da al Qaeda : em pontos diferentes com intervalos curtos de tempo.

    Chocam pelo simbolismo dos alvos e pelo número de mortos e feridos. Além de todo apelo midiático, que faz parte da estratégia terrorista de passar a ideia se que “tudo está tomado por terroristas”.

    Nada justifica ataques terroristas que em geral são covardes, pois matam civis, não soldados inimigos.

    Vítimas de terrorismo são humanos : no Líbano, na Síria, israel, em NY ou Paris.

    Mas um pouquinho de história e geografia não fazem mal a ninguém.

    A pergunta principal é “por que Paris? “

    Chamar os terroristas de “loucos” e “fanáticos” desabafa, mas não omite um fato:

    Os ataques de hoje fazem parte de uma série de abusos e violências que o estado francês faz parte também como agressor.

    Resumindo: o que vimos hoje é parte de uma história que ultrapassa Os limites territoriais da França.

    Triste é constatar mais uma vez que as grandes jogadas dos “estrategistas” da geopolítica fazem mais do mesmo: vítimas inocentes…

      

     

     

     

     

  6. Fomos quase precursores

    Por pouco, muito pouco mesmo, tivemos aqui episódio terrorista mais macabro.

    Não fosse a “falha” de nossos terroristas, teríamos tido no Riocentro um banho de sangue de muito piores proporções do que o de agora em Paris.

     

    1. O alvo principal era o jogo de futebol.

      Como não conseguiram entrar no estádio, restou a casa de espetáculos, mas realmente o atentado que falhou no RioCentro era igual ao que era progamado para o jogo França-Alemanha.

      Terroristas de direita ou de esquerda não são revolucionários, revolucionários encaram exércitos e não civis desarmados.

  7. A resposta desta vez será direta aos verdadeiros responsáveis.

    Assistindo a TV francesa, parece que estão chegando um concesso que os verdadeiros culpados de tudo isto, as monarquias do golfo associadas ao grande capital é que devem ser punidas.

    Todos sabem que não são refugiados que chegam famélicos, desorganizados e sem conhecer o país e mesmo a língua que podem fazer uma ação como foi feita.

    Ouvi um juiz Frances que até seis meses era o responsável pela segurança contra o terrorismo citar em rede nacional o nome da Arábia Saudita e falar contra a política de apoiar qualquer país simplesmente porque são liberais em termo de comércio e vendem petróleo. Ouvi a leitura de uma carta do Presidente da Síria que foi apoiada pela imprensa francesa, falaram sobre a inconveniência que foi a derrubada do governo Líbio.

    Em resumo, se a ação do governo refletir o sentimento geral, não será uma guerra como os USA tenta vender, uma guerra para vender armas, mas sim uma ação sobre o foco real destes movimentos, que todos sabem mas não dizem o nome por vantagens econômicas. Porém o choque foi grande demais na França e na Europa (não esqueçam que o alvo principal era o jogo amistoso seleção francesa contra a alemã). Vai ficar difícil os governos europeus seguirem o cinismo e o jogo de duas caras da política externa norte-americana.

    1. Duvido que aliados

      Duvido que aliados geopolíticos venham a ser condenados publicamente pois seu papel perante aos interesses de estado é muito maior que qualquer simpatia/antipatia que a população local possa ter.

      1. Os atentados ultrapassaram a linha que permite esconder …

        Os atentados ultrapassaram a linha que permite esconder os verdadeiros culpados. É consenso que estes atentados não vão parar por aí, também é consenso que é necessário ir direto a causa.

        Tem momentos de viragem em toda a condução política, e o povo da Europa está apoiando a ação Russa, logo está ficando muito difícil conservar o cinismo perante a fatos como estes. É um problema de estabilidade política interna e não sei até que ponto países como a Arábia Saudita tem tanto poder de resistir a qualquer pressão mais forte.

        Parece-me que nos dias atuais, mais tempo ou menos tempo, as monarquias tendem a desmoronar.

      2. Será? Mas mais uma vez não

        Será? Mas mais uma vez não foi no quintal do vizinho e está se tornando frequente os contra ataques do inimigo, embora o ocidente insista em dizer que é terrorismo a guerra com o oriente.

  8. A “comunidade internacional”

    A “comunidade internacional” esta “chocada” “com as cenas de horror em Paris”.

    Outros, incluindo a minha pessoa, ja estavam, ha tempos,”chocados” com os bombardeios violentos a Bagda, a cidade mais antiga do mundo, assim como a destruição da Siria, da Libia ou pelos enormes massacres promovidos pelas tais “primaveras arabes”.

    Nessa guerra brutal e sangrenta, ao menos os mulçumanos a encaram mano a mano.

    Ja a tal “comunidade internacional” mata com brinquedinhos teleguiados. 

    Constantemente erram assassinando familias, aniquilando povoados e resolve o problema pedindo “desculpas pelo engano”.

    É muito cinismo com a verdadeira tragedia humana,onde milhares de inocentes morrem de todos os lados.

    “Analistas” procuram explicar os fatos,esquecendo o principal.

    Isto é, a grande guerra ja começou.

    1. Desculpe-me, mas não há espaço para ironias.

      Eu estou chocado assim como me choco quando civis no Iraque e na Síria são mortos pelo mesmo EI que matou em Paris, logo não me sinto a vontade de ironias, pois como diz o Corão “quem mata um inocente, mata a humanidade”. Logo, nenhuma ironia contra ou a favor destes assassinos da Humanidade, no Iraque, na Síria, no Egito, no Líbano e em Paris.

      1. Pela certeza como se

        Pela certeza como se manifesta, parece  deter a verdade sobre uma questão que ainda intriga toda a humanidade ( a consciente,evidentemente ).

        Isto é, quais são os reais interesses atras do tal Estado Islamico, os mandantes dos assassinos..

        “Assassinos da humanidade”, para mim e outros, são igualmente os EUA, França, Inglaterra. Alemanha, que bombardeiam cidades, destroem povos, governos e paises.

        1. Há manipuladores e manipulados.

          Certamente os governos ocidentais na sua manipulação da informação geram mais assassinatos contra a humanidade do que o ato desses imbecis assassinos, produtos da manipulação. Entretanto estes criminosos são EXATAMENTE O OBJETIVO DISTO TUDO, mas mesmo sendo um produto eles devem ter condições de olhar no seu entorno e simplesmente não fazer parte de toda esta trama.

          Não desculpo países como os USA e Inglaterra que na invasão do Iraque promoveram toda este problema, porém quero lembrar que a França não participou desta invasão e se acompanhasse as notícias francesas e os debates internos veria que ações como a Líbia são FORTEMENTE CONDENADAS por grande parte dos franceses (políticos e civis em geral).

          Não esqueçam que a ação de ontem foi contra um jogo de futebol, um restaurante de comida oriental, uma pizzaria e um show de Rock. Ou seja, ações contra o povo em geral, não foi contra a elite francesa que participa de toda esta manipulação. Agora procurar motivos para estes atentados é difícil de encontrar.

          1. Prezado, voce continua a se

            Prezado, voce continua a se manifestar como se detivesse a verdade sobre algo que milhões de pessoas ainda se perguntam pelo mundo todo.

            Contra quem na realidade esse ato foi cometido?

            Contra “um jogo de futebol”, como diz voce? Ou contra um show de Rock?

            Ato brutal, é bom reafirmar, para voce não retrucar que o apoio.

            Alias deploro todas as brutalidades, que infelizmente estão se agravando em pleno começo do seculo XXI, cometidas por diversos paises, com requintes de crueldade..

            E nessa duvida toda, quem sou eu para saber a resposta?

            So resta olhar para a historia e ver que certos fatos incompreensiveis na epoca, mostraram suas verdadeiras razões apenas no decorrer do tempo.

            A “humanidade”, nos anos 30, ficou “horrorizada” pelo enorme incendio, cujo plano foi colocado nas costas dos comunistas.

            Com o final da guerra, descobriu-se que os autores eram,inimaginavelmente,outros, os proprios acusadores.

            E por ai vai.

            Para te dizer uma coisa, ate hoje não digeri totalmente a versão de que o 11 de setembro foi executado por um enfermo, escondido numa caverna, perdida no interior do Afeganistão.

            Olhando mais os detalhes, continuo impressionado como, num incendio daquelas proporções, apenas o passaporte do piloto muçulmano ficou intacto nas cinzas.

            Alias, fico tambem com uma pulga atras da orelha, como terroristas tão habeis para promover tamanho estrago, foram tão imbecis para esquecer no aeroporto uma valise com documentos.

            Mas que sou eu para ter certezas sobre assuntos tão complexos e secretos?

            A unica coisa que realmente posso fazer é acreditar no ditado que diz: “quem planta vento, colhe tempestade.

            Ou, quem planta vento quer tempestade.

  9. Que bela iniciativa!

    Humanista, terna e cheia de amor pelo proximo!

    Rogo inclusive que a presidenta, nossa maternal estadista, crie uma missão de paz chefiada pelo sr. Sottili para negociar diretamente com o alto comando do estado islamico (nas profundezas do deserto evidentemente)!

    Só lembrando, Paris, neste momento está sitiada por terroristas – ninguém pode sair de casa!

    Mas concordo com Maestri: isso é resultado das ações no Iraque, Libia e agora Síria, a democratização e a primavera arabe está se transformando no pesadelo do ocidente! Não duvido de agora em diante uma ação conjunta OTAN/ Russia/China, aliança inimaginável meses atrás !

    1. Há meses tem-se escrito aqui sobre o EI.

      Há meses tem-se escrito aqui sobre o EI como um conveniente inimigo dos inimigos dos GOVERNOS (não dos povos) ocidentais.

      Há meses tem-se lembrado dos armamentos norte-americanos que através dos “moderados” chegam as mãos dos bandidos assassinos do EI.

      Há meses tem-se denunciado isto, mas se os governos ocidentais fizeram vista grossa sobre tudo que as pessoas bem informadas sabem, QUEM MORRERAM, ASSIM COMO QUEM MORRE NO IRAQUE E SÍRIA, foram populares franceses que foram devidamente desinformados pelos governos ocidentais.

      Porém, se os governos ocidentais manipulam a informação, se os governos ocidentais servem ao interesse do grande capital petroleiro se tudo isto é feito, não há o mínimo regozijo e alegria em ver cidadãos franceses e do todo o mundo serem mortos por estarem jantando num restaurante ou assistindo um show de Rock. São pais, mães ou filhos de outras pessoas que estão sofrendo, logo ficar satisfeito por ver que sabíamos o que poucos sabiam, não é motivo de alegria ou sentimento de vitória, pois no fim foi uma derrota que cada um de nós que já conhecíamos o que poderia acontecer e não fomos capazes de evitar. Todos estamos de luto.

      1. Sim, Maestri! Estamos de luto

        Sim, Maestri! Estamos de luto pelo assassinato dos cidadãos franceses,  pelos sírios que se encontravam numa igreja bombardeada pelos drones dos EUA, pelos milhares de civis mortos por bombardeios e outros milhões em fuga na tentativa de   salvarem suas famílias da destruição dessa guerra insana. Desde a guerra do Afeganistão com a criação de personagens pelos EUA como Osama Bin Laden, invasão do Iraque, financiamento e fornecimento de armas para os movimentos da primavera árabe e estado Islâmico, surgiram os homens bombas e os bombardeios por drones, dando continuidade a barbarie.     

      2. De onde vem o dinheiro

          Imagine caro leitor que os terroristas estavam bem alimentados e vestidos, tinham armas modernas e farta munição, tinham automóveis a sua disposição, tinham apoio logístico, tinham aparência européia e falavam francês sem sotaque. Em síntese há muito financiamento envolvido, há muito dinheiro, A origem do dinheiro é de fácil verificação: Arábia Saudita, a mesma nação que financia os moderados da Syria, junto com seus  complices e parceiros, principalmente  a Turquia, que permitiu a morte de centenas de oposicionistas turcos pelo ISIS.

    2. Certamente que se dependesse da Presidente Dilma, não haveriam

      Certamente que se dependesse da Presidente Dilma, não haveriam negociações amistosas.

  10. Não irá aumentar

      Irá multiplicar, potencializar, fatorializara; o PEGIDA alemão, Liga Norte italiana, a FN francesa, vão deitar e rolar ainda mais, e caso for confirmada a informação que rola em certas redes de intel, que dois passaportes, um sirio, outro egipcio, foram encontrados com os takfirs do Stade de France, com status de refugiados recentes, a coisa vai feder bastante.

  11. Talvez

    Talvez, e perguntar nunca ofende, este ataque seja o pretexto final para o Ocidente e a OTAN darem fim de uma vez por todas com o governo de Assad, justificando uma intervenção no calor dos acontecimentos?

    Motivos não faltam.

    False Flag feelings…

    1. Se era este o objetivo, o tiro sairá pela culatra.

      Não acredito na hipótese, pois o atentado deixa os Russos e Assad numa posição bem mais confortável, quem não está bem é os USA. Chamo a atenção que Obama se pronunciou antes do Presidente da França, isto é sintomático, quiseram saltar na frente para não sofrerem críticas.

      Na França é claro para todos (apesar da direita não dizer nada) que os atentados são produto da intervenção.

      1. A ver

        Bom, eu tenho cautela quanto a afirmar ou negar hipóteses. Pesando os eventos de 2011 para cá, com as inúmeras tentativas dos EUA e dos membros da OTAN em agilizar uma intervenção na Síria aos moldes da que foi feita na Líbia, não é absurdo pensar assim.

        Coloque aí também a campanha demonizatória de Assad por parte da mídia ocidental, a plantação de armas químicas atribuídas ao governo sírio (de fabricação americana quando a Síria era um dos países embargados pelos EUA), o confronto 

        Os EUA queriam a criação de uma zona de exclusão aérea, que serviria em tese para oferecer ajuda aos “protestantes” e às “vítimas” do “ditador sanguinário” Assad. 

        Tudo culminou num confronto armado entre rebeldes de várias frentes (inclusive mercenários que haviam atuado na Líbia), com armas apreendidas do exército de Kadafi (ora veja!) e com participação ativa comprovada do Ocidente.

        Óbvio que esses ataques são um afronta à humanidade, uma barbaridade sem qualquer chance de defesa. Mas esses eventos nunca são, na maioria das vezes espontâneos ou aleatórios. Há um planejamento por trás. Esconso e refutável, mas que é provável. Assim, há de se ponderar até que ponto eles não servem a um propósito conveniente, assim como foi o 11 de Setembro.

        Aguardemos. Mas meu sentimento de que a Síria será o alvo do momento permanece.

        http://www.wsj.com/articles/paris-attacks-prompt-debate-on-further-military-intervention-on-syria-1447499860

        https://www.rt.com/op-edge/322049-perfect-storm-paris-terrorism/

        http://neurope.eu/wires/paris-attacks-may-compel-us-to-consider-escalating-its-military-campaign-in-iraq-and-syria/

        http://www.ksl.com/?nid=1016&sid=37369870&title=world-leaders-aim-for-stepped-up-response-to-islamic-state&fm=home_page&s_cid=topstory

    2. Muuuuito pelo contrario
      Muuuuito pelo contrario Cintra, Estado Islamico salvou Asaad. Todo mundo acredita (inclusive EUA e OTAN) que se o governo Asaad for desestabilizado e o pais poderá entrar num caos onde Estado Islamico, como maior força de oposiçao, poderia se aproveitar e sair fortalecido….inclusive com k risto de aposar das forças armadas.

      Hoje a saida imediata de Asaad esta fora de papo.

  12. separação
    Eu prefiro a direita. Com ela separmos os bons dos ruins, e no caso da França, quem extrangeiro, ou legítimo frances que não se adequar as regras, deverá sair do país.

  13. macabro em paris

    Nassif,

    Em minha opinião, não existe qualquer conexão entre a matança de ontem e o fluxo migatório de sírios.

    Ontem, pela primeira vez Paris foi alvo de um muito bem sucedido ataque terrorista, conforme demonstra o resultado alcançado pelos agressores, cerca de 150 mortos e uns 200 feridos não é bolinho.

    Em pouco tempo surgiu uma carta, na qual o EI, Estado Islâmico reivindica a autoria do atentado macabro. Mas como pode tal fenômeno, alguém se preocupou em confirmar a origem da tal carta ? 

    O EI, assim como a agora amiga Al Qaida, tem em seu background a ajuda de um USA que, por conta de sua estratégia geopolítica, que quer porque quer destruir Bashar al-Assad e, assim, assumir o controle da Síria. Este expediente, como qualquer um sabe, só tem redundado em fracasso que nem mesmo a impressionante ajuda da grande mídia internacional tem sido capaz de esconder, as barbaridades cometidas são as piores possíveis. Ainda bem que existem blogs alternativos a passarem as notícias baseadas em fatos concretos, e não em versões que só são aprovadas após a devida análise por parte da CIA. Aqui no blog também tem tido notícia e comentários de boa qualidade sobre o que ocorre no Oriente Médio.

    A partir do pretexto cínico de que o Iraque tinha armas de destruição em massa, aquele país foi duramente castigado durante dias, as principais cidades foram fortemente bombardeadas com os tais ataques cirúrgicos, tão cirúrgicos que foram capazes de matar dezenas de milhares de civis. USA e amigos viraram o país de cabeça prá baixo e aí, cadê as tais armas ? O máximo que conseguiram encontrar foi Saddam Hussein debaixo da terra, para logo depois matá-lo através de modo tão agressivo quanto o sofrido pelo líbio Muamar Kadafi, por ocasião da invasão à Líbia promovida por Sarkozy e parceiros, invasão motivada, segundo o noticiário sempre bastante fake, para proteger aquela população civil.

    A tal ajuda para proteger a população resultou na morte de dezenas de milhares de líbios e a destruição da infraestrutura de inúmeras cidades daquele país, e como está neste momento, quem consegue ler uma nota a respeito da Líbia ? Os vastos campos de petróleo estão devidamente controlados pela turma do BEM, enquanto o resto está entregue às baratas. 

    Recentemente, a Rússia fez um forte ataque sobre o EI, destruindo diversas instalações do grupo terrorista, e isto lá foi notícia de destaque, passou no JN ? Imagino que não, afinal, o intenso mantra midiático era o de que USA sempre dizia estava a perseguir o grupo há tempos e não o encontrava, muito bem.

    No século 21 inventaram a maravilha da liquidação sumária, os drones. Com eles, controlados a partir de um prédio de 4 andares nos USA, uma turma de jogadores de vídeogames fulmina, lá no Afeganistão, um determinado prédio, casa ou lá o que seja,basta mirar na telinha e Bum. Este “exército” de invenções militares, que NINGUÉM critica, tem sido o anteparo perfeito para as inúmeras intervenções e ocupações que ocorreram nos últimos anos, o caso de Egito, Tunísia, Iêmen, Afeganistão, Líbia, Iraque e mais um ou outro que eu possa estar esquecendo.

    O absolutamente certo é que todas as ocupações literalmente implodem as formas de organização existentes, mesmo que mínima, em tais países. Até hoje, a maior parte da população iraquiana permanece sem água doce na torneira, sem luz elétrica, sem telefone, sem facildade para trabalhar, com o estupro sendo praticado à luz do dia, já são mais de dez anos a “viver” desta maneira – sob o comando do sanguinário SHussein nada disto ocorria por lá, Bagdá era uma cidade com 9 milhões de habitantes na qual tudo funcionava corretamente, assim como também Basra e outras cidades iraquianas.

    A turma do BEM, USA, Grã-Bretanha, França, Itália e outros sempre atacam, a partir da concepção de geopolítica que povoa a mente de meia dúzia de burocratas fanáticos idiotizados, tanto militares como civis, e é daí que vem a desgraça. A turma do BEM é capaz de fazer qualquer coisa para prevalecer, contrata $$$ mercenários ( o caso da Al Qaida, na Síria ) para submeter as populações, distribui armamento pesado para os seus contratados, o caso do EI, destrói tudo o que vê pela frente, cria fantasmas ao seu belprazer, toda esta engrenagem funcionando à base de U$$$$, muitos U$$$$.

    Uma das consequência de toda esta animalidade que só faz matar inocentes é o ataque macabro a Paris, e vamos e venhamos, nada mais cômodo que colocar o EI nas primeiras páginas do mundo inteiro.

    1. Nenhuma conexão, com

      Nenhuma conexão, com certeza…

       

      Passaporte encontrado com terrorista de Paris é de refugiado sírio, diz Grécia

      LEANDRO COLON
      ENVIADO ESPECIAL A PARIS

       

      14/11/2015  15p0 – Atualizado às 19p9

  14. E …………………………

    Então vamos lá. Comentar o óbvio e ficar nesta lenga-lenga de quem é culpado; de quem provocou quem; de quantos foram mortos; de quantos foram feitos reféns; de quantos ainda irão sofrer pelas barbaridades do EI; de quantos são solidários; de quantos estão chorando; que precisamos estar cautelosos quanto aos refugiados, etc, etc, e etc !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Na realidade o que está faltando é, mudança de atitudes dos colonialistas, pois as acões de invasão e saques efetuados em outros países, talves e provavelmente sejam a origem de toda esta violência.

    Estamos é claro, solidarios às famílias ffrancesas vítimas destes atentados, mas tb é certo que estamos solidários aos sírios e aos milhares de refugiados vitimas das agresões do império e de seus aliados.

    Como alguns disseram aquí, é possível e provável que o império e seus aliados usem o emocional que este ato provoca, para justificarem a invasão da Siria, pois o que a mídia está mostrando, nada mais é que somente a parte que interessa aos patrões.

    SE bem que, a Russia, com o combate intensivo aos terroristas do EI, está colocando o império e seus vassalos numa grande sinuca, pois lemos que eles chamam parte deste terroristas de moderados e os financiam.

    Então………….., com a palavra os especialistas !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Aos leigos, e  eu principalmente me recuso a ficar nesta lenga-lenga fazendo ilações e repetindo o que a grande imprensa prostituta divulga !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

  15. Paris

    Não podemos esquecer que os responsáveis  por  tudo isso são os americanos com sua politica intervencionista no mundo inteiro….

  16. Tempestade perfeita e ataque definitivo

    cultura de paz para as nações vitimas do terrorismo.

    Só não da pra entender como 6 duzia de milhar ou mesmo 20 dezenas de milhar de extremistas, radicais fundamentalistas, colocam o mundo acuado a amedrontado como vem ocorrendo desde o ataque as torres gemeas em nova yorque, em 2001.

    }A região que se estbeceu o terror é sabidamente conhecido de todo mundo, não estão escondidos, até estabeleceram fronteiras e contam com certa infra estrutura que lhes possibiltam auferir lucros razoaveis.

    Então, como que as nações agredidas não atacam com força total estes grupos que belicamente não chegam nem aos pés do poder belico das Nações do mundo contemporaneo.

    Só uma pergunta estes grupos terroristas possuem mais poder do que a alemanha nazista de hitler?

    Ou mais poder do que o impeiro japones da ssegunda guerra mundial?

    A insanidade que caracteriza os suicidas que se explodem na atualidade é a mesma que animava os kamikazes japoneses.

    Diante da loucura dos kamikazes  restou a triste lembrança de hiroshima e nagazaki. 

    Até qdo as grandes potencias  deixarão as sociedades ficarem estarrecidas diante dos ataques dos malucos suicidas sem tomarem uma decisão definitiva?

    É estranho esta apatia e inércia das grandes pitencias.

    1. Porque?

      “Então, como que as nações agredidas não atacam com força total estes grupos(…)”

      É exatamente isso que o ataque de ontem vem prover, meu caro. No estilo 15 de fevereiro de 1898, 7 de dezembro de 1941 e 11 de setembro de 2001… perfeito! Melhor: não foi em território americano; logo, não fica manjado. Foi na “cidade luz”; vitrine do “egalité, fraternité et liberté”. Campo aberto para uma reação da “civilização” contra a barbárie de ver a Rússia sozinha mandando na Síria e reconstruindo seus pedaços junto com Assad. Agora vai ser como na Alemanha depois do incompetente do Hitler ter falhadio em entregar o produto combinado – o fim da União Soviética. O plano de destruição da Síria, pois, permanece; e o projeto do “grande Israel” continua vivo.

      Próximo capítulo, por favor!

    2. Conde, aqui não passou por completo o discurso de Hollande, …

      Conde, aqui não passou por completo o discurso de Hollande mas ele segue extamente o que falaste, considerando o EI como um Estado que tem fronteiras ele declarou guerra ao Estado Islâmico, não a Síria nem ao Iraque, provavelmente o que acontecerá será um ataque a esta região, e provavelmente apoio aos Curdos.

      1. !

        Esta região do oriente médio esta precisando de um golpe decisivo de de força que estabeleça um PODER, mesmo que seja um Poder internacional. Diversos interesses regionais de tribos, grupos e etnias minoritarias, tornaram a região um lugar, impossivel de viver e estabelecer qualquer cidade com um minimo de civilidade. Como o que anima estes grupos é a violencia e a insanidade, não existe a possibilidade da diplomacia. É necessario ocupar o territorio de forma contundente e indiscutivel, como acontecia na epoca da colonização.

        Só uma coisa pra reflexão: – porque estes grupos e etnias violentas não atacam a Arabia Saudita?

        A loucura destas forças fundamentalistas não respeitam ninguem nem Nação e Pais.

        Não da pra entender os paises que efetivamente detem o Poder no mundo são todos, vitimas, sem exceção deste terrorismo, porque até agora não houve uma convergencia de ação pra equacionar este problema.

    3. Nova ordem mundial

      É ingenuidade acreditar que um PODER internacional que lembre a epoca da colonização é um absurdo retorno de um passado reprovavel, o mesmo argumento critico dos materialistas laicistas dos erros cometidos pela igreja no passado, esquecendo de forma absurda o contexto deste mesmo passado, cada epoca suas peculiaridades. Quem com um minimo de capacidade intelectual, acredita que os antigos imperialistas estão mortos? Estão mais vivos do que nunca. A concentração da riqueza internacional, jamais foi tão expressiva como ocorre hoje em dia.

      O mundo continua o mesmissimo mundo colonialista e colonizados. 

      A velha utopia socialista ruiu com a união sovietica, o repudio romantico da colonização é sinal de ignorancia da realidade contemporanea.

      Existem regiões no mundo, hoje em dia dominadas por verdadeiros malucos hidrofobos que geram unicamente a barbarie e o terror, verdadeiros desertos de qualquer coisa que lembre civilização. Como proceder nestes locais, senão com força absoluta e que se encarcere nos hospicios com os insanos que não desejam outra coisa a não ser a destruição do mundo civilizado.

      Talvez, estas regiões são o embrião de um governo mundial forte e centralizador.

      Quem viver vera.

  17. Porque quer a França derrubar a República Árabe da Síria?

    Porque quer a França derrubar a República Árabe da Síria?

    Thierry Meyssan

    Voltando à história da colonização francesa da Síria e comparando-a com a ação dos presidentes Sarkozy e Hollande, Thierry Meyssan põe em evidência a vontade de recolonizar o país por parte de certos dirigentes franceses actuais. Uma posição anacrónica e criminosa que faz a França do presente um estado cada vez mais odiado no mundo.

    Rede Voltaire | Damasco (Síria) | 19 de Outubro de 2015français  English  Español  فارسى  italiano  ελληνικά  Nederlands  Deutsch  русский  عربي  polski+ -JPEG - 24.1 kbNicolas Sarkozy e David Cameron assinam os Acordos de Lancaster House. Eles reiteraram, um século depois, a “entente cordiale” do Acordo Sykes-Picot.

    A França é, hoje em dia, o principal poder apelando ao derrube da República Árabe da Síria. Enquanto a Casa Branca e o Kremlin negoceiam, em segredo, o modo de se livrarem dos jiadistas, Paris persiste em acusar o ” regime de Bashar” (sic) de ter criado o Daesh (E. I. -ndT), e em declarar que após a eliminação do Emirado Islâmico convirá derrubar a «ditadura Alauíta» (re-sic). A França é publicamente apoiada pela Turquia e Arábia Saudita, e às escondidas por Israel.

    Como explicar este posicionamento de perdedor, quando a França não tem nenhum interesse económico ou político nesta cruzada, quando os Estados Unidos deixaram de treinar combatentes contra a República, e quando a Rússia está em vias de reduzir a cinzas os grupos jiadistas?

    A maior parte dos comentadores sublinharam, com razão, os laços pessoais do presidente Nicolas Sarkozy com o Catar, patrocinador da Irmandade Muçulmana, e os do presidente François Hollande igualmente com o Catar, e, também, com a Arábia Saudita. Os dois presidentes financiaram, ilegalmente, uma parte das suas campanhas eleitorais com estes estados, e tem beneficiado de toda a espécie de facilidades oferecidas por esses mesmos Estados. Além disso, a Arábia Saudita detêm, agora, uma parte não negligenciável das empresas do CAC40, de modo que o seu desinvestimento brutal causaria graves prejuízos económicos à França

    Eu gostaria de evocar, aqui, uma outra hipótese explicativa: os interesses coloniais de certos dirigentes franceses. Para tal, é necessário um regresso ao passado.

    O tratado Sykes-Picot

    Durante a Primeira Guerra Mundial, os Impérios Britânico, Francês e Russo acordaram, secretamente, em dividir as colónias dos impérios Austro-Húngaro, Alemão e Otomano, assim que estes fossem derrotados. Na sequência de negociações secretas em Downing Street, o conselheiro do Ministro da Guerra e superior de «Lawrence da Arábia», Sir Mark Sykes, e o enviado especial do Quai d’Orsay, François Georges-Picot, decidem partilhar a província otomana da Grande Síria entre eles e disso informam o Czar.

    Os Britânicos, cujo império era comercial, apropriam-se das zonas petrolíferas conhecidas à época, e da Palestina, para aí instalar uma colónia de povoamento judaico. O seu território estendia-se por sobre o do Estado da Palestina, de Israel, da Jordânia, do Iraque e do Koweit actuais. Paris, que estava dividida entre os partidários e adversários da colonização, admitia, por si, uma colonização ao mesmo tempo económica, cultural e política. Apropriou-se, pois, dos territórios do Líbano e da Pequena Síria, actuais, dos quais quase metade da população à época era cristã, e da qual ela se declarava a «protectora» desde o rei Francisco Iº. Finalmente, os lugares santos de Jerusalém e de São João de Acre deviam ser internacionalizados. Mas, na realidade, esses acordos nunca foram plenamente aplicados, quer porque os Britânicos haviam assumido compromissos contraditórios como, sobretudo, porque entendiam criar um Estado judeu para prosseguir a sua expansão colonial.

    Jamais as «democracias» britânica e francesa debateram públicamente estes acordos. Teriam chocado o Povo britânico, e teriam sido rejeitados pelo Povo francês. O Acordo Sykes-Picot foi revelado pelos revolucionários bolcheviques que os descobrem nos arquivos do Czar. Eles provocam a fúria dos Árabes, mas os Britânicos e os Franceses não reagiram perante as ações dos seus governos.

    A ideia colonial francesa

    A colonização francesa começou no reinado de Charles X com a conquista sangrenta da Argélia. Era uma questão de prestígio, que nunca foi apoiada pelos franceses e levou à revolução de julho de 1830.

    Mas, a idéia colonial apareceu em França após a queda do Segundo Império e a perda da Alsácia-Mosela. Dois homens de esquerda, Gambetta e Jules Ferry, propõem a conquista de novos territórios em África e na Ásia na impossibilidade de poder libertar a Alsácia e a Mosela, ocupadas pelo Reich alemão. Eles juntaram-se aos interesses económicos da direita ligados à exploração da Argélia.

    Como a motivação pela derivação, em relação à libertação do território nacional, não é muito gloriosa, os amigos de Gambetta e de Ferry vão embrulhá-la num discurso mobilizador. Não se trata de satisfazer apetites expansionistas ou económicos, mas, sim, de «libertar povos oprimidos» (sic) e de os «emancipar» de culturas «inferiores» (re-sic). O que era muito mais nobre.

    Na Assembleia Nacional e no Senado, os partidários da colonização tinham criado um lóbi para defender os seus apetites: o «Partido Colonial». O termo «partido» não deve aqui induzir em erro, ele não designava uma formação política, mas, antes, uma corrente de pensamento trans-partidário, reunindo uma centena de parlamentares de direita e de esquerda. Eles juntaram-se a poderosos homens de negócios, militares, geógrafos e altos-funcionários, como François Georges-Picot. Se muito poucos Franceses se interessavam pela colonização, antes da Primeira Guerra Mundial, já eram muito mais numerosos no período Entre-as-duas-Guerras… quer dizer, após a restituição da Alsácia e da Mosela. O Partido Colonial, que já não era mais, agora, senão o do capitalismo cego, enroupado de direitos-do-homem, tentou convencer a população através de grandes eventos como a sinistra Exposição Colonial de 1931, e atingiu o seu apogeu com a Frente Popular de Léon Blum, em 1936.

    A colonização da Pequena Síria

    Na sequência da Guerra e da queda do Império Otomano, o Sherife Hussein das duas mesquitas de Meca e de Medina proclamou a independência dos Árabes. Em conformidade com as promessas de «Lawrence da Arábia» ele proclamou-se «rei dos Árabes», mas é chamado à ordem pela «pérfida Albion».

    Em 1918, o seu filho, o Emir Faisal, proclama um governo árabe provisório em Damasco, enquanto os britânicos ocupam a Palestina e os Franceses a costa Mediterrânica. Os Árabes tentam criar um Estado unitário, multiconfessional, democrático e independente.

    O presidente dos E.U.A, Woodrow Wilson, reconciliou o seu país com o Reino Unido em torno do projecto comum de criação de um Estado judeu, mas, ele opõe-se à ideia de colonizar o resto da região. Retirando-se da conferência de Versalhes, a França faz-se atribuir um mandato, pelo Conselho Supremo Inter-aliados, para administrar a sua zona de influência, aquando da conferência de San Remo. A colonização tinha encontrado um álibi legal: era preciso ajudar os Levantinos a organizarem-se após a queda dos otomanos.

    As primeiras eleições democráticas são organizadas na Síria pelo governo árabe provisório. Elas dão a maioria, do Congresso Geral sírio, a caciques sem verdadeira cor política, mas a assembleia é dominada pelas figuras da minoria nacionalista. Ela adopta uma Constituição monárquica e bi-camarária (cameral-br). Ao anúncio do mandato francês, o Povo revolta-se contra o Emir Faisal, que havia decidido colaborar com os Franceses e os Maronitas do Líbano, que o apoiam. Paris envia a tropa sob o comando do General Gouraud, um dos membros do «Partido Colonial». Os nacionalistas sírios dão-lhe combate em Marjayoun, onde eles são esmagados. Começa a colonização.

    O General Gouraud separa primeiro o Líbano —onde ele dispõe do apoio dos Maronitas— do resto da Síria, que ele se esforça por governar dividindo, e opondo entre si, os grupos religiosos. A capital da «Síria» é transferida para Homs, uma pequena cidade sunita, antes de regressar a Damasco, mas o poder colonial permanece baseado no Líbano, em Beirute. É conferida uma bandeira à colônia, em 1932, que é composta por três bandas horizontais representando as dinastias Fatímidas (verde), Omíadas (branca) e Abássidas (preta), símbolo para os muçulmanos xiitas quanto à primeira, e para os sunitas quanto às duas seguintes. As três estrelas vermelhas representando as três minorias, cristã, drusa e alauíta.

    A França pensa fazer do Líbano um Estado maronita, já que os Maronitas são cristãos que reconhecem a autoridade do papa, e da Síria um Estado muçulmano. Ela não parará de combater os cristãos da Síria Pequena já que eles são maioritáriamente ortodoxos.

    Em 1936, a esquerda acede ao poder em França, com o governo da Frente Popular. Ele aceita negociar com os nacionalistas árabes e promete-lhes a independência. O sub-secretário de Estado para os protectorados do Magrebe e dos mandatos do Médio-Oriente, Pierre Viénot, negoceia a independência do Líbano e da Síria (tal como ele havia tentado fazer para a Tunísia). O Tratado é ratificado, por unanimidade, pelo Parlamento sírio, mas, jamais será apresentado por Léon Blum —membro do «Partido Colonial»— ao Senado.

    No mesmo período, o governo da Frente Popular decide separar a cidade de Antioquia da Pequena Síria e propõe juntá-la à Turquia, o que será feito em 1939. Desta forma, Léon Blum entende livrar-se dos cristãos ortodoxos, cujo patriarca é o titular do Patriarcado de Antioquia, e que os Turcos não deixarão de reprimir.

    Por fim, é a divisão da França durante a Segunda Guerra Mundial, que porá termo à colonização. O governo legal de Philippe Pétain tenta manter o mandato, enquanto o governo legítimo de Charles de Gaulle proclama a independência do Líbano e da Síria, em 1941.

    No fim da II Guerra Mundial, o Governo Provisório da República põe em acção o programa do Conselho Nacional de Resistência. No entanto, o «Partido Colonial» opõe-se às independências dos povos colonizados. A 8 de maio de 1945 dá-se o massacre de Setif (Argélia), sob o comando do general Raymond Duval, a 29 de maio o de Damasco sob o comando do general Fernand Olive. A cidade é bombardeada pela Força Aérea Francesa durante dois dias. Uma grande parte do “souk” histórico é destruído. A Assembleia do Congresso do Povo Sírio é, ela própria, bombardeada.

    Roland Dumas atira uma pedrada ao charco em directo na TV, e rebenta assim o discurso oficialista de François Hollande : «os Ingleses preparavam a guerra na Síria dois anos antes das manifestações de 2011». Ora, isto não estava previsto no programa! Obrigado, Sr. Dumas!

    As ambições coloniais da França na Síria desde 2011

    Enquanto o presidente Nicolas Sarkozy convidava o seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, para as cerimónias do “14 de julho”, de 2008, nos Campos Elísios, celebrando com isso os seus avanços democráticos, ele negoceia com os E.U. e o Reino Unido a remodelagem do «Médio-Oriente Alargado», em 2009-10. A Secretária de Estado, Hillary Clinton, convence-o a relançar o projecto colonial franco-britânico sob orientação norte-americana, ou seja a teoria da «liderança nos bastidores».

    A 2 de novembro de 2010 –-isto é, antes da «Primavera Árabe»—, a França e o Reino Unido assinam uma série de documentos conhecidos como os acordos de Lancaster House. Se a parte pública indica que os dois Estados juntarão as suas forças de projeção (quer dizer, as suas forças coloniais), a parte conservada secreta previa atacar a Líbia e a Síria, a 21 de março de 2011. Sabe-se que a Líbia será atacada dois dias mais cedo pela França, provocando a cólera do Reino Unido que foi assim ultrapassado pelo seu aliado. O ataque contra a Síria, pelo contrário, jamais terá lugar porque o comanditário, os Estados Unidos, mudarão de opinião.

    Os Acordos de Lancaster House foram negociados, por parte da França, por Alain Juppé e pelo general Benoît Puga, um partidário ferrenho(fanático-br) da colonização.

    Em 29 de julho de 2011, a França criou o Exército Sírio Livre (os «moderados»). Contráriamente à propaganda oficial sobre o seu chefe, o coronel Riyadh al-Asaad, os seus primeiros elementos não são sírios, mas, sim, Líbios da al-Qaida. Riyadh al-Asaad não é mais que uma cobertura destinada a dar o verniz sírio. Ele foi escolhido por causa da sua homonímia com o presidente Bashar al-Assad, com o qual não tem nenhum laço de parentesco. No entanto, ignorando que os dois nomes não se escrevem da mesma maneira em árabe, a imprensa atlantista vê nele o sinal da «primeira defecção no seio do regime».

    O Exército Sírio Livre (ESL) é enquadrado por legionários franceses, destacados das suas unidades e colocados à disposição do Eliseu e do general Benoît Puga, o chefe do Estado-maior privativo do presidente Sarkozy. O ESL recebe como estandarte a bandeira da colonização francesa.

    Actualmente, o ESL não constitui mais um exército permanente. Mas, a sua marca é usada, pontualmente, para operações imaginadas pelo Eliseu e realizadas por mercenários de outros grupos armados. A França persiste em distinguir jiadistas em «moderados» e, outros, «extremistas». Não existe, no entanto, diferença em termos de pessoal ou de comportamento entre os dois grupos. Foi o ESL que começou as execuções de homossexuais, precipitando-os do alto a partir dos telhados dos edifícios. Foi igualmente o ESL que difundiu um vídeo de um de seus dirigentes, canibal, comendo o coração e o fígado de um soldado sírio. A única diferença, entre moderados e extremistas, é a sua bandeira : ou, a da colonização francesa, ou a da jiade.

    No início de 2012, os legionários franceses escoltam 3.000 combatentes do ESL para Homs, a antiga capital da colonização francesa, para fazer dela a «capital da revolução». Eles entricheiram-se no quarteirão novo de Baba Amr e proclamam um Emirado Islâmico. Um tribunal revolucionário condena à morte mais de 150 moradores que permaneceram no quarteirão e fá-los degolar em público. O ESL aguentou um cerco de um mês protegido por posições de tiro com mísseis anti-tanque Milan, colocados à disposição pela França.

    Quando o presidente François Hollande relança a guerra contra a Síria, em julho de 2012, ele conserva –—facto único na história da França— o chefe de Estado-maior privado do seu antecessor, o general Benoît Puga. Este retoma a retórica e a pose colonial. Assim, ele declara que a República Árabe Síria é uma «ditadura sanguinária» (é preciso, pois, «libertar um povo oprimido»), e que o poder é confiscado pela minoria Alauíta (é preciso, pois, «emancipar» os sírios desta seita horrível). Ele consegue interditar a participação nas eleições, que se realizam no seu próprio país, aos refugiados sírios na Europa, e decide em seu lugar que o Conselho Nacional Sírio –-não eleito–- é o seu legítimo representante. O seu ministro dos Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores-br), Laurent Fabius, declara que o presidente democraticamente eleito, Bashar al-Assad «não merece estar sobre a Terra».

    As declarações de Valéry Giscard d’Estaing

    A 27 de setembro passado, o antigo Presidente Valéry Giscard d’Estaing deu uma entrevista, de uma página, ao diário «Le Parisien / Aujourd’hui en France» a propósito dos refugiados e da intervenção russa contra os terroristas na Síria. Ele declarou : «Eu interrogo-me quanto à possibilidade de criar um mandato da ONU sobre a Síria, por um período de cinco anos».

    Jamais, desde a sua criação, a Onu concedeu “mandato”. Esta simples palavra reenvia-nos para os horrores da colonização. Nunca, jamais, havia um líder francês evocado assim, publicamente, as ambições coloniais francesas desde a independência da Argélia, há 53 anos.

    Importa aqui lembrar que Geneviève, a irmã de François Georges-Picot (o do Acordo Sykes-Picot), se casou com o senador Jacques Bardoux —membro do «Partido Colonial»—. A sua filha, May Bardoux, desposou, por sua vez, o presidente da Sociedade Financeira Francesa e Colonial, Edmond Giscard d’Estaing, o pai do antigo presidente francês (Valéry Giscard d’Estaing- ndT).

    Assim, a solução do problema sírio, segundo o sobrinho-neto do homem que negociou com os Britânicos o mandato francês sobre a Síria, é recolonizar o país.

    [video:https://youtu.be/br6gAnKvB8U%5D
    O Presidente Chávez tinha também, quanto a ele, compreendido, e muito antes da sua morte, o que se passava na Síria.

    Thierry Meyssan

    Tradução
    Alva

    http://www.voltairenet.org/article189052.html

    Thierry Meyssan

    Thierry Meyssan Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).

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  18. Exército Islâmico é cria dos

    Exército Islâmico é cria dos EUA, diz democrata

     

    :

     

    Debate dos candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, ocorrido na noite de ontem, foi tomado pela discussão sobre terrorismo, depois da sexta-feira 13 em Paris; o ponto alto ocorreu quando o senador Bernie Sanders (esq.), o melhor nome da disputa, responsabilizou os Estados Unidos pela instabilidade atual no Oriente Médio e afirmou que a invasão do Iraque, apoiada por Hillary Clinton, “foi a pior decisão de política externa dos Estados Unidos em toda a sua história”; Sanders disse ainda que a intervenção no Iraque teve como consequências o fortalecimento do Exército Islâmico, responsável pelos ataques em Paris

     

    15 de Novembro de 2015 às 07:40

     

     

     

    247 – O debate entre os candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, promovido ontem pela emissora CBS, teve seu ponto alto quando um dos pretendentes, o senador Bernie Sanders, responsabilizou a política externa norte-americana pela tensão no Oriente Médio e pelo terrorismo na Europa, que fez mais de uma centena de vítimas em Paris na última sexta-feira.

    “A invasão desastrosa do Iraque, à qual eu me opus frontalmente, desorganizou toda a região e permitiu a ascensão não apenas da Al-Qaeda como também do Estado Islâmico”, disse ele. “Foi a pior decisão de política externa dos Estados Unidos em toda a sua história”.

    O questionamento de Sanders tocou numa ferida de Hillary, que, como senadora, apoiou a invasão do Iraque em 2003, pelo governo de George W. Bush, motivada pelas falsas acusações de que o regime de Saddam Hussein possuía ligações com o atentado de 11 de Setembro de 2001 e também desenvolvia armas de destruição em massa.

    Desde a queda de Saddam, não houve mais estabilidade política no Iraque e o Exército Islâmico, que assumiu a autoria dos ataques em Paris, hoje controla a região de Mosul, uma das mais importantes áreas petrolíferas do país.

    Confira aqui o vídeo de ontem em que Sanders tocou na ferida americana:

    Sanders disse ainda que os Estados Unidos deveriam cessar com a política de tentar mudar regimes políticos à força, como vem sendo tentado na Síria.

    Leia, abaixo, o perfil do senador que é o melhor candidato à presidência dos Estados Unidos em 2016, recentemente publicado pela revista Carta Capital:

    Bernie Sanders, uma ameaça a Hillary

    Por Eduardo Graça, na Carta Capital

    Ninguém imaginava, mas a principal ameaça às pretensões eleitorais de Hillary Clinton nas hostes do Partido Democrata parte de um provecto senador de Vermont. Aos 73 anos, Bernie Sanders, único parlamentar declaradamente socialista, assusta a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado. As pesquisas mais recentes apontam sua impressionante ascensão entre os eleitores: em dois meses ele reduziu pela metade a diferença em relação a madame Clinton e empatou com a antiga colega no Capitólio no decisivo estado de New Hampshire. 

    Cabelos brancos, corpo tenso em um terno preto ao menos um número acima do ideal, óculos simples de aro branco, sem gravata, o candidato a candidato celebrou o feito na primeira semana de julho em um comício com 10 mil espectadores no Veterans Memorial Coliseum, em Madison, no Wisconsin. A cidade não foi escolhida por acaso. É uma das joias da coroa da direita americana, principal palco da batalha entre o governador Scott Walker, apoiado pelo movimento ultraconservador Tea Party, e os sindicatos, por conta da plataforma de austeridade fiscal e Estado mínimo defendida pelo republicano, um dos 16 candidatos oficiais da oposição na disputa pela Casa Branca do próximo ano.

    “Hoje fizemos história. Nenhum comício desta campanha reuniu tanta gente em um mesmo evento. Ontem, cheguei à cidade e as propagandas republicanas me identificaram como o extremista de Vermont. Extremista é quem nega o direito dos trabalhadores de barganhar na mesa por melhores condições de trabalho. É quem diz às mulheres que elas não são capazes de decidir o melhor para seus próprios corpos. É quem as trata como crianças ao negar o direito de acesso a contraceptivos. É quem corta os impostos de bilionários e se recusa a aumentar o salário mínimo”, discursou. 

    Os gritos de “Bernie! Bernie! Bernie!” remeteram a outro candidato, negro, igualmente oriundo do Senado, sem projeção nacional, que em 2008 reuniu um número de militantes em torno de um projeto político capaz de derrotar os poderosos Clinton nas primárias democratas. Em seu comício em Madison, Sanders recebeu os mais intensos aplausos públicos da campanha até o momento ao afirmar que “é chegada a hora da criação de um movimento político que diga aos mais ricos de forma decisiva: vocês não podem ter tudo”.

    As reações das cabeças coroadas do Partido Democrata revelam o temor de o senador enfraquecer aquela que poderá ser a primeira mulher a governar os Estados Unidos. De acordo com a revista semanal The Nation, uma ação da cúpula partidária impediu a maior central sindical do país de anunciar o apoio a Sanders e garantir um compromisso de neutralidade. O mago das duas campanhas presidenciais de Obama, David Axelrod, escreveu no Twitter, logo após a divulgação das pesquisas, que as plateias do senador lembram mais Howard Dean, outro político oriundo de Vermont, do que aquelas de Obama. Em 2004, Dean conseguiu galvanizar a esquerda do partido. “Seu impacto foi inegável, mas quem venceu as prévias foi John Kerry”, anotou Axelrod. O atual secretário de Estado, como se sabe, figura moderada, mas sem a capacidade de levantar as massas, acabou derrotado nas eleições gerais por George W. Bush.

    Nem todos concordam. “O novo nesta campanha até agora é justamente a quantidade de eleitores dispostos a discutir as ideias propostas por Sanders, que, fora de Vermont, pareciam até ontem alienígenas ao status quo da sociedade americana”, diz a advogada Carole Echanis, simpatizante de Sanders desde que este se elegeu, em 1981, prefeito de Burlington, a cidade mais populosa do estado vizinho ao Canadá.

    O analista político Nate Cohn, do New York Times, lembra que, além das pesquisas e dos comícios, Sanders demonstra poder de fogo nas arrecadações, com 15 milhões de dólares em seus primeiros três meses de campanha, ou um terço dos números apresentados por madame Clinton. Uma diferença: o senador recebeu doações de mais de 400 mil indivíduos, enquanto a ex-secretária de Estado se valeu do apoio dos mais ricos. Dados que alimentam a mensagem de Sanders de ser ele o único candidato anti-lobby no flanco democrata e bem à esquerda da concorrente em relação a Wall Street e à política externa. Também se lançaram na disputa entre os governistas, sem grande repercussão, os ex-governadores de Maryland e Rhode Island, Martin O’Malley e Lincoln Chafee, e o ex-senador Jim Webb, da Virgínia.

    “Neste momento, ele tem números idênticos aos de Obama na campanha de 2008. Mas Obama tinha um discurso moderado fundamental para vencer Hillary em uma disputa apertadíssima. O que pesou foram os votos dos negros, o grupo mais conservador entre os democratas, especialmente em temas sociais. De lá para cá, por sua vez, Hillary ampliou a vantagem que já tinha há oito anos entre os democratas de origem latino-americana”, pondera Cohn.

    De qualquer modo, Sanders conseguiu o feito de mover a candidatura Clinton para a esquerda. Interessada em assegurar o apoio das principais figuras da ala mais liberal do partido, cujas duas principais estrelas são a senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, a ex-secretária de Estado tem defendido a ampliação de programas de combate à desigualdade social e de redução da pobreza nos EUA, temas caros ao senador. O receio da cúpula do partido governista é de que esse inesperado obstáculo à esquerda impeça a favorita da legenda de conquistar o apoio dos eleitores independentes na eleição geral, nem republicanos nem democratas, cruciais nos estados mais decisivos na disputa de 2016.

     

  19. Proclamação da República

    Antigamente, o dia 15/11 ensejava manifestações em homenagem à proclamação de república no Brasil. Hoje, ninguém liga. O conceito de república perdeu muito em importância reconhecida nestes novos tempos, embora seja mais importante do que nunca.

  20. Estado Islâmico é pretexto

    Estado Islâmico = Nova Al-Qaeda

    Há tempos o Ocidente elegeu inimigos invisíveis para combaterem. Quando o inimigo não é algo palpável, identificável e concreto; quando o inimigo não é um país ou um indivíduo (como fora Bin Laden), qualquer desculpa se encaixa dentro dos moldes convenientes do “combate ao terror.” A estratégia é erigir um totem, um bode expiatório para lograr qualquer intento.

    Assim, o EI, convenientemente criado e crescido em território sírio, num momento (em 2014) em que todas as formas de derrocar Assad do poder haviam falhado, e em conjunto com os ataques, cujos autores já foram prontamente identificados, (com um detalhe que não passou despercebido: o achado de um passaporte de refugiado sírio, assim como ocorreu nos ataques ao Charlie Hebdo e nos atentados de 11 de Setembro) e que estão mobilizando o mundo, não resta dúvida que a barbárie, que se presta à comoção da opinião pública ora servirão de pretexto para tudo. Como foi o 11 de Setembro, que serviu para intervenções sem interferência da ONU.

    Não será difícil perceber que a associação imediata entre o EI e o governo de Assad será feita. Assim como foi feita a associação entre Bin Laden e Saddam Hussein.

    O que ocorre hoje é o cume de toda uma insurreição que se originou em 2011 durante a chamada “Primavera Árabe”. As inúmeras tentativas do Ocidente em intervir militarmente na Síria, como fizeram na Líbia, fracassaram. Restou ao ocidente a estratégia da guerra suja: a derrubada do governo sírio via insurreição armada financiada. Só que a Rússia interveio (a defender seus interesses, óbvio, que são as bases de Tartus e Latakia). A estratégia deveria ser mudada novamente, como foi agora.

    Não seria absurdo uma intervenção militar via OTAN, assim como pretendiam seus países integrantes, lá nos idos de 2012. Aguardemos os novos movimentos.

  21. No Brasil já vivemos um clima

    No Brasil já vivemos um clima de xenofobia contra o PT e todos aqueles que apoiam a presidenta Dilma. O Estado Islâmico brasileiro está personificado nas figuras dos terrortistas judicialistas Sergio Moro, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, que diariamente assassinam a reputação dos petistas e aniquilam com a complacência da mídia golpista todos aqueles que ousam contraria-los. Antes de olharmos para o exterior, vamos combater o terrorismo que perpetra em nosso país. Derrotar Moro & seus asseclas é a luta das forças democráticas neste momento!

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