STF decide se Brasil será uma teocracia, por Flavio Goldberg e Vitor Sznifer

A dinâmica atual de oprimido x opressor tem muito a ver com o pecador característico e o eclesiástico em tom de hipocrisia anunciada

Foto Observatório do 3o Setor

STF decide se Brasil será uma teocracia

por Flavio Goldberg e Vitor Sznifer

No momento em que o STF deve decidir sobre influência religiosa nas eleições cabe uma reflexão.

Desde as práticas ritualísticas que muitas vezes definiriam os humanos como tais, os apelos metafísicos idealistas apresentam uma série de dogmas estabelecidos de sorte a padronizar o comportamento do homem e aproximá-lo às noções divinas e práticas sociais, utilizando as deidades como figuras de autoridade inquestionáveis, tal qual é a natureza de um dogma por definição.

A norma social que repele uma necessidade em que a ordem seja estabelecida entrementes por instituições religiosas aumentou e expandiu-se em grande contraste no século XIX num contexto russo em práticas que mais tarde conheceríamos como secularismo, com a implementação de estados baseados na laicidade, em forma também que se apresentou liberdade religiosa em na não obrigatoriedade sacramental.

Um dos problemas desta composição é que, por mais que estados de maior liberdade espiritual tenham suplantado aqueles arcaicos, ensejou doutrinas baseadas em mandamentos não escritos e dogmas se apossaram da lacuna deixada pelo religioso, e a perseguição de caráter somente mudou de mãos, lastreado agora em grupos de identidade

A dinâmica atual de oprimido x opressor tem muito a ver com o pecador característico e o eclesiástico em tom de hipocrisia anunciada, tendo líderes no lugar de escolhidos natos e noções sociais inquestionáveis no lugar de mandamentos. Isto é tão fato quanto trazer situações imaginárias e suas diferenças de tratamento não isonômicas entre os membros dos ditos grupos em relações de similar grau.

Com dizeres como “lugar de fala”, estabelece-se um novo tipo de autoridade inquestionável qual os seus opositores teriam a liberdade de expressão cerceada, incluindo no campo do controle linguístico por força da lei, e os afiliados às seitas sendo ranqueados em ordem de quem tem mais ou menos debilidades percebidas socialmente, em atribuições arbitrárias e, em casos, infundadas.

Por mais que se façam necessárias ações de inclusão em grupos menos presentes, destacamos a importância de não sermos incautos para não enveredarmos um caminho qual vicejemos inquisições (i.e. cultura de cancelamento), pois é desta forma que se pode granjear ódio, apenas com novos agentes.

A teocracia ameaça com a Bíblia ou o Alcorão os universais direitos humanos.

Flavio Goldberg, advogado e mestre em Direito.

Vitor Sznifer, administrador e analista de comportamento.

Redação

1 Comentário

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  1. Tal como utilizada, e não é de hoje, religiões não passam de ferramentas utilizadas para enganar e extorquir povos.
    Via de regra, ao se misturar na política, constituem um pilar que sustenta governos ineficazes, retrógrados e genocidas, que empurram o país para um retardo mental, econômico e social do qual levam décadas para se recuperar, quando se recuperam.
    O brasil já meteu o pé nesta lama, e só podemos torcer que o stf estabeleça regras claras não para impedir o livre pensar, mas que não permita que o poder financeiro suplante o poder da verdadeira fé.

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