Tragédia anunciada e repetida: as enchentes e o governo de SP, de Observador1

Se há 30 anos bastaria saber se houve falha ou atraso na abertura das barragens de Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus – que represam o Tietê-Pinheiros-Tamanduateí – hoje basta lembrar as imagens da crise hídrica de 2014/2016

Foto Metro Jornal

Tragédia anunciada e repetida: as enchentes e o governo de SP

de Observador1

Mais de 12 mortes contabilizadas até este fim de tarde, além de engarrafamento de mais de 220 quilômetros de extensão na capital e outro tanto nas demais 38 cidades que formam a região metropolitana, atingindo diretamente 22 milhões de pessoas e provocando prejuízos de 45 milhões só ao comércio paulistano, segundo a Federação do Comércio.

Esse saldo parcial, porém, não mereceu até agora nenhuma explicação plausível, com exceção desta nota da Rede Brasil Atual dando conta que os governos do Estado e da Capital utilizaram apenas um terço da verba destinada ao combate às enchentes nos últimos dois anos, além de uma redução de 34% na verba para coleta de lixo, varrição e capinação só na capital.

Na TV, contudo, imagens aéreas demonstram o que ninguém comenta ou menciona: o rio Tamanduateí transbordou ao encontrar o Tietê igualmente repleto, inundando pontes como as do Limão, Piqueri e Freguesia do Ó.

Como a chuva castigou mais o ABC e este depende do Tamanduateí para drenar sua bacia hidrográfica com 663 quilômetros quadrados de área e 43 afluentes (a maior parte deles tamponados no subsolo, encobertos pelo asfalto), fica mais fácil entender as causas dessa enchente.

Se há 30 anos bastaria saber se houve falha ou atraso na abertura das barragens de Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus – que represam o Tietê-Pinheiros-Tamanduateí – hoje basta lembrar as imagens da crise hídrica de 2014/2016, quando foi possível constatar o assoreamento completo do Tietê entre a foz do Pinheiros e Pirapora, devido ao lixo e aos sedimentos deixados pela última retificação de seu leito confinado entre as duas avenidas que o ladeiam na área urbana paulistana.

Como o Governo paulista não removeu esses entulhos, qualquer temporal mais intenso é o suficiente para o Tietê parar a RMSP, sem que ninguém cobre providências do PSDB, partido que este ano celebra um quarto de século no comando do estado.

Por esse motivo, quando assisti o governador Doria prometer hoje o fim das enchentes e a despoluição do Tietê para os próximos anos, desliguei a TV, uma vez que se os mais de quinze bilhões de reais já investidos nessa tarefa nos últimos seis quadriênios não foram suficientes para nos livrar desse flagelo, nada garante que isso ocorrerá tão cedo, uma vez que nem o Tribunal de Contas e muito menos o Ministério Público cumprirão a obrigação de prender os governantes que até agora malversaram esses recursos públicos para evitar que os atuais e futuros mandatários repitam tamanho descalabro.

 

Redação

1 Comentário

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  1. Lendo uma reportagem um comentarista em vez de bater no prefeito bateu no Haddad, que há anos está fora da prefeitura…..
    Uma comentarista rebateu com os dados da administração Haddad, valores e projetos, o outro retrucou ofendendo-a peguntando se alguem já tinha c…na boca dela naquele dia…….
    É esse o nível que está imperando nessa cidade maltratada…….alguém acredita que isso vai dar boa coisa?
    E temos um presidente acredita que gasta-se muito com educação…….
    Com tantos jumentos por aí……

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