Uma homenagem no dia dos mortos

Sugerido por Assis Ribeiro
Fotos de Luiz Alfredo – Hospital Colônia, Barbacena/MG
 
 

Homens, mulheres e crianças eram mantidos nus. Foto: Luiz Alfredo (1961)

 
 
 
 
Esgoto a céu aberto era fonte de água para internos. Foto: Luiz Alfredo (1961)
 
 
 
Sivio Savat, ex-menino de Barbacena, fotografado em 1979, confundido com um cadáver. Foto: Napoleão Xavier Gontijo Coelho
 
 
 
Internos vestiam trapos, mesmo no frio intenso de Barbacena. Foto: Luiz Alfredo (1961) 
 
 
 
Revela cenário de horror de Hospital Colônia. Foto: Luiz Alfredo (1961)
 
     
 
Veja o documentário “Em nome da razão” – Um filme sobre os porões da loucura

http://www.youtube.com/watch?v=R7IFKjl23LU

 

http://assisprocura.blogspot.com.br/
Redação

5 Comentários

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  1. “Vi-os nus, cobertos de

    “Vi-os nus, cobertos de trapos, tendo apenas
    um pouco de palha para abrigarem-se da fria
    umidade do chão sobre o qual se estendiam.
    Vi-os mal alimentados, sem ar para respirar,
    sem água para matar a sede e sem as coisas mais
    necessárias à vida. Vi-os entregues a
    verdadeiros carcereiros, infectados, sem ar, sem luz,
    fechados em antros onde se hesitaria em fechar
    os animais ferozes, e que o luxo dos governos
    mantém com grandes despesas nas capitais”.

    (Esquirol – “Des établissements consacrés aux aliénés en France”. 1818).

    Psiquiatra francês, Jean-Étienne Esquirol foi discípulo de Phillippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria. Nesse pequeno trecho, Esquirol descreve um estabelecimento destinado aos alienados na França, em 1818.

  2. Barbacena: um recorte do caso

    Uma das histórias mais pavorosas conta que era prática corrente no hospital o método de “desencarnar” os mortos, o que consistia em colocá-los em tonéis com ácido para tirar-lhes a carne e vender os esqueletos às faculdades de medicina. Muitos internos participavam dessa função, “desencarnando” seus colegas mortos e muitas faculdades de medicina, em todo o Brasil, compravam os cadáveres de Barbacena para abastecer seus laboratórios de anatomia.

    Os mais rebeldes ou aqueles que cometiam algum ato considerado pelos funcionários como insubmissão eram mantidos presos em celas gradeadas, algemados pelos pés e mãos, contidos por várias técnicas e métodos diferentes. Passavam por sessões de eletrochoque, das quais saiam mortos ou com dentes e ossos quebrados.

    O hospital possuía um centro cirúrgico no qual eram realizadas as psicocirurgias, como a lobotomia, mais apropriadamente chamada de leucotomia. Esse procedimento leva a um estado de sedação, com baixa reatividade emocional dos pacientes, considerado como eficaz para a melhoria dos sintomas externos da doença psiquiátrica.

    Em 1979, o conhecido psiquiatra italiano Franco Basaglia visitou o Hospital Colônia de Barbacena e o comparou aos campos de concentração nazistas de Adolf Hitler.

    http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/barbacena03.html

  3. Antecâmara da morte: manicômio exterminou 60 mil pessoas

    Internos faziam parte de minorias excluídas do convívio social. Genocídio é tema do livro “Holocausto brasileiro”, de Daniela Arbex (…)
    Foram pelo menos 60 mil mortes no hospício, onde apenas 30% dos “pacientes” tinha diagnóstico de doença mental. A maioria dos internos fazia parte de minorias excluídas do convívio social, como epiléticos, mendigos, alcóolatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas violentadas ou que perderam a virgindade antes do casamento. A instituição foi criada em 1903 com 200 leitos, e alcançou a marca de cinco mil pacientes na década de 1960.
    (…)
    http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/07/28/internas_viver,452838/antecamara-da-morte-manicomio-brasileiro-exterminou-60-mil-pessoas.shtml

  4. Navio negreiro da loucura.

    Interessante que no debate sobre a (auto)declaração do neymar sobre sua cor da pele, a gente lê e ouve que os que pretendem identificar algum corte de raça no país sejam os “verdadeiros racistas”…

    Os defensores do mito da democracia racial (e da miscigenação) praticam um truque semiológico barato.

    Pois é: esta imagem e a cor da pele da esmagadora maioria dos que foram confinados neste campo de concentração brasileiro (e mineiro) é preta, aliás, sem deixar qualquer margem de dúvidas…

    A morte, “a loucura”, a violência, a prisão, enfim, o flagelo têm cor bem definida…

    Loucura mesmo é que alguns tentem esconder isto…

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