As irretocáveis imagens do samba de Samuel Iavelberg, por Augusto Diniz

Sambista Chico Médico

As irretocáveis imagens do samba de Samuel Iavelberg

por Augusto Diniz

O tarimbado fotógrafo Samuel Iavelberg, com mais de 40 anos de carreira e passagem por grandes revistas e agências, aqui e no exterior, descobriu em 2004 a fotografia do samba. De lá para cá, criou um acervo considerável do gênero.

São focos na lente de Samuel os chamados sambas de comunidade, como Samba da Vela, Samba da Laje, Pagode do Cafofo, entre outros. Também registrou grupos em ação, como Berço do Samba de São Mateus e Inimigos do Batente.

Segundo o fotógrafo, para registrar o samba é preciso gostar do gênero e saber entender a dinâmica de uma roda. “O trabalho fica melhor quando se gosta do que faz. É importante entender quando se vê alguém tocando samba”, afirma.

Samuel lembra que quando trabalhava para a grande imprensa, fazia questão de registrar shows de música brasileira – outro assunto que cobriu muito como fotojornalista foi futebol, seu segundo tema de interesse.

“Eu frequentava shows, mas não roda de samba”, conta ele, até conhecer o pessoal do Você Vai se Quiser, reduto de samba localizado de frente à Praça Roosevelt, na Consolação, em São Paulo (SP). A partir daí, fez uma série de mostras de fotografia com o tema samba.

Em 2016, Samuel estreou o projeto Flores em Vida, em parceria com a Ação Educativa, ONG paulistana com sede na Vila Buarque. Trata-se de uma exposição de cerca de 30 fotos registradas por ele de algum nome importante do samba paulista que ainda esteja na ativa.

A primeira a participar desse projeto foi Maria Generosa da Silva, mais conhecida como Tia Nerosa, figura central do Samba da Laje. Depois vieram outras exposições, como de Osvaldinho da Cuíca.

O fotógrafo agora apresenta trabalho centrado em Francisco Aguiar, o Chico Médico, cantor de rodas de samba desde 1979. Chico é clínico geral no Hospital das Clínicas e cantou nas rodas de samba mais representativas de São Paulo – aliás, ele escreveu um belo texto sobre sua vida no samba, que se confunde com a história das rodas de São Paulo nas últimas décadas (foi publicado no site da Ação Educativa e está disponível aqui).

A homenagem, portanto, é mais do que justa. A exposição dos registros de Samuel Iavelberg do sambista Chico Médico vai até o dia 29 de maio – mais informações aqui.

Redação

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