A origem da fibra de Amaral Gurgel

Recebo um telefonema inesquecível de dona Carolina Amaral Gurgel, viúva do João do Amaral Gurgel.

Ela já tinha deixado um recado na nota sobre o marido – que vocês rechearam com declarações de amor pelo carrinho e de admiração pelo Gurgel. Ficou especialmente tocada com o comentarista que disse que, quando morresse, gostaria de ser enterrado no seu Gurgel

Na conversa com dona Carolina, dá para perceber de onde vinha parte da garra impressionante de Gurgel. Nada de olhar para trás, de lamber feridas e chorar incompreensões. “Quem está na chuva é para se molhar”, diz ela.

Dona Carolina passou 52 anos casada, os últimos sete cuidando do marido vencido pelo mal de Alzheimer. “Tenho lembranças maravilhosas daquele maluco de carteirinha”, conta ela. Dia desses, se pilhou rindo sozinha, lembrando-se do único dia em que ele a ameaçou. Ela foi beijá-la de noite e ele, entorpecido pela doença, julgou estar sendo atacado por alguma ninfa.

Foram sete anos cuidando da doença do marido, praticamente sozinha. Dona Carolina achava que se juntasse muita gente em volta haveria muita fofoca.

Como o inferno astral dura sete anos, agora o jogo será outro. Ela voltou a praticar sua ginástica no Paulistano e está cheia de planos de arrumar a casa, que ficou meio abandonada pela dedicação ao marido.

Agora, se define como uma “velhinha computadorizada”. Já armazenou os comentários carinhosos de vocês e está trabalhando com um photoshop para colocar seu retrato na rede.

Ela manda um beijo carinhoso para todos os admiradores de João do Amaral Gurgel.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Uma justa homenagem, neste
    Uma justa homenagem, neste momento, seria trocar o nome da rodovia Washington Luís para, por exemplo, Rodovia Amaral Gurgel.

    Com certeza Gurgel fez muito mais pelo Brasil do que qualquer presidente, portanto merece a homenagem mais do que qualquer outro.

    Ele tinha idéias e as colocou em ação.

  2. Prezado Nassif,

    No Gurgel
    Prezado Nassif,

    No Gurgel sobrava o que falta ao empresário brasileiro médio: imaginação. O empresário brasileiro quer se aproximar do poder para chegar na frente das licitações; quer isenção fiscal e flexibilização de encargos trabalhistas para aproveitar a crise inventada pela dona Miriam Leitão. Com todas estas preocupações fiscais não sobra tempo para o empresariozinho pensar em excelencia e qualidade de produtos, somos um país que trabalhadores improdutivos.

  3. Dona Carolina, quero me
    Dona Carolina, quero me juntar àqueles que já manifestaram admiração por este grande homem. um empreendedor exemplar que, parece, nunca parou de sonhar.

    sorte a sua que terá muitos momentos bonitos para relembrar e tocar a vida em frente.

    e veja você, dona Carolina, um dia sonhei ter um “jipe” daqueles. achava lindo.

  4. Acabou-se a magia de termos
    Acabou-se a magia de termos um automovel de fabricação nacional. A única industria genuinamente brasileira de carros ( A ìndia, a China e a correa do Sul tem várias). Quem sabe a fina flor do empresariado tupiniquim queira fazer uma, o BNDS está aí para dar e o Gilmar Mendes para aprovar e o Daniel Dantas continua na lida,e bem,, o Paulo Sckaf não, esse está empenhado em “flexibilizar” a CLT, não sobra tempo pra produzir né?

  5. Dona Carolina
    Há muitos anos,
    Dona Carolina
    Há muitos anos, quando vi um Gurgel aqui em BH (eu ainda nem tinha carteira de motorista!), eu disse para o meu namorado: Olha, é este o tipo de carro que eu gosto! Os comentários eram os mais favoráveis possíveis, com destaque de que era DE FABRICAÇÃO NACIONAL! Mas eu nunca tive oportunidade de ter um…
    Quero enviar-lhe daqui um abraço com toda minha admiração. Acabei de colocá-la na minha lista de mulheres especiais, como Cora Coralina, Maria da Conceição Tavares…
    Obrigada a você também, Nassif.

  6. De fato, lembro de que as
    De fato, lembro de que as carrocerias da Gurgel eram de fibra. Inovador.
    Infelizmente na história de empreendedores e visionários, o reconhecimento público oscila, no senso comum mass media, entre louco e gênio, na medida do sucesso ou do fracasso da empreitada. Outro visionário, o comandante Rolim, foi vencedor e, por isso, gênio empresarial, case de sucesso nos manuais de CEOs, das carreiras executivas, mas, certamente, se a TAM não alcançasse céu de brigadeiro, estaria na galeria dos “malucos de carteirinha” ao lado do engenheiro sonhador.
    Alea iacta est (“a sorte está lançada”, do imbróglio com o general Pompeu, ancestral remmoootoo… do império romano), mas a Gurgel não conseguiu atravessar o rubicão das irmãs montadoras que até hoje montam e desmontam as regras do poder e do mercado da indústria automobilística brasileira. Houveram diversas iniciativas de carro nacional matadas no ninho pela inépcia da política industrial servil as multis.
    Na verdade, o Estado brasileiro, sua política e gestão cartorial, mediócre por definição, até hoje joga contra o empreendedorismo, o sucesso criativo da livre iniciativa, o sonho dos brasileiros. O Estado é uma carroça roda presa da nação”. Pouco ajuda e como atrapalha!
    Não temos um Nobel, uma marca mundial de peso. Pouquíssimas patentes, invenções, descobertas a recolherem royalties e direitos comerciais, prestigio e reconhecimento internacionais. Em compensação tivemos Sarney e seus amigos do peito, Matias, Saulo há machlinar e sharpear o modus operandi de como criar uma empresa genuinamente nacional. Depois vieram as carroças do Collor a escancarar o mercado para quem pode mais e paga mais… Haja fibra, humor, garra, maluco.

  7. Poxa, Nassif.

    Por causa da
    Poxa, Nassif.

    Por causa da correria profissional acabei não acessando muito o blog nos últimos dias e perdi o post sobre o Gurgel.

    Mas aproveitando este post, gostaria também de externar minha admiração pelo notável engenheiro e empreendedor.

    Quando era moleque, olhava com admiração o Carajás e com espanto o BR-800! A molecada toda sonhava em ter um jipe como o Carajás.

    Grande perda, mas que serviu agora, para mostrar uma mulher também notável.

    Parabéns Dona Carolina pela sua fibra.

  8. Gurgel foi um felizardo no
    Gurgel foi um felizardo no amor…dona Caralina nunca deixou de ser a moça do seu tempo !!!
    pudesse eu pintar, e pintaria este tipo de amor…colocaria como o som da névoa que se desfaz, de uma flor que se desprende e cai !!!

  9. Nassif
    Novo carro brasileiro
    Nassif
    Novo carro brasileiro em Joinville.

    Lamentável que estejamos falando deste grande homem somente após a sua morte. Sei que neste espaço ele foi citado outras vezes, de qualquer forma nós brasileiros demos preferência aos carros de montadoras estrangeiras.

    Gostaria de registrar uma empreitada brasileira que está ocorrendo na cidade de Joinville – SC. Trata-se de um outro carro brasileiro, o Stark. Também um jipe, assim como o carro do Gurgel. Vamos torcer para que este projeto ganhe asas.
    Segue o link:
    http://www.tacmotors.com.br/apresentacao_br14.html

  10. Acreditei no Amaral Gurgel e
    Acreditei no Amaral Gurgel e comprei (02) dois lotes de Ações da Gurgel Motores quando do seu lançamento, comprei um BR800 lindo toda vida e
    como poderia comprar outro, resolvi vendê-lo para a Sra. Maria Betânia, que havia se interessado pelo mesmo. As ações viraram pó, assim como o projeto de construção de uma fábrica em Fortaleza-Ce. da Gurgel Motores,
    “graças” as loucuras do Collor de Mello. Não me arrependi de ter contribuído com o Grande Projeto do Sr. Gurgel.

  11. Dizem na Escola Politécnica
    Dizem na Escola Politécnica que ao apresentar o trabalho de formatura, não por acaso um projeto de automóvel, um professor decano e consultor da Ford comentou ao formando Gurgel:
    – Que engenheiro brasileiro não é para projetar carros, isso não dá em nada, o negócio é montar carros com projeto de fora!

    Será que é verdade?

  12. nassif,

    tive um jipe gurgel
    nassif,

    tive um jipe gurgel branco com quase todos os seus apetrechos (pá, reservatório extra de combustível) na década de 80. os pneus eram tipo balão, próprio para terrenos de dunas. a meia-capota era de tecido sintético. uma graça.

    navegamos com a família e amigos pelos litorais leste e oeste do ceará até a fronteira do rio grande do norte, a partir de fortaleza.

    nessa mesma década, o grande empreendedor amaral gurgel iniciou uma parceria com o governo do estado para a instalação de uma fábrica aqui na capital alencarina. expôs o protótipo no maior shopping da cidade e foi aquele auê. não deu certo. até hoje não sei a razão.

    me surpreendi com a figura de dona carolina. transmita à senhora que será benvinda e calorosamente recebida pela blogosfera.

    abçs

  13. Prezado Alcides,

    Em nome da
    Prezado Alcides,

    Em nome da verdade, a fábrica da Gurgel Motores em Fortaleza só não prosperou em decorrência da grande concorrência das montadoras estrangeiras instaladas aqui no Brasil. É importante frisar, que o então governador do Estado do Ceará, Tasso Jereissati, abriu as portas do ex-banco do Estado do Ceará – BEC para financiar o projeto. E isso foi feito. Portanto, o ex-presidente Collor não tem nada a vê com o assunto. Por outro lado, concordo com os que acreditam que o Amaral Gurgel, além de empreendedor, acreditava muito no Brasil.

  14. Que mulher admirável é Dona
    Que mulher admirável é Dona Carolina. Certamente, o sucesso de seu marido tem uma boa parcela de ajuda e de amor de sua companheira. Simone tem razão, a senhora é realmente muito especial. Um grande e fraterno abraço.

  15. Admiro o sr. Gurgel, mas não
    Admiro o sr. Gurgel, mas não posso deixar de achar que ele cometeu alguns erros durante sua trajetória. Um deles foi o de querer começar criando projetos inéditos, o que lhe forçou a fazê-los não tão inéditos assim, uma vez que a mecânica era VW, apenas adicionando o sistema Selectraction.
    Ainda mais pensando que era a década de 1960 e muitos fabricantes faliram naqueles anos, sobraram muitos ferramentais e projetos que poderiam ser comprados das massas falidas por valores bem camaradas. Vale lembrar também que a fibra de vidro ou o Plasteel que a Gurgel sempre usou jamais permitiriam fabricação em grande série como o metal permite. Não é à toa que todos os carros de grande difusão são feitos de metal, e não de fibra.

    De marcas europeias que faliram nos anos 60, temos um bocado: Panhard, Borgward, algumas inglesas e por aí vai. Também pediram água algumas americanas, das quais inclusive daria para extrair algum jipe. Os ferramentais e projetos sobraram e bastaria que a Gurgel os tivesse adquirido. Haveria também a vantagem de ter motores próprios desde o começo, e não a dependência das unidades da VW.
    Foi o que fizeram os fabricantes japoneses, coreanos e agora os chineses. Dominando bem aquela tecnologia, dá para com o tempo ir incluindo tecnologias próprias e, a longo prazo, ter um carro integralmente de projeto próprio. Vide a Hyundai, que por décadas usou motores Mitsubishi e alguns projetos da marca japonesa, até o dia em que passou a fazer projetos próprios e, mais ainda, superou muito a Mitsubishi em tamanho.

    E com essa história de crise agora, abre-se uma oportunidade interessante a investidores brasileiros que quiserem fazer um fabricante legitimamente nacional. Muitos fabricantes grandes estão vendendo na bacia das almas fábricas inteiras, bem como marcas e divisões. Para o empreendedor brasileiro, é a chance de poder largar em um patamar muito mais alto.
    Porém, o importante nessa história toda é que o investidor brasileiro saiba identificar nichos inclusive aqui dentro que possam ser aproveitados. Vale lembrar que muito do que os grandes fabricantes multinacionais dizem ser inviável para nosso mercado não é nada além do que eles quererem lucrar pela via mais simples e darem uma justificativa qualquer. Que ninguém aqui duvide que, apesar dos impostos altos, muito do alto preço de nossos carros também se deve à sanha dos fabricantes em querer adicionar margens de lucro além das que seriam razoáveis. Não há motivo para termos carros pequenos custando quase o mesmo que um pequeno apartamento, por exemplo. Assim como nossa indústria de componentes é suficientemente capacitada para fazer autopeças para qualquer tipo de veículo, mesmo daqueles que alguns dizem ser inviáveis de serem aqui fabricados.

  16. GURGEL, UM HOMEM DE FIBRA,
    GURGEL, UM HOMEM DE FIBRA, LITERALMENTE FOI BOICOTADO E TRIPUDIADO PELAS MONTADORAS DE ORUGEM ESTRANGEIRAS.
    A LOBBY DESSAS MONTADORAS ORQUSTRADO PARA O SUFOCAMENTO DA SUA EMPRESA ACABOU POR MATAR MAIS UMA IDEIA NACIONALISTA. MAS NOS, POBRE POVO TUPINIQUEM, ADORAMOS O Q “VEM DE FORA” EM DETRIMENTO DAS IDEIAS NACIONALISTAS.
    POUCOS FORAMOS BRASILEIROS DO KILATE DESTE HOEM.

  17. Um grande beijo para a
    Um grande beijo para a senhora também, Dna Carolina, direto de Cuiabá, de um ex politécnico que teve e honra de ter o seu marido como patrono na formatura, em 87.

  18. Meu sonho de consumo,era um
    Meu sonho de consumo,era um Gurgel…foi amor a primeira vista,só que meu marido escolheu um Fiat Uno…Passou muitos anos,meu filho comprou um Gurgel…foi o primeiro carro dele!

  19. União é assim, um apóia o
    União é assim, um apóia o outro na saúde e na doença, na alegria e na tristeza… o resto é conversa

    Um pouco d humor pra leveza:

    “À Respeito do fim da Gurgel montadora, parece q 1 Profeta, não se sabe ao certo quem, embora alguns afirmem ser o escocês ‘on the rocks’ Adão da Silva eqto outros Carlinhos Marx Nada; q num momento d visão etílica assim teria escrito na sua Versão do Evangelho do Livre Mercado:

    “E GurJoel, como tantos antes dele e outros q virão depois, após se expor na luta contra os Titãs se virará p/os céus e bradará em vão:

    Pai ( o Livre Mercado ), Pai, aonde estás q não me ouves;

    Pq me abandonaste ? “

  20. Trabalhei e visitei a Gurgel
    Trabalhei e visitei a Gurgel ela desde os primórdios quado eu era criança até o fim.

    Ele conseguiu montar os primeiros carros na linha de montagem da Volkswagem uma vez que tinham a mesma plataforma do fusca. Quando resolveu montar por conta, do engenheiro da linha de montagem da Volkswagem que tinha que parar a mesma para montar os Gurgéis disse para ele “Claro que vou ficar contente de não ter que para a linha para montar os teus carros, mas você vai falir em 6 meses” Já tinham se passado anos quando ouvi ele contando essa história .

    Nenhuma empresa estrangeira fez lobby contra a Gurgel. Mas ele que fez Lobby contra o governo que havia inventado o Pró Álcool. Gurgel chegou a veicular propagandas no jornal com a formula do álcool comparando com a formula da bomba atômica. A insinuação era que
    o álcool seria um desastre econômico.

    Por causa dessa celeuma no meio de um Roda Viva ele que era tão contra o alcool foi acusado de produzir carros a alcool. Ali na hora, no programa mesmo, ele decidiu que nunca mais faria um carro alcool. Nunca mais fez mesmo.

    Conseguiu assim que financiassem o seu projeto. De um pequeno carro que seria uma alternativa mais eficiente ao álcool era construída como o Trabante de fibra de vidro, material não reciclável, indestrutível , e caro que eram ótimos para os Xavante , Xingu , Tocantins e Carajás . Gurgel descobriu que estavam usando os buggys que fabricava, para circundar as fazendas, situação em que eram mais rápidos e econômicos do que com Jeep Wyllis, e aí resolveu mudar a cara dos carros reforçar a suspensão colocar um guincho, ou o local para guincho , além de dividir a a alavanca do freio em duas de modo a bloquear cada roda independentemente conseguindo assim uma espécie de blocante manual do diferencial que permitia tração na outra roda quando se bloqueava a que estava derrapando.(selectration supra citado)

    Ouvi isso dele diretamente: “achava que se Lula ganhasse a eleição não valeria a pena trabalhar no Brasil.”

    O Br 800 tinha vários pontos fracos do ponto de vista produção. A Carroceria não enferrujava mas o material era cara demais a produção era muito artesanal o custo era alto e cada unidade fabricada custava muito mais que o preço de venda. Ele tinha grandes idéias mas também tinha idéias ruins muito criticadas, mas ele não aceitava nenhuma crítica.

    Meu pai que também era um tanto louco fez carros no Brasil trabalhou com Gurgel muitas vezes . Também teve Alzheimer. A Doença é horrível e terrivelmente desgastante para o cuidador. Dona Carolina é uma pessoa e tanto. Quando uma doença dessas atinge uma pessoa ativa e cheia de idéias brilhante é um ponto a mais a para dor.

  21. faço coro a Paulo
    faço coro a Paulo Kautscher-São Gonçalo-RJ, ninguem foi mais nocivo ao Brasil do que o Roberto Marinho, não merece nem ser lembrado, mas quanto ao Gurgel, fica o exemplar cidadão brasileiro, que realmente lutou por uma causa genuinamente humana e acima de tudo por ser brasileiro.

  22. A questão de Lembrar Amaral
    A questão de Lembrar Amaral Gurgel, é sim o reconhecimento de um Homem empreendedor, um Brasileiro com iniciativa, garra, o seu legado é um exemplo para todos nós é um aprendizado.
    A você Nassif, fica a nossa Amiração pela iniciativa, e nossa admiração!
    Gurgel teve enumeras difuculdades, algumas superadas e outras como buscar um motor ideal para os seus protótipos foi boicotada pela concorrentes e pelo gover, sobretaxando os motorees, inviabilizando a sua produção, pelo que me lembro ele optou por ir para Portugal onde poderia implantar uma unidade fabril uma nova linha de produção.
    Nassif, obriGADU, você ficou maior para muitos de nós …
    Pois reconhecer o valor de um homem e de sua obra é fazer parte da mesma, isso nos eleva, nos forna melhores …
    D´ Claro . . . > http://www.clarogl.spaces.live.com

  23. No site
    No site http://blog.estadao.com.br/blog/jc/?title=adeus_genio&more=1&c=1&tb=1&pb=1#comments alguém escreveu:
    “Comentário de: Conhecedor [Visitante]
    04.02.09 @ 08:49
    É interessante como o Gurgel conseguiu criar essa aura de semi-deus sendo como foi. Pelos posts aqui, as pessoas tem a imagem que o Gurgel foi um injustiçado, um empresário espetacular e um homem que não teve nenhum apoio. Repetindo, eu convivi com ele por 40 anos. Não é nada disso. Ele era um engenheiro genial. Disso não há dúvida. Suas soluções técnicas eram apreciadas por todos, incluindo as montadoras. Fora isso, ele foi um empresário lamentável.

    Gurgel mantinha a famosa casa de hóspedes em seu sítio próximo da fábrica. Aquilo vivia lotado de políticos de todos os tipos, todos muito bem agraciados para garantir vantagens fiscais e financeiras à Gurgel. Nunca houve falta de dinheiro público. O próprio BNDES colocou dinheiro a fundo perdido (FUNDO PERDIDO) para financiar as pesquisas da fábrica. Hoje falam aqui que havia falta de dinheiro público. O Sr. Gurgel prosperou na fase do regime militar, anos 70 e 80, regime este que adorava apoiar empresários brasileiros. O Sr. Gurgel foi um desses empresários.

    Gurgel não prosperou porque era impossível trabalhar com ele. Ele era extremamente centralizador. Nunca nada o que as pessoas faziam estava certo. Cansei de ver ótimos engenheiros serem contratados e pedirem a conta no mês seguinte porque o Gurgel os tratava mal, não lhes dava liberdade para nada e interferia o tempo todo no que estivessem fazendo. Dessa forma, os bons iam embora e Gurgel ficava cercado de bajuladores e puxa-sacos incompetentes, que era o que de fato o agradava.

    Não existia custos na Gurgel e não foi feito projeto de viabilidade econômica para o 0800. Se fosse nos dias de hoje, a Gurgel Motores não teria como ter aberto o capital na bolsa. O objetivo do Sr. Gurgel era que o 0800 custasse 60% do preço do Fusca. De onde ele tirou esses 60% ninguém sabe. Era impossível fabricar, com a escala pretendida de 50.000 veículos anuais, algum carro mais barato do que o Fusca. Mas custo não importava ao Sr. Gurgel, apenas a notoriedade.

    As montadoras gostavam do Sr. Gurgel, ao contrário do que muitos dizem aqui. Ele nunca foi competidor de montadora nenhuma e nem o seria com o carro popular. Todos o consideravam mais um visionário capaz de fazer muita articulação política e incapaz de administrar qualquer empresa. E era isso mesmo. Ele era amigo pessoal do Sr. Wolfgang Sauer, presidente da Volks, que vendia muitos chassis e motores para a Gurgel.

    Tem muito mais mas chega… vamos deixar Gurgel descansar em paz e os amigos aqui, que acompanharam tudo pela mídia, acreditar que ele foi um gênio injustiçado. Parte de sua família, entretanto, continuará morando nos EUA, onde estão os recursos patrimoniais e onde os processos criminais que correm na justiça brasileira não poderão alcançá-los.”

  24. O Sr. Gurgel foi dos poucos
    O Sr. Gurgel foi dos poucos que acreditou neste país e tudo que fez foi com amor e por amor.

  25. Desde pequeno sempre ouvi se
    Desde pequeno sempre ouvi se falar deste homen que frabricava carros com o nome de nossa familia, mas pouco o conheci mas em tao pouco que conheci admiro esta pessoa pelos seus feitos um abraço a Dona Carolina. Espero um dia poder homenagiar posuindo um carro deste que admiro desde criança.

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