Histórias da migração

História de um “novela”  REAL que nem Benedito Rui Barboza seria capaz de escrever.

Meus avós se conheceram no navio que os traziam ao Brasil. Ela (Catarina Peres) abandonada pelo namorado, pai de um filho que carregava nos braços vinda da região de Compostela. Ele (Julio Louzada) da Galicia mestre de obras, Tinham como destino a cidade de Santos onde outros Louzadas (familia de meu avô) os aguardavam, mas com dinheiro curto desembacaram no Rio de Janeiro, rodaram pelo sul do Pais com paradas em diversas cidades do Rio Grande do Sul, onde nascera dois filhos do casal (Julio e Eduardo Louzada), até retornarem ao Rio de Janeiro,  onde o imigrante parte desta vida em acidente de bonde deixando seu filho Julio com 19 anos servindo o exército. O Brasil entra em guerra e Julio mesmo sendo arrimo de família, parte com a FEB para batalhas na Italia deixando sua mãe e irmão com únicos parentes no Rio de Janeiro, morando de favor, na casa de sua noiva.  

Finda a guerra, retorna herói nacional, com todas as medalhas conferidas à aqueles que entraram em combate direto contra os alemães. Encontra então, sua amada e dedicada noiva a beira da morte com tuberculose.

Sua noiva então o libera do compromisso, pois não teria como levar a cabo as responsabilida de esposa, pois seus dias estavam contados, obteve como resposta, um caloroso beijo na boca, como mostra que aquela doença não o amendrontava e que ambos a superariam e seriam felizes.

Casaram-se mesmo com a doença se agravando lentamente.

Julio gastou todos seus recursos obtidos na baixa do exército em tratamentos médicos e no aluguel de um sotão na de  Nova Friburgo, cidade de bom clima, enquanto morava em Niterói e a   visitava de tres em tres meses.

Estou aqui como filho deste casal, a escrever esta breve hitória de um Louzada dentre muitos no Brasil

Luis Nassif

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