Da incomparabilidade de comoções

https://www.youtube.com/watch?v=_eLU5W1vc8Y]

Por Gunter Zibell

Os últimos dias trouxeram algumas tragédias que sensibilizaram o Mundo. Mas por que o atentado de Paris mobilizou tanto as redes sociais?

Um pouco do que eu penso a respeito.

Ao contrário de desastres ambientais (mesmo que se possa identificar responsabilidade) e acidentes naturais, atos terroristas são premeditados. E isso certamente assusta e provoca os imaginários a reagirem.

Há uma empatia entre as pessoas com maior proximidade cultural e de valores, mas isso não significa, de modo algum, que quem condene os atos em Paris deixe de condenar os de Tunis, Quênia, Beirute, avião russo ou Ancara. A condenação é universal e a qualquer ato terrorista. E se ninguém se mobilizou para criar aplicativos de colocação de bandeiras em outras ocasiões, isso não é uma culpa de quem pensou em fazê-lo agora.

Não se fazem comparações quantitativas com tragédias, mas as pessoas frequentemente esquecem a grande imponderabilidade do terrorismo. Pois o objetivo não é matar 200 pessoas, mas assustar a 1 bilhão de pessoas (talvez mais se somarmos a população de países pertencentes à OTAN, Rússia e Oriente Médio.) Todos se colocam como vítimas em potencial, portanto, em uma comoção diferente das guerras civis (que causam incontavelmente mais mortes mas não são aleatórias e raramente apresentam claramente um lado a se apoiar.)

Há receio justificado com o aprofundamento de preconceitos em relação a muçulmanos. Todos os meios devem ser usados para se evitar isso, inclusive mobilizar os próprios representantes de comunidades e países muçulmanos a condenarem mais enfaticamente o terrorismo. Afinal, há um lado bem claro a se ficar e o momento não é de omissão. Não é um processo diferente do que cobrar de religiosos brasileiros que se posicionem a favor da manutenção do Estado Laico ou que as sociedades de vários países deixem de negar o racismo. Coletivos identitários, ao se omitirem, tornam-se corresponsáveis do que extremistas fazem em seu nome.

Finalmente, há várias “guerras culturais” em curso. É incontornável que isso vaze para redes sociais (a não ser que você só tenha amigos com um pensamento, o que pode parecer um limitador desnecessário.) Embora, felizmente, não exista quem pense em defender algo tão cruel e amalucado como o projeto de poder do ISIS, pode haver quem não sinta a mesma empatia que eu e muitos de nós temos com algo vagamente chamado de “Ocidente” (e seus valores.) Quem acredita que a culpa maior pela desagregação política em vastas porções do Oriente Médio decorre do passado colonialista, de intervenções de países da OTAN e outras explicações geopolíticas assim, pode também pensar se está usando uma boa abordagem na defesa dessa narrativa. Mas aí é uma questão de conjunto de crenças mesmo, e se há conflitos de narrativas que se alongam por anos ou décadas este não se resolverá em poucos posts.

[video:https://www.youtube.com/watch?v=QMygzVZCZO8

 

 

 

Redação

91 Comentários

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  1. Concordo, mas …

    a ferramenta/arma/gatilho mídia torna tudo tãããããããão global que faz com que se esqueça o LOCAL.

    Tudo é gravíssimo. Tudo merece grito, revolta, mobilização. Terrorismo é abominável. De qualquer lado.

    Não se pode pesar desgraça, terror, devastação em balanças de feiras livres.

    Há que não se atribuir valoração maior ao que ocorreu nos EUA com as torres gêmeas em 11 de setembro, nem o que ocorreu agora em Paris, em 13 de novembro. Vamos iluminar com luzes verde-amarelas nossos monumentos em louvor, em honra, em protesto por todas as nossas TRAGÉDIAS LOCAIS.

    Até porque quanto a estas de cá temos formas legítimas de lutar contra (elas).

    VIVA O RIO DOCE!

    CHORO PELO RIO DOCE!

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=DH3D7us47Pg%5D

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=lv5EyxnNovU%5D

  2. “Não foi um ataque contra a

    “Não foi um ataque contra a França, foi contra a humanidade.”

    Bom, hospitais bombardeados não vem ao caso, nem quem forneceu armas aos terroristas…

    1. Morodianamente falando, a

      Morodianamente falando, a morte de crianças, velhos e mulheres sirios, palestinos, iraquianos, líbios e afegães não vêm ao caso. Quem diria, Moro está fazendo escola.

  3. Estranho…

    Achei estranho entre tantas tragédias e terrorismos você não citar o massacre que judeus sionistas promovem contra o povo da Palestina todos os dias, mas você deve apenas ter se esquecido, né Gunter?

    1. Um pequeno lapso de memoria.

      Um pequeno lapso de memoria. Mesmo que uns  mais distantes no tempo – os massacres de Sabra e Chatila – sejam inesqueciveis e continuem outros acontecendo em menor dimensão.

  4. Como se enriquecer não fosse premeditado

    Gunter o que essas corporações fazem pelo mundo (terceiros principalmente) é bem mais premeditado que os ataques terroristas, pode ter certeza.

  5. Oi Gunter

    Gostei muito (mesmo) das suas ponderações. Senti que você analisou a situação com bastante isenção.

    Obviamente que eu tenho minhas posições, e por muitas vezes sou radical em relação à elas. Mas eu estou muito cansada dessa guerra política/ideológica – o famoso FlaxFlu – que se aprofundou enormemente nos últimos tempos. Por conta disso, tenho tido muita preguiça de me manifestar. Hoje em dia, ou você concorda absolutamente com um lado e demoniza o outro, ou é massacrado pelos dois lados.

    Um abraço!

    1. E se você não for Fla ou Flu,

      E se você não for Fla ou Flu, se por acaso for vascaína, aí sim, você é cobrada a se justificar sobre qualquer opinião emitida. A patrulha em cima de quem não tem um ladinho beeeem definido e facilmente identificado pelos patrulheiros às vezes é até divertida, mas nem sempre.

      E Gunther, meu amigo, mexeu com você, mexeu comigo.

  6. Concordo com muitas de suas

    Concordo com muitas de suas considerações, Gunter, e claro que sou contra todo ato de terrorismo, inclusive e principalmente contra o terrorismo de Estado, já praticado por todos os Estados, inclusive pelos Unidos da América, e pela França. Mas discordo quanto à “incomparabilidade de comoções”: elas todas são comparáveis e podem se equiparar. O que é incomparável é a projeção que se dá a isso, na grande mídia e nas redes sociais. Eu que sou fã de rock poderia estar nesse show no Bataclan, e qualquer um de nós que estivesse em Paris poderia ser assassinado num bar ou café, mas, sem populismo, sinceramente me comovo muito mais com as chacinas dos pobres e negros no Brasil, perpetradas diariamente pelas milícias e polícias, e com os ataques sofridos por certos povos do mundo marcados para morrer, como os índios e os palestinos. Infelizmente, o charme de Gaza não é como o de Paris. Abraços.

     

      1. Humanidade seletiva

        O pior cego é o que não quer ver.

        Atacar Paris – não a França – é atacar a humanidade. Matar um povo inteiro em sua própria terra é o quê? 

    1. Falar e se horrorizar pelos

      Falar e se horrorizar pelos massacres na Africa, Palestina, Siria, Iraque e Afeganistão não rendem curtidas nas redes sociais. E o enorme ego coxinha não aguenta comentários  sem curtidas. 

  7. O problema dos “valores” do

    O problema dos “valores” do Ocidente é que eles só valem……para o Ocidente. Tudo o mais é simplesmente  lixo. 

    Está fora de questão o caráter absolutamente insano e criminoso do terrorismo. Também excrescências como esse EI com suas atrocidades inomináveis e seu ideário tresloucado não pode ser acoitado pela comunidade internacional. Mas perguntas devem ser feitas e imputações direcionadas a quem de direito.

    O EI, assim como a Al Queda e movimentos similares,  não nasceram por “geração espontânea”. Não floresceram, conforme a ideologia religiosa do Ocidente quer falsamente imputar, dos preceitos do Corão, mas de um processo histórico que remanesce aos ajustes geopolíticos derivados da primeira guerra mundial. Ao interesses políticos na região se agregaram os econômicos. Mais precisamente a então nascente exploração do petróleo, a nova matriz energética. Todo o resto daí deriva.

    Lamentamos sinceramente os mortos de Paris. Mas, infelizmente, essa é a realidade, há “vítimas” e “vítimas”. Após o 11 de setembro, por baixo, mais de 200 mil vítimas(iraquianas e afegãs) são contabilizadas pela resposta do Ocidente Judaico-Cristão. Contabilize-se outras 200 mil por essa guerra civil na Síria. Quase meio milhão de seres humanos que por azar não falam francês nem tem como deus YHWH. 

    Para estes os sinos não dobram. Talvez nunca dobrarão. 

     

    1. Claro!
      É claro JB, o seu sentimento para mim é tão óbvio, que me espanta ver gente que não enxerga as coisas tão claras. Têm pessoas que nem desenhando.
      Abração.

      1. Para alguns, essa clareza não

        Para alguns, essa clareza não decorre de análise da realidade, da história recente, mas são “crenças”. Esses “lúcidos” acreditam e querem que acreditemos que são analistas do momento histórico.

    2. Texto brilhante de Fernando

      Texto brilhante de Fernando Brito:

      http://tijolaco.com.br/blog/colheita-macabra/

      O presidente François Hollande acaba de responsabilizar o “Estado Islâmico” – repito, não é Estado, nem Islâmico – pelo ato de barbárie. Não basta prometer resposta implacável, porque, para ser implacável mesmo,  há de ser lúcida e não uma primária “vingança”.

      Pois é preciso entender o que cria esta monstruosidade.

      E me socorro de novo do grande herói francês – Victor Hugo -, sobre o que ele dizia do fundamentalismo religioso, para pensar:

      Aqui, uma pergunta. Será que estes homens são maus? Não. Que é que eles são, pois? Imbecis. Ser feroz não é difícil, para isto basta a imbecilidade. Então, será que nasceram imbecis? De forma alguma. Algo os tornou assim. Acabamos de dizê-lo. Embrutecer é uma arte.

  8. Globolixo!
    Só vejo esportes e documentários na TV e quase não vejo a Globo. Mas estou internado num hospital (aos que me conhecem pessoalmente e/ou se preocupam, aviso que devo sair amanhã) e hoje tem Fórmula 1. Daí o meu espanto, pois estou vendo mais televisão que de costume e me deparei com uma cobertura abjeta.
    O acontecido na França foi horroroso, indesculpável sob qualquer ângulo, seja político, seja humano.
    Mas estou abismado com a “festa” que a Globo está fazendo com os atentados em Paris. Vejo que a “comoção” que a emissora tenta praticar é falsa, ridícula e totalmente vira lata. Não sinto preocupação verdadeira com o drama humano, mas sim com o sensasionalismo exploratório das misérias humanas.
    Hoje, geralmente morre diariamente o mesmo número de pessoas na Síria. Acabamos de sofrer um desastre ecológico e ambiental, que levaremos 20 anos para recuperar, e o mesmo teve diversas vítimas.
    A impressão que me dá, é a Globo ser uma emissora francesa. Repete constantemente as mesmas informações e no entanto não revela uma novidade sobre o desastre no Rio Doce (há uma terceira represa, maior que as duas que “arrebentaram”, com rachaduras preocupantes, e eu não ouvi uma notícia sobre isso a manhã inteira… Fica clara a seletividade humana que ela pratica. Ela deixa muito claro que divide os seres humanos em primeira, segunda e terceira classe.
    Ter acompanhado a Rede Globo nesta manhã de domingo só reforçou minha certeza do quanto eu não perco nada ignorando-a. A Globo atual (ela até já foi um pouquinho melhor) é um lixo sob todos os aspectos.
    Um abraço.

    1. Melhoras, meu caro Sérgio!

      Melhoras, meu caro Sérgio! Realmente a GloboNews deve estar cobrindo essa desgraça na França mais do que as TVs francesas, explorando o sentimentalismo, e reprisando documentários sobre o terrorismo islâmico que nunca tratam das questões principais: o que fez com que surgissem esses grupos terroristas? Quem os financia? Quem os combate? Houve apenas um debate dirigido pelo inteligente mas politicamente execrável Waak em que um professor de origem árabe, Salem Nasser, falou coisas pertinentes, inclusive sobre a chocante declaração do representante da França na reunião feita pelos países que lutam contra o Estado Islâmico, depois de deixar a reunião: a França, ou seja, os Estados Unidos, ainda defendem a queda de Assad, em vez de juntar esforços para acabar com os terroristas…

  9. É a opinião do Gunter, e apenas isso.

    O rio Sena sabe quantos argelinos boiaram em suas águas em 1961.

    Não tenho a menor compaixão pelos mortos na França e muito menos pela demagogia dos dirigentes dos  países que compõem a OTAN.

    Crimes contra a Humanidade?

    El Salvador, Nicarágua, Chile, Brasil, Uruguai, Vietnã, Indochina, só pra começar…

    Hipocrisia comovente.

    Como está o desastre em Mariana, aquele cheiro de cadáver no meio daquilo que a imprensa golpista chama de “lama”, dando a ideia de material inerte?

    Terrível essa imprensa.

    1. Triste

      Sao infelizes e rancorosos como este que alimentam o ódio de parte a parte. Peça desculpa menino, mostre que você é capaz de pensar e se arrepender da barbaridade que você escreveu.

    2. “Não tenho a menor compaixão

      “Não tenho a menor compaixão pelos mortos na França”… Pense bem no que escreveu. Entre os mortos estão franceses  de origem argelina também. E mesmo se não tivesse… Com essa postura de acirrar mais o ódio, na base do “olho por olho, dente por dente” vamos acabar todos cegos e banguelas, antes de sermos mortos. Ontem trouxe aqui a informação sobre os massacres de argelinos pela polícia francesa nessa mesma região de Paris, em 1961/1962, mas não com o intuito imbecil de dizer que os franceses “colheram o que plantaram”, etc. Mas porque o que ocorre agora e o que já ocorreu estão num devir histórico. Também participo das denúncias sobre os crimes da Vale em Minas, mas isso não exclui a compaixão pelos mortos na França.

      1. Por mim, os sinos dobrariam

        Por mim, os sinos dobrariam por cada ser que sofre, vítima da injustiça, da crueldade, maldade e insanidade humana. Dobrariam pelos animais tidos como irracionais mesmo  não fazendo um por cento das maldades dos seres ditos racionais.

      2. Réplica.

        Caro Jaiir.

        Não me importa que vc tenha trazido esta informação sobre a Argélia, que conheço muito bem antes de tudo isto acontecer. Mas, no seu caso, tratou-se apenas de uma “leitura conspiratória”, que se assemelha com aqueles paranóicos que encontram mensagens cifradas em discos de rock sem ter a menor correspondência empírica. Enfim, vc se julga ser aquilo que não é.

        Fora isso, o seu tom de autoridade é completamente fascista. Guarde apenas pra quem aceita esse seu autoengano.

        No mais, não tenho a menor compaixão pelos franceses que, longe de olharem pelas mazelas que os seus governos perpetram no exterior, historicamente, agem de modo egoísta e mesquinha, apoiados por uma imprensa que massacra, com pauta única, uma máscara de vítima. A morte daquelas pessoas está servindo pra “apagar” a História, pelo visto. Parabéns.

        No mais, não interessa o seu papel de buscador de internet sobre as notícias de Mariana, de discos de rock ou o que quer que seja. Um bom-mocismo cheio de “autoridade” te amarra ao mal do mundo.Não pretendo responder mais às suas bobagens que, não sei por qual motivo, o Nassif insiste em publicar (a maioria de música, entretenimento, ah, pelo amor de deus…).

        1. Caramba!

          O cara louva o fuzilamento dessas pessoas pelos terroristas e eu é que sou fascista! É tão sabido que deve ter uma noção sobre o que é fascismo, entre outras coisas: a política da violência. Outra característica do fascismo é o ressentimento que, aliás, ressuma de seu texto. Vá saber porquê! Eu não quero saber. 

          1. Comentário.

            Qual a origem destes terroristas, doutor Jair? Ou vai tirar a União Europeia (sobretudo França e Inglaterra) e os Estados Unidos (que apoiam um Estado que financia o terrorismo, a Arábia Saudita) da parada? Como vc apenas vê o fato em si – motivado pelo fato de ter acontecido em um show de rock e seguir a repercussão das globonews da vida -, fica fácil fazer uma análise particular e limitada. Isto sim, é ideologia no sentido estrito da palavra. E como tenho visto nos textos que estão saindo, fazendo referências à História de um modo mais qualificado que você,  a maioria “diz” tenho razão: fazer tábula rasa da História não ajuda em nada a compreender a situação.

            Como vc apenas observa sob a perspectiva do indivíduo, a História lhe escapa. Seu raciocínio, caro doutor Jair, é emocional e linear…

            É por isto que o caro Hegel, nestas horas, é ouro puro…

            Para quem acha ruim, o ressentimento, a título muito ilustrativo e irônico, dou uma resposta: Relaxem em relação aos acontecimentos na política, na História, da violência policial. Relaxem! Não há motivo para…. indignação (uma modalidade de ressentimento!). Todos os dias existem problemas… e isto nunca mudará! Não há motivo para ressentimento.

            Negros ressentidos (precisa ler o que o Frantz Fanon, esse negro violento escreveu, horror!), pobres ressentidos (“as balas aos nossos generais”, da Internacional, horror!), mulheres ressentidas, judeus ressentidos, árabes ressentidos, trabalhadores ressentidos… Que coisa, hein, gente feliz?

            Qual a possibilidade real de, por exemplo, a população francesa, em peso, acusar os governos anteriores (que ela mesma elegeu!) de serem responsáveis pelos acontecimentos? Zero, certo? Qual a possibilidade de a França sair da OTAN por discordância em relação à política externa em torno dos países árabes (justo quem, a França…). Zero, certo? A única coisa que o governo local pode fazer é apoiar a divulgação deste acontecimento, martelando a opinião pública, não é mesmo? Como se vê, pelo exemplo da atitude do próprio Jair, isto dará certo.

            Coitado de você, Jair, o inocente útil e obscurantista.
             

  10. Boa…
    Gunter, como de hábito o texto é preciso e com uma abordagem correta… O imaginário coletivo sempre advém de construções lentas e nem sempre corretas.
    Mas sempre me espanta a seletividade de nossos meios de comunicação… A notícia morreu, agora só existe imprensa de interesses financeiros e ideológicos.
    Abração.

        1. Neideg, nào costumo assistir

          Neideg, nào costumo assistir tv, mas nos sites de notícias o atentado no Líbano ( o último, até o momento ) foi noticiado no uol.com.br, , no notícias terra.com. br, no g1.globo.com, e outros.

          1. o problema é a ênfase

            É mesmo, né, Nira. Nossa mídia deu aos últimos atentados do EI uma ênfase proporcional. Airbus russo no fim de outubro (+ de 200 mortos), bombas em Beirute há poucos dias e Paris. Só mesmo uma visão distorcida pela tendenciosidade pode identificar alguma desproporcionalidade. Só que não! 

          2. 200 paginas, cheias de

            200 paginas, cheias de humanidade, para Paris, o que está correto. Os artiguinhos para o Libano, carregados de não humanos.

            Quando falam de árabes, parecem seres de outros planetas, sem sentimentos, sem dores.

        2. Ênfases
          Neideg, até onde acompanho, a maior parte da grande mídia noticia quase tudo. O seu exemplo foi noticiado em vários jornais. O problema é sempre o ênfase dado, o número de vezes em que é noticiado, e o “tom”. Por isso me manifestei contra a cobertura da Globo em outro comentário. Algumas notícias gravíssimas são dadas “de passagem”, outras, muitas vezes inventadas ou com viés, sáo noticiadas à exaustão.
          Um abraço.

  11. Nos solidarizamos com quem

    Nos solidarizamos com quem temos empatia – se colocando no lugar do outro – e é muito mais fácil estarmos no lugar de quem turisticamente visita a cidade luz, Paris, dos franceses moradores daquela bela, rica e promissora capital do ocidente do que das vítimas em  Tunis, Quênia, Beirute, avião russo ou Ancara. Simples assim. E assim caminha a humanidade… Para onde, ainda não sabemos…

    1. É por

      É por aí:
      http://www.cartacapital.com.br/internacional/se-nao-fomos-uma-das-vitimas-cabe-a-nos-reagir-8011.html

       Metralharam o restaurante em que eu comia e o bar onde eu bebia, a poucas quadras de onde eu morava. Naquela rua mesma onde eu ia às vezes ao supermercado, comprava flores, voltava de bicicleta de algum lugar tarde da noite e me sentindo totalmente segura porque estava em Paris, não em Salvador. Esse é um dos efeitos macabros do terror e quiçá sua arma mais poderosa: nos fazer pensar que poderíamos ter sido uma de suas vítimas. 

  12. Lamento e desprezo o ato

    Lamento e desprezo o ato terrorista contra cidadãos franceses praticado por militantes de uma organização financiada pelos EUA e seus aliados. Desprezo também a insensibilidade dos meios de comunicação e de cidadãos que seletivam a indignação. Mas tenho lado, EUA e Europa provocaram essa chacina e eu os desprezo. Que colham o que plantaram.

    1. Caminhão de bobagens

      Que tal apresnetar provas? E quer dizer que os jovens inocentes que estavam assistindo uma banda de rock “colheram o que plantaram”? Quem merece desprezo é você por uma opinião tão nonsense …

      1. Semeando ignorância

        Marcos, você pode discordar do que esvrevi. Mas é lamentável a falta de discernimento na interpretação de pequeno texto. És um néscio poliglota.

  13. Quem cai na rede é peixe

    “E se ninguém se mobilizou para criar aplicativos de colocação de bandeiras em outras ocasiões,  isso não é culpa de quem pensou em fazê-lo agora”.

    É culpa de quem então? Se tivessem pensado não estariam pensando agora. E afinal, quem pensa em alguma coisa no ocidente não ser o Zuckerberg e a CIA?

  14. Só mais uma coisa…

    Tem muita gente que se solidariza profundamente com os palestinos, com os africanos e vítimas da exploração capitalista de modo geral, mas despreza o feminicídio e crimes contra a comunidade LGBT – no Brasil e no mundo.

    Não é o caso de alguns comentaristas deste post, nomeadamente (que eu saiba) Jair, Sergio e JB Costa. 

    1. Cada qual no seu quintal

      Por essas e outras o sexismo é reacionário.

      Dividir para imperar.

      Enquanto cada um ficar no seu quintal fica fácil dominar todos os quintais…

    2. Comentário.

      É que existem feministas burguesas e elas se escondem na mentira,igualmente… que as subfeministas não comentam e nunca comentarão. Falta caráter e coragem. Burguês tem um lugar especial pra eles.

  15. A verdadeira grande guerra

    A verdadeira grande guerra atual se dá entre os Estados Unidos e seus aliados europeus, por um lado, e do outro lado a Rússia. Toda ação agressiva e todo confronto que aconteça no mundo, hoje, tem que ser observado no contexto desta guerra. Ataques “ocidentais” de fundo econômico, como a tentativa de isolamento da Rússia através de fortes sanções, não conseguiram assustar ou sequer arranhar a Rússia. Outras investidas para o isolamento do inimigo estão acontecendo na área dos esportes, como as tentavas de desqualificação e sabotagem das Olimpíadas de Inverno em Sochi e, mais recentemente, a tentativa fracassada de transferir para a Inglaterra a Copa do Mundo de 2018 que será na Rússia e, por último, a tentativa de proibição do atletismo russo de participação nas Olimpíadas do Rio, sob o pretexto absurdo de “dopping generalizado”.

    Sabe-se que o objetivo princiipal da França na síria tem sido, desde o início da guerra civil, o de derrubar Assad. Como vai a participação da França nos eventos do Oriente Médio depois da devastadora entrada em cena dos russos e seus bombardeios certeiros? Qual a sua responsabilidade no fornecimento de armas e equipamentos para os terroristas que lutam para derrubar o governo sírio ou na compra de petróleo dos terristas? Sabe-se que a França tem a idéia fixa de acabar com Assad, para dar vazão a inacreditáveis sonhos de recolonização. O que a França fez que teria desgostado seus aliados táticos na Síria? Ou será que o atentado de Paris objetivou mais envolvimento francês, não para atacar o Estado Islâmico, mas para atrapalhar e frear a operação russa de destruição do terrorismo e subsidiariamente atacar Assad? Ou será que a França agora é realmente inimiga do EI e o envolvimento francês virá naturalmente para acabar com o EI de verdade? Ainda é cedo para saber. Mas a velha história de passaportes e carteiras de identidades encontrados não é um bom indício.       

  16.  “Afinal, há um lado bem

     “Afinal, há um lado bem claro a se ficar e o momento não é de omissão.”

    Não entendi bem a pergunta.

    É para escolhermos apoiar o terrorismo de estado, praticado pelas potencias ocidentais ou o executado pelos fanaticos islamicos?

    É isso?

    Nesse dilema eu “fico” pelo lado da paz.

    Mas confesso, o meu lado ja perdeu.

    O mundo esta entrando novamente numa grande guerra.

    So não ve quem não quer.

    E talvez na guerra, infelizmente, não sobre outra maneira para existir de que “ficar” de um lado ou de outro.

    Os que “ficaram” pela paz ja perderam a guerra antes dela começar.

    Passou o tempo.

    O maluco que sair pelas ruas afirmando que o seu lado é o da paz sera linchado, como alias, o outro que declarar, na esquina, confiar na Dilma.

    O fascismo dominou o mundo em todos os cantos e perdemos a oportunidade de impedi-lo.

    Contaminou a “justiça”, a cultura, a informação, a politica, a religião.

    É fascismo por todos os lados.

    As bombas em Paris não aconteceram de um dia para o outro.

    O facismo foi nascendo, crescendo e aparecendo em multiplas manifestações.

    No Brasil, por exemplo, a “justiça” começou a desrespeitar leis, prendendo antes de provar culpabilidades.

    Os que “ficaram” de um lado nem se importaram, porque politicamente lhes era conveniente.

    Nos EUA,os americanos legitimaram ate a pratica da tortura.

    Quase todo o mundo ficou quieto.

    Bombas e tiros, como os que aconteceram em Paris, ocorreram aos montes no Iraque, no Afeganistão, na Siria, na Libia.

    Infelizmente não houve tanto pranto e luto pelos milhares que estavam morrendo.

    Daqui para frente não havera mais lagrimas suficientes para tantas futuras vitimas.

    Que pena.

    O mundo poderia ser tão lindo.

     

    1. Há um lado bem claro para NÃO se ficar…

      Isso é razoável, evidente.

      O resto é escolher o preto OU o branco, ignorando o colorido do universo por nós percebível.

      É querer defender (dissimuladamente) um “lado” contra um outro “lado”, esquecendo-se que só na Humanidade existem hoje mais de 7 bilhões de “lados”. Cada um com suas múltiplas necessidades, desejos, razões, emoções, capacidades, limitações…

      E nem falamos das plantinhas e bichinhos também com variados graus de “empatia” (um pernilongo fdp ou um gatinho sapeca, uma erva daninha (venenosa, êeeeê?) ou uma rosa, falante ou não.

      É transformar a “não empatia” aos erros (sempre os alheios) em pedras na Geni,

      Quanto mais escasseiam as vozes para nos fazer refletir melhor sobre a primeira à Madalena.

      Afinal vivemos numa grande pedra, némêz?

    2. Bravo, Antonio!

      Brilhante comentário! 

      E mais uma vez eu pergunto: por que eu não consigo colocar 5 estrelinhas no melhor comentário que li até agora? Já coloquei em outros não tão bons agora há pouco…

  17. I Reis

    1. Sendo pois velho em dias o controle da sociedade a indignação é seletiva.

    2. Então os servos chocam-se conforme o desejo do reis.

    3. E buscam todos semelhanças com as vítimas para a indignação aflorar.

    4. Somente os que também servem são alvos da piedade. A contrição é para o grau da servidão.

    5. E o terror se levantou é disse eu serei o novo rei. Preparou suas armas e enviou os seus homens.

    6. E os líderes do mundo disseram: por quê fez assim? Juntos podemos dividir o mundo.

    7. Vejam a Líbia, prometemos o mesmo na Síria, no Iraque, no Cáucaso e até na distante Xinjiang.

    8. Reunimos Barack, David, Angela, François, Mariano, Donald, Petro e muitos outros para os auxiliar.

    9. Agora somos obrigados a na Síria negociar com o falso profeta que nossos interesses atinge.

    10. Porém aos irmãos das outras nações não atingiremos. Enquanto obedecerem aos nossos ditames.

    11. Garantimos que os falsos valores que propagamos não chegarão às terras que se opõem aos eurasianos. Não faremos lá o que já fizemos aqui.

    12. Vejam a Terra de Saud, a ela todas as abominações permitimos. Mesmo diversas das que implantamos aqui.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=SLCuL-K39eQ%5D

     

     

  18. Lágrimas de lama

     

    VERMELHO 

    Odonir Oliveira

    é sangue
    é sangue de árvore
    é sangue de ave
    é sangue- veia
    é sangue de ovas
    é sangue de flor
    é sangue torpor
    é sangue pavor
    é sangue grito- terror
    vermelho sangue
    doce rio vermelho exangue
    em sua dor
    em nossa dor.

     

  19. Empatia não se aplica na solidariedade e em reconhecer cidadania

    Gunter, empatia é justificável para escolher o destino quando se deseja passar férias, consumir cultura e entretenimento, imigrar, viajar, fazer intercâmbio, escolher amigos, casar com quem tem mais afinidade.

    Justicar empatia para medir solidariedade é cultivar a injustiça, o preconceito e o individualismo. Pode existir instintivamente, por tradição, e até por um sentimento de pertencimento a um grupo social, mas precisa ser combatido dentro de si mesmo e para fora, em vez de buscar justificativa. Senão é dar mais valor à vida de uns do que de outros. E quando pessoas se sentem cidadãos de segunda classe, sentem que existe menos apreço por sua vida, também terão menos apreço pela vida dos outros. Se acham mais banal serem matados, acharão mais aceitável matar também. Isso vale para quem adere ao terrorismo, e vale para quem é vulnerável a entrar na vida do crime e cresce ouvindo coisas como “bandido bom é bandido morto” e vendo pessoas morrerem em tiroteios como rotina do cotidiano.

    É semelhante à maioria hétero se importar menos com o assassinato de homossexuais porque tem mais empatia sexual com vítimas do sexo oposto. É semelhante ao branco de classe média só se comover com a morte de um branco de classe média (pensando: poderia ser eu), dando pouca importância à matança de pobres e pretos, mesmo inocentes, da periferia (pensando: it’s not my bussines. É problema “do governo”, dos “outros”, etc.). Esse sentimento pode até ter sido tão naturalizado que parece normal, mas é onde as pessoas escondem o racismo, a homofobia e a xenofobia.

    1. Sim, se aplica!

      Se morrer a mãe de um grande amigo seu ou a mãe de um colega de trabalho que você mal conhece, com quem você se solidariza mais? Querendo ou não, o raciocínio é o mesmo com países ou civilizações. Não estou dizendo que isso é sempre certo – quando o Senna morreu, para ficar em um exemplo, achei as manifestações de luto um tanto quanto exageradas – mas é um comportamento humano natural e até certo ponto justificável. O fato é que um atentado como o de sexta-feira, como o Gunter explica muito bem, é uma ameaça à liberdade e à sociedade ocidental de tal monta que é impossível não se indignar e se solidarizar com as vítimas de uma forma muito mais intensa que os lamentavelmente banalizados atentados que ocorrem com muito maior frequência nos países do Oriente Médio e da África.

      1. É diferente já estar envolvido com escolher se envolver.

        A solidariedade com a dor de amigos não é uma escolha, muito menos uma escolha política. Faz parte das relações sociais que já estamos envolvidos. A escolha de fazer manifestações de solidariedade com causas que escolhemos é um ativismo político.

        Sentir no íntimo mais a morte de um francês estranho do que de um civil sírio estranho é da natureza humana para quem se identifica mais com a França. O que acho errado é fazer manifestações ativistas para um lado e ignorar o outro que sofre as mesmas dores e em muito maior intensidade. Isso é uma escolha política pela desigualdade da humanidade, é dizer que a vida de uns vale mais do que de outros. É dividir o mundo em cidadãos de 1a. e 2a. classe. É tornar o mundo mais injusto do que já é, e a injustiça é um dos alimentos das reações terroristas.

        Atos terroristas (portanto contra civis) são nefastos, mas são tão nefastos quanto países muito mais ricos e fortes belicamente subjugar países mais fracos em guerras de dominação geopolítica, infernizando a vida da população mais fraca. Não dá para condenar um e fazer cara de paisagem para o outro. Não dá para solidarizar só com um ignorando a agonia do outro.

  20. O que devemos fazer?

    Meu comentário pode ficar um pouco confuso, pois retrata uma perplexidade ante à escalada dos acontecimentos.

    Tive o prazer de conhecer o comentarista Gunter aqui, desde os tempos da campanha política de 2010.

    Na época Gunter era uma unanimidade no blog. Quem esteve aqui, na época, deve se lembrar do bordão que foi muito repetido: “O Gunter é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”. Talvez pela polarização excessiva da contenda política, aos poucos o Gunter foi escanteado como uma espécie de doente contagioso do qual as pessoas quizessem manter uma certa distância de segurança.

    Da minha parte continuo admirando a maneira equilibrada com a qual o Gunter expõe seus argumentos. Tenho me visto, entretanto, discordando caom certa frequência de seus argumentos.

    Mas prefiro debater com um Gunter do que com um comentarista mais exaltado que, diga-se, existem tanto do lado direito quanto do lado esquerdo do tablado.

    No caso em questão, acho que o Gunter tem razão ao afirmar que comoções existem por si sós e não devem, ou pelo menos não deveriam, ser comparadas para saber qual a mais profunda ou a mais “comovente”. Qual a mais merecedora de reportagens, qual a mais merecedora da nossa empatia e solidariedade.

    De fato, é triste constatar que algumas das comoções são seletivamente elevadas a reportagens catárticas com objetivos claramente políticos por parte de A ou de B.

    No caso em questão, proveniente da comoção causada pelos acontecimento da última sexta-feira, 13, em Paris, sinto-me bastante incomodado com a exploração que, por exemplo, uma Rede Globo, um Jornal Nacional, um William Bonner.. etc. fazem deste meu profundo sentimento de solidariedade com as vítimas.

    Já estou vendo os dedos acusadores das patrulhas cobrando também minha solidariedade com outras “comoções”, igualmente merecedoras de empatia. Embora sejam patrulhas, estas ainda não possuem o poder da omniciência e, portanto, não sabem como tenho me manifestado ante cada uma destas comoções. Além do mais, não reconheço às patrulhas este “direito” de apontar o dedo para o que escrevo ou penso. Não acho que devemos, ante cada nova comoção, termos que justificar sistematicamente nossa solidariedade com outras antes de expressarmos a que nos toca no momento da mais recente.

    Mas, acabei saindo do que que queria comentar.

    Embora concordando parcialmente com o Gunter, acho que a maioria dos analistas das comoções, no afã de justificar suas posições, têm esquecido de buscar, ou propor, caminhos para que, tirando o caso das catástrofes naturais, para as quais não existem muitas alternativas, fatos como o deste fim de semana não continuem se reproduzaindo recorrentemente.

    Visto também a carapuça, uma vez que eu também não saberia dizer, ou apontar caminhos alternativos. Mas é justamente isso que reclamo. Precisamos mudar o foco. Estamos carecas de conhecer as causas. Estamos carecas de assistir às manipulações dos meios de comunicação. Estamos carecas de conhecer as justificativas das potências ocidentais. Estamos carecas de conhecer as justificativas do Daesh. Estamos carecas de conhecer a ferocidade humana que se manifesta da maneira extremamente crua nesta região do globo terrestre.

    Meu comentário, portanto não é necessariamente uma crítica ao Gunter, já que, tal como ele e outros, eu também me sinto incapaz de propor caminhos para que isto não mais venha a ocorrer. Mas gostaria que as mentes mais esclarecidas, aqui ou alhures, estivessem mais focadas na busca de caminhos que ajudassem a interromper o que já me parece ser uma certeza: a inexorável extinção da raça humana. Por onde começar?

    Vejo-me, muito a contragosto, como aquelas figuras folclóricas carregando uma tabuleta com os dizeres “o fim está próximo”. Tomara que eu esteja redondamente enganado.

     

     

     

     

    1. Concordo, Jair

      Amiga de Gunter o sou também. De beber cerveja.

      Apoio o que pensa em muitas e muitas vezes. Ele sabe.

      Assim sendo, complementei logo que ele publicou em seu blog com aquilo que também eu pensava. Ponto.

  21. Esse ataque veio bem a calhar

    Esse ataque veio bem a calhar para o pessoal do dólar usbased, que estava tendo que reconhecer a eficiência russa no restabelecimento das instituições sírias, especificamente, e árabes no geral. Se eu fosse pro-dólar insuflaria a turma do EI a ataques como esse… quem sabe até fornecesses os explosivos e armas necessários?

    Lamento pelas vítimas.

  22. Dor é Dor
    Que régua pode medir uma perda? Seja uma vida, milhares; num beco, na lama ou no Bataclan. Perdas despertam reminiscências, fazem transbordar emoções e retratam nossa fragilidade com cores rubras e um sabor amargo.

    Cada comentário aqui trouxe [v]erdades; as razões de cada um, as lembranças, o lamento. Nossas visões particulares e construídas por sobre nosso conhecimento, vivência e até crenças. Quem passa pela vida sem uma perda? Ainda que somente a sua própria? Nossa ascendência? Nossos “irmãos em armas”; companheiros que nos conduziram pelas mãos: pais, irmãos, amigos, amores, um professor, um mentor…

    A [V]erdade: Dores são dores. Incomparáveis. Intransferíveis.

    Excelente teu post Gunter.

  23. catando outra moeda..

    sexta feira 13 foi a “cara” , outras “coroas” a OTAN e seu aliados já haviam jogado, ando à cata de uma outra moeda pois essa é um dolar furado..

  24. O autor já cobrou a candidata dele nas eleições de 2014?

    “Não é um processo diferente do que cobrar de religiosos brasileiros que se posicionem a favor da manutenção do Estado Laico ou que as sociedades de vários países deixem de negar o racismo. Coletivos identitários, ao se omitirem, tornam-se corresponsáveis do que extremistas fazem em seu nome”

    Muito interessante esta comentário do autor da postagem. Mas… O autor da postagem é aquele que defendia a Marina aqui com números, gráficos e silêncios? Ele já falou sobre a mudança repentina do programa da candidata dele nas eleições passadas após levar uma bronca do pastor sobre a única pauta que interessava a ele (autor da postagem)?

    Será que eu perdi alguma coisa?

    1. Disse o mesmo num post abaixo

      Disse o mesmo num post abaixo sobre o mesmo assunto e acrescentei:

      Ou quem semeia vento quer tempestade.

      O que pode ser tambem possivel nos tempos alucinados que vivemos.

       

    1. Esclarecedora reportagem.

      Os supostos mocinhos, que se for ver bem são todos bandidos ! 

      Mas está mais dificil subornarem e enganarem como antigamente, incluida aí a velha lavajato e seus propagandistas totalitaristas.

  25. desculpas esfarrapadas para TENDENCIOSIDADE

    Então. “A gente” se solidariza mais com os parisienses do que com os russos (mais de 200 mortos no Airbus derrubado pelo EI no fim de outubro) ou com os libaneses (Beirute tb foi atacada por esses dias) porque estamos mais próximos culturalmente e ideologicamente dos franceses, explica o autor do post. Mas nesse caso teríamos de estar mais consternado com as vítimas da Vale/Samarco – pessoas, comunidades, rios, ecossistema dos nossos estados de Minas e Espírito Santo. Ah, mas quando a coisa é terrorismo, sabe como é, é uma coisa premeditada, é pior. Mas e os russos? E os libaneses? Não foram vítimas de terrorismo? Ah, mas os franceses são mais próximos de nós. “Je suis Paris.” Como assim? E a nossa enorme comunidade sírio-libanesa? Ah, mas esse pessoal… árabes… Je suis Ocidente. Mas Mariana não é Ocidente? Ah, mas Paris c’est Paris.

    Falando sério: horrorizada com a carnificina em Paris. Repúdio total aos desvairados do EI. Ponto. Isto posto, a mídia gera mais consternação para uns casos que para outros por causa de seus interesses (Vale é grande anunciante) e de suas agendas (pró-EUA, pró-Ocidente, pró-Israel – dando tudo praticamente na mesma coisa: pró-capitalismo com toda sua selvageria). Embarca quem quer ou quem não tem preparo para compreender. É preciso lançar luzes sobre a gênese e a ascensão do EI (ou IS ou ISIS ou ISIL). Até Tony Blair já reconheceu que a invasão do Iraque jogou um papel importante nisso (e a fonte é o insuspeito New York Times).

    Sugiro a leitura dos últimos parágrafos do artigo abaixo (a partir de “Above all, there’s the desperation to prevent people from asking how and why ISIS was able to spring up seemingly out of nowhere and be so powerful…”): 

    https://theintercept.com/2015/11/15/exploiting-emotions-about-paris-to-blame-snowden-distract-from-actual-culprits-who-empowered-isis/

      

  26. A diferença da tragédia em

    A diferença da tragédia em Minas e em Paris é que em Minas  é injustificável, enquanto que, em Paris, tem babacas achando justificativas…

  27. “Embora, felizmente, não

    “Embora, felizmente, não exista quem pense em defender algo tão cruel e amalucado como o projeto de poder do ISIS, pode haver quem não sinta a mesma empatia que eu e muitos de nós temos com algo vagamente chamado de “Ocidente” (e seus valores.)”

    Pode, não, é claro que milhões de pessoas do Oriente não sentem a mesma empatia que nós temos com o Ocidente e seus valores. O que não significa que eles desejem nos fazer desaparecer do mapa. A vida humana não é um valor ocidental, que fique claro. 

    Também acho que a identificação individual não significa falta de compaixão com o que não nos identificamos. Mas a compaixão é um exercício difícil, cada vez mais nesse mundo em que quanto mais coisas temos, mais despossuídos somos. Às vezes tenho a sensação de que nem mesmo meu pensamento me pertence, dadas as condições de pensamento e de interação contemporâneas.

     

  28. a tragedia ambiental em um

    a tragedia ambiental em um distrito de Mariana em Minas geriais não tem nada de fatalidade. foi uma tragedia anunciada. há muito tempo já se sabia que as represas da mineradora tinham problemas. duas se romperam. e uma terceira pode se romper pois está cheia de rachaduras. e dizem que ela é maior do que as outras que ja se foram…

    1. @

      Pois é, fazem gato e sapato com o meio ambiente e o povo brasileiros, e nessas hora onde estão os moralizadores da política e sociedade do país ?

      R : Comprando corruptos como eles.

  29. aos srs. moderadores

    Esta tarde fiz um comentário ao post e, posteriormente, várias respostas a outros comentários. Volto aqui e percebo que apenas a última dessas respostas, um elogio ao comentário de Neotupi, foi publicada.

    Devo entender que:

    – o meu comentário e as demais respostas a comentários foram censuradas?

    ou que:

    – a apreciação dos comentários não é feita em ordem cronológica, com comentários mais recentes sendo liberados antes dos mais antigos?

    Num caso ou no outro, DISCORDO e PROTESTO. 

  30. Complementando

    Acho que alguns comentários ao texto já disseram isso, mas um fator crucial para gerar a empatia pelos atentados de sexta-feira é o espaço que a França tem no imaginário brasileiro e mundial. Nesse final de semana, certamente por conta do atentado, percebi que Paris nos cerca constantemente: em outdoors, propagandas de perfume, matérias na revista do avião … além disso, é a terra da revolução francesa, da “liberté, egalité, fraternité”, da Marselhesa, e um atentado terrorista é exatamente uma brutal ameaça à liberdade. Por último, muitas pessoas, se não foram ainda, sonham em ir a Paris, e portanto podem ter pensado “isso podia ter acontecido comigo”. Eu mesmo fiquei em um hotel a 200 metros do Bataclan na primeira vez em que fui à cidade. É muito menos provável que as pessoas tenham todo esse interesse pelo Líbano (para ficar em outro atentado recente), que já esteve em guerra civil de qualquer forma por tantos anos. Sem contar que o bairro atacado pelo IS em Beirute é controlado pelo Hezbollah, que é responsável por tantos outros atentados terroristas em sua história. Em relação ao avião russo, para ficar em outro exemplo, não há uma confirmação que foi um atentado terrorista – isso de alguma forma “esfria” o interesse do público pelo assunto, além de que bombas em aviões não são exatamente uma novidade.

     

  31. Não existe lado certo nessa história

    Sobre a falsa oposição Ocidente x Oriente: Não existe lado certo nessa história. Existem muitas vítimas e “meia dúzia” de responsáveis – de ambos os lados.

    Muito boa a entrevista com Reginaldo Nasser para a revista Forum.

    Professor de Relações Internacionais da PUC-SP analisa atentados terroristas em Paris e afirma que ataques militares contra o Estado Islâmico não surtirão efeito: “Fica difícil imaginar que se a França mandar alguns aviões, fizer alguns bombardeios e soltar um míssil vai acabar com o EI”

    Por Anna Beatriz Anjos

    Na última terça-feira (13), atentados terroristas deixaram 129 mortos e 352 feridos em Paris. Segundo autoridades da França, os ataques foram executados por três grupos coordenados, que agiram em seis locais durante a noite. No sábado (14), o Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques, o que gerou reação imediata do governo francês: o presidente François Hollande prometeu travar “combate implacável contra o terrorismo” e o primeiro-ministro Manuel Valls assegurou que a ofensiva militar conduzida pelo país na Síria não cessará.

    Para Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), uma resposta militarizada da França no território dominado pelo EI apenas alimentará a espiral de violência, que atinge sobretudo civis de ambos os lados. “Para acabar com esse conflito é preciso secar o EI de recursos. Precisamos saber quem vende armas paras eles, de onde arrecadam dinheiro, para quem vendem petróleo – se você cortar isso, acabou a organização. Ela não vai morrer de um dia para o outro com a bomba salvadora, mas vai definhar”, argumenta. “Fica difícil imaginar que se a França mandar alguns aviões, fizer alguns bombardeios e soltar um míssil vai acabar com o Estado Islâmico – não vai. E, infelizmente, como o EI vai reagir ? Matando inocentes.”

    Confira a íntegra da entrevista que Nasser concedeu à Fórum:

    Fórum – Quais as diferenças entre o atentado à redação do Charlie Hebdo e o desta sexta-feira, em termos operacionais?

    Reginaldo Nasser – Foram vários ataques concomitantes, e quando acontece isso a gente já sabe: é planejado, organizado, porque fazer três, quatro ataques simultâneos não é fácil. Envolve uma organização muito grande, é diferente do Charlie Hebdo. Na época, falamos isso: [o ataque] era típico dos lobos solitários; é alguém que, se dizendo do Estado Islâmico, se sentiu estimulado a fazer algo. Mas esse não. Olhemos o contexto: houve um atentado no Líbano um dia antes. Teve também o ataque ao avião russo no Egito. Isso tudo revela que eles [EI] têm poder de fogo. Não é a Al-Qaeda – é muito pior.

    Fórum – É a segunda vez que atentados terroristas ocorrem na França apenas neste ano. Por que o país tem sido alvo desse tipo de ação?

    Nasser – Hoje, o Hollande decretou guerra ao Estado Islâmico, mas isso não é de hoje. Inclusive, há um artigo meu na Fórum do ano passado fazendo uma observação sobre isso: a França está declarando guerra ao Estado Islâmico faz tempo, e está atacando. Quando acontece um atentado, temos que diferenciar as motivações dos indivíduos que fizeram esse atentado e as motivações da organização que está por trás. Os indivíduos geralmente têm idade entre 20 e 25 anos, chegando até a 30; são muito exacerbados, recebem uma lavagem cerebral da organização – são realmente suicidas. Agora, a organização age de forma racional. Quando digo isso, não é no sentido de valorizar – pelo contrário, o que aconteceu foi uma carnificina que vitimou jovens. Mas eles [EI] escolhem o alvo, porque aceitaram o fato de que a França está em guerra. Nesse artigo que citei, escrevi que, quando você declara guerra a uma organização terrorista, você a está valorizando e a reconhecendo enquanto um ator importante que deve ser combatido. Em outras palavras, legitima a organização e mostra que é forte. E eles [EI] querem demonstrar exatamente isso: força.

    Fórum – O que, na sua avaliação, motivou a escolha dos locais onde ocorreram os ataques?

    Nasser – Esse terrorismo escolhe lugares de aglomeração e que dão visibilidade. Se fizessem ataques na periferia de Paris, não teria tanta repercussão. Eles miraram jovens de locais de classe média, classe média alta. E também um estádio de futebol onde estava o presidente do país, o que chama muita atenção. Depois do 11 de setembro, houve muitos atentados em casas de show, por exemplo. Eles escolhem esses lugares e esse público. Isso é o que o terrorismo faz: as vítimas são uma mensagem. A mensagem é para o Estado francês, e ela é dupla: para dizer que estão em guerra, que estão respondendo às ações da França no Estado Islâmico; e para mostrar também o seguinte: “olha, esse Estado é fraco, não protege seus cidadãos. Nós fomos ao centro de Paris, nos lugares frequentados pela classe média, classe média alta, e conseguimos matar todo esse pessoal.”

    Fórum – Em entrevista à Fórum, o jornalista irlandês Patrick Cockburn, autor do livro A origem do Estado Islâmico – O fracasso da “guerra ao terror” e a ascensão jihadista, disse que as estratégias de combate ao EI não têm sido eficazes.  

    Nasser – Quando nos perguntamos como combatê-lo, a resposta é fácil e ao mesmo tempo difícil. Fácil porque é preciso cortar o fornecimento de armas e recursos que chegam até o Estado Islâmico. Por que não se faz isso, então? De onde vêm as armas que eles usam? De onde vêm os recursos? Eles vendem petróleo, e hoje administram um território do tamanho da Jordânia. O Estado Islâmico é muito mais perigoso que a Al-Qaeda, porque, além de promover ações como as que ocorreram em Paris, domina um território com 5, 6 milhões de pessoas e age como se fosse um Estado – a estimativa é que tenha de 30 a 35 mil combatentes. Opera como se fosse guerrilha e atua como terrorista. É muito diferente da Al-Qaeda, muito mais perigoso. Lembremos que fez os atentados contra o avião russo e no Líbano e está agindo em várias frentes, porque está sendo atacado também. Está tentando mostrar reação. Se quiser combater, tem que reconhecer que é um grupo poderoso e importante. Não adianta fazer escárnio e achar que é um bando de loucos. É um grupo muito perigoso, muito bem estruturado e tem um poder de atração: três mil europeus aderiram ao EI no ano passado. Nos EUA, em 2014, foram 125 [pessoas que aderiram ao EI], e em 2015, 250. Um dos autores é francês. Então, não adianta vir com essas história de que os terroristas vêm de fora [como refugiados]. Alguns podem ter vindo, mas há também cidadãos europeus – o que é mais perigoso ainda.

    Fórum – Quais serão as consequências desses atentados para os refugiados árabes que tentam acessar os países europeus? 

    Nasser – Espero que nenhuma, porque os refugiados são tão vítimas quanto esses jovens que morreram. Estão fugindo de dois atores que praticam terrorismo, basicamente: o Estado Islâmico e outras organizações como ele, e o Estado sírio, pois o terrorismo também é exercido pelo Estado. Essas pessoas são vítimas de todos os lados, estão correndo e não têm para onde ir. A confusão que alguns tentam fazer é deliberada, porque é muito nítido: não há relação nenhuma. Se houvesse, eles[refugiados] estariam alinhados ao Estado Islâmico, mas estão correndo dele. São milhões de pessoas deslocadas dentro da Síria e tentando deixar o país por conta da guerra. Você citou o livro do Patrick Cockburn, e ele coloca entre aspas uma declaração do vice-presidente dos EUA [Joe Biden] dizendo que quem deu armas para o EI foram Arábia Saudita, França, Inglaterra etc. Entre aspas, uma declaração do vice-presidente dos EUA! Esses conflitos foram alimentados por grandes potências com aliados da região, e os refugiados são vítimas.

    Fórum – A extrema-direita francesa, representada sobretudo pelo partido Frente Nacional, pode aproveitar os atentados para se fortalecer ainda mais – assim como fez em relação ao episódio envolvendo a redação do Charlie Hebdo?

    Nasser – Sem dúvidas. A França tem 4 milhões de islâmicos, e se 1% aderisse ao Estado Islâmico, seria o caos. Não tem relação entre uma coisa e outra. Ninguém fala nada sobre o ataque terrorista no Líbano que matou basicamente muçulmanos. Segundo números oficiais dos EUA, 85% dos mortos no mundo em decorrência de ataques terroristas são islâmicos. Eles são vítimas do terrorismo. Mas sabemos que há gente que, por outras razões, quer barrar a imigração, e utiliza desses artifícios desonestos e irresponsáveis para fortalecer suas pautas. 

    Fórum – O presidente francês François Hollande prometeu “combate implacável” ao terrorismo, o que evidentemente envolverá ofensivas militares. Essa reação não alimentaria ainda mais a espiral de violência? O que de fato pode ser feito para minar o poderio do Estado Islâmico?

    Nasser – Mesmo antes do ataque ao Charlie Hebdo, a França foi o país europeu que mais insistiu em participar da guerra civil na Síria. O Hollande vem a todo momento tentando obter autorização do Congresso e apoio dos europeus para agir na Síria – até os EUA ficaram com um pá atrás. Repito: não é casual. A França tem se mostrado à frente dos outros nessa questão. Os atentados de ontem revelam que não é esse o caminho, porque vai haver isso [represálias]. Os ataques empreendidos na Síria e no Iraque não estão adiantando absolutamente nada. Nem os ataques do Putin – um mês de ofensiva da Rússia, que todo mundo diz que é muito precisa militarmente, não atingiu em nada o Estado Islâmico. Para acabar com esse conflito é preciso secar o EI de recursos. Precisamos saber quem vende armas paras eles, de onde arrecadam dinheiro, para quem vendem petróleo – se você cortar isso, acabou a organização. Ela não vai morrer de um dia para o outro com a bomba salvadora, mas vai definhar. Porém, pelo visto, ninguém tem feito absolutamente nada a respeito. Fica difícil imaginar que se a França mandar alguns aviões, fizer alguns bombardeios e soltar um míssil vai acabar com o Estado Islâmico – não vai. E, infelizmente, como o EI vai reagir ? Matando inocentes, porque é modelo de ação terrorista o que fez ontem na França, é algo abominável. As cenas são horrorosas, mas vão voltar a acontecer, porque eles[EI] não se importam. É uma luta desigual, porque o governo [francês] faz seus bombardeios e mata civis lá – o que a gente não vê, porque não repercute –, e aí as organizações terroristas vêm para a França e matam civis. É uma espiral de violência, mas com civis, esse é o problema. Os atores armados são os que menos são atingidos. O chamado efeito colateral é muito maior do que o efeito militar. Civis inocentes morrem de todos os lados. 

    Fórum – Muitas pessoas têm dito que os ataques à França significam um ataque à civilização e ao Ocidente. O que pensa sobre isso?

    Nasser – Temos que tomar cuidado ao falar que a Europa e a civilização ocidental estão sob ataque. Quem está sob ataque são um país e um governo que têm exercitado seus músculos ultimamente; a França, nos últimos dez anos, tem gostado disso. Não é casual que ela tenha entrado na mira do terror. Esse espírito imperialista de querer intervir, resolver os problemas dos outros, buscar aliados e depois mudar de lado… esse jogo da França, que também é dos EUA, da Rússia, da Arábia Saudita é um jogo irresponsável. Esses governos são tão ou mais responsáveis do que o Estado Islâmico ou outras organizações do Oriente Médio. O resultado são essas consequências lamentáveis para a juventude, para o lado democrático da Europa. A vida de Paris é dinâmica e pujante, e isso não pode parar. Vejo até gente que se coloca como crítica e diz que é preciso entender a luta do Oriente com o Ocidente, mas não tem luta! Tem luta de quem apoia ação bélica e terrorista, seja de organizações não estatais como estatais, contra aqueles que se opõem a isso, que não querem ação militarista. Não tem luta de Oriente contra Ocidente, isso é uma bobagem. Estamos tratando de extermínios e assassinatos, e todo mundo é contra isso, tanto no Oriente como no Ocidente. A grande maioria da população repudia terrorismo. O terrorismo está esperando uma reação forte da França, eles querem isso. Tomara que a França não o faça.

    Temos que tomar cuidado também com o próprio Brasil. Estamos aí com a discussão do Projeto de Lei Antiterrorista, que é draconiano e totalitário. Não entendo como a presidenta Dilma Rousseff pode aprovar um projeto desse, não tem sentido nenhum. Se esse projeto passar a vigorar, ameaçará a democracia, porque não existirá dinâmica na sociedade civil. O que eu queria acrescentar é que, por vezes, a ação contra o terrorismo é do mesmo nível da ação terrorista, e uma alimenta a outra, não pode ser assim. O terrorismo gosta de ditadura e de guerra, não gosta de democracia. Quanto mais democracia, pior; quanto mais tensão e guerra, melhor. Veja, não havia ação terrorista na Síria e no Iraque, e agora são os locais onde mais há no mundo. Não é por acaso, esses países estão em guerra. 

    http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/11/nasser-o-estado-islamico-e-muito-mais-perigoso-que-a-al-qaeda/

    1. Dá para acreditar?

      A França ontem (15 nov) efetuou um ataque aéreo a posições militares do Estado Islâmico. A notícia foi de que 20 bombas foram lançadas. Acredito que não tenham chegado a fazer cócegas no Daech. Deve servir apenas para François Hollande demonstrar serviço.

      Por outro lado, já tinha lido que o Daech obtém parcela considerável dos seus recursos provenientes da venda de petróleo. Reginaldo Nasser na entrevista acima confirma a informação. Me pergunto como é possível um estado não reconhecido pela comunidade internacional vender petróleo em quantidade sem que seja possível conhecer quem são seus compradores?

      Lembra o roubo de cargas em grandes comboios nas rodovias brasileiras. Como é possível armar a logística de um roubo deste porte, a qual deve ser obrigatoriamente seguida da venda do produto roubado, sem que toda essa movimentação seja percebida pela polícia?

      Há um artigo muito interessante no Libération (14 nov) onde é dito que todos os especialistas militares consideram que ataques aéreos são pouco efetivos e que apenas combates terrestres poderiam dar algum resultado. As potências ocidentais, entretanto, não pareceriam propensas a estabelecer este tipo de guerra devido a experiências passadas nas quais acabaram entrando em atoleiros. Curiosamente esta parece ser a estratégia do Daech. Atrair a guerra para território árabe.

      https://jornalggn.com.br/comment/reply/1365196/782293

      Nada é falado sobre a efetividade dos recentes ataques russos.

      Já Sarkozy parece sugerir a constituição de uma “coalizão única” contra o Daech, incluindo os russos. Resta saber se Sarkozy já combinou essa estratégia… com os russos.

      http://www.liberation.fr/france/2015/11/15/sarkozy-repart-en-campagne-et-enterre-l-union-nationale_1413556

      Nessa confusão toda, onde François Hollande parece perdido, a direita e a extrema direita jogam para a plateia e nadam de braçada com objetivos que parecem ser predominantemente eleitorais. Os atentados de sexta-feira contribuíram, como sempre em situações semelhantes, para deixar a população bastante assustada e propensas a dar o seu apoioo aos discursos contra imigrantes em geral e contra muçulmanos em particular.

      No fim das contas tudo leva a crer que o mundo continua a mercê de decisões de indivíduos muito pouco responsáveis e próximos a repetir os mesmos erros cometidos pelos EUA em 2001-2003.

       

       

  32. Plurarismo das redes

    O que vi apos os atentados de Paris,que geraram as questões sobre a seletividade do desastres,foi consequencia da cobertura da grande midia e a falha do face em disponibilizar colorir o avatar coma as cores da França,estando nos ainda sobre o efeito da tragedia de Mariana e não ter tido a mesma atitude.Na midia tradicional,em destaque a tv,ficou evidente a pouca cobertura a “nossa tragedia” e tanto alarido pela francesa.E isto ficou mais evidenciado e viralizou na rede nas lagrimas da jornalista Sandra,que foi muito questionada porque não sairam para seus conterraneos,no video em que equipe da Globo corta uma entrevista de um morador da região atingida,quando este diz que todos sabiam do risco da barragem.Isto exasperou animos.Claro que todos tem direito de se solidarizar com o que lhe afeta,mas a discussão que se deu, e achei positiva no.prisma de que as pessoas não querem ver um pizza em cima de uma tragedia imensa como a de Minas, e que a midia demonstra estar alinhada,e usa o episodio frances para “tampar” a tragedia nacional.Outra, o chamado “complexo de vira latas” atribuido a um percentual do povo brasileiro, em valorizar,ter empatia com alem fronteira,do chamado primeiro mundo.Este episodio mostrou que ha muitos “descomplexados” e que sentimos a tragedia do vizinho,mas vamos resolver a nossa.

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