Desfile de Carnaval em São Paulo, 21 de fevereiro, Grupo Especial

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN faz um especial com os sambas-enredo das escolas de samba do Grupo Especial da cidade de São Paulo, mostrando que história e reflexão social também fazem parte da folia.

Jornal GGN – Para celebrar a principal festa popular do Brasil, o Jornal GGN faz um especial com os sambas-enredo das escolas de samba do Grupo Especial da cidade de São Paulo, mostrando que história e reflexão social também fazem parte da folia.

Barroca Zona Sul

Primeira escola a desfilar no Carnaval de São Paulo na sexta-feira, a Barroca Zona Sul volta ao Grupo Especial do Carnaval paulista após 15 anos e homenageia a quilombola Tereza de Bengela, primeira mulher a liderar o quilombo do Quariterêre, resistindo à escravidão imposta aos negros do Mato Grosso, no século XVIII.

Uma das poucas heroínas negras que não foram apagadas pela História, Tereza de Benguela é homenageada todo dia 25 de julho, no “Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra”, criado por meio de uma lei promulgada pela presidente Dilma Rousseff.

Tom Maior

A Tom Maior tem como enredo “É Coisa de Preto”, que mostra a contribuição de negros e negras para a formação da sociedade brasileira – tanto em termos físicos como intelectuais. A escola pretende mostrar personagens importantes da história brasileira, mas que por conta do racismo acabam sendo ofuscados.

“A partir da subversão de uma expressão racista, mostramos que “Coisa de preto”, “serviço de preto”, “arte de preto” na verdade são alguns dos pilares essenciais de nossa sociedade, escancarando que ignorante é quem desconhece a verdadeira importância de negros e negras em nossa história”, diz a escola. Dentre os homenageados, estão o geógrafo Milton Santos, os cantores Wilson Simonal e Mano Brown, a atriz Ruth de Souza e os escritores Machado de Assis e Conceição Evaristo.

Dragões da Real

Ligada à principal torcida uniformizada do São Paulo Futebol Clube, a escola é a atual vice-campeã do carnaval paulista e apresenta o enredo “A Revolução do Riso: A Arte de Subverter O Mundo Pelo Divino Poder da Alegria”, em que a escola homenageia os Doutores da Alegria contando a história do riso.

Em meio aos contos de bufões, a importância do humor no Brasil não foi deixada de lado. “Nos anos de censura no Brasil, “Alegria, Alegria” se camuflava nas “receitas de bolo” que vinham estampadas nos jornais no lugar de matérias críticas ao regime vigente no então Brasil golpeado. Correndo “riscos”, os “heróis da resistência” montavam suas trincheiras armados de pincel e nanquim. Henfil, Millôr, Jaguar, Ziraldo, entre tantos outros “traçaram” as linhas de frente nas folhas pálidas dos “pasquins””.

“Mas chegou enfim a hora de afastar o “cale-se” da mordaça e pintar o rosto com as tintas da alegria. Se só a arte expulsa coisas ruins das pessoas, ela é, mais que tudo, capaz de virar o jogo (…). Que sejamos doutores de todas as alegrias nesta lúdica terapia coletiva carnavalesca”, diz a escola em seu enredo.

Mancha Verde

Ligada à principal torcida organizada da Sociedade Esportiva Palmeiras, a escola de samba Mancha Verde busca o bicampeonato com uma reflexão sobre a humanidade e os atos condenáveis praticados pelos homens ao longo da história, relacionando o sofrimento das pessoas com o calvário de Jesus Cristo.

“Os verdadeiros heróis vivem histórias reais, não são estrelas famosas, não estampam os jornais, são como eu e você, seres humanos mortais. Eu acredito em heróis de carne, osso e suor. Heróis que acertam e erram, heróis de uma vida só, heróis de alma e de corpo que um dia viraram pó. Na hora da coroação da maldade, de cara com o dragão, símbolo do juízo final, o homem se depara com a verdade inalterada com toda a crueldade que faz no dia a dia resta-lhe apenas o pedido de perdão! Pai! Perdoai, eles não sabem o que fazem!”

Acadêmicos do Tatuapé

A escola da zona leste da cidade de São Paulo fala sobre a cidade de Atibaia, com o enredo “O Ponteio da Viola Encanta… Sou Fruto da Terra, Raiz Desse Chão… Canto Atibaia do Meu Coração”. 

A escola se inspirou na palavra tupi “Tybaia”, que faz referência à cidade paulista e significa águas mansas. O foco é a homenagem às belezas da natureza e a vida no interior do Estado.

Império de Casa Verde

A escola do bairro da Casa Verde homenageia a cultura do Líbano com o enredo “Marhaba Lubnãn”. O desfile irá abordar sete mil anos de história libanesa, além de falar de lendas características do país, da comunidade religiosa e da migração libanesa para o Brasil – a pátria que mais acolheu libaneses no mundo.

“Se todos os impérios, com seus altos e baixos, fizeram de Beirute uma importante referência para a história, isto faz-nos ter em mente que ela conquistou direito ao título de “A Cidade que se recusa a desaparecer””, diz a escola.

X-9 Paulistana

O primeiro dia de desfiles do Carnaval paulistano é encerrado com a apresentação da X-9 Paulistana, com o enredo “Batuques para um Rei Coroado”, com uma abordagem a respeito da batucada de todas as regiões e religiões do país.

Entre os pontos abordados pelo enredo, estão os batuques do candomblé, de origem africana; a festa de Parintins, no Amazonas; o festival do Juruti e a festa do carimbó, no Pará; o xote nordestino; o ticumbi no Espírito Santo; a festa dos Catopês em Minas Gerais; os blocos de afoxé em Salvador e o encontro das nações do maracatu de Pernambuco, dentre outros.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Diga para uma Mãe que Ela precisa deixar seu Filho com outra Criança, com um estranho ou sozinha, por não haver CRECHES na cidade de São Paulo, para que possa trabalhar. Não existem em número, nem bairros onde são necessárias. Falta de Dinheiro, Falta de Orçamento são sempre as desculpas. Apesar disto são doados milhões e milhões de reais do Município para Escolas de Samba. São Paulo tomou o lugar do Rio de Janeiro neste tipo de mamata. Fora isenções e perdões de dívidas milionárias como IPTU. Mas então os Prefeitos José Serra (PSDB), Gilberto Kassab (PFL), Fernando Haddad (PT), fora todas estas bondades com Dinheiro Público, ainda constroem em plena Marginal Tiête, uma das áreas mais valorizadas da Capital, a FÁBRICA DO SAMBA. Mais de 1 Alqueire de construções (+30.000M2) numa área total de mais de Alqueires (+80.000M2. Se fosse apenas uma propriedade rural já seria de excelente valor. Imagina em plena Marginal?) A Universidade de São Paulo USP, para não ficar atrás, juntamente com Governador João Dória também não oferece vagas em CRECHES para Funcionárias e Alunas em número suficiente. Mas gasta mais de R$ 25.000.000,00 Vinte e cinco milhões de reais num Muro de Vidros (que não para inteiro) na Raia Olímpica do Campus. É difícil entender o Brasil ou é preciso desenhar? Pobre país rico….

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador