Documentário Quilombo Rio dos Macacos estreia neste sábado em São Paulo

Enviado por Josias Pires

Depois de exibido nos festivais 8o. Cachoeira Doc (Cachoeira/BA), no 21o. ForumDoc BH e no XII Festival Internacional Coisa de Cinema (Salvador), o filme “Quilombo Rio dos Macacos” (2017, 120 min) terá sua primeira sessão em São Paulo, neste sábado (2), às 19h30, no Cine Olido (Av. São João, 473 – Centro). O documentário foi selecionado para a  7a. Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental integrando o certame latino-americano de longas metragens. 

Ocupando uma área de 300 ha entre os municípios de Salvador e Simões Filho, o quilombo Rio dos Macacos vive há décadas em conflito com a Marinha do Brasil, que reivindica a propriedade da terra de uso tradicional dos quilombolas. Além de denunciar graves violações de direitos humanos – direito de ir e vir, acesso à água, saúde, educação, moradia e trabalho – o filme registra processos de negociações; mostra conflitos gravados no calor da hora pelos próprios quilombolas; documenta aspectos culturais, simbólicos e características do território, revelando um painel de caráter político e etnográfico, urgente e atual. 

A segunda sessão prevista na Mostra Ecofalante ocorrerá na quarta-feira, (6), às 19h30, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, Liberdade), seguida de bate-papo entre diretor e público. No dia seguinte, quinta-feira, dia 7 de junho, haverá a terceira exibição, às 14h15, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, Centro). A última sessão será no domingo, dia 10 de junho, às 18h, também no Centro Cultural do Banco do Brasil, seguida de bate-papo entre diretor e público. 

A realização do filme, de baixíssimo orçamento, se estendeu entre os anos de 2011 e 2017 e envolveu uma pequena equipe: o diretor de fotografia Gabriel Teixeira, a produtora Marcela da Costa, a montadora Cristina Amaral, o montador e editor de arte Igor Amaral, o editor de som e mixador Napoleão Cunha e os técnicos de som Marcelo Benedicts, Guto Peixinho e Glauco Meneses. 

Leia a crítica de Felipe Ferreira: “Quem conta a historia é quem ganha a guerra”.  

América Latina em Debate – A Competição Latino-Americana chega a sua quinta edição sinalizando, por um lado, questões socioambientais agudas da região e, ao mesmo tempo, o crescimento e a sofisticação de sua produção audiovisual voltada ao tema.

Com novo recorde de inscrições – 383 títulos de 18 países da América Latina –, a programação exibe 28 filmes vindos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, México e Peru, além de coprodutores de outras regiões do planeta.

Algumas problemáticas se destacam nas obras selecionadas. A questão da memória e da identidade atravessa boa parte dos filmes. A descendência indígena é redescoberta na cidade; tradições milenares, como a maia, apresentam transformações e permanências; quilombolas mantém seus costumes e sua terra. Mas os conflitos não poderiam deixar de aparecer: remoções, sejam elas no campo ou na cidade, perpassam nossos territórios, e o “progresso” arrepia populações de norte a sul que lutam pela terra e por moradia.

Os estilos não poderiam ser mais diversos: obras de diretores renomados e novos nomes da arte contemporânea, incluindo filmes experimentais, ensaios documentais, produções feitas a partir de material de arquivo, animações, filmes fantásticos, imersões sensoriais e histórias familiares.

Está aí, portanto, uma das marcas registradas da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental: a discussão de questões relevantes de nossas sociedades em obras audiovisuais de qualidade. São olhares originais plenos de apuro técnico, investimento em linguagem, narrativas sofisticadas e diversidade estilística.

Na Competição Latino-Americana estão discussões urgentes e cinema de excelência. (Texto retirado do site da Mostra). 

Redação

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