Exposição “Obras Inéditas” do Escritório de Arte J.B.Goldenberg, por Rosângela Vig

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Fig. 1 – Violeiro sobre São Paulo, Niobe Xandó / Fig. 2 – Sem Título, Jandyra Waters / Fig. 3 – Casario, Gisela Eichbaum / Fig. 4 – Autorretrato, Bárbara Schubert Spanoudis / Fig. 5 – A Selva e o Silêncio, Elena Nikitina / Fig. 6 – Jerusalém, Agi Straus

Do Obras de Arte

Exposição “Obras Inéditas” do Escritório de Arte J.B.Goldenberg 

Por Rosângela Vig

A vida é uma flor dourada

Tem raiz na minha mão.

Quando semeio meus versos,

Não sinto o mundo rolando

Perdida no meu sonhar

Nos caminhos que tracei.

Meus riscos verdes de luz,

Caminhos dentro de mim.

Estradas verdes do mar,

Abertas largas sem fim.

(CORALINA, 2004, páginas 215, 216)

As palavras de Cora Coralina ecoam tão atuais, pelos tempos, na simplicidade de sempre, sempre delicadamente. Se sua poesia fosse pintada em uma tela, ela formaria um gracioso conjunto, repleto de verdes, de matas e de olhares ingênuos. Da mesma delicadeza se veste a Pintura, quando se juntam as cores alegres, sem exageros, as formas simples e a candura.

Tal delicadeza é o elemento principal da mostra em cartaz no Escritório de Arte J.B.Goldenberg. Sob a curadoria de Antônio Carlos Suster Abdalla, a exposição abriu no dia 18 de setembro e permanece até 22 de outubro de 2016. E a poesia está presente nas obras inéditas das paulistas Niobe Xandó (1915-2010) e Jandyra Waters (1921-); das alemãs Gisela Eichbaum (1920-1996) e Bárbara Schubert Spanoudis (1927-); da russa Elena Nikitina e da austríaca Agi Straus (1926-).

A escolha da cidade de São Paulo para viverem, reforçou seus laços, sua convivência no ambiente artístico e seus vínculos afetivos e históricos.Com a exceção de Nikitina, que chegou ao Brasil na década de 70, as outras cinco fizeram suas carreiras nas décadas de 1940 e 1950, período fundamental para a Arte no Brasil e para São Paulo em pleno crescimento. O campo promissor da Cultura vinha acompanhado de um período de inquietações, de descobertas, de vanguardas e da chegada da Bienal em 1951.

As Bienais, os salões individuais e coletivos das artistas consolidou seus percursos no campo da Arte. O grande diferencial da curadoria foi buscar nos acervos pessoais e de familiares, as obras que nunca ou que pouco haviam sido mostradas publicamente. Cada artista tem seu traço individual e inconfundível, cada qual tem sua técnica e as formas que tornam singular cada obra.

O urbano está presente no violeiro e nos prédios da figura 1, no cinza abstrato da figura 2, que remete a uma calçada molhada. O colorido da metrópole ainda em crescimento, está nas construções sobrepostas e coloridas da figura 3, de Gisela Eichbaum. A perfeição e a seriedade do rosto, na figura 4, contrastam com o suave colorido da figura 5, geométrica, em tons de rosa e de azul. E a linhas imperfeitas desalinhadas (Fig.6), tem perfeita distribuição de cores, lembram uma leve renda sobre o papel.

E a poesia se completa na Arte.  

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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