Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Maldições sincromísticas em cinco filmes, por Wilson Ferreira

O “Clube do 27” (formado por Amy Winehouse, Heath Ledger, Kurt Cobain etc.) e as “maldições” em filmes como “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, “O Exorcista” e “Superman”. Estranhas mortes prematuras de atores e celebridades e as lendas sobre filmes “amaldiçoados” seriam a camada narrativa mais superficial do lucrativo negócio da indústria do entretenimento que explora o inconsciente coletivo (arquétipos e formas-pensamento) e que muitas vezes o resultado é imprevisível, com mortes acidentais ou eventos que se transformam em verdadeiros rituais públicos de sacrifícios. Para pesquisadores sincromísticos, Hollywood atualmente é um centro de recrutamento e treinamento de atores (“médiuns” com personalidades divididas) para incorporação de formas-pensamento que ganham vida em escala global. Uma lista de cinco filmes onde a análise sincromística tenta revelar o que está por trás de narrativas feitas para o entretenimento.  

Certa vez o ator e dramaturgo francês Antonin Artaud previu o advento de espécie de mega-rituais ocultistas na mídia: “… surgirão truques de vodu global, em que todas as consciências alertas participarão periodicamente. Forças estranhas serão despertadas e transportadas para o cofre astral, para a cúpula escura que é composta sobretudo por agressividade venenosa. Será uma opressão tentacular formidável de uma espécie de magia pública que em breve aparecerá sem disfarces”.

O pesquisador em Sincromisticismo Jason Horsley alerta que a indústria do entretenimento não lida apenas com criações técnicas como roteiros, montagens e edições de produtos culturais. Por trás disso está a matéria-prima que dá vida ao negócio: criações ficcionais que se tornam semi-autônomas ou semi-conscientes quanto mais se tornam populares. Um reino imaginário carregado de energias psíquicas onde atores e celebridades tornam-se “atratores estranhos” ou médiuns através dos quais essas energias podem ser liberadas e redirecionadas.

Para Horsley: “Xamanicamente falando, as entidades (formas-pensamento criadas pela pessoa ou por outros ligados a eles, como “fantasmas”, “ancestrais” e afins) aguardam essa oportunidade para assumir o controle da psique de uma pessoa e habitam seu corpo. Isso pode ocorrer em formas dramáticas de crimes de paixão, colapso mental, etc. ou em formas mais sutis, mas muito mais prevalentes, tais como comportamento compulsivo, toxicomania, abuso sexual, e afins” – sobre isso clique aqui.

Hollywood: um centro de recrutamento de médiuns

Hollywood: uma instituição 
recrutadora de médiuns?

Acompanhando esse raciocínio, Hollywood e toda a indústria do entretenimento teria sido concebida como uma espécie de centro de recrutamento e treinamento de médiuns (indivíduos com personalidades fragmentadas) onde através deles formas-pensamento são criadas, ganham vida e possuem pessoas em escala literalmente global.

Michael Hoffman escreve: “A questão do controle da humanidade por meio de símbolos esotéricos codificados dentro de espetáculos midiáticos ou rituais é uma das coisas mais difíceis para as pessoas compreenderem. Por isso que para os iniciados, as pessoas comuns são tratadas com desprezo absoluto e chamadas de “profanos”, “gentios” e “goyim”” – HOFFMAN, Michael, Secret Societies and Psychological Warfare, 2001. 

Por exemplo, na franquia Harry Potter as pessoas ignorantes sobre magia são simplesmente chamado de “trouxas” – “muggles”.

Estranhas morte prematuras de atores e celebridades e as lendas sobre filmes “amaldiçoados” seriam a camada narrativa mais superficial desse lucrativo negócio que explora o magma do inconsciente coletivo (arquétipos e formas-pensamento) e que muitas vezes o resultado pode ser considerado imprevisível, com mortes acidentais ou eventos que se transformam em verdadeiros rituais públicos de sacrifícios.

Para os pesquisadores em Sincromisticismo partidários da hipótese de assassinatos como sacrifícios rituais, tudo faria parte de cerimônias intrincadas coreografadas: realizada pela primeira vez em escala íntima e secreta entre os próprios iniciados, a fim de programá-los, e em seguida amplificados pela mídia eletrônica.

Vamos analisar uma pequena lista desses episódios cinematográficos que comporiam essas camadas narrativas superficiais que escondem estranhos padrões e “coincidências” que despertam a atenção dos pesquisadores sincromísticos.

5. O Clube do 27

É o nome dado a um grupo de celebridades que morreram precocemente aos 27 anos ou próximo aos 30 como James Dean, Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Kurt Cobain, Heath Ledger e Amy Winehouse. Em todos os episódios não há autópsias, causas definitivas da morte e os relatórios policiais são vagos. Como sempre, essas mortes são associadas à biografias conturbadas por drogas, álcool e péssimos relacionamentos que facilmente permite à opinião pública pensar de forma tranquilizadora: “caso encerrado!”.

São estrelas jovens e carismáticas que repentinamente são erguidas para a fama para depois morrerem de forma brutal e inesperada. Seriam mortes premeditadas de algum tipo de mega-ritual perverso com o propósito de sacrifício público assim como os antigos rituais de sacrifício humano da antiguidade? Ou eles apenas não souberam lidar com a fama?

Filmes como O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (2009) de Terry Gilliam sugerem esse tema do sacrifício das celebridades, sincromisticamente no último filme de Heath Ledger. Em uma cena importante vemos três celebridades que morreram jovens: Rodolfo Valentino, James Dean e princesa Diana. “Essas pessoas… estão todas mortas”. E responde Johnny Deep: “Sim … mas, no entanto, são imortais. Eles não ficarão velhos ou gordos. Não ficarão doentes ou fracos. Estão além do medo, porque eles são … eternamente jovens. São deuses … e você pode se juntar a eles. “Em seguida, ele acrescentou: “Seu sacrifício deve ser puro.”

E pensar que essas linhas de diálogo estavam destinadas à interpretação de Heath Ledger…

Independente da possível intencionalidade dessas mortes, podemos perceber que esses artistas lidavam com arquétipos de forte intensidade e que facilmente podem destruir as personalidades fragmentadas de seus médiuns. 

Por exemplo, estrelas do rock desempenham um papel contraditório que reflete o nosso próprio inconsciente coletivo: têm que ser ao mesmo tempo queridinhos da mídia e anti-establishment, icônicos e iconoclastas, consumidores e consumíveis. Recusam-se a serem “vendidos” e ao mesmo tempo partilham da ostentação do jet-set das celebridades. Ao contrário do arquétipo do herói (conquistador e guerreiro), o rock star não tem ambições de redenção: entrega-se à autodestruição como forma icônica de expiação coletiva do nosso drama diário – a tensão entre o nosso Eu interior e o nosso Ego social.

 

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

1 Comentário

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  1. O cara misturou cinema,

    O cara misturou cinema, psicologia, psiquiatria, bruxaria, maçonaria, vodu… Enfiou tudo no mesmo caldeirão.

    Que artigo mais maluco.

    Nem se eu fumar a mais densa erva por um dia inteiro conseguirei viajar tanto.

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