Luciano Hortencio
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Maracatu Vozes da África em apresentação neste carnaval

Por Luciano Hortencio

Domingo de carnaval criei coragem e fui assistir ao desfile de maracatus na Avenida Domingos Olimpio. Apesar da absoluta falta de condições para que nossas agremiações possam se apresentar com dignidade, os maracatus insistem e persistem, não deixando jamais cair a chama mestra do maracatu.

Trago aqui uma mostra do Maracatu Vozes da África, já bicampeão do carnaval de Fortaleza. Apresentou-se com o tema Batuques e Tambores – Uma Festa de Negros em Fortaleza, exaltando a abolição da escravatura no Ceará, por isso denominado nosso Estado de Terra da Luz. Homenageou também Iemanjá, Nossa Senhora da Glória e nossa cidade de Fortaleza, irmã do sol e do mar.

A organização do evento, por parte da municipalidade, deixou muitíssimo a desejar. Péssimo som e falta de estrutura. No final do vídeo, pode-se perfeitamente notar a invasão de uma infeliz batucada perturbando, atrapalhando e empanando a passagem da Rainha do Maracatu, ponto alto do desfile. Ainda assim o Maracatu Vozes da África não perdeu o ritmo, o savoir faire nem, muito menos, o tom solene e nostálgico do maracatu cearense.

Luciano Hortencio

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10 Comentários

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  1. VOZES DA ÁFRICA?

    Este é o meu bloco irado: “Caranguejos Excomungados do Sertão das Gerais”

          VÁ SABER:

          O Véim Abafado

          Foi ver disciplinados

          ‘Maracátus Desfinanciados’

          Só Jesus na causa!

          Pelamor…

  2. Onde estão os negros?

    Meu amigo Luciano Hortêncio, você sabe que eu sou um dos muitos admiradores do seu trabalho. Mas não posso calar a pergunta: por que brancos pintados de negro no maracatu de Fortaleza?

    Abraço.

    1. Ao Urariano Mota!

      À exceção dos índios, por óbvio, todos os componentes do maracatu cearense tingem o rosto de negro, quer sejam brancos, mulatos ou negros. Acredito que esse fato seja para dar maior realce e unidade ao maracatu, além do fato de nossos irmãos negros não possuirem  a tonalidade dos negros pernambucanos, maranhenses e baianos. Somos caboclos.Temos mais a cor parda, uma característica como a nossa cabeça chata de cabra da peste.

      Não há qualquer preconceito nisso. Todos brincam independente da cor da pele. Como o maracatu tem origens africanas, todos tingem o rosto de negro.

      Para dançar maracatu basta querer e ter ritmo. O resto é o resto. A Maria Luisa trouxe um resumo do nosso maracatu bem interessante. Friso que atualmente homens e mulheres participam do maracatu, porém há anos atrás só homens saiam no carnaval de rua como componente do maracatu.

      Não sei com certeza se já existiu ou existe uma rainha do maracatu do sexo feminino. Todas as grandes rainhas são homens e necessitam ter alto porte, para encarar e transmitir ao público o ar de dignidade e majestade da personagem mor do cortejo.

      Tendo em vista que não sou um expert , ressalto que essas explicações são de minha responsabilidade e ficam por minha conta e risco. Se houver algum especialista ou historiador versado no assunto e trouxer considerações diferentes, ficarei muito satisfeito em aprender.

      Viva o maracatu! Viva o carnaval! Viva o povo brasileiro!

  3. Maracatu do Ceara

    Luciano, o personagem do desfile que você fotografou, com o rosto pintado de preto, é muito bonito. Além da questão do Urariano acima, fiquei achando interessante os homens representando as mulheres. O que encontrei sobre o maracatu cearense foi o seguinte:

    Maracatu é a mais tradicional dança dramática de origem afro-descendente presente na cultura do povo cearense, configurando um cortejo formado por baliza, porta-estandarte, índios brasileiros e nativos africanos, negras e baianas, negra da calunga, negra do incenso, balaieiro, casal de pretos velhos, pajens, tiradores de loas e batuqueiros, em reverência a uma rainha negra e sua corte real. No Ceará, o povo caboclo usa uma mistura de fuligem, talco, óleo infantil e vaselina em pasta para tingir o rosto de negro.

    O ritmo do maracatu cearense é apresentado por um grupo de percussão no qual incluem-se caixas, utilizadas sem esteira para acentuar a batida grave, surdos, bumbos, ganzás, chocalhos e triângulos, também chamados de ferros, confeccionados com molas de transporte pesado, o que lhes confere um timbre característico e uma sonoridade acentuada, destacando-se dos demais instrumentos.

    .

  4. Vou me permitir um anexo

    Aproveitando na foto os brancos pintados de preto- nada contra – e esperando não encontrar nenhum comentário preconceituoso no post fçao o seguinte aparte:

    o DCM, blog frequentemente por mim visitado e com postagens aqui replicadas, fez uma postagem sobre uma fantasia utilizada por uma família aqui em BH, fazendo acusações do nível de um RA. O pai, que não tinha pelo visto, metade do preconceito, foi ás redes e trouxe a realidade à tona.

    Esperava que o blog ao menos se desculpasse. Simplesmente apagou o postado e veio com uma explicação fuleira. Até agora nada.

    Se todos os blogs começarem a se comportar desta maneira, estamos fritos.

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