O filme “Sinédoque, Nova York” (Synecdoche, New York, 2008) aprofunda ainda mais a simbologia alquímica dos trabalhos anteriores de Charlie Kaufman como roteirista. Se nos trabalhos anteriores Kaufman buscava inspiração nas fontes da psicanálise junguiana, nesse filme é explícita a aproximação com a metáfora alquímica de Jung para o processo de individuação humana. O filme narra a jornada do herói que busca a individuação numa cultura marcada pelo medo do anonimato e da insignificância do gesto individual. Através de uma verdadeira jornada alquímica de transformação busca a verdade numa sociedade inautêntica.
“Sinédoque, Nova York” é o primeiro filme como diretor de Charlie Kaufmann, roteirista de filmes anteriores como “Quero ser John Malkovich”(Being John Malkovich, 1999), “Adaptação” (Adaptation, 2002) e “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”(Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004). Tal como nesses filmes extravagantemente conceituais, aqui, como diretor, Kaufmann tem a plena liberdade em desenvolver todos os simbolismos lançados nos trabalhos passados.