O Clubinho da Leitura “Plácido José de Oliveira”, em Barbacena

Por Odonir Oliveira

LER É ENCANTAR-SE

Quando vim para essa cidade, de cara escolhi uma casa que tivesse 2 garagens, pois que uma seria para instalar o Clubinho da Leitura. 

A cidade não tem muitos espaços que promovam a leitura. Há uma biblioteca na Casa de Cultura, antes Cadeia, mas não há o que se possa chamar de um projeto de mediação da leitura, no qual jovens e crianças penetrem na literatura, respirem seus personagens, viva-os intensamente, vestindo-se como imaginam que sejam suas vestes, falem daquele jeito deles, recriem as cenas desenhando, pintando, em massinha, desfilando, fazendo saraus de poesias, batalhas de versos etc. etc..

Não há como não gostar de ler, se depois da contação de histórias com bonecos e objetos, que nós mesmos podemos criar, a gente possa fazer seus personagens conversarem com outros de outras histórias já lidas- a tal intertextualidade.

Ah, se a gente puder se vestir com trajes e adereços e criar nossos outros personagens e ” … se a Odonir fizer a narração dos desfiles então… vai ser MUITO LEGAL !”

Tenho crianças desde 4 anos, até jovenzinhos de 16 – já no 1º ano médio – o que me fez agora abrir o Clubinho à tarde também.

Temos nossa lista de livros mais lidos, lista de quem mais lê. Temos nossas carteirinhas de sócio. .. e tudo é simples , porém bastante complexo. Complexo porque demanda conhecer teoria da literatura, estratégias de leitura, expedientes que promovam o ato de ler e, sobretudo, que o MEDIADOR AME LER.

Aceitamos doações de gente que mora láaaaaaaaa em São Paulo, no Rio e até da amiga professora da Universidade Federal em Diamantina- que já veio nos visitar.

Temos eventos com os pais do bairro do Carmo e fazemos divulgação do Clubinho de casa em casa, oferecendo livros. Nada como uma CESTA BÁSICA DA LEITURA, que tal ?

Fizemos campanha de divulgação no Posto de Saúde do bairro, levando filipetas explicando nosso Clubinho:

Mas Odonir, por que você escreveu que é gratuito aí?”– diz Lívia. Responde a irmã Sabrina: “Porque se não as pessoas vão achar que é pago, Lívia. Não é, Odonir?‘ É isso, mesmo- respondo eu.

Foi ali que o médico de família Mauro Almeida recebeu das mãos delas o livro A casa da minha infância, que o companheirão Nassif, ciente da história do Clubinho, doou e autografou para o doutor, em maio.

As atividades com os pais são importantíssimas: como na continuação de histórias com o bonequinho mascote verde “Mineirinho”- quem recebe na roda continua a história. Eles adoram. “Tem Mineirinho hoje, Odonir?

Há também as chamadas DOSES DE LIRISMO, nas quais recebem-se versos em caninhos de PVC, potinhos de geléia, vidrinhos de remédio, declamam-se poemas ou leem-se poemas apenas – a gosto. 

“Vamos reescrever essa história do PATINHO FEIO, Odonir?”      

 

Claro, e depois de terminar, fazemos o livro, literalmente, e o ilustramos; o título: NENHUM PATINHO É FEIO. Uau !

Fomos ao cinema assistir sob a orientação do Wilson Ferreira: DIVERTIDA-MENTE. As crianças adoraram e as comparações com outros vídeos, desenhos e literatura jorraram.

Já viram alguns vídeos de jns e meus poemas relacionados; têm suas preferências entre eles.

” Vamos assistir ao teatro de marionetes na Estação Ponto de Partida, moçada. Vambora, então.”

– “Vocês sabiam que eu escrevo em um blog? “

“Mostra, mostra. “ 

“Mostro sim. Sabiam que essa atividade de hoje foi sugerida pelo Luciano Hortencio do blog.

E essa aqui da história A maior flor do mundo, foi doada pelo meu amigo jns?

E que essas músicas de roda aqui desse coral foram trazidas pelo Gilberto Cruvinel.

E que esse livro em quadrinhos do Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, foi indicação do Jota A. Botelho…  todos eles do meu blog.”

Ah, esqueci de contar para vocês, leitores, o nome do Clubinho é Plácido José de Oliveira, meu pai, nascido em Alto Rio Doce , aqui pertinho, morador de Barbacena, amante de Barbacena e de Minas gerais. Para ele esse Clubinho é uma festa.

Tem a foto dele dele lá e meus meninos e meninos todos sabem explicar aos visitantes, que são muitos, quem foi ele e onde está repousando ao lado de minha mãe agora.

“Seu Plácido tá lá no Cemitério da Boa Morte, junto com a mãe da Odonir”.

– Tá nada, moçadinha. Tá é aqui.

Eta trem bão, uai !

Redação

53 Comentários

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  1. Barbacena,

    um grande escritor brasileiro, também jornalista e meu “cumpadi”, padrinho de meu filho Gabriel, é da cidade, Ivan Ângelo. Se não sabe, gostaria de sabe de mais esta “Odonorizada” pelas letras e cultura. Parabéns!

    1. Sei bem que Ivan Ângelo é daqui.

      Essa minha moçada já lê cada coisa, que você nem imagina.

      E quem lá ainda não lê palavras lê imagens e depois a gente dá um confere pra eles avaliarem se o autor criou uma história tão bacana quanto a deles.

      Fato é que tem mãe lendo em casa pra eles, me pedindo “livros de adultos” para elas lerem também.

      E assim vamu que vamu.

      Ler é uma delícia ! 

      Com carinho pro cê, Rui Daher, a quem admiro:

       

      A paixão de Bastián

       

      As paixões humanas são um mistério, e com crianças acontece a mesma coisa que com os adultos.

       A paixão de Bastián Baltasar eram os livros.

      Quem não tiver passado nunca tardes inteiras diante de um livro, com as orelhas ardendo e o cabelo caído no rosto, lendo e lendo, esquecido do mundo e sem perceber que estava com fome ou com frio…

      Quem nunca tiver lido à luz de uma lanterna, embaixo das cobertas, porque papai, mamãe ou alguma pessoa solícita apagou a luz com o argumento bem intencionado de que tem de dormir, porque amanhã precisa levantar cedinho…

      Quem nunca tiver chorado dissimuladamente lágrimas amargas porque uma história maravilhosa acabou e era preciso se despedir dos personagens com os quais tinha corrido tantas aventuras, que amava e admirava, pelo destino dos quais temera e rezara e sem cuja companhia a vida pareceria vazia e sem sentido….

      Quem não conhecer tudo isso por experiência própria, provavelmente não poderá compreender o que Bastián fez então.

       

      “La historia interminable, Madrid, Alfaguara, p.12-13)

  2. Minha barbacena Querida II

    Saudade dessa cidade mais que linda

    vê-la novamente aqui

    só enche de orgulho

    o peito saudoso

    da terra das rosas

    e dos mais belos poentes

    da Serra da Mantiqueira

    nesse Campo das Vertentes.

    1. Djalma, um pouco do vento e das rosas dessas ladeiras pra você

      Essa Barbacena

       

      Barba

      -acena

      Sobe

      Desce

      Venta

      Queima sol

      Olha rosas

      Olha Rua Quinze

      Olha Escola de Cadetes

      Olha a Cabana da Mantiqueira.

       

      Olha as pedras

      Tropeça

      Levanta

      Cai

      Levanta

      Olha mais

      Olha isso aquilo, olha.

       

      Que Visconde de Barbacena que nada.

      Que cidade de loucos que nada

      Que gente boa de tudo!

       

      Ah, Barbacena!

      Acena

      traz teus filhos todos de volta

      Que a gente muda esse negócio de política

       leite com leite

      Vota de novo

      Muito bem

      E reconstrói esse país.

      Eh, Minas,

      Eh, Minas !

       

      Odonir Oliveira

      1. Obrigada!

        Pelo poema e por tudo de belo que você sempre nos presenteia!  E pela consideração e amizade que você  demonstra com os colegas que também têm a sua sensibilidade, postando  belos artigos e que fazem parte, assim como você, do OASIS do Blog do nosso Nassif!  

        1. Tem Clubinho nos dias combinados faça chuva ou machuque-se

          um joelho.

           

          Assim foi quando subiram para minha casa porque eu não poderia descer escadas.

          Ao chegar, maravilhados, que tenho tantas mineirices pela casa- em São Paulo chamavam minha casa de Consulado Mineiro. Os olhinhos percorrendo tudo. Muitos dos componentes da sala como pássaros, coleção de conchas, de Santíssimos eles já conheciam que já´os levara lá embaixo. Mas os olhinhos de João Víctor, um rapagão de…. 5 anos, bateu na minha Olivetti Bambina vermelhinha.

          – Quer pegar? Eu trago pra você.

          Poucos minutos foram suficientes para ele aprender tudo daquela máquina, até que as cores da fita ficavam ora preta, ora vermelha.

          – Olha, Odonir, a gente ‘digita’ e já imprime,. Que legal !

          As descobertas deles são encantadoras porque sem amarras, sem muitas explicações, vou escutando, vou dividindo tarefas entre os maiores e os menores. Os primeiros já são contadores de histórias para os menores. Ouço e aplaudo.

          Já pensaram o que é pegar conchas bem grandonas, de diversos tamanhos, procedências e cores, colocar no ouvido e descobrir coisas ali. Rubem Alves tem um texto lindo sobre conchas, que já li para eles. Uns entendem mais e explicam e eu, como Sócrates, tenho perguntas.

          1. O Clubinho é uma decisão política

            Cada um oferece o que tem para oferecer. E forma pessoas mais críticas, observadoras e… risonhas, que ler faz bem pra caramba.

             

            No Caminho, com Maiakovski

            Assim como a criança
            humildemente afaga
            a imagem do herói,
            assim me aproximo de ti, Maiakovski.
            Não importa o que me possa acontecer
            por andar ombro a ombro
            com um poeta soviético.
            Lendo teus versos,
            aprendi a ter coragem.

            Tu sabes,
            conheces melhor do que eu
            a velha história.
            Na primeira noite eles se aproximam
            e roubam uma flor
            do nosso jardim.
            E não dizemos nada.
            Na segunda noite, já não se escondem:
            pisam as flores,
            matam nosso cão,
            e não dizemos nada.
            Até que um dia,
            o mais frágil deles
            entra sozinho em nossa casa,
            rouba-nos a luz, e,
            conhecendo nosso medo,
            arranca-nos a voz da garganta.
            E já não podemos dizer nada.

            Nos dias que correm
            a ninguém é dado
            repousar a cabeça
            alheia ao terror.
            Os humildes baixam a cerviz;
            e nós, que não temos pacto algum
            com os senhores do mundo,
            por temor nos calamos.
            No silêncio de meu quarto
            a ousadia me afogueia as faces
            e eu fantasio um levante;
            mas manhã,
            diante do juiz,
            talvez meus lábios
            calem a verdade
            como um foco de germes
            capaz de me destruir.

             

             

            Eduardo Alves da Costa

      2. Marly, pra você um poeminha meu, que já esteve aqui como post em

        2009.

         

        As minhas crianças já o curtiram no Clubinho, sem saberem a quem se referia.

        Desenharam, pintaram e bordaram fazendo hipóteses etc. etc. Quando lhes apresentei a minha filha em foto de menina, não acreditaram que eu tão morena fosse mãe dela, hoje com 36 anos.

         

        PARA   CARLA

         

        Diz que era uma menina de cabelos de milho

        diz que era uma menina de olhos verdes da cor de marcianos

        diz que era uma menina que chupava dedo desde os primeiros minutos de vida

        diz que era uma menina que gostava de desenhar fábricas de antenas em vez de casinhas com chaminés

        diz que era uma menina de pele clarinha que não gostava de sol de praia

        diz que era uma menina que tinha grandes resfriados e febres altas que a homeopatia tinha que cuidar

        diz que era uma menina enjoadinha de se alimentar

        diz que era uma menina que corria tanto, mas tanto, mas tanto, que na escolinha, ninguém a  alcançava

        diz que era uma menina que desenhava cachorros em todos os lugares

        diz que era uma menina que pedia para ter cachorros em todos os dias, meses e anos

        diz que era uma menina que vivia passando a mão em qualquer cachorro que via

        diz que era uma menina que um dia foi mordida por uma cachorrona brava e teve que fazer cirurgia na perna e tem uma marca até hoje

        diz que era uma menina manhosa que se atirava ao chão quando não conseguia alguma coisa que queria

        diz que era uma menina que de tanto se atirar ao chão um dia quebrou a testa, outro dia o queixo e levou pontos falsos e verdadeiros

        diz que era uma menina que dormia atrás da porta, no carpete do seu quarto e todos que vinham visitar ficavam com pena da crueldade que seus pais faziam com ela !

        diz que era uma menina que gostava de fazer trabalhinhos de madeira nas aulas de marcenaria e bolos e docinhos nas de culinária

        diz que era uma menina que detestava roupas com barriga de fora e coisas espalhafatosas

        diz que era uma menina que queria morrer … quando alguém fazia uma faixa em sua homenagem e mandava pendurar na rua

        diz que era uma menina que se mostrava contida, tímida não, contida em muitas situações para ela estranhas ou ameaçadoras

        diz que era uma menina que não gostava de crianças pequenas e de ser professora nem pensar

        diz que era uma menina que gostava de derreter chocolate e de fazer ovos de páscoa e bombons

        diz que era uma menina que detestava matemática, física, química, história e inglês

        diz que era uma menina que não gostava de beijos corriqueiros, cotidianos, obrigatórios

        diz que era uma menina que queria ser veterinária, mas que as matérias de exatas e biológicas a faziam desistir

        diz que era uma menina que queria ser independente em todos os sentidos

        diz que era uma menina consciente, solidária e preocupada com a desigualdade social e a justiça

        diz que era uma menina que principiou, continuou e acabou uma grande leitora de livros, desde que estes não sejam romances água com açúcar

        diz que era uma menina que amava cinema e que continua amando, desde que os filmes não sejam água com açúcar, nem tenham animais, principalmente cães, que morrem no final

        diz que era uma menina ciumenta de todos os mais próximos

        diz que era uma menina que um dia seria mãe, irmã, namorada, esposa, cuidadora e eterna guardiã de um serzinho chamado Boli.

         

        Diz que era uma menina assim

        Mas olhando bem … bem de pertinho

        Todo mundo diz que ela ainda é.

         

         Odonir, com amor

         

               maio de 2009

  3. Beleza de experiência

    Tive uma bibliotecária na escola primária em que estudei. Ela era professora particular de declamaçao, e me convidou para as aulas dela. Aprendi com ela a gostar de poesia. Se houvesse isso em todas as escolas! Seria tao importante.

    1. Analu, eles declamam essa e “Bolhas”, da Cecília Meireles,

      depois a gente faz bolhinhas de sabão. (Tenho fotos, mas já era bastante coisa)

       

      COMIDA DE SEREIA

      O que será que a sereia come
      em seu castelo de areia?
      Enquanto penteia os cabelos
      a panela esquenta na cozinha:
      será que a sereia come anêmonas,
      ostras, cavalos-marinhos?
      Ou delicados peixinhos de olhos
      dourados?
      Algas marinhas, lulas, sardinhas?
      Polvos, mariscos, enguias,
      ou será que a sereia come poesia?

       

      Roseana Murray

       

      1. Excelente. E adoro Ou Isto ou Aquilo, da Cecília

        As crianças em geral adoram.

        Ah, vou te passar uma música que o Trio Irakitan cantava. Vc, mineira, seguramente deve conhecer, mas talvez nao tenha lembrado dela para brincar com as crianças, que em geral adoram

        Nao sei se vou conseguir incorporar, mas tá aqui no Nassif mesma, no Trivial do Trio Irakitan, link: https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/trivial-do-trio-irakitan

         

        [video:https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=q2d1LHHpGMU%5D

        a

          1. Como eu. Carioca da gema…

            Carioca com muito orgulho. Quando morei na Europa, fiz uma grande descoberta: sou brasileira até debaixo dágua, e carioca…

            Mas filha tanto de pai quanto de mae mineiros (se bem que minha mae veio para o Rio com 4 anos, serviria até como informante de fala carioca, os linguistas nao exigem que a pessoa tenha nascido num local, apenas que tenha ido para lá com menos de 5 anos). E passei quase todas as minhas férias de criança e adolescente em BH (ou Ponte Nova, uma vez).

             

          2. Como vc conseguiu incorporar? Tentei de dois modos diferentes

            Primeiro tentei com o comando Ver Url do vídeo, depois com Ver Url do vídeo no tempo atual, e usando o Vídeo filter nos 2 casos, claro. Nenhum dos 2 modos funcionou.

  4. Um legado extraordinário

    Quando fui “diretor de uma parada aí”, coloquei o meu irmão mais novo e um amigo-irmão da família, para comandar a área esportiva.

    Entre outras iniciativas, além da realização de eventos nos campos de futebol society dos nossos dois sítios, eles recolheram donativos, com empresários da região, para dar uma guaribada no piso da nossa quadra urbana para a prática de futsal.

    Empreendedores determinados, eles repintaram o espaço, trocaram as redes e criaram uma Escolinha de Futsal.

    A grande procura permitiu matricular equipes selecionadas por idades e, surpreendentemente, a criação de uma equipe feminina, que se tornou um show à parte.

    Sem saber do progresso estrondoso em movimento, fui assistir algumas partidas realizadas no primeiro torneio que eles promoveram, envolvendo várias e fortalecidas equipes da região.

    A história pregressa do local é longa, por isso não será detalhada, aqui, mas, gostaria de lembrar que o espaço estava tomado por um imenso matagal, com vários pés de goiabas e amoras, além de uma superestrutura metálica, com várias toneladas de aço, que ficou ultrapassada, em termos de projeto, e impossibilitada de ser utilizada na cobertura da quadra.

    Pois bem

    O sucesso da Escolinha de Futsal evoluiu de tal forma, que o estacionamento, nos dias de jogos, passou receber uma superlotação, ao lado de um pioneiro teatro que tinha aulas de balé e artes marciais – karatê.

    Atuamos junto à prefeitura que, parceira, criou, do outro lado da rua, uma área de estacionamento bacana.

    Um fantástico ganho foi a evidente satisfação da vizinhança com a recuperação daquele local abandonado.

    O espaço virou uma festa

    Assisti, naquela quadra, o baby Kerlon, depois jogador do Cruzeiro, batizado de “Foquinha”, atuar em uma partida que o “Monstrinho”, filho do Silvino, meu chegado, fazer seis ou mais gols, revelando-se, aos oito aninhos, um cracaço, que mais tarde, por ironia do destino, não desabrochou da forma espetacular como a sua performance em jogos, muito acima da média, sinalizava.

    Para encerrar

    Diante dos resultados, altamente, positivos, na área de esportes, conversei com os outros membros da diretoria e convenci os sábios parceiros, sem nenhuma resistência, para tornar a escolinha, totalmente, gratuita, sem cobrar uma compensação para pagar as taxas de iluminação, limpeza e etc., necessárias para a manutenção da estrutura que ainda existe e continua grandiosa (oportunamente, mostrarei em vídeo para a Odonir).

    Após a concordância dos outros membros da diretoria, conversei com o Jailton e o Lenildo – este com formação superior -, que se colocou, imediatamente, contra a nossa proposição.

    A sua argumentação

    – “Não podemos fazer de graça… vamos cobrar dez reais de cada um… se for de graça eles não darão valor… comparecerão aos treinos na hora que bem entenderem e a escolinha vai acabar…’

    O tempo mostrou que ele estava, totalmente, correto.

    O grande Lenildo, hoje, atuando na sua área de especialização em João Monlevade, em Minas Gerais, sempre repetia um mantra, que jamais esquecerei:

    – “Em qualquer área, de ensino, lazer, esportes, turismo, alimentação, cultura, etc., se você quiser agradar os pais, agrade as crianças em primeiro lugar!”

    Um grande salve para os manos Lenildo e Jailton, duas figuraças da melhor qualidade e dois cracaços de futebol.

    Abrindo um parêntese esportivo

    Os dois estava jogando, certa vez, um torneio regional, que movimentava a região em um raio de 100 km ou mais.

    Durante a partida semifinal ou final, realizada entre o time deles, de Vargem Alegre, a cidade do treinador Ney Franco, com quem eles jogaram, contra a equipe de Santa Rita de Minas, o Lenildo “pegou a bola” na defesa e driblou todo o time adversário, fazendo uma golaço, que ninguém jamais esqueceu.

    A torcida do adversário, estupefata, levantou-se, em uma atitude que não é normal no interiorzão cheio de rivalidades esportivas, e aplaudiu o cracaço ipatinguense de pé, por vários minutos.

    E tem mais causos

    A cada dois anos, realizamos um encontro, idealizado pelos dois “manos”, no mês de dezembro, reunindo vários jogadores do passado – incluindo ex-profissionais – seguido por homenagens, discursos e uma churrascada de responsa e muito samba no pé.

    Este ano será realizada mais uma edição da confraternização, que traz a parentalha e amigos do Lenildo desde o norte e o nordeste do Brasil e de outra cidades próximas.

    Finalizo esta arrazoada tergiversação, enviando um grande abraço para a visionária livreira Odonir Oliveira.

    [video:https://youtu.be/O9CWjIvLSJc width:600]

        1. Querido amigo e parceiro em alguns sonhos

          Li diversas vezes seu texto Um legado extraordinário e agradeço esclarecer que o legado era o meu.

          Ocorre que quem tem legado muitas lindezas desse estado de MG por aqui e ali é você. São imagens cada dia mais envolventes, próximas de quem as assiste, como se nelas pudéssemos tocar através de suas lentes.

          Cada um “lega” algo e de espécies diferentes. Vale mesmo são as nossas tentativas de ensinar crianças a gostarem de ler, a valorizarem a natureza salvando rios, árvores e consequentemente respeitando as pessoas. TODAS AS PESSOAS, sem tiranias, sem vilanias de quaisquer tipos.

          A você, então, e em homenagem à LOURDES ARAUJO DAMASCENO morta na semana passada após o espetáculo com Milton Nascimento:

          UTOPIA

          [video:https://www.youtube.com/watch?v=Wg0opaj8OWU%5D

    1. Legados

      Vou reproduzir aqui a historinha infantil que Saramago não escreveu, mas que contou para alguém e essa alguém fez um “videozinho” bacaninha, alguém viu e me mostrou também.

      Ah, essa brincadeirinha no Clubinho chama-se TELEFONE SEM FIO, e cada um aumenta, aumenta até a gente rir muito ao final.

      Quando eu contei a eles que você havia criado o mote “Fernando Sabino é uma assassino ” porque deixara seu passarinho caga-sebindo morrer na história “Amor de passarinho”, morreram de rir e concordaram que o escritor fora UM IRRESPONSÁVEL  mesmo. Além do que, nem contou o que foi feito com o corpinho do passarinho no final.

      Esse Fernando Sabino, eta mineiro atrapalhado. 

      Beijo, Mineirinho.

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=YUJ7cDSuS1U%5D

      1. UM EXTRAORDINÁRIO LEGADO

        Comentei sobre uma experiência pessoal,

        mas queria enfantizar O SEU LEGADO… simples assim.

        Gosto das pessoas idosas, donos de sabedoria inestimável e generosidade ímpar.

        Me dou bem com a galerinha, que ainda não incorporou a maldade do mundo e, muitas vezes, sorrí pra mim.

        Odeio os Zés e os Manés que desrespeitam as pessoas simples, que não acumularam a informação burocratizada do devoradores de livros e desprezam que não leu Einstein, Nietzsche e Poincaré e pensam que estão com a bola cheia.

        Imagens: Patativa do Assaré e Zabé da Loca

        *

        Caga-sebinhos adoram banana madura.

        Evite dar água açucarada.

         

        1. Entendi tudo, desde o início. Essas teclas … um dia ainda me

          livro delas, Mineirinho !

          Os dois gigantes que você trouxe ensinam isso.

          Não daremos jamais água açucarada para caga- sebinhos. Já aprendemos.

           

           OU ISTO OU AQUILO

          Ou se tem chuva e não se tem sol
          ou se tem sol e não se tem chuva!

          Ou se calça a luva e não se põe o anel,
          ou se põe o anel e não se calça a luva!

          Quem sobe nos ares não fica no chão,
          quem fica no chão não sobe nos ares.

          É uma grande pena que não se possa estar
          ao mesmo tempo nos dois lugares!

          Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
          ou compro o doce e gasto o dinheiro.

          Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo…
          e vivo escolhendo o dia inteiro!

          Não sei se brinco, não sei se estudo,
          se saio correndo ou fico tranquilo.

          Mas não consegui entender ainda
          qual é melhor: se é isto ou aquilo.

           

          Cecília Meireles em Ou Isto ou Aquilo

           

          1. Odonir

            Muito obrigado pela sua generosidade.

            Sabe que, quando criança meu sonho era ser bailarina tb. Na minha casa haviam muitas revistas, pois todos gostavam muito de ler. Revistas mt antigas, como Manchete, o Cruzeiro, cinelândia, revista do rádio, jornais, etc, que ficavam guardadas num baú numa casinha no quintal. As vezes eu passava o domingo todo lendo e relendo aquilo tudo. E resolvi fazer um álbum com recortes de todas as fotos de bailarinas. Ah como amava aquelas fotos e o carinho que tinha com o  Album, que alguem deve ter queimado depois que fui morar no Rio.

            Abração

    1. O verde brilha no poço

      jns, a gente com tanto verde por aqui e tem quem não conheça o verde nas metrópoles.

      Essa história de Marina Colasanti, é beeeem bacana, conta que uma sementinha- imagine- nasceu no poço de um elevador e foi crescendo, crescendo aparecendo nas janelas na frente dos apartamentos e… MAIS NÃO CONTO.

      Quem quiser que vá ler pra saber o que aconteceu, ô,ô !

      Minha moçadinha sabe.

  5. Parabéns pela iniciativa!
    Parabéns pela iniciativa! Descobri via Jornal GGN, em breve faremos uma visita, com certeza!
    Parabéns e obrigado!

    1. Sejam bem-vindos, os Tollendal são muito queridos na cidade

      Um texto em linguagem, quase infantil, que escrevi para relatar-lhes uma experiência que vivi por aqui. Eles adoraram e riram até dizer chega.

      Essa Odonir !

       

       

      O dia em que conheci Ressaquinha

       

      A professora pediu pra eu fazer uma redação sobre um lugar que eu conheci.

      Então vou escrever:

       

      Foi em uma 5ª feira, bem cedinho que eu , acordei bem bem antes na madrugada e aí não conseguia mais dormir e aí resolvi ir ler umas coisas no computador.

       

      Quando eram passados bastantes minutos, eu tomei café e fui pra Ressaquinha, sem ter a mínima ideia de como ir. Fui perguntando e aí a avenida da rodoviária, que eu não sei o nome ,estava parada, aí eu dei uma volta atrás de uns carros, porque se eles estavam indo por ali é porque ia dar em algum lugar como o que eu queria. Segui e deu certo. Aí foi que vi a BR- que é assim que o povo chama as estradas por aqui. Entrei na BR com garoa, como em São Paulo, e chuvisco como em Minas. Fui indo, fui indo, fui indo, como naquela piada de mineiros “é logo ali” e andei foi muito naquela estrada. Por fim cheguei, perguntei, acertei o local .

       

      Entrei e esperei e dormi sentada porque foram muitos minutos de espera , uns 180. Resultado do exame: tudo bem, tudo certo, tudo ótimo.

       

      Ruas muuuuuuito estreitas, cidadezinha lindinha, moraria ali até. Mas o ônibus me apertou, eu bati na guia e ouvi um barulhão. Desci pra ver e era um rasgo bem grandão na lateral do pneu traseiro. Onde tem um borracheiro, um mecânico? Logo ali. Andei, andei, devagarinho, que o pneu estava com um buraco e já bem vazio. Já pensou que podia ter batido na roda !

       

      O mecânico, na oficina, não quis conversar nem consertar ,que não era borracheiro; pedi me ajuda a trocar o pneu então, o macaco é zero, o estepe é zero. Tá bem eu ajudo, mas seu macaco não tem a manivela. Como assim, essa chave de roda não é o cabo, não funciona com a manivela? É. Então vou pegar o meu, tenho problema de coluna. Mas seus olhinhos azuis brilhavam, num tom de pedição, talvez de grana, sei lá. Garramos a conversar sobre tudo e eu o ajudando com os parafusos, a calota etc. Acabou, dei os 20 reais que tinha. E fui pra BR de novo.

      Na garoa fininha, eu ia rindo de mim mesma. Aquela braveza de Sampa, dondé, hem?

      Nem brigou com o motorista do ônibus? Nem peitou o mecânico? Sei não. “Essa moça tá diferente”. Seria por causa da promessa que se fizera, ao vir pras Geraes de que não seria mais a brava , a maior representante da Liga da Justiça contra fracos e oprimidos? Mas já brigou tanto em 2014 e 2015 por aqui: muros quebrados e não refeitos por outrem, correntes arrancadas, vasos quebrados… primas primatas mas muito primatas mesmo! É acho que é rir o melhor remédio, viu professora.

       

      Mas tudo estava por acontecer. Vocês têm desse pneu aqui? Não, só na Pirelli. Na Pirelli, tem que trocar por esse, tem que fazer calibragem, alinhamento. Quanto? Ah, tá. Trocamos o óleo. Troquem mas … por esse aqui. Mas o nosso é mais potente, contra borras etc. etc. Quero esse daqui, que por isso carrego sempre essa embalagem no carro. Mas a senhora. Não! E comecei a rir, professora, pela minha aventura em Barbacena. Já me envolvi em mais ocorrências automobilísticas- digamos assim- do que em anos e anos em Sampa.

      Esperei mais muitos minutos 250, na verdade.

      Mas a senhora é da USP, por causa do adesivo no carro. Conhece lá o Vladimir, acho que é, … Safatle? É isso. E aí muita conversa com as secretárias e rimos e rimos. Depois com o Roberto, o do Safatle e por fim com o Diego, um amor de rapazinho, fazendo cursinho pra tentar o Enem. Aula de ortografia… vou ligar isso aqui, faz barulho. Tá bom. Então, a senhora acha … Eu acho que sim, é por aí, continue assim.

       

      E na política? Detesto A Globo. Eu: eu também. Ele: por isso, isso e isso.

      Leve, leve, morrendo de fome que eram quase duas da tarde , mas de uma leveza adorável

       

      Tudo de raiva diluiu-se porque …

      Sabe, professora, acho que na  próxima redação de minhas férias, vou escrever uma bem grandona sobre Ressaquinha de novo. Só que vou voltar lá pra apreciar melhor.

       

      Outro dia, sabe, eu li num filme que vi uma frase assim: “Felicidade é experimentar o momento presente, pois é nele que você percebe que está realmente vivo.”

      Acho que é por isso que estou ficando menos bravona do que eu era antes, professora.

       

       

      Odô- 10 anos (mas sabe dirigir)

      1. Chegou em março a vitrolinha para o Clubinho

         

        A  vitrolinha Crosley Cruiser

        Chegou.                                                                                                                                                                                             Com sua chegada, começo a abrir todos os meus discos de vinil que por 25 anos estiveram guardados.

        A primeira coisa a fazer é sacar logo a Elis. Todos os dela.

        Limpá-los um a um. Nada de plástico de capa. Não preciso guardá-los mais por 100 anos. Estou, no máximo, nas minhas duas últimas décadas. Pra que plástico protetor ? Vou a seco. Curto as fotos, os relevos, as cores. Por mais que décadas tenham se passado, ainda guardam o cheiro de disco. Têm história, histórias. Relembro o selo das lojas, onde os comprei, por que os comprei, por que os ouvia e por que sei as letras todas de cor…

        É UMA VIAGEM.

        Em seguida os do Chico, da Rita Lee, do Milton, do Caetano, do Gil, do Ivan Lins … ao lustrá-los todos, lustro uma vida inteira. O chiado maravilhoso jamais superado, em memória, por CDs e MP3 desses últimos tempos.

        Sou analógica, contemporânea de meus tempos outros. Observo esses tempos novos e cada vez mais gosto daqueles.

        Agora os Beatles cantam, e eu vou até 1977, Santos.  

        Minhas trilhas sonoras de filmes: Um homem, uma mulher, Cabaré, Aeroporto, Butch Cassidy …

        Escorrego com Fafá de Belém e Rita até 1979 pra Salvador. E Chico, Gil, Simone, Ney, Caetano, Luís Melodia abrem-se dos álbuns quase que automaticamente.

        Depois Chico, Bethânia, Ivan, 1980… 1987… Com Alcione, Wando, Agepê, Tim, Rita… estou em 1989…

        Todos sem capa protetora fazendo-me recordar de um tempo, de cada situação em São Paulo, São Bernardo, Santos, Salvador, Cotia …

        Interessante, isso não acontece quando ouço as mesmas músicas em CDs. Creio que a capa, as letras, as fotos ampliem os cenários de um tempo, ajudem a memória a sentir. Como diz Chico “tudo que a memória coa “

        Quando poderia imaginar que existisse uma metáfora tão forte como essa da vitrolinha Crosley Cruiser !

         

        Odonir Oliveira

        março-2015

         

         

    1. Querido amigo, vou reproduzir o vídeo que lhes apresentei

      depois daquela nossa conversa cedo sobre passarinhos- além daquelas músicas lindas que você me sugeriu.

      Ouviram e viram esse vídeo, representaram, tiraram sarro, ou melhor, zoaram da menina que ficou chorando feito boba porque o passarinho fugiu. Bem feito pra ela- disseram..

      E, por fim, colocaram a menina chorona, ela sim na gaiola.

      Caí de rir.

      João Víctor, de 5 anos, que já sabe escrever “o nome inteiiiiiro, viu Odonir”, representou a chorona. Foi de matar de rir!

      Oh só o vídeo.

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=8RRHSlSCV2Y%5D

       

    1. Meu poeta,meu companheiro de muitas décadas …

      Campo de Flores

       

      Deus me deu um amor no tempo de madureza,
      quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
      Deus – ou foi talvez o Diabo- deu-me este amor maduro,
      e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.

      Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
      e outros acrescento aos que amor já criou.
      Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
      e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.

      Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
      e cansado de mim julgava que era o mundo
      um vácuo atormentado, um sistema de erros.
      Amanhecem de novo as antigas manhãs
      que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.

      Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
      imensa e contraída como letra no muro
      e só hoje presente.
      Deus me deu um amor porque o mereci.
      De tantos que já tive ou tiveram em mim,
      o sumo se espremeu para fazer vinho
      ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.

      E o tempo que levou uma rosa indecisa
      a tirar sua cor dessas chamas extintas
      era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
      Onde não há jardim, as flores nascem de um
      secreto investimento em formas improváveis.

      Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
      para arrecadar as alfaias de muitos
      amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
      e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
      o sagrado terror converto em jubilação.

      Seu grão de angústia amor já me oferece
      na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
      os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
      e o mistério que além faz os seres preciosos
      à visão extasiada.

      Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
      há que amar diferente. De uma grave paciência
      ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
      tenha dilacerado a melhor doação.
      Há que amar e calar.
      Para fora do tempo arrasto meus despojos
      e estou vivo na luz que baixa e me confunde.

       

      Drummond, Claro Enigma.

  6. Uma canção amiga

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=dJxjp0qf0mw%5D

     

    Canção amiga

     

    Eu preparo uma canção

    Em que minha mãe se reconheça

    Todas as mães se reconheçam

    E que fale como dois olhos

    Caminho por uma rua

    Que passa em muitos países

    Se não me veem, eu vejo

    E saúdo velhos amigos

    Eu distribuo segredos

    Como quem ama ou sorri

    No jeito mais natural

    Dois caminhos se procuram

    Minha vida, nossas vidas

    Formam um só diamante

    Aprendi novas palavras

    E tornei outras mais belas

    Eu preparo uma canção

    Que faça acordar os homens

    E adormecer as crianças

    Eu preparo uma canção

    Que faça acordar os homens.

     

    Drummond

     

  7. Aos meus queridos meninos e meninas do Clubinho da Leitura

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=G9RS2BkbqHw%5D

     

    Rafael (Rafaelzinho)

    Rafael

    Kessia

    Izadora

    Matheus

    Lívia

    Sabrina

    João Víctor

    Ana Clara (Aninha)

    Gustavo

    Nicole

    Lara

    Lorena

    Nícolas

    João Vítor

     

    Identidade

    Às vezes nem eu mesmo 
    sei quem sou.
    às vezes sou.
    “o meu queridinho”,
    às vezes sou
    “moleque malcriado”.
    Para mim
    tem vezes que eu sou rei,
    herói voador,
    caubói lutador,
    jogador campeão.
    às vezes sou pulga,
    sou mosca também,
    que voa e se esconde
    de medo e vergonha.
    Às vezes eu sou Hércules,
    Sansão vencedor,
    peito de aço
    goleador!
    Mas o que importa
    o que pensam de mim?
    Eu sou quem sou,
    eu sou eu,
    sou assim,
    sou menino.

     

    Pedro Bandeira, Cavalgando o Arco- Íris, Moderna

     

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